domingo, 31 de julho de 2011

Jejum do bispo e alimento estragado para os outros

Você aguentaria ficar 21 dias sem ver TV, ler jornais, revistas ou acessar a internet? Se você não é um fiel seguidor do bispo Edir Macedo, não se preocupe. Se é, é bom ir se preparando. Macedo está convocando os fiéis da Igreja Universal para um jejum peculiar entre os dias 1º e 21 de agosto: nesse período, os crentes em Macedo não poderão ter acesso a nenhum tipo de informação secular. Analisado sob o ângulo dos seus negócios, a conta pode fechar: se, por um lado, a Record perderá audiência, por outro há a oportunidade de faturar mais algum com os dízimos nos cultos. A iniciativa é rara, mas não inédita. Em 1995, logo depois que o bispo Von Helde chutou uma imagem de Nossa Senhora em pleno culto, o chefe da Universal orquestrou um desses jejuns.

(Veja)

Nota: Segundo a Igreja Universal, o intitulado “Jejum de Daniel” tem como objetivo “a limpeza da mente de todo tipo de informação que, de certa forma, interfere na vida espiritual da pessoa”. Para a igreja, “será uma abstinência audiovisual de todo o lixo deste mundo”, com “uma renovação na mente e na maneira de pensar”. De fato, é importante despoluir a mente e pensar mais nas “coisas do alto”, como diz o apóstolo Paulo. Mas o problema não está na informação e nos meios de comunicação, necessariamente. O problema reside, sim, no tempo e na seleção – quanto tempo é gasto com a mídia em contraposição à Bíblia e que critérios de seleção adotamos para escolher o que vamos consumir. Neste quesito, Macedo não dá bom exemplo, haja vista o fato de sua emissora, a Record, exibir os piores filmes de violência e espiritualismo e veicular programas de auditório bem rasteiros. Jejum para si e os seus e alimento estragado para os outros? Veja se esqueceu de mencionar outro “jejum” promovido pela IURD, quando o suposto esquema de lavagem de dinheiro de dízimos envolvendo Edir Macedo e outros dez integrantes da cúpula da igreja foi revelado pelo Ministério Público. Pra mim, esse “jejum” parece mais uma maneira de manter uma massa desinformada e manipulada.[MB]

sábado, 30 de julho de 2011

FELIZ SÁBADO PARA VOCÊ

Desfrute desse santo dia visitando uma igreja Adventista!

Acesse o site

http://www.sabado.org/


 

"Lembra-te do dia do sábado, para o santificar". Êxodo 20:8
"E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler". Lucas 4:16
Era costume do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo ir à igreja aos sábados. E você? Quer seguir o exemplo de Cristo?
"E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento". Lucas 23:56
Maria, a mãe de Jesus também guardava o sábado!
 "E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou com eles sobre as Escrituras," Atos 17:2
O apóstolo Paulo também tinha o costume de ir à igreja aos sábados.


HOJE JESUS TE CONVIDA A IR E ELE E O ADORÁ-LO TAMBÉM NESTE SANTO DIA!
VÁ HOJE A UMA IGREJA ADVENTISTA E CONHEÇA MAIS SOBRE ESTE MARAVILHOSO DIA. DIA DO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! 

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Existir ou viver?

Conta-se que o médico estava temeroso. Alexandre, o Grande, havia deixado seu cavalo doente para tratamento e havia dito que, se recebesse o aviso de sua morte, o portador da notícia seria, também, morto. Agora, o cavalo jazia morto. O que fazer? Quem ousaria contar o triste fato ao imperador? O médico não tinha coragem. Soldados recusavam-se a fazê-lo. Um filósofo, embora alertado sobre as consequências, decidiu voluntariamente que ele contaria ao rei a trágica notícia. "Vim trazer notícias de seu cavalo", anunciou, ao ser introduzido diante do rei.

- Como está meu cavalo? – perguntou Alexandre.

- Não tão bem quanto o senhor desejava – continuou o filósofo.

- O que, exatamente, isso quer dizer?

- Digo que, desde ontem, seu cavalo não come.

- O que mais?

- Também desde ontem, seu cavalo não se move.

Cada vez mais preocupado, Alexandre perguntou:

- O que mais?

- Desde ontem, também não respira.

- Então ele está morto! – esbravejou o jovem imperador.

- O senhor é quem está dizendo! – astutamente replicou o filósofo.

A veracidade da história pode ser questionada, visto que já a ouvi diversas vezes, porém nunca encontrei uma fonte escrita que a confirmasse. Talvez até tenha acontecido com outro rei. O fato é que a narrativa, embora se refira a um cavalo, faz uma descrição simplista do que é viver: comer, mover-se e respirar. Seria isso o que Deus planejou quando fez de Adão uma ‘alma vivente’?

Acredito que não. Acredito que viver é muito mais que comer, mover-se ou respirar. Não é possível imaginar como seria nosso período de vida neste mundo sem as emoções que sentimos, sem os relacionamentos gratificantes que marcam nossa história, sem a consciência da realidade que nos cerca e da capacidade de agir para modificá-la, sem as atividades que provocam alegria, sem os desafios que enfrentamos, sem as aprendizagens de cada dia. Há ainda o aspecto principal – a ligação com Deus, que nos dá o pleno sentido para a existência. Existir para comer, mover-se ou respirar pode ser vegetar, mas jamais viver em plenitude.

A morte recente da cantora Amy Winehouse, bem como o lamento de seus fãs, fazem-nos pensar no assunto de uma forma um pouco mais profunda. Afinal, o que pode ser mais lamentável: sua morte ou sua vida? Não quero dizer que se deve lamentar que uma pessoa viva ou desejar que morra, mas apenas refletir: podemos considerar vida, no sentido pleno, uma existência que se tornava suportável apenas através da fuga constante da realidade com o uso de drogas, legais ou ilegais? Podemos considerar vida a incapacidade de sentir prazer até mesmo nos momentos que supostamente deveriam ser agradáveis, nas viagens a lugares inebriantes, estadias em hotéis luxuosos, reconhecimento e aclamação pelo trabalho? Podemos considerar vida uma existência tão marcada pela necessidade de anestesiar-se que impede a pessoa de realizar o que mais ama e demonstrar o talento inquestionável?

Se, com empatia, formos capazes de olhar além de toda a polêmica causada, dos flashes que satisfaziam os paparazzi, de todo o alarde que causava na mídia, podemos ver um ser humano em dor emocional lacerante e constante, que necessitava de drogas psicotrópicas para anestesiar sua sensação de vazio e sofrimento. Amy comia (talvez não muito), movia-se (cada vez com menor coordenação) e respirava. Existia, porém não vivia.

E então, lamentamos por sua morte? Sem dúvida. Ela não estava nos planos do Criador para o ser humano, e se ela é contrária à Sua natureza, é contrária também à nossa. Esse é um sentimento plantado em nosso coração pelo próprio Deus. Entretanto, acredito que mais digna de lamentação é a constatação de uma existência que já não sabia o que era viver.

“Eu vim para que tenhais vida, e vida em abundância” (Jo 10:10). Esse é o plano dAquele que nos doou a vida. E diante de nossa incapacidade, como espécie decaída, de manter esse dom, Ele ainda “amou o mundo de tal maneira, que deu Seu filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3:16). Que diferença! Ao invés da existência, vida plena e eterna! Existir ou viver? Escolher Jesus é escolher a vida.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

ADRA lança campanha de combate à miséria na África

A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) lançou no dia 27, em seu site oficial, uma campanha de combate à grave crise alimentar que atinge o leste africano, conhecido como o “Chifre da África”. Na última segunda-feira, 25 de julho, a Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo à comunidade internacional com o intuito de combater a miséria extrema naquela região do continente africano. Segundo dados da ONU, é necessária uma intervenção “urgente” para acabar com o problema, que já atinge mais de 12 milhões de africanos no Quênia, Etiópia, Djibuti, Somália e Eritreia.

Para mais informações sobre a crise na África, visite o site da ADRA Brasil. E para fazer sua doação, acesse www.adra.org.

(Leonardo Siqueira, ASN)

Açúcar causa dependência como álcool e cigarro

Açúcar é veneno. Do mais natureba, o mascavo, até o suco de fruta ou o famigerado xarope de milho, o açúcar está por trás de doenças cardíacas, diabetes e câncer. E deveria ser proibido para menores de 21 anos, como o álcool e o cigarro. É com essas declarações polêmicas que o americano Robert Lustig, endocrinologista pediátrico da Universidade da Califórnia em San Francisco, ganhou fama internacional nos últimos anos. Sua palestra “Açúcar: a verdade amarga” teve mais de 900 mil acessos no YouTube. Há duas semanas, suas teses foram tema da reportagem de capa da revista do New York Times. Abaixo, os principais trechos da entrevista que ele concedeu à Folha, por telefone.

O senhor defende que as pessoas eliminem totalmente o açúcar da dieta?

Não, eu não sou um "food nazi". Eu como açúcar, mas muito pouco.
Nosso corpo tem uma capacidade muito limitada para metabolizar o açúcar e nós vivemos muito acima dela. Não precisamos de frutose para viver. Nosso corpo ficaria muito bem sem nenhuma frutose [açúcar refinado, a sacarose é composta de 50% de frutose e 50% de glicose].

Qual é o máximo de frutose que deveríamos ingerir?

Não temos certeza. Mas uma estimativa é 50 g por dia. Meus estudos mostram as similaridades entre frutose e álcool. Eles são metabolizados da mesma forma, no fígado. E nós sabemos qual é o limite de toxicidade para o álcool: 50 g. A epidemia de obesidade começou quando o consumo de frutose ultrapassou os 50 g por dia [ou 100 g de açúcar, o mesmo que duas latas e meia de refrigerante].

A Associação Cardiológica Americana publicou uma orientação, em agosto de 2009, da qual eu sou coautor, dizendo que o consumo atual de açúcar nos EUA é de 22 colheres de chá por dia. Deveríamos reduzir isso para nove colheres no caso de homens e seis no caso de mulheres.

Qualquer açúcar é ruim, não importa se é mascavo ou xarope de milho?

Todos são igualmente ruins.

Deveríamos substituí-los por adoçantes artificiais?

Adoçantes artificiais são uma questão complicada. Não fizemos todos os testes para saber o que os adoçantes fazem no organismo.

Segundo uma linha de estudos, uma vez que a língua sente o sabor doce, o cérebro se prepara para a entrada do açúcar no sangue. Se ele não entra, o cérebro fica confuso, o que pode levar a um aumento no consumo de açúcar. Há estudos ligando o consumo de adoçantes a obesidade e doença cardíaca.

Qual a alimentação que os pais devem dar a seus filhos?

Crianças devem comer comida de verdade.

Mas isso inclui suco de fruta natural...

Não, suco de fruta, mesmo natural, não é comida de verdade. Deus fez suco de fruta? Não. Deus fez fruta. Qual é a diferença entre a fruta e o suco? Fibras. A fibra é a parte boa da fruta, e o suco, a má. Sempre que há frutose na natureza, há muita fibra - há uma exceção, o mel, mas este é policiado pelas abelhas.

As fibras limitam a velocidade da absorção dos carboidratos e das gorduras do intestino para a corrente sanguínea. Quanto mais rápido a energia sai do intestino e vai para o fígado, maiores as chances de danificar o órgão.

Quando o senhor diz que crianças devem comer comida de verdade, isso inclui um sorvete no fim de semana?

Sim. Quando eu era pequeno, sobremesa era uma vez por semana. Hoje, é uma vez por refeição. Esse é o problema. Eu tenho duas filhas pequenas e é isso que faço. Se é dia de semana e elas querem sobremesa, ganham uma fruta. Uma bola de sorvete, só no fim de semana. Elas seguem as regras e não ficam sonhando com doces.

O senhor propõe que a venda de doces e refrigerantes seja proibida para menores, como cigarros e álcool.

Sim. Refrigerantes não têm valor nutritivo, não fazem nenhum bem às crianças. Se os pais quiserem que seus filhos tomem refrigerante, que comprem para eles.

Não é exagero comparar açúcar a álcool e cigarros?

Não. Cigarros e álcool causam dependência, e açúcar também. Nos refrigerantes, tanto a cafeína como o açúcar causam dependência. Sal e gordura causam hábito, mas não dependência.

Como o senhor explica os efeitos nocivos do açúcar?

Quatro alimentos foram associados à doença metabólica crônica: gorduras trans, aminoácidos de cadeia ramificada [soja], álcool e frutose.

A frutose, quando é metabolizada, libera substâncias tóxicas chamadas espécies reativas de oxigênio [radicais livres], que levam a danos nas células no longo prazo, envelhecimento e, potencialmente, câncer.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

PROJETO MISSÃO CALEBE NA GLOBO

O Jornal Hoje, da TV Globo, fez uma bela matéria sobre a Missão Calebe. Assista!!

última edição |27 de julho de 2011reportagem 8 de 13

Estudantes trocam férias por trabalho voluntário
O projeto leva para as pequenas comunidades atividades de lazer, serviços e exames rápidos. Em todo o Brasil, mais de 7 mil jovens participam deste trabalho.

MISSÃO CALEBE DA IGREJA ADVENTISTA


Conheça a Missão Calebe acessando www.calebe.org.br/2011

    terça-feira, 26 de julho de 2011

    Encontraram a arca da aliança?



    Em julho de 1981, os moradores de Israel foram surpreendidos com uma notícia extraordinária. Moti Éden, um repórter da Rádio Israelense, anunciava em seu programa noturno que dois rabinos haviam encontrado a arca da aliança e que, ele mesmo, era uma testemunha ocular do ocorrido.
    O que Éden tinha de fato presenciado foi a escavação clandestina de um grupo de judeus ortodoxos que acreditavam estar a caminho de encontrar o valioso tesouro. Eles criam que um túnel lateral ao muro das lamentações os levaria ao antigo lugar santíssimo do Templo, em baixo do qual estariam escondidas as tábuas da lei e outros artefatos originais. Hoje, o que vemos no local do antigo Templo são as edificações islâmicas do Domo da Rocha e da mesquita de Al Aksa.
    O resultado, evidentemente, foi uma reação imediata dos muçulmanos que entraram em luta armada contra militantes judeus, causando a morte de seis estudantes. O quadro só não ficou pior porque o rabino Meir Getz, que liderava as escavações, cedeu a um acordo político, colocando “panos quentes” sobre a questão. Getz morreu em 1995 e um ano depois e o túnel foi parcialmente aberto ao público como atração turística.
    A despeito da agitação, nenhuma prova concreta foi apresentada de que a arca tivesse mesmo ali. Mas esta não foi a única vez que alguém pretendeu tê-la encontrado.

    Pretensos achados

    Os etíopes dizem que a verdadeira arca estaria em seu país, numa capela da cidade de Axum. Eles argumentam que ela foi roubada do Templo judeu pelo príncipe Menelik, filho de Salomão e da rainha de Sabá. O curioso é que, com exceção de uns poucos políticos, a ninguém foi permitido ver ou fotografar a arca, o que torna bastante suspeita esta tradição.
    Vendyl Jones, provavelmente o mais excêntrico dos descobridores, foi a inspiração para Steven Spielberg criar o personagem Indiana Jones. Com base num obscuro texto encontrado entre os Manuscritos do Mar Morto (o Manuscrito de Cobre), Jones diz ter decifrado o mapa de onde estariam a arca e outros utensílios sagrados do Templo.
    Em 1988, ele apresentou uma pequena vasilha de barro cujo conteúdo seria o Shemen Afarshimon, o óleo sagrado dos sacerdotes. Análises químicas posteriores pareceram dar certo crédito à sua descoberta, mas o assunto ainda não está tecnicamente encerrado. Mais tarde, em 1992, Jones mostrou aos jornalistas um pote de cinzas que alegou pertencerem originalmente ao ketoret, o incenso sagrado do Templo. Muitos, é claro, dizem que tudo não passa de um embuste.
    Com absoluta segurança ele prometeu que revelaria em agosto deste ano o local exato da arca. Mas até agora nada de concreto foi apresentado e o mérito de Vendyl Jones parece ser apenas o de ter inspirado a criação de um personagem holliwoodiano.
    Dentro do arraial adventista, um profissional da área de saúde chamado Ron Wyatt também pretendeu ter encontrado a arca. Infelizmente, a empolgação apressada, seguida da forma fácil como a Internet divulga inverdades, fez com que muitos irmãos, de boa fé, acreditassem na história de Wyatt e a divulgassem, inclusive, através do púlpito.
    Embora não tenhamos aqui espaço para mostrar as falhas de suas pretensas descobertas, podemos resumidamente dizer que Wyatt afirmou ter encontrado a arca em 1982. De acordo com sua história, Deus lhe havia dado uma revelação especial, por ocasião de sua visita a Jerusalém, mostrando-lhe a gruta de Jeremias, dentro da qual estaria a arca da aliança.
    Munido de uma discutível “permissão” para escavar no local, que fica próximo à porta de Damasco, Wyatt disse ter encontrado ali a espada de Golias, a mesa dos pães asmos, o altar de incenso e outras coisas. Sua trama, recheada por aparições angelicais e visões de Cristo, termina com o achado da arca e os dez mandamentos. Ron disse ainda ter tirado várias fotos, mas quase todas queimaram. A única que restou não oferece nada que possa ser chamado de “convincente”. Apenas uma luz forte onde ele afirma poder visualizar o rosto de Cristo sentado num trono celestial.
    Numa teologia muito confusa, Wyatt  também apontou o lugar como sendo o Calvário e concluiu que, quando Cristo morreu, seu sangue penetrou o solo, aspergindo a arca que estaria poucos metros abaixo. Este seria o cumprimento de Daniel 9:24. Ora, o texto bíblico não diz que seria ungida a arca e sim o santo dos santos que, se entendido no sentido pessoal, refere-se a Cristo e, no sentido geográfico, ao santuário celestial. Mesmo porque, o lugar santíssimo do santuário terrestre não ficava no Calvário, mas dentro do Templo.
    Ron Wyatt afirmou ainda ter recolhido amostras do sangue de Cristo, mas, como nas declarações anteriores, tudo não passou de uma teoria infundada. Como Vendyl Jones, ele também foi desafiado a apresentar provas mais substanciais do que dizia. Então, prometeu que, em um ano ou dois, voltaria ao local com uma equipe de cientistas e revelaria a arca para o mundo. Só esperaria uma ordem de Deus dizendo que chegou a hora de fazê-lo. Mas, Wyatt morreu em 1999 e, até hoje, nenhum de seus  colaboradores apresentou qualquer prova que legitime suas afirmações.

    O que diz Ellen White?

    Como muitos já sabem, a arca desapareceu por volta de 587 a.C., quando os babilônios atacaram Jerusalém e destruíram o Templo. A Bíblia não descreve como isto aconteceu, mas antigas tradições judaicas revezam entre Josias, Jeremias e Baruque a responsabilidade pela ocultação do objeto. Ellen White, embora não mencione o nome dos envolvidos, parece dar crédito a esta tradição. Ela diz:
    “Antes do templo ser destruído, Deus fez saber a alguns de seus fiéis servos o destino do templo, que era o orgulho de Israel …Também lhes revelou o cativeiro de Israel. Estes homens justos, exatamente antes da destruição do templo, removeram a sagrada Arca que continha as tábuas de pedra, e com lamento e tristeza esconderam-na numa caverna, onde devia ficar oculta ao povo de Israel por causa de seus pecados, não mais sendo-lhes restituída. Esta sagrada arca ainda está oculta, jamais foi perturbada desde que foi escondidaSpiritual Gifts, vol. 4, pp. 114, 115 (1864); Spirit of Profecy, vol. 1, p. 414, (1870); História da Redenção, p. 195.
    “Entre os justos que ainda restavam em Jerusalém, a quem tinha sido tornado claro o propósito divino, alguns havia que se determinaram colocar além do alcance das mãos cruéis, a sagrada Arca que continha as tábuas de pedra, sobre a qual haviam traçado os preceitos do decálogo. Isto eles fizeram. Com lamento e tristeza esconderam a arca numa caverna onde deveria ficar oculta do povo de Israel e de Judá por causa de seus pecados, não mais sendo-lhes restituída. Esta sagrada arca ainda está oculta. Jamais foi perturbada desde que foi escondida.” Profetas e Reis, p. 436 (1989). Grifos acrescentados.
    Assim, descarta-se a idéia de que a arca tenha sido destruída, arrebatada ou transferida para fora de Israel, pois com a iminente chegada dos babilônios, os judeus não teriam tempo de fugir para longe levando consigo um objeto sagrado que demandaria um detalhado cerimonial de transporte.

    Será a arca encontrada novamente?

    A atitude de esconder objetos sagrados devido a uma ameaça iminente não era estranha. II Crônicas 34:14-30 descreve o momento em que, em meio à reforma do Templo, Hilquias encontrou os originais de Moisés que sacerdotes piedosos haviam escondido durante o idolátrico reinado de Manassés. Os Manuscritos do Mar Morto, descobertos em 1947, nas cavernas de Qumran, também exemplificam tal comportamento. Segundo uma hipótese, os textos teriam sido guardados ali em virtude do cerco romano sobre a cidade de Jerusalém.
    Várias tradições judaicas baseadas em Jeremias 3:16 fazem supor que a arca reaparecerá no fim dos tempos. Embora o espaço não nos permita expor estas tradições, torna-se digno de nota que Ellen White também fala que as Tábuas serão trazidas novamente à vista dos habitantes da Terra:
    “Com Seu próprio dedo, Deus escreveu os Seus Mandamentos em tábuas de pedra. Essas tábuas não foram deixadas aos cuidados dos homens, mas foram postas na arca; e no grande dia em que cada caso estiver decidido, essas tábuas escritas com os Dez Mandamentos serão mostradas para que o mundo inteiro possa ver e entender. Seu testemunho contra o mundo será inquestionável.” Carta 30, (1900). Manuscript Releases 1401. vol. 19, p. 265.
    “O precioso registro da lei foi colocado na Arca do Testamento e está lá ainda seguramente escondida da família humana. Mas no tempo apontado por Deus Ele revelará essas tábuas de pedra a fim de serem testemunho para todo o mundo contra o desdém para com Seus Mandamentos e contra o culto idolátrico de um falso sábado.” Manuscript Releases 122, 1901. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol.1, p. 1109.
    “Quando o templo de Deus for aberto, que triunfo não será para aqueles que foram fiéis e verdadeiros! No templo será vista a Arca do Testamento em que foram postas as duas tábuas de pedra nas quais foi escrita a Lei de Deus. Essas tábuas de pedra serão tiradas de seu esconderijo e nelas serão vistos os Dez Mandamentos gravados pelo dedo de Deus. Essas tábuas de pedra que agora jazem dentro da arca do testamento serão um testemunho para a verdade e os reclames da lei de Deus.” Carta 47, 1902. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 7, p. 972.
    Embora não possamos ser dogmáticos, estes textos parecem indicar que o reaparecimento da Lei será um ato sobrenatural de Deus por ocasião do Seu juízo sobre os homens. E isto ocorrerá quando cada caso estiver decidido.
    Assim, embora possamos admitir um desejo próprio de que a arca seja encontrada, é importante ter prudência e permitir que se cumpra a vontade de Deus. Note-se que um ponto em comum a todos os pretensos descobridores da arca é que nenhum deles até hoje apresentou provas concretas que justifiquem suas afirmações. Fotos que não se revelam, soldados que impedem o acesso ou promessas que não se cumprem são insuficientes para nos fazer acreditar neste tipo de abordagem. E é importante lembrar que mesmo a verdade, se for sustentada com argumentos infundados torna-se um desserviço à causa de Deus.

    domingo, 24 de julho de 2011

    Estamos a caminho de um desastre de proporções bíblicas

    O lendário investidor Jeremy Grantham da OGM publicou um tratado sobre a causa da explosão dos preços das commodities.

    Ele também ofereceu uma visão assustadoramente deprimente para o futuro da humanidade.

    Grantham conclui que o mundo sofreu uma permanente "mudança de paradigma", no qual o número de pessoas no planeta Terra final e permanentemente ultrapassou a capacidade do planeta de nos sustentar.

    Especificamente, diz Grantham, o fenômeno das pessoas cada vez mais usando uma fonte finita de recursos naturais não pode continuar para sempre - e os preços dos metais, os hidrocarbonetos (petróleo) e dos alimentos estão agora começando a refletir isso.

    Em outras palavras, diz Grantham, é diferente desta vez.

    Grantham acredita que a tendência dos últimos 100 anos, em que os preços de quase todas as principais commodities vem caindo, está permanentemente terminada. E daqui em diante, os seres humanos estarão competindo mais - e pagando mais - pelos recursos cada vez mais escassos.

    Do ponto de vista de investimento, esta mudança de paradigma não significa necessariamente um desastre: Grantham diz que o jogo óbvio é manter "as coisas no chão" (e no próprio terreno, como o enorme boom nos preços de terras agrícolas ilustra). O menos óbvio, mas igualmente convincente jogo é possuir empresas e tecnologias que facilitem a conservação dos recursos.

    Do ponto de vista social, a notícia é muito pior. Grantham acredita que o planeta de forma sustentável só pode suportar cerca de 1,5 bilhões de seres humanos, contra os 7.000 milhões na Terra agora (caminhando para a 10-12 bilhões). Por toda a história, exceto nos últimos 200 anos, a população humana foi controlada através dos limites do abastecimento alimentar. Grantham pensa que, eventualmente, a mesma força irá entrar em jogo novamente.

    A esperança dos otimistas, é claro, é que a "ciência" vai encontrar uma solução para este problema, do jeito que foi nos últimos 150 anos. Mas a menos que o mundo acorde imediatamente para a gravidade do problema - e faça de arrumar isso uma prioridade global - Grantham não vê isso acontecendo.

    Mais de um bilhão de pessoas passam fome no mundo

    Relator especial da ONU sobre o Direito à Alimentação disse que o número de desnutridos já chegou a três bilhões.

    Olivier de Schutter ressaltou que a fome aumentou significativamente ao longo dos últimos dois anos, e que a situação é “alarmante”. O relator da ONU disse que os governos precisam adotar “programas eficientes” para combater o problema, a fim de garantir a segurança alimentar no mundo em 2050.

    “Temos que nos mobilizar contra a fome e começar a identificar os setores vulneráveis para que sejam atendidos, porque é um direito que está sendo violado tanto quanto se fossem os próprios direitos humanos”, afirmou Olivier de Schutter.

    Mateus 24:7
    Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

    Filósofo Pondé conta por que deixou de ser ateu

    revista Veja da semana passada (13/7) publicou entrevista interessante com o filósofo Luiz Felipe Pondé, de 52 anos. Responsável por uma coluna semanal na Folha de S. Paulo e autor de livros, Pondé costuma criticar certezas e lugares-comuns bem estabelecidos entre seus pares. Professor da Faap e da PUC, em São Paulo, o filósofo também é estudioso de teologia e considera o ateísmo filosoficamente raso, mas não é seguidor de nenhuma religião em particular. Pondé diz que “a esquerda é menos completa como ferramenta cultural para produzir uma visão de si mesma. A espiritualidade de esquerda é rasa. Aloca toda a responsabilidade do mal fora de você: o mal está na classe social, no capital, no estado, na elite. Isso infantiliza o ser humano. Ninguém sai de um jantar inteligente para se olhar no espelho e ver um demônio. Não: todos se veem como heróis que estão salvando o mundo por andar de bicicleta”. Sobre sexo, ele diz: “Eu considero a revolução sexual um dos maiores engodos da história recente. Criou uma dimensão de indústria, no sentido da quantidade, das relações sexuais – mas na maioria elas são muito ruins, porque as pessoas são complicadas.”

    Leia aqui mais alguns trechos da entrevista:

    Por que a política não pode ser redentora?

    O cristianismo, que é uma religião hegemônica no Ocidente, fala do pecador, de sua busca e de seu conflito interior. É uma espiritualidade riquíssima, pouco conhecida por causa do estrago feito pelo secularismo extremado. Ao lado de sua vocação repressora institucional, o cristianismo reconhece que o homem é fraco, é frágil. As redenções políticas não têm isso. Esse é um aspecto do pensamento de esquerda que eu acho brega.

    Essa visão do homem sem responsabilidade moral. O mal está sempre na classe social, na relação econômica, na opressão do poder. Na visão medieval, é a graça de Deus que redime o mundo. É um conceito complexo e fugidio. Não se sabe se alguém é capaz de ganhar a graça por seus próprios méritos, ou se é Deus na sua perfeição que concede a graça. Em qualquer hipótese, a graça não depende de um movimento positivo de um grupo. Na redenção política, é sempre o coletivo, o grupo, que assume o papel de redentor. O grupo, como a história do século 20 nos mostrou, é sempre opressivo.

    Em que o cristianismo é superior ao pensamento de esquerda?

    Pegue a ideia de santidade. Ninguém, em nenhuma teologia da tradição cristã – nem da judaica ou islâmica –, pode dizer-se santo. Nunca. Isso na verdade vem desde Aristóteles: ninguém pode enunciar a própria virtude. A virtude de um homem é anunciada pelos outros homens. Na tradição católica – o protestantismo não tem santos –, o santo é sempre alguém que, o tempo todo, reconhece o mal em si mesmo. O clero da esquerda, ao contrário, é movido por um sentimento de pureza. Considera sempre o outro como o porco capitalista, o burguês. Ele próprio não. Ele está salvo, porque reclica lixo, porque vota no PT, ou em algum partido que se acha mais puro ainda, como o PSOL, até porque o PT já está meio melado. Não há contradição interior na moral esquerdista. As pessoas se autointitulam santas e ficam indignadas com o mal do outro.

    Quando o cristianismo cruza o pensamento de esquerda, como no caso da Teologia sa Libertação, a humildade se perde?

    Sim. Eu vejo isso empiricamente em colegas da Teologia da Libertação. Eles se acham puros. Tecnicamente, a Teologia da Libertação é, por um lado, uma fiel herdeira da tradição cristã. Ela vem da crítica social que está nos profetas de Israel, no Antigo Testamento. Esses profetas falam mal do rei, mas em idealizar o povo. O cristianismo é descendente principalmente desse viés do judaísmo.

    Também o cristianismo nasceu questionando a estrutura social. Até aqui, isso não me parece um erro teológico. Só que a Teologia da Libertação toma como ferramenta o marxismo, e isso sim é um erro. Um cristão que recorre a Marx, ou a Nietzsche – a quem admiro –, é como uma criança que entra na jaula do leão e faz bilu-bilu na cara dele. É natural que a Teologia da Libertação, no Brasil, tenha evoluído para Leonardo Boff, que já não tem nada de cristão. Boff evoluiu para um certo paganismo Nova Era – e já nem é marxista tampouco. A Teologia da Libertação é ruim de marketing. É como já se disse: enquanto a Teologia da Libertação fez a opção pelo pobre, o pobre fez a opção pelo pentecostalismo.

    O senhor acredita em Deus?

    Sim. Mas já fui ateu por muito tempo. Quando digo que acredito em Deus, é porque acho essa uma das hipóteses mais elegantes em relação, por exemplo, à origem do universo. Não é que eu rejeite o acaso ou a violência implícitos no darwinismo – pelo contrário. Mas considero que o conceito de Deus na tradição ocidental é, em termos filosóficos, muito sofisticado. Lembro-me sempre de algo que o escritor inglês Chesterton dizia: não há problema em não acreditar em Deus; o problema é que quem deixa de acreditar em Deus começa a acreditar em qualquer outra bobagem, seja na história, na ciência ou sem si mesmo, que é a coisa mais brega de todas. Só alguém muito alienado pode acreditar em si mesmo. Minha posição teológica não é óbvia e confunde muito as pessoas. Opero no debate público assumindo os riscos do niilista. Quase nunca lanço a hipótese de Deus no debate moral, filosófico ou político. Do ponto de vista político, a importância que vejo na religião é outra. Para mim, ela é uma fonte de hábitos morais, e historicamente oferece resistência à tendência do Estado moderno de querer fazer a cura das almas, como se dizia na Idade Média – querer se meter na vida moral das pessoas.

    Por que o senhor deixou de ser ateu?

    Comecei a achar o ateísmo aborrecido, do ponto de vista filosófico. A hipótese de Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu. Sou basicamente pessimista, cético, descrente, quase na fronteira da melancolia. Mas tenho sorte sem merecê-la. Percebo uma certa beleza, uma certa misericórdia no mundo, que não consigo deduzir a partir dos seres humanos, tampouco de mim mesmo. Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica.

    [Parabéns à Veja pela publicação desta entrevista. É quase um contraponto às muitas entrevistas com ateus publicadas nas páginas amarelas.]

    sexta-feira, 22 de julho de 2011

    Na Alemanha, liderança mundial destaca missão, reavivamento e reforma

    Sex, 22 de Julho de 2011 09:51
     A liderança adventista de topo visitou a Alemanha este mês para apoiar líderes adventistas no país secular e entender melhor seus desafios. Aqui, os líderes oram durante a Convocação da Conferência da Baviera em Augsburgo, dia 2 de julho. [fotos de cortesia da EUD]Silver Spring, EUA...[ANN] Durante uma visita no início deste mês, na Alemanha, o pastor Ted Wilson, presidente mundial da Igreja Adventista, e outras autoridades da Igreja apoiaram líderes locais em seu empenho por evangelização e destacaram a base bíblica das crenças da Igreja Adventista durante as discussões sobre unidade teológica.


    Pastor Mark Finley, assistente do presidente para evangelismo, disse que temas comuns surgiram durante diálogos diferentes, incluindo questões sobre a iniciativa de Reavivamento e Reforma, da denominação. "A Alemanha tem uma variedade de questões teológicas que estão sendo discutidas desde extremidades diferentes de um espectro", disse Finley.

    A respeito da palavra "reavivamento", Finley disse que é "a renovação da graça espiritual na alma. Reavivamento é algo que cada geração precisa antecipar e experimentar. É o mover do Espírito Santo no coração, vida, mente e alma. Por ser a nossa natureza caída estamos constantemente em necessidade de renovação espiritual - como diz Lamentações 3:23: 'Suas misericórdias se renovam a cada manhã'".

    A missão da Igreja Adventista une seus membros no mundo inteiro, disse o presidente mundial da Igreja, Ted N. C. Wilson, a uma platéia de cerca de 3.500 pessoas durante a convocação.Finley definiu "reforma" como "a reestruturação dos padrões de pensamento para viver uma vida à imagem de Cristo, pensar os pensamentos de Jesus. É preciso ter o pensamento reformado antes de se poder ter reformado o comportamento. O que Deus anseia é por pessoas que estejam comprometidas com Ele. Às pessoas que tenham uma fidelidade não-dividida em seus corações, o Espírito de Deus vai cuidar de seu comportamento".

    Muitas seções de perguntas e respostas com os membros, pastores, professores e alunos ao longo da visita de 10 dias suscitaram discussões semelhantes em outros países. Pastor Wilson e outros líderes internacionais ao aceitarem convites para eventos especiais e cerimônias, muitas vezes incluem diálogos abertos em itinerários.

    Vários membros e estudantes também perguntaram sobre as 28 crenças fundamentais da Igreja e a necessidade de aceitar todos elas para ser um adventista fiel. "Nós assinalamos que são todos ensinos bíblicos e não apenas determinados por uma comissão administrativa da sede mundial Adventista" Finley afirma. "A Igreja a nível mundial reuniu-se e discutiu e concordou mutuamente sobre eles. Além disso, se se abandona uma crença, isso impacta seriamente outras. Elas não são uma declaração de credo e estão inter-relacionadas" prossegui.


    Finley também indicou que a Igreja adicionou a 28a. Crença Fundamental às 27 originais, como oficialmente se votou em 1980. A nova crença, sobre 'Crescer em Cristo', foi acrescentada em 2005, e a Assembleia da Associação Geral, no ano passado, começou um processo que permitiria a reformulação da crença Adventista sobre a Criação. A iniciativa, que especificamente declara que a Criação foi um evento de seis dias literais, foi recebida com oposição por alguns delegados da Divisão Euro-Africana, que inclui a Alemanha.


    A missão da Igreja Adventista une seus membros no mundo inteiro, disse o presidente mundial da Igreja, pastor Ted Wilson, a uma platéia de cerca de 3.500 pessoas durante a convocação. Ainda assim, Wilson disse que não estava preocupado com a unidade da Igreja. "Eu sei que o Espírito Santo está no comando", disse ele, aos participantes da Convocação da Associação da Baviera em Schwaben Halle em Augsburgo, no dia 2 de julho. "A Igreja Adventista foi suscitada para um propósito especial: Difundir a mensagem da salvação. Esta mensagem nos une", disse ele.

    Mais tarde, respondendo a uma pergunta sobre por que citava a co-fundadora da Igreja, Ellen White, com tanta frequência nos sermões, Wilson respondeu: "Você pode escrever um sermão maravilhoso sem o uso de uma citação de Ellen White. Seus escritos não devem tomar o lugar da Bíblia, mas acho suas declarações muito úteis, então gosto de citá-las".

    Ao longo de seu sermão em Augsburgo e em visitas à Universidade Darmstadt e Friedensau Wilson enfatizou repetidamente que a denominação era um "movimento profético", e que "O Senhor [tinha] confiado uma enorme missão às mãos de Sua Igreja Remanescente de proclamar as três mensagens angélicas, referindo-se a Apocalipse 14.

    Ele e outros líderes incentivaram uma ênfase renovada em missão e alcance local, à semelhança dos pioneiros. Hoje, existem cerca de 35 mil membros na Alemanha, abaixo dos cerca de 44 mil membros na década de 1950.

    "Creio que os líderes têm a obrigação de criar uma ampla gama de oportunidades para o envolvimento", disse Mike Ryan, vice-presidente geral da Igreja Adventista. Ele afirmou que a tarefa de missões tem sido por vezes definida muito estreitamente como pregar e dar estudos bíblicos. "Se você ler Ellen White verá que o horizonte de oportunidades é muito maior do que os dois métodos. É fornecer comida a alguém doente ou visitar as pessoas na prisão, ou se envolver numa organização comunitária".

    "As pessoas precisam escolher um", disse Ryan. Ele disse que o envolvimento em missões tem-se comprovado como o impulso do crescimento da Igreja. [Equipe ANN, Corrado Cozzi

    Filme A Mensagem é lançado

    Uma História de fé, coragem e esperança


    A primeira igreja Adventista no Brasil foi oficializada em Gaspar Alto, no município de Gaspar/SC. E a história das primeiras conversões e o início desta congregação pioneira se transformaram em um filme. A Mensagem é baseado no livro A Chegada do Adventismo no Brasil, escrito pelo jornalista Michelson Borges. E o lançamento ocorreu no dia 16 de julho em um auditório da cidade Brusque.

    Foram aproximadamente 1500 pessoas no local, entre Adventistas da região, moradores, autoridades e imprensa. Até outra denominação religiosa fechou suas portas no dia e levou seus membros acompanharem o evento. Na ocasião foram feitos agradecimentos, apresentado o elenco, explanado sobre como está hoje a igreja Adventista no Brasil e ao final exibido o filme ao público. Ao final foram encomendadas 600 cópias pelos presentes. Todo o valor capitado com a venda do DVD será direcionado para a construção de uma igreja e a conclusão de outro templona região, além do financiamento do trabalho de Missão Global na cidade de Botuverá/SC.

    A produção é do projeto Restaure, juntamente com o distrito de Lajeado Baixo, que mostra ficticiamente um pai contando para seu filho a historia dos pioneiros, tendo como atores 60 crianças. O subsídio financeiro, cerca de 40 mil reais, veio da comunidade Adventista, empresários, Associação Catarinense e as prefeituras de Brusque, Gaspar e Guabiruba. O filme tem 55 minutos e conta ainda com extras, como depoimentos, estudo bíblico baseado do filme, erros de gravação e pontos turísticos da região.

    Mais informações acesse http://www.filmeamensagem.com.br/

    Créditos: Direção Dawerne Bazan; produtoras associadas Rute Bazan e Tânia Fritoli; produção executiva pastor Daniel Fritoli; direção de arte Daniela Pollheim; trilha sonora Clayton Nunes; direção de elenco Tânia Fritoli; roteiro Rute Bazan; artes gráficas Dawerne Bazan; e extras Dawerne Bazan e Letícia Fuckner Zabel.

    quinta-feira, 21 de julho de 2011

    A autoria dos evangelhos e supostas modificações

     
    Em resposta à postagem "O Novo Testamento é historicamente confiável", R. escreveu o seguinte comentário: “Eu diria que o Novo Testamento [NT] contém uma história que é verdadeira que, certamente, deve ter sido recebida oralmente pelos autores anônimos dos Evangelhos e de Atos que não se identificaram naquelas formidáveis obras. Porém, na elaboração de uma exegese sincera e honesta, torna-se indispensável questionar as modificações que foram feitas no texto e a possibilidade de que estejamos lendo algo que já passou por várias penas. E, já no século 19, teólogos alemães foram capazes de levantar consideráveis questionamentos. Logo, é de se concluir que o texto sofreu suas contaminações, mas que, certamente, não impedem uma compreensão da obra de Jesus, Seus profundos ensinamentos e do significado da Mensagem. E aí falo de uma compreensão que talvez nem dependa tanto da exegese ou da hermenêutica, o que torna a Palavra acessível a todo homem, não importando seu nível de instrução. Talvez pela história e pelo estudo de uma literatura judaica comparada possamos decifrar um pouco desse instigante quebra-cabeça - os Evangelhos - e assim conhecermos mais alguns detalhes sobre aspectos do judeu Yeshua ben Yosef que viveu nas três primeiras décadas do século 1º. [...] Finalizo este comentário dizendo que a contestação da autoria dos Evangelhos e de Atos é o que melhor explica as inegáveis contradições mesmo entre os sinóticos que parecem se basear no livro atribuído a Marcos e numa fonte comum a Mateus e Lucas que os estudiosos chamam de fonte ‘Q’. Hoje em dia, se alimentarmos a ideia católica de que foram os tais apóstolos e discípulos que teriam escrito os textos gregos dos quatro evangelhos, corre-se o risco de causar mais ainda conflitos entre os neófitos que seguem a fé e podem ficar perplexos com uma eventual descoberta de que a realidade é diferente daquela que se ensina na Igreja.”

    Resposta:


    Em conversa com o Dr. Rodrigo Silva, ele teceu o seguinte breve comentário:

    Percebo que R. é bastante influenciado por Bart Erhman e pela nova escola do Jesus Seminar, especialmente representada por John Dominic Crossan. O autor trabalha com pressupostos que não foram provados. São uma verdadeira “petição de princípio”. Exemplo: que os evangelhos são anônimos ou que são produtos tardios posteriores ao ano 1970 (embora esse último argumento não apareça explicitamente no comentário). Ele também parece compartilhar algo da escola hermenêutica de Paul Ricoeur, a saber, o estruturalismo que advoga que o importante é a mensagem mais profunda do texto, que não é necessariamente a original (pois essa teria se perdido), mas aquela que resulta da subjetividade do autor moderno que lê e interpreta o texto ao seu próprio entendimento (um critério essencialmente pós-moderno). Pois bem, vamos a alguns pontos:

    1. Evangelhos Anônimos? Esse é um erro de anacronismo cometido por muitos estudiosos modernos, especialmente aqueles moldados pela filosofia de Foucault. As ideias de propriedade intelectual de hoje não eram as mesmas daquele tempo. Fala-se muito que os evangelhos são produções da comunidade mateana (isso é, a comunidade fundada por Mateus que produziu um texto e o atribuiu artificialmente à pessoa dele). Outros dizem que foram os teólogos que o fizeram posteriormente. Bem, curiosamente o próprio Martin Hegel, que era um expoente da escola liberal de Tübingen, admitiu em seu comentário a Marcos que não existe a menor evidência histórica de que os evangelhos circularam anônimos originalmente sem nenhuma referência a quem os escreveu. Veja, se os autores fossem “anexados” posteriormente por razões políticas ou teológicas, os leitores não deveriam escolher nem Lucas nem Marcos, pois estes não figuravam entre os apóstolos, e Mateus, embora fosse apóstolo, era ex-coletor de impostos quase sem proeminência entre os doze. Tiago (irmão de João) e Pedro seriam personagens muito mais apropriados. Ademais, não é só a Bíblia que padece desse “aparente” estado de anonimato autoral, outros livros da antiguidade também estão sem qualquer referência ao autor ou editor final. Às vezes, aparece apenas o nome do copista/escriba ou do proprietário do manuscrito. Contudo, antigos índices como um catálogo de textos e autores encontrado na Biblioteca de Assurbanipal demonstram que o povo tinha conhecimento dos autores ainda que seus nomes não viessem explicitamente no texto. Aliás, essa certeza aumentou muito no período greco-romano, especialmente depois da construção da Biblioteca de Alexandria. O Talmude, por exemplo, afirma que a comunidade sabia quem eram os principais autores das Escrituras judaicas. O mesmo se dá com a literatura grega e, também, com a literatura romana. Na Antiguidade, portanto, na maioria das vezes, o autor não tinha seu nome dentro do livro, mas no sillybos ou sittybos – uma etiqueta em forma de couro ou papiro que ficava colada na haste do rolo ou aplicada em seu verso à vista do vendedor ou leitor. Temos exemplares de sillybos datados até do 3º século. Mas muitos, é claro, se perderam. Era nessas etiquetas que vinha o nome do autor. Logo, não devemos nos surpreender de o nome do evangelista não constar necessariamente no texto do livro, como muitos supõem que deveria ser.

    2. As contradições que os evangelhos possuem são reais, porém periféricas. Na essência, os textos se igualam e se complementam. Mas veja, esse é mais um indício de que as alegadas alterações posteriores, se houve isso, não mudaram substancialmente as cópias, pois se o tivessem feito, as correções editoriais da Igreja Católica terminariam pondo fim a todas as discrepâncias textuais e corrigido tudo o que poderia gerar conflito com a doutrina oficial. Importantes doutrinas católicas como o purgatório, a assunção e intercessão de Maria, a confissão auricular, as indulgências, a guarda do domingo, etc. carecem de clara base bíblica. Ora, se o Novo Testamento houvesse sido excessivamente manipulado por escribas católicos, essas doutrinas tão importantes seriam obrigatoriamente incorporadas ao texto como sendo ensinamentos oriundos do próprio Cristo. Como não estão, sou obrigado a supor que por uma proteção divina o texto não foi dramaticamente alterado. O que não significa que ignoro as pequenas incongruências das cópias, mas afirmo: não são essenciais, não alteram substancialmente o conteúdo original. Isso sem contar os argumentos técnicos da crítica textual que, por questões de espaço, não vou citar aqui.

    (Dr. Rodrigo P. Silva, professor de Teologia no Unasp)

    Cientistas evolucionistas não sabem como vida começou

    Há vinte anos, John Horgan, escrevendo para a Scientific American, queria publicar um artigo com o título: “Pssst! Não digam nada aos criacionistas, mas os cientistas não sabem como é que a vida começou.” O editor na época não gostou do título e o alterou. No entanto, Horgan esperou 20 anos e agora que o editor que não aprovou seu título já não se encontra por lá, Horgan reutilizou o título para um artigo que ele escreveu em fevereiro de 2011, duas décadas após a primeira tentativa. O fato de Horgan poder acertadamente dizer que a comunidade científica não fazia ideia nenhuma, há 20 anos, de como a vida tinha iniciado, e a situação se manter após duas décadas de pesquisas intensas, revela-nos muito sobre a mitologia da teoria da evolução e os cenários naturalistas para a origem da vida. O motivo pelo qual os “cientistas não sabem como a vida teve início” é devido ao fato de aqueles a quem Horgan identifica como “cientistas” terem eliminado a priori a única opção viável para a origem da vida. [Vida somente provém de vida.]

    O que Horgan quer realmente dizer é que os cientistas que acreditam na teoria da evolução não conseguem fornecer qualquer cenário naturalista cientificamente sólido que explique o que torna a vida possível. Horgan erradamente equivale “cientistas” a “cientistas evolucionistas”. A verdade é que milhares de cientistas por todo o mundo sabem exatamente como a vida começou: Deus a criou durante os seis dias da semana da Criação. De fato, sites cristãos como o Apologetic Press [e o Geoscience Research Institute] possuem vários cientistas qualificados que estudaram as evidências e sabem como a vida começou.

    O dilema em que se encontram os cientistas evolucionistas surge devido à crença de que, segundo a evolução, a vida [deve] ter surgido espontaneamente a partir de químicos sem vida – e não há justificação naturalista para isso. Para defender a posição de que os “cientistas” não possuem a mínima pista, Horgan explicou que a ideia das moléculas de DNA se formarem espontaneamente possui vários problemas: o DNA não consegue fazer cópias de si mesmo, nem fazer proteínas catalíticas sem a ajuda de proteínas catalíticas conhecidas como enzimas. Isso transformou a origem da vida num clássico dilema ovo-ou-galinha: O que veio primeiro: proteínas ou o DNA?

    Horgan ressalvou então que os cientistas que estudam a origem da vida postularam que o RNA pode ser a resposta para o início da vida. No entanto, ele concluiu: “O mundo RNA é tão insatisfatório que alguns cientistas frustrados estão propondo especulações bem absurdas.” (Sim, porque propor que a vida criou-se a si mesma não é absurdo?)

    As ideias absurdas a que Horgan se refere são noções tais como a vida ter sido largada na Terra por extraterrestres, ou a mesma ter-se originado a partir de micróbios provenientes do espaço que se “plantaram” na Terra. Horgan corretamente observou que tais cenários só mudam o problema da origem da vida para o espaço. Se a vida não começou na Terra, como é que começou no espaço?

    No seu parágrafo final, Horgan escreveu: “Sem dúvida que os criacionistas estão alegres com o fato de as pesquisas em torno da origem da vida terem chegado a um impasse… mas eles não têm razões para estar. Suas explicações sofrem da mesma falha: Quem criou o Criador divino? Pelo menos os cientistas estão levando a cabo um esforço honesto para resolver o mistério, em vez de culparem Deus por tudo.”

    Horgan está correto quando afirma que os cientistas (leia-se “cientistas evolucionistas”) não fazem ideia alguma da forma como a vida começou. Ele está errado, no entanto, quando insiste que a ignorância evolutiva sobre a origem da vida está ao mesmo nível da alegada “ignorância” em torno das “origens” do Criador.

    As pesquisas em torno da origem da vida não mostram apenas que os cenários naturalistas são improváveis; elas mostram que são, sim, impossíveis – a vida não se pode gerar espontaneamente a partir de químicos sem vida. Dada essa situação, a única ideia verdadeiramente “científica” seria seguir as evidências aonde quer que elas nos levem: para um Criador sobrenatural e infinitamente inteligente.

    Anthony Flew, que durante décadas foi o líder filosófico do mundo ateu, chegou a esta conclusão: “A única explicação satisfatória para a origem da vida com um fim, e autorreplicante tal como vemos na Terra, é uma mente infinitamente inteligente.”

    Referências:

    Antony Flew and Roy Varghese (2007), There Is No God: How the World’s Most Notorious Atheist Changed His Mind (New York: HarperOne).
    John Horgan (2011), “Pssst! Don’t Tell the Creationists, but Scientists Don’t Have a Clue How Life Began”, Scientific American.

    Leia também: “Why do We invoke Darwin?”

    quarta-feira, 20 de julho de 2011

    A verdadeira busca

     
    Para me tornar criacionista, nos idos anos 1990, tive que pesquisar e ler muito, em várias áreas, como biologia, geologia, arqueologia, teologia e outras. Naquela época, havia pouco material sobre apologética cristã e criacionismo publicado em língua portuguesa. Jovens estudantes como eu tinham que ir atrás desses raros livros e se virar em busca de material em inglês, comparando tudo com a farta literatura ateísta/darwinista desde então disponível em nosso idioma. Nem o Google existia! Mas a ânsia por conhecer a verdade dos fatos e o desejo de seguir as evidências levassem aonde levassem (isso também pode ser chamado de honestidade intelectual) compensava qualquer esforço. Na verdade, esse é o exercício do verdadeiro e sadio ceticismo que nos leva a duvidar até mesmo do próprio ceticismo. Se eu estava errado, tinha que descobrir. E se estava certo, tinha que saber por que – por mim mesmo.

    Anos atrás, conheci um casal de médicos adventistas cujos filhos estavam na universidade e haviam perdido a fé. Segundo os pais, os garotos eram donos de uma mente arguta e alegavam que o mundo acadêmico lhes havia aberto os olhos. Esses pais desesperados queriam que eu fosse visitar os filhos e conversar com eles. Aceitei o convite, mas os garotos não quiseram me receber. Depois, fiquei sabendo que, quando os moços ainda eram crianças, os pais mal tiveram tempo de lhes fornecer conhecimento bíblico sólido, pois viviam para o trabalho. Os meninos foram criados por babás e pela televisão. Quase nunca eram vistos nos cultos jovens e em reuniões de oração. A família não fazia o culto doméstico e a Bíblia era um livro de cabeceira, mas sempre fechado.

    Além de orar, o que mais eu podia fazer por aqueles jovens? Infelizmente, os pais se deram conta da gravidade da situação quando era tarde demais (claro que, para Deus, nunca é tarde demais; mas a história daquela família poderia ser bem diferente).

    Bem, você deve estar se perguntando (especialmente se não for cristão): O que há de “grave” no fato de dois jovens nascidos em um lar cristão se tornarem ateus? Aparentemente, nada. Assim como não há nada de “grave” em um ateu passar a crer. Cada um faz as escolhas que quer. Cada qual tem o direito de abraçar a cosmovisão que mais lhe agrada. Mas não será honesto para consigo se fizer essa escolha baseado no desconhecimento. Explico com outra história.

    Recentemente, apresentei palestras em uma igreja em que havia alguns jovens universitários, também oriundos de lares adventistas, que alegavam estar perdendo a fé. Diziam que a igreja não estava preparada para lidar com dúvidas sinceras e questionamentos profundos. Durante uma das palestras, perguntei (a título de pesquisa) se os presentes haviam lido esse e aquele livro que considero fundamentais para a compreensão da controvérsia entre o criacionismo e o evolucionismo. Ao mencionar uma dessas obras, apenas uma pessoa levantou a mão – e não foram aqueles estudantes.

    Quando converso com cristãos que dizem ter perdido a fé porque ingressaram na universidade, sou tentado a pensar em duas possíveis causas (entre outras, claro): ou não tiveram boa base religiosa (ou bom exemplo) no lar para lhes servir de lastro na vida adulta, ou não conhecem devidamente a fé que professam/professavam. Eu vim de fora do adventismo/criacionismo e posso dizer que li praticamente tudo o que havia à disposição na época sobre o assunto das origens (e de lá para cá não parei de ler e pesquisar). Tornar-me criacionista era uma decisão muito séria e eu precisava ir às últimas consequências nessa busca. Menos do que isso não poderia ser chamado de “busca”. Mas o que dizer de grande parte das pessoas que compõem esta geração, que tem acesso fácil a farto material de pesquisa, mas não se dá ao trabalho de investigar?

    Quando alguns jovens me dizem que estão “em busca”, me pergunto se estão mesmo “buscando”... Será que conhecem realmente a cosmovisão cristã? Quantos livros de apologtética devem ter lido? Será que sabem por que a Bíblia pode ser considerada a Palavra inspirada de Deus? Ao menos leem as Escrituras? Conseguem defender racionalmente a verdade ou se curvaram ao relativismo influenciados pelos PhDs da vida? Não teria a vaidade acadêmica ofuscado sua visão? Não estariam confundindo as coisas ao permitir que seu espírito contestatório pós-adolescente misture seus sentimentos ambivalentes em relação aos pais e/ou aos líderes da igreja com o que pensam sobre Aquele que nada tem que ver com essa ambivalência?

    A verdade é que a vida é uma “eterna” busca de sentido, de verdadeiro conhecimento, de preenchimento e satisfação. Mas precisamos ter humildade para admitir que não podemos assumir essa ou aquela posição enquanto não reunirmos todos os fatos disponíveis e os analisarmos de mente aberta, seguindo o conselho do grande apóstolo e filósofo Paulo de Tarso, registrado em 1 Tessalonicenses 5:21. Lembra-se da sua Bíblia? Vá lá conferir, por favor.

    Jornalista e Teólogo Adventista Michelson Borges

    terça-feira, 19 de julho de 2011

    Arcebispo defende domingo em oposição ao sábado

    “Deus nos dá este mundo para que vivamos numa solidariedade geradora de paz. ‘No sétimo dia, Deus concluiu toda obra que tinha feito; e no sétimo dia repousou de toda obra que fizera’ (Gn 2,2ª). Este dia, o sétimo, reveste-se de grande importância no contexto do primeiro relato da criação, pois nele, Deus ‘concluiu’ a sua criação. Desta forma, é no dia chamado de sábado e através dele que o homem e a mulher vão reconhecer a realidade na qual vivem e percebe-se criação de Deus” (texto base da Campanha da Fraternidade/2011 – nº 119). Então podemos nos interrogar: O que Deus acrescentou com o descanso às obras da Criação, se já havia concluído no sexto dia? O que ainda faltava para a criação, se já se encontrava acabada? A resposta é o próprio descanso, do qual emergem a bênção e a santificação do sétimo dia, ou seja, Deus conclui a criação com a sua bênção. É do repouso de Deus que emergem a bênção a santificação do sábado.

    “A obra da criação tem sua conclusão com o descanso do Criador. O Deus que descansa no sétimo dia é o Criador que descansa de toda obra que fizera. No dia do repouso, o Criador também se recolhe novamente a si, o que não significa um retorno a existência eterna anterior à criação do mundo e das pessoas, mas deixa de criar e, junto com a sua criação, descansa e a contempla” (texto base da Campanha da Fraternidade/2011 – nº 122).

    “Podemos dizer que Deus, não somente descansa de sua criação, mas que este descanso se dá em sua obra, que está diante dele, e Ele presente nela” (texto base da Campanha da Fraternidade/2011 – nº 123 parte). “O próprio Deus mostra o repouso como exigência para a vida humana e para a natureza, quando estabelece o ano sabático e o ano jubilar (cf. Lv 25,1-22): o descanso deve ser respeitado não apenas para o ser humano, mas também para toda a natureza. Sem descanso, não pode haver nem sequer vida natural de qualidade” (texto base da Campanha da Fraternidade/2011 – nº 125).

    “Nós cristãos entendemos que o sentido original do dia festivo está na celebração da ressurreição de Jesus, fato primordial sobre o qual se apoia a nossa fé. O domingo cristão deve ser visto como a expansão messiânica do sábado de Israel. O domingo, dia festivo cristão, entendido e vivido como o ‘dia do Senhor’, não somente antecipa o descanso do final dos tempos, mas indica o início da nova criação” (texto base da Campanha da Fraternidade/2011 – nº 126).

    “Segundo a concepção cristã, a nova criação começa com a ressurreição de Cristo. O jardim da ressurreição é o novo jardim do Éden, o lugar da recriação. O casal humano se reencontra num universo que não é o túmulo, mas o jardim, lugar da vida e não da morte. Se o sábado de Israel permite olhar em retrospectiva para as obras da criação de Deus e para o próprio trabalho das pessoas, a festa da ressurreição olha para frente, para o futuro da nova criação.

    “Se o sábado de Israel permite participar do descanso de Deus, a festa cristã da ressurreição permite participar da força que opera a recriação do mundo. Se o sábado de Israel é primordialmente um dia de reflexão e de agradecimento, a festa cristã da ressurreição é primordialmente um dia de início e de esperança” (texto base da Campanha da Fraternidade/2011 – nº 127).

    “Este mundo sem o descanso de Deus, de sua presença, corre o risco de se converter em fábricas que poluem e de homens e mulheres que atuam em um mercado de trabalho gerador mais de morte, que de vida propriamente” (texto base da Campanha da Fraternidade/2011 – nº 129 parte).

    (Blog de Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá)

    Nota: Essa postagem do arcebispo Battisti deixa claro que a Igreja Católica não mudou em sua pretensão de “mudar os tempos e a lei” (cf. Dn 7:25). Ao passo que reconhece a santidade do sábado, o memorial divino da Criação, estabelecido pelo próprio Criador que descansou nesse dia e o abençoou, santificando-o (isto é, separando-o para uma finalidade sagrada), reforça a argumentação católica em torno da mudança do sábado para o domingo, mudança essa não autorizada em qualquer parte da Bíblia. Não existe um texto sequer que sugira essa alteração. Jesus descansou na sepultura durante o sábado que sucedeu Sua morte na cruz. A ressurreição dEle no primeiro dia da semana não sanciona a mudança pretendida pelo catolicismo. O sábado aponta, sim, para a Criação, mas significa também redenção e libertação do pecado, tipologicamente representadas pela libertação dos hebreus do Egito (Dt 5:15). Além disso, o sábado também tem que ver com o futuro, já que será guardado também na Nova Terra, segundo Isaías 65: . O domingo é simplesmente o primeiro dia comum da semana, mas se transformou em símbolo da autoridade humana em oposição à autoridade divina. Dias atrás, uma amiga me contou que sua filha teve que fazer um trabalho de ensino religioso na escola católica em que estuda. O tema eram os dez mandamentos e ela copiou a lei conforme está registrada na Bíblia, em Êxodo 20. A professora considerou errada a citação do sábado e a mãe foi conversar com ela. Mostrou o sábado na Bíblia e a professora disse que, mesmo assim, consideraria errada a resposta da aluna, pois queria que ela escrevesse a lei como está no catecismo... Independentemente do motivo/pano de fundo – se trabalhista, ecológico ou econômico –, essa controvérsia entre o sábado e o domingo, entre a adoração a Deus (cf. Ap 14:6, 7) ou ao poder humano (cf. Ap 13), vai ficar cada vez mais acirrada. Os católicos, pelo menos, coerentemente admitem a mudança do dia de guarda baseada no pretenso poder papal; em situação mais complicada ficam os evangélicos guardadores do domingo, já que não contam com qualquer argumento escriturístico para essa postura.[MB]

    domingo, 17 de julho de 2011

    Crise norte-americana e esfacelamento da Europa

    Duas matérias publicadas no site Opinião e Notícia parecem extraídas das páginas da Bíblia e dos escritos de Ellen White. A primeira, embora não tenha menção direta nas profecias apocalípticas, pode desencadear uma série de eventos que redundarão no cenário anunciado há milênios: “Pela primeira vez na história, os EUA podem ter a nota da sua dívida pública rebaixada pela agência de classificação de risco Moody’s. Em comunicado, a Moody’s disse que, caso o Congresso dos EUA não autorize o aumento do teto da dívida norte-americana, os EUA não mereceriam mais o ‘Aaa’ – melhor patamar possível – que sempre tiveram, pois ‘não poderiam pagar o principal ou os juros das obrigações em circulação’. Em maio a dívida dos EUA chegou ao teto autorizado por lei: US$ 14,3 trilhões. Desde então, o Departamento do Tesouro tem usado medidas técnicas para fazer a dívida permanecer nesse nível, mas o último prazo antes da interrupção dos pagamentos seria 2 de agosto. É crescente a preocupação de que um acordo entre os congressistas norte-americanos sobre a elevação do limite legal da dívida dos EUA não chegue a tempo.”

    E quanto à Europa? “É preciso acabar com a moeda única para salvar a União Europeia. Não há outra solução.” Essa é a opinião do historiador e professor de Harvard Niall Ferguson, que no ano 2000 escreveu que o euro não duraria mais do que dez anos. “Quando a Europa adotou o euro, eu já dizia que não iria funcionar, porque você não pode ter uma união econômica sem união fiscal”, disse Niall Ferguson em conversa com jornalistas após uma palestra em Edimburgo, na Escócia, nesta quarta-feira, 13.

    Ferguson é taxativo quanto à realidade europeia: “Há duas opções para a Europa hoje, ou se transformar numa federação, como os EUA, ou abandonar essa ideia de moeda única. Mas não há vontade política para a federação.” Perguntado sobre a possibilidade de a UE excluir países do bloco, ele disse: “A Grécia não vai ser competitiva com a mesma política monetária da Alemanha. Portugal também não. Há seis meses, ainda era possível manter o euro e excluir da união monetária um país ou outro. Mas essa solução foi sendo adiada e hoje não é mais uma opção.”

    Mais de 500 anos antes de Cristo, a profecia de Daniel 2 já previa a impossibilidade de reunificação da Europa. É exatamente isso o que estamos vendo em nossos dias, a despeito de todos os esforços humanos para manter coesa a UE. Apocalipse 13 pinta um quadro de intolerância política e religiosa por parte dos EUA (a besta que sobe da terra). Só Deus sabe (e saberá quem viver para ver) o que uma profunda crise financeira (possivelmente agravada por catástrofes “naturais”) poderá causar às frágeis instituições e estruturas humanas.

    Infelizmente, dias piores virão. Mas, felizmente, eles precederão o rápido despontar de um novo dia – eterno.[MB]

    quinta-feira, 14 de julho de 2011

    Capítulo 1 de Daniel

    O estudo verso a verso do livro de Daniel tem como objetivo revelar a história deste jovem hebreu que, com 18 anos de idade, foi levado preso à Babilônia e se tornou oficial do governo do Império Babilônico comandado pelo Rei Nabucodonosor, sob a bênção e direção de Deus.

    O livro também nos revela como Deus protegeu e abençoou a vida deste jovem que foi sempre fiel aos princípios bíblicos. Foi usado pelo Senhor para revelar o significado de muitas profecias e nos dar grandes lições sobre o trato de Deus com os governantes e negócios deste mundo e Sua soberania na condução da História.

    O livro é dividido em duas partes: os capítulos de 1 a 6 revelam a parte histórica e os capítulos de 7 a 12 a parte profética. Os primeiros seis capítulos apresentam o conflito sobrenatural entre as forças do bem e do mal. Os demais revelam a tentativa humana de estabelecer um domínio mundial, perseguindo-se inclusive o povo de Deus.

    Vale lembrar que este estudo é livre de qualquer opinião pessoal ou interpretações religiosas. Todos os significados de versos, datas e símbolos são retirados da própria Bíblia, confirmados pela história da humanidade.

    As palestras serão ministradas semanalmente pelo advogado Mauro Braga e os textos redigidos pela jornalista Graciela Érika Rodrigues.

    Quem foi Daniel?

    Daniel era um jovem hebreu a quem Nabucodonosor, rei do império babilônico, levou como escravo de Jerusalém para Babilônia, no ano 605 a.C. no início dos setenta anos de cativeiro do povo de Israel.

    Junto à corte do rei, Daniel e mais três amigos hebreus destacaram-se por seus conhecimentos gerais. Deus permitiu que Daniel e seus companheiros fossem levados presos à Babilônia para que, vivendo em uma nação de idólatras, pudessem representar o Seu caráter.

    Nascido de uma família judaica de alto nível e exilado para a Babilônia no fim de sua adolescência, durante toda sua vida adulta Daniel desempenhou tarefas de estadista e consultor governamental.

    Os contatos diários com a política internacional fizeram com que seus escritos assumissem características de extraordinária praticidade. Foi, sem dúvida, marcante a forma como Deus conduziu as coisas, de tal modo que esse jovem prisioneiro viesse a tornar-se o principal conselheiro do próprio rei que o levara para o cativeiro.

    Daniel 1:1 - No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou.

    Nabucodonosor invadiu Jerusalém pela primeira vez no ano 605 a.C. Nos anos 597 e 586 a.C. seus exércitos invadiram a palestina novamente, sendo que nesta última ocasião, a cidade de Jerusalém foi destruída, inclusive o templo de Salomão. Daniel e seus companheiros estavam entre os presos da primeira invasão (605.a.C.).

    Daniel 1:2 - O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu deus.

    Após décadas de advertências, o Senhor permitiu a escravidão de Israel a fim de que Seu povo pudesse experimentar a diferença entre servir o Deus verdadeiro e servir ao paganismo. Também como punição pelas constantes apostasias de Israel.

    Na época, o povo de Deus vivia em total desobediência (Deut. 28-30). Os moradores de Judá se achavam tragicamente cauterizados em seus pecados.

    Muitos foram os pecados de Israel. Estes são revelados pelo profeta Jeremias nos versos: 9:14; 17:19-27; 22:1-5; 28.

    Resumidamente foram: desonestidade, injustiça com os pobres, assassinato, transgressão do sábado, perseguição aos verdadeiros profetas, manifestação de favores para com os profetas que prometiam prosperidade sem condenar simultaneamente o pecado, e a adoração a Baal. A adoração a Baal envolvia uma série de “preferências sexuais” – antes do casamento, fora do casamento, homossexual e bestial.

    Até mesmo depois de “entregar” os judeus a seus inimigos, Deus lhes concedeu uma nova oportunidade. Prometeu que, depois de 70 anos de cativeiro, Ele tomaria providências para tornar possível o regresso deles à sua terra natal (Jeremias 25:11-12; 29:1).

    Mesmo depois da haver “entregue” o reino de Judá como um todo, Deus permaneceu ao lado de Daniel como indivíduo. Deus tinha em mente que seu povo se tornasse “luz dos gentios”. O Senhor almejava que eles testemunhassem perante outras nações acerca de Sua bondade e da sabedoria de Suas leis.

    Foi o Senhor quem entregou Israel nas mãos de Nabucodonosor. O rei, porém, atribuiu a seus deuses a vitória sobre Jerusalém; até colocou uma parte dos vasos sagrados do templo na casa do seu próprio deus, como reconhecimento da vitória obtida sobre o Deus de Israel. O principal deus da Babilônia era “Marduk”.

    O fato dos hebreus estarem cativos em Babilônia, e de os vasos da casa de Deus terem sido postos no templo dos deuses de Babilônia, era orgulhosamente citado pelos vencedores como evidência de que sua religião e costumes eram superiores à religião e costumes dos hebreus.

    Daniel 1:3 - Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres,

    Daniel 1:4 - jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus.

    Daniel 1:5 - Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei.

    Daniel 1:6 - Entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.


    Entre os presos foram escolhidos alguns “jovens sem nenhum defeito”, para que fossem educados para ocupar importantes posições no governo de Nabucodonosor.

    Com objetivo de serem plenamente capacitados para a carreira, o rei deu ordens para que aprendessem a cultura e a língua dos caldeus e que, por três anos, lhes fossem asseguradas as vantagens incomuns da educação fornecida aos príncipes do reino.

    Jerusalém ficava a aproximadamente 1.500 quilômetros de Babilônia. Provavelmente Daniel teve que andar a pé ao longo dessa estrada, acompanhando o exército, numa média de 25 quilômetros por dia.

    Isso significa que a viagem deve ter durado aproximadamente dois meses. A primeira visão que se tinha, ao longe, da cidade era exatamente a Torre de Babel.

    Daniel 1:7 - O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abede-Nego.

    Os nomes de Daniel e seus companheiros foram mudados para nomes que representavam divindades caldéias. Os hebreus tinham o costume de dar nomes aos seus filhos com significados especiais, normalmente nomes que representavam traços de caráter.

    O nome Daniel significava “Deus é o meu juiz”; o de Ananias “Dom do Senhor”; Misael significava “Aquele que pertence a Deus” e Azarias quer dizer “Quem Jeová ajuda”.

    O rei não compeliu os jovens hebreus a renunciarem a sua fé em favor da idolatria, mas esperava alcançar isto gradualmente. Dando-lhes nomes significativos de idolatria, levando-os diariamente à íntima associação com costumes idólatras e sob a influência de sedutores ritos do culto pagão, ele esperava induzi-los a renunciar à religião de sua nação e unir-se ao culto dos babilônios.

    Tendo chegado ao colégio, os jovens descobriram que deveriam comer o alimento e beber o vinho que se servia na mesa do rei. Nabucodonosor pensava estar fazendo o melhor possível pelo bem-estar deles. Mas ocorre que a maior parte daquela comida era oferecida aos ídolos de Babilônia.

    O ato de comê-la constituía uma espécie de comunhão com os falsos deuses (Êxo. 34:15; I Cor.8:7; 10:14-22). Ingerir aquela comida era como oferecer homenagens aos deuses de Babilônia. Participar dos alimentos do rei, significava estar ao lado do paganismo e desonrar os princípios da lei de Deus.

    Por outro lado, Daniel e seus amigos sabiam que suas faculdades físicas e mentais seriam afetadas pelo uso do vinho (Lev.10:1-11).

    Daniel 1:8 - Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.

    Daniel poderia ter encontrado diversas desculpas plausíveis para violar os princípios divinos, mas não hesitou. A aprovação de Deus é mais importante do que os favores do rei. Ele decidiu permanecer firme em sua integridade, apesar das conseqüências.

    Daniel 1:9 - Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos.

    Daniel 1:10 - Disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; por que, pois, veria ele o vosso rosto mais abatido do que o dos outros jovens da vossa idade? Assim, poríeis em perigo a minha cabeça para com o rei.

    Daniel 1:11 - Então, disse Daniel ao cozinheiro-chefe, a quem o chefe dos eunucos havia encarregado de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias:

    Daniel 1:12 - Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e água a beber.

    Daniel 1:13 - Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das finas iguarias do rei; e, segundo vires, age com os teus servos.

    Daniel 1:14 - Ele atendeu e os experimentou dez dias.

    Daniel 1:15 - No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei.

    Daniel 1:16 - Com isto, o cozinheiro-chefe tirou deles as finas iguarias e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes.



    Daniel mostrou que tinha integridade de caráter, mantendo-se fiel a Deus e aos princípios aprendidos em sua infância, mesmo em terra estranha e sob a influência dos princípios pagãos. Quantos transgridem os princípios de conduta para não serem mal vistos pelos amigos ou pela sociedade!

    É importante observar que os jovens não permitiram que sua fidelidade nas convicções os tornasse arrogantes e descorteses. De modo muito polido, solicitaram ao chefe dos eunucos que lhes concedesse uma simples dieta vegetariana durante 10 dias.

    Daniel 1:17 - Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos.

    Daniel 1:18 - Vencido o tempo determinado pelo rei para que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe à presença de Nabucodonosor.

    Daniel 1:19 - Então, o rei falou com eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei.

    Daniel 1:20 - Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino.



    Nos tempos bíblicos a palavra profeta não significava meramente uma pessoa capaz de predizer o futuro. Certamente os profetas bíblicos predisseram o futuro, e predições eram a especialidade de Daniel; mas a palavra profeta significa basicamente “uma pessoa que fala em nome de outra”.

    Os profetas da Bíblia falavam em nome de Deus. Eles tinham de comunicar a outros qualquer mensagem que, através do Espírito Santo, Deus lhes enviasse.

    Por sua fidelidade, os quatros jovens foram altamente recompensados por Deus. O rei havia estipulado prazo para que os jovens aprendessem “a cultura e a língua dos caldeus”. Ao final do prazo, o rei em pessoa os submeteu a um teste geral.

    O resultado foi que eles alcançaram avaliação dez vezes melhor do que a dos demais sábios do reino. Em razão disso, imediatamente eles “passaram a assistir diante do rei”, ou seja, receberam posições de responsabilidade no governo. Esse conhecimento não foi obra do acaso. Foi o resultado de estudo sob a orientação divina.

    É bom lembrar que, entre os sábios da antiguidade, destacava-se Confúcio que até hoje é respeitado como um grande filósofo. Ele foi contemporâneo de Daniel (551-479 a.C.).

    Portanto, na corte de Babilônia estavam reunidos representantes de todas as terras, homens do mais alto talento e dotados da cultura mais vasta que o mundo poderia oferecer; não obstante, entre todos eles, os jovens hebreus não tiveram competidor.

    Para obter a graça de Deus, precisamos desempenhar nossa parte. Sua graça é dada para operar em nós o querer e o efetuar, mas nunca como substituto de nosso esforço.

    Assim como Deus chamou Daniel para testemunhar por Ele em Babilônia, Ele nos chama para sermos testemunhas Suas no mundo hoje. Tanto nos menores como nos maiores negócios da vida, Ele deseja que revelemos aos homens os princípios do Seu reino.

    Muitos estão esperando que uma grande obra lhes seja levada, ao mesmo tempo que perdem diariamente oportunidades para revelar fidelidade a Deus nas pequenas coisas. Daniel foi fiel em tudo, e Deus o abençoou.

    Daniel 1:21 - Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro.

    Daniel viveu na Babilônia até 538 a.C., ou seja, aproximadamente a época em que se cumpriram os setenta anos da profecia de Jeremias 29:10.

    Uma das primeiras providências de Ciro, após a tomada de Babilônia, foi a emissão de um decreto que permitia a todos os exilados e descendentes o retorno a suas respectivas pátrias de origem, se assim o desejassem.

    Desse modo, não apenas aos judeus, como também aos demais povos que haviam sido escravizados por Nabucodonosor, foi concedida a liberdade.

    Mais tarde Ciro permitiu também que retornassem aos seus países de origem todos os deuses que haviam sido tomados por Nabucodonosor. No caso dos judeus, que evidentemente não possuíam uma imagem do Deus verdadeiro como objeto de adoração, este decreto significou o retorno de todos os utensílios sagrados do templo e até mesmo a promessa de reconstruir o templo de Jerusalém às expensas do Império.

    Daniel viveu por muito mais tempo ainda. Sua última visão está datada com o terceiro ano do reinado de Ciro (Dan.10:1), sendo que nessa ocasião o profeta deveria estar com aproximadamente 87 anos de idade. Nessa ocasião, o profeta Daniel já se encontrava demasiadamente idoso para valer-se da oportunidade de retornar à Palestina.

    Este capítulo mostra Deus em ação. Deus “entrega” os judeus com o propósito de abrir-lhes os olhos para as conseqüências de sua rebelião. O objetivo era conduzi-los a um melhor estilo de vida.

    Deus “concedeu” a Daniel o auxílio necessário para transformar um jovem exilado num competente administrador público e conselheiro.

    Por meio dos quatro jovens hebreus, Deus pôde cumprir Seu propósito. A vida de Daniel e seus companheiros é uma demonstração do que o Senhor fará pelos que buscam de todo o coração realizar o Seu propósito.