sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Servir ou Não Servir, Eis a Questão!


“Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Marcos 10:45).
 As Sagradas Escrituras não deixam dúvida quanto às manifestações de um autêntico cristão. Jesus definiu o cristão com uma palavra: servo. Servir a Deus e ao próximo é a característica daquele que tem a Jesus como Senhor de sua vida, porque “o servo não é maior que seu senhor”; e Jesus veio paraservir.
 A Razão da vinda de Jesus
“Quando Jesus Se interessou em explicar a razão de Sua vinda para o nosso meio, fê-lo de forma simples e direta: servir e dar. Não ser servido; não colocar-Se sob os holofotes, no picadeiro central. Não veio para ser famoso, nem conquistar a atenção do mundo, nem Se tornar conhecido, importante, popular, nem ser um ídolo. Não; e para falar a verdade, esse tipo de coisa O repugnava.
 No primeiro século, foi enorme o número de gente assim, de dogmáticos de opinião forte. Indivíduos autoritários eram encontrados às dúzias (sempre o são, não é?). Havia os césares, os herodes, os governadores e outros figurões pomposos. Gente como os fariseus, saduceus e escribas – com os quais Jesus ‘cruzou lanças’ algumas vezes – chegavam ao ponto de se utilizarem da religião para controlar a vida dos outros. Mas servos? Quero dizer, um servo autêntico, que se dedicasse sinceramente ao serviço de outros, sem se preocupar com a questão de quem iria receber os louros? Não se encontrava um.”¹ 
“... E o que quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo” (Mt 20:27). Recomendação de Jesus que está em desuso, mesmo na grande maioria das comunidades cristãs, com líderes que detêm excelente educação e altas posições. A “mentalidade de servo” tornou-se um espécime raro em tais ambientes.
A “síndrome da celebridade” que povoa nossos ideais cristãos bem como nossas ações no cumprimento da missão, simplesmente não se ajusta com as atitudes e mensagens de Jesus. O padrão de comportamento adotado por tais celebridades tanto das igrejas como das instituições cristãs é o de dar ordens, não o de ser servo, pois se tornou uma prática dizer aos outros o que fazer. Todavia, não há nada na Palavra de Deus que justifique alguém deixar de servir as pessoas para servir-se delas.
 Quem é o meu próximo?
“E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de por Jesus à prova e disse-Lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas? A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?
 Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto. Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo.
Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar. Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu-Lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo” (Lc 10:25-37).
 “Na história do bom samaritano, ilustra Cristo a natureza da verdadeira religião. Mostra que consiste,não em sistemas, credos ou ritos, mas no cumprimento de atos de amor, no proporcionar aos outros o maior bem, na genuína bondade... Assim a pergunta: ‘Quem é o meu próximo?’ ficou para sempre respondida. Cristo mostrou que nosso próximo não quer dizer simplesmente alguém de nossa igreja ou da mesma fé. Não tem que ver com distinção de raça, cor, ou classe. Nosso próximo é todo aquele que necessita de nosso auxílio. Nosso próximo é toda alma que se acha ferida e quebrantada pelo adversário. Nosso próximo é todo aquele que é propriedade de Deus.”² 
 Oportunidades providenciadas
O Senhor, como Planejador Onisciente, sabe como fazer acontecer um encontro entre pessoas quando necessário. “Muitas boas oportunidades estão encobertas sob os acontecimentos que parecem acontecer por acaso.” (Herbert Lockyer).
Na providência de Deus ou nos registros dos evangelhos, não existe casualidade. No entanto, o sacerdote e o levita não viram aquela situação como algo planejado por Deus para que pudessem ajudar uma alma necessitada.  O despreocupado sacerdote, um servo da lei, obrigado a agir com misericórdia até para com um animal (Ex 34:4, 5), que se passava abertamente como um homem consagrado a Deus, não tinha tempo nem compaixão pelo seu desafortunado companheiro judeu. Esse sacerdote conhecia a Lei com o seu mandamento sobre o amar a Deus e ao próximo, contudo, com dureza de coração, ele passa distante do ferido, pelo outro lado.
 O levita era um servo do templo e, como ministro de adoração e intérprete da Lei, deveria ter sentido grande vontade de ajudar aquela alma assustada que viu, porém, deixou o homem sem assistência. Esses dois líderes espirituais deveriam ser os primeiros a traduzir sua fé em Deus, em preocupação e cuidado para com o corpo espancado do viajante. Ao introduzir o sacerdote e o levita na história, Jesus condena uma religião falsa, sem coração, destituída de compaixão, formal e organizada, e revela, no bom samaritano, o verdadeiro espírito da religião em sua essência.
 O doutor da Lei deve ter ficado bastante surpreso quando Jesus apresentou o samaritano como a única pessoa que se dispôs a ajudar aquele judeu indefeso, na estrada solitária e perigosa. O homem que ajudou o pobre necessitado foi exatamente quem ele menos esperava que o fizesse. É lamentável observar quanto domina o egoísmo nestes níveis, quantas escusas dão os homens para poupar-se de problemas ou gastos em ajudar o próximo.
 O cristão genuíno tem em seu coração a lei do amor. O Espírito de Cristo mora nele e a Sua imagem se renova, diariamente, em sua alma. O samaritano é um tipo de Jesus Cristo, que salva o homem, paga suas contas e promete voltar. A hospedaria é a Igreja, à qual Cristo pede que cuide daqueles que foram “comprados e salvos pelo Seu sangue.”
 O servidor do Reino  
Prescrever o serviço cristão para a sociedade dos dias atuais, na qual a individualidade é sustentada e propagada no cenário integralizado – empresas, escolas, universidades, instituições, etc. – é, para o mais otimista ou entusiasta, um desafio extremamente difícil. Sobretudo, porque o contexto está fascinado com a tarefa de estimular a competição entre indivíduos e a auto-suficiência destes.
Todavia, o mundo cristão não pode, à semelhança da avestruz, aceitar cabisbaixo essa filosofia, envasilhar esses pensamentos difundidos atualmente para a nossa sociedade e, abandonar princípios valiosos e eternos ensinados e vividos por Cristo Jesus. Não é sem razão que se vê hoje nas comunidades ditas cristãs, irmãos humilhando outros irmãos, disputa por posições nas igrejas e instituições para alcançar ou manter o status de “cristão produtivo”, e outros.
“[Jesus] Levantou-Se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-Se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido (...) Depois de ter-lhes lavado os pés, tomou as vestes e, voltando à mesa, perguntou-lhes: Compreendei o que vos fiz? Vós Me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque Eu O sou. Ora, se Eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque Eu vos dei o exemplo, para que, como Eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13:4, 5, 12-15).
 A atitude de Jesus de lavar os pés dos discípulos não pode ser entendida apenas que o Mestre quis ser cortês com cada um deles. Uma vez que a missão de Jesus seria estendida ao mundo através dos apóstolos, deveriam fazê-la na vertical e na horizontal: servir a Deus e a todas as pessoas a quem levassem as boas novas da salvação.
 Na ótica de Jesus,  um verdadeiro líder cristão nasce de um servo: “Mais o maior dentre vós será vosso servo” (Mt 23:11). Essa afirmação de Cristo  não é muito confortável para líderes que consideram difícil servir a pessoas que ocupam posições inferiores às deles. O Salvador exemplificou que “quem não serve para servir, não serve pra...” liderar. Não serve para o Reino.
 O Servidor por excelência
“Na história do bom samaritano, Jesus ofereceu uma descrição de Si mesmo e de Sua missão. O homem fora enganado, ferido, despojado e arruinado por Satanás, sendo deixado a perecer; o Salvador, porém, teve compaixão de nosso estado de desamparo. Deixou Sua glória, para vir em nosso socorro. Achou-nos quase a morrer, e tomou-nos ao Seu cuidado. Curou-nos as feridas. Cobriu-nos com Sua veste de justiça. Proveu-nos um seguro abrigo, e tomou, a Sua própria custa, plenas providências em nosso favor. Morreu para nos resgatar. Mostrando Seu próprio exemplo, diz a Seus seguidores: ‘Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.’ ‘Como Eu vos amei a vós, que vós uns aos outros vos amei.’”³

PASTOR VAGNER ALVES FERREIRA
JUBILADO – ASSOCIAÇÃO NORTE PARANAENSE/IASD

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O coração vazio da fé

Discutir evangelismo no contexto pós-moderno tornou-se um exercício dialético e missiológico dos evangélicos norte-americanos. Não que a discussão seja de todo desnecessária; apenas alguns de seus contornos se mostram equivocados. A preocupação válida é básica: a busca por um modelo de evangelização para o século XXI implica não só na sobrevivência da verdadeira vocação na igreja, mas serve de termômetro para se avaliar a identificação dos cristãos com o desejo de Jesus: salvar o perdido. Vale ressaltar que outros segmentos cristãos demonstram a mesma apaixonada preocupação com a questão da evangelização - e outros equívocos igualmente flagrantes. Entre os cristãos católicos, talvez mais do que há 50 anos, a missão vem ganhando destaque. Infelizmente, sob fundamentos fajutos e pouco confiáveis. 

O artigo Cristianismo é uma questão de coração, assinado por Salvatore Martinez, presidente da renovação carismática italiana, é sintomático no quesito non sense: seu cristianismo apresenta, ao menos, dois problemas notáveis. 

O primeiro, refere-se a apoiar-se em tradição insípida, extra-bíblica e, portanto, despida do poder que acompanha a verdadeira pregação bíblica. O conceito que perpassa todo o texto de Martinez admite o papel preponderante de Maria como exemplo dos cristãos que querem seguir a Deus de todo o coração, ao mesmo tempo em que ela aparece intimamente associada com Jesus. Senão, vejamos: "O coração de Jesus, que é o Espírito Santo, é o coração de Maria." Ao tornar Maria a pedra de toque da experiência e uni-la inseparavelmente a Jesus, numa fusão que confunde seus papeis, a defesa de uma evangelização mariólatra desmantela a ênfase cristã, que admite uma renovação espiritual sim, mas oriunda e direcionada pela palavra de Deus. 

Porém, o artigo falha em outro ponto igualmente crucial. A religião é nivelada a mera questão de coração, como se segue: "A Palavra de Deus é palavra de amor escrita para os homens; ela se adapta, natural e sobrenaturalmente, mais ao coração do que à mente." 

Obviamente, a contraposição entre mente e coração não é bíblica, porque muito do que a Bíblia atribui a coração englobaria o que chamaríamos de mente. Martinez acaba se contradizendo ao enfatizar acertadamente que é "o coração que pensa, que relê, que concebe projetos, que toma decisões, que assume responsabilidades, que encara desafios, que procura a fraternidade. É o coração que desempenha o papel central na nossa vida exterior e encarna a plenitude da vida espiritual e material juntas." Ora, se esse é, de fato, o papel do coração, não estaria englobando o que em nossa cultura atribuiríamos a mente - ações como "pensar", "reler", "conceber projetos", "tomar decisões", "assumir responsabilidades", etc? Vale lembrar: para a nossa cultura, coração representa sentimentos, afetos; para a cultura judaica, coração inclui vontade, decisão, a totalidade da vida. Afinal, qual das definições o autor defende? Se a ocidental, porque faz uso logo abaixo de uma concepção mais abrangente, próxima à bíblica? Se a oriental, qual a razão do falso dilema "coração"/"mente"? 

Reduzir a religião à dimensão do coração e privá-lo dos domínios da razão (mente), parece-me, trai a essência da fé cristã, que lida com persuasão, evidências e fatos concretos. Nunca a religião se pretendeu um estado mental próximo a um regozijo irrefletido, uma emoção embriagante e sem fundamentos seguros. Não seria promover um esvaziamento da fé afirmar que ela independe de fatos, principalmente daqueles que se acham atrelados indelevelmente ao drama bíblico, ou mesmo à experiência cristã ao longo da História? 

Toda discussão para evangelização perante nossos desafios é relevante desde que se apoie na Bíblia e em um modelo de racionalidade cristã autêntico. Do contrário, cristianismo perderá seu diferencial no mercado pós-moderno, tornando-se uma névoa de espiritualidade banal entre outros sopros momentâneos que balançam as folhas das árvores de nossos dias...

domingo, 25 de novembro de 2012

Atividade física previne encolhimento do cérebro



A atividade física regular na terceira idade pode ajudar a evitar o encolhimento do cérebro e outros sinais associados à demência, revela um novo estudo. A pesquisa foi feita pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, e analisou dados de 638 pessoas com 70 anos que foram submetidas a exames cerebrais. Os resultados mostraram que aqueles que eram fisicamente mais ativos tiveram menor retração do cérebro do que os que não se exercitavam. Por outro lado, os que realizavam atividades de estimulação mental e intelectual, como fazer palavras cruzadas, ler um livro ou socializar com os amigos, não tiveram efeitos benéficos em relação ao tamanho do cérebro, constatou o estudo, publicado na revista Neurology.

A ciência já provou que a estrutura e funcionamento do cérebro se deterioram com o passar dos anos. Também são inúmeros os registros na literatura médica de que o cérebro tende a encolher com o envelhecimento. Tal encolhimento está ligado a uma perda de memória e das capacidades cerebrais, dizem as pesquisas.

Os estudos têm mostrado que as atividades sociais, físicas e mentais podem contribuir para a prevenção dessa deterioração. No entanto, até agora não tinham sido realizadas amplas pesquisas com imagens cerebrais para observar essas mudanças na estrutura do cérebro e seu volume. Segundo o estudo, que levou três anos para ser concluído, o médico Alan Gow e sua equipe pediram aos participantes que levassem um registro de suas atividades diárias. No fim desse período, quando completaram 73 anos, os participantes passaram por scannersde ressonância magnética para analisar as mudanças no cérebro.

Depois de levar em conta fatores como idade, sexo, saúde e inteligência, os resultados mostraram que a atividade física estava “significativamente associada” com a menor atrofia do tecido cerebral. “As pessoas de 70 anos que fizeram mais exercício físico, incluindo uma caminhada, várias vezes por semana, apresentaram uma retração menor do cérebro e outros sinais de envelhecimento da massa cerebral do que aqueles que eram menos ativos fisicamente”, exlicou Grow. “Além disso, nosso estudo não mostrou nenhum benefício real no tamanho do cérebro com a participação em atividades mental e socialmente estimulantes, como observado por imagens em scanners de ressonância magnética durante os três anos de estudo”, acrescentou.

Segundo o pesquisador, a atividade física foi também associada a um aumento no volume de massa cinzenta. Essa é a parte do cérebro onde se originam as emoções e percepções. Em estudos anteriores, essa região está relacionada à melhora da memória de curto prazo. Quando os cientistas analisaram o volume de substância branca, responsável pela transmissão de mensagens no cérebro, descobriram que as pessoas fisicamente ativas tinham menos lesões nessa área do que as que se exercitavam menos.

Embora estudos anteriores já tenham mostrado os benefícios do exercício para prevenir ou retardar a demência, ainda não estão claros os motivos por que isso acontece. Os pesquisadores acreditam que as vantagens da atividade esportiva podem estar ligadas ao aumento do fluxo de oxigênio no sangue e de nutrientes para o cérebro. Mas outra teoria é que, como o cérebro das pessoas encolhe com a idade, elas tendem a se exercitar menos e, assim, acabam tendo menos benefícios.

Seja qual for a explicação, dizem os especialistas, os resultados servem para comprovar que o exercício físico é benéfico para a saúde. “Esse estudo relaciona a atividade física à redução dos sinais de envelhecimento do cérebro, sugerindo que o esporte é uma forma de proteger nossa saúde cognitiva”, disse Simon Ridley, da entidade Alzheimer’s Research no Reino Unido. “Embora não possamos dizer que a atividade física é o fator causal desse estudo, sabemos que o exercício na meia idade pode reduzir o risco de demência futura”, acrescentou. “Vai ser importante acompanhar tais voluntários para ver se essas características estruturais estão associadas com maior declínio cognitivo nos próximos anos”, disse.

“Também serão necessárias mais pesquisas para saber detalhadamente sobre por que a atividade física está tendo esse efeito benéfico”, afirmou.

Já o professor James Goodwin, da organização Age UK, que financiou a pesquisa, disse: “Esse estudo destaca novamente que nunca é tarde para se beneficiar dos exercícios, seja uma simples caminhada para fazer compras ou um passeio no jardim”, concluiu. “É crucial que, se o fizermos, permanecer ativo à medida que envelhecem”, acrescenta.

sábado, 24 de novembro de 2012

Cristo oferece a paz


Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. João 14:27.
Pouco antes de Sua crucifixão, Cristo legou a Seus discípulos uma herança de paz. … Esta paz não é aquela que vem mediante conformação com o mundo. É mais uma paz interior, que paz externa. Exteriormente haverá guerras e combates, pela oposição de inimigos confessos, e frieza e suspeitas dos que pretendem ser amigos. A paz de Cristo não se destina a banir divisões, mas a persistir em meio de luta e divisão.
Se bem que Ele usasse o título de Príncipe da Paz, Cristo disse de Si mesmo: “Não cuideis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada”. Mateus 10:34. … O Príncipe da Paz, era não obstante a causa de divisões.
Todos quantos recusam Seu infinito amor verão no cristianismo uma espada, um perturbador de sua paz.
Será impossível a quem quer que seja tornar-se verdadeiro seguidor de Jesus Cristo, sem se distinguir da multidão de incrédulos. Caso o mundo aceitasse Cristo, então não haveria espada ou dissensão; pois todos seriam discípulos de Jesus e viveriam em comunhão uns com os outros, e sua união não seria interrompida. Mas assim não é. Aqui e ali um indivíduo, membro de uma família, é fiel às convicções de sua consciência, e compelido a ficar sozinho. … Torna-se distinta a linha de demarcação. Uns se firmam na Palavra de Deus, os outros nas tradições e dizeres dos homens.
A paz dada por Cristo a Seus discípulos, e pela qual oramos, é a paz que nasce da verdade, uma paz que não deve ser extinta por causa de divisões. Externamente pode haver guerras e conflitos, ciúmes, invejas, ódios e contendas; mas a paz de Cristo não é aquela que o mundo dá ou arrebata.
Ellen G. White, Nossa Alta Vocação, pág. 326.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Crescimento da aids entre os jovens preocupa



O crescimento da aids entre os jovens, especificamente entre os homossexuais, é uma das “grandes preocupações” do Ministério da Saúde, afirmou nesta terça-feira (20) o ministro Alexandre Padilha. “Essa geração não acompanhou o início da luta contra a aids nem perdeu ídolos por causa da doença, por isso a importância da sensibilização”, argumentou Padilha. A faixa entre 15 e 24 anos merece atenção no controle do HIV porque concentra boa parte das pessoas recém-infectadas. Entre os soropositivos nessa faixa etária, os homossexuais representam uma parcela cada vez maior. Em 2002, eles eram pouco menos de 40%. De acordo com os novos dados apresentados pelo Ministério, eles já ultrapassam os 50%.

Por isso, os jovens são um público-alvo importante do programa “Fique Sabendo”, que vai oferecer testes rápidos para detectar HIV, hepatite e sífilis. A meta do Ministério da Saúde é examinar 500 mil pessoas no período. Para atingir esse público específico, o Ministério pretende levar a campanha de mobilização para locais frequentados por jovens – com atenção especial para os homossexuais –, como boates e bares. Além disso, a campanha será feita nas redes sociais, assim como no rádio e na televisão.

Entre 2005 e 2011, o número de exames rápidos feitos no país aumentou de 528 mil para 2,3 milhões, pelo programa “Fique Sabendo”. Só neste ano, de janeiro a setembro, foram distribuídas 2,1 milhões de unidades, e a expectativa do governo é encerrar 2012 com uma remessa de 2,9 milhões de testes só para detectar o vírus da aids.

Cerca de 38 mil casos são diagnosticados anualmente no país. Quanto antes é descoberto o vírus, mais eficaz é o tratamento. Segundo o Ministério, cerca de 70% das pessoas que tomam o coquetel antirretroviral apresentam cargas virais indetectáveis. [...]

Atualmente, cerca de 530 mil pessoas estão com o vírus HIV no país. Dessas, 217 mil estão em tratamento e 130 mil ainda não sabem que tem a doença, segundo o ministério. “Nossa meta com a campanha é fazer com que pessoas que façam parte desses 130 mil tomem conhecimento e comecem a se tratar”, disse o ministro. [...]


Nota: Para o governo, basta tratar os infectados e pregar que o sexo seguro se consegue com o preservativo. Isso tem seu lugar, evidentemente, mas não consiste no ataque da causa. A causa é o “sexo livre”, cujos resultados não se limitam à contaminação pelo HIV (leia aqui aqui). Enquanto as autoridades não tiverem coragem de dizer com todas as letras (ao contrário do que “dizem” as novelas, os seriados e os filmes) que o estilo de vida dos jovens está errado (sexo casual, baladas regadas a álcool e drogas, “ficar”, etc.), problemas como esse e outros somente tenderão a crescer. Um bom (mau) exemplo é a foto da campanha acima, acompanhada da frase: "Cada vez que você dorme com alguém, você dorme com o passado dela." Isso é a pura verdade (tanto no aspecto físico quanto no psicológico/emocional). Mas qual é a solução apontada para isso? Fazer teste de HIV. Não, a solução é defender e ensinar o verdadeiro sexo seguro: entre duas pessoas casadas que se preservaram uma para a outra para viver a sexualidade dentro do casamento e exclusivamente nele.[MB]

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Uma Viagem Pelo Deserto


Certo dia, Moisés saiu do palácio do Faraó para visitar seu povo e pode sentir a terrível dor da escravidão. Viu a sujeição e a injustiça. Ficou muito irritado com tudo o que viu e uma “santa” ira tomou conta de seu coração. Decidiu que teria de fazer alguma coisa. Assim, tomou o caso em suas próprias mãos. O resultado foi um assassinato.
Analisando esse episódio marcante na vida de Moisés, vemos que o motivo era correto, mas a ação foi errada. Ele agiu na esfera horizontal em vez de buscar uma ação vertical, com a aprovação de Deus. Moisés teve que fugir para deserto, onde Deus preparou o homem que seria finalmente o libertador de uma nação. Mas foram necessários 40 anos de preparação até que Deus o considerasse pronto para sua missão. Nesse tempo, Moisés se tornou um homem de negócios, no contexto de sua época. E foi durante o período em que ele desenvolvia uma atividade secular que Deus o convidou para ser um libertador.
Moisés representa muitos crentes cristãos entusiasmados com as perspectivas de fazer a obra de Deus e que procuram resolver um problema espiritual com uma ação carnal. O grande perigo para um crente que possui essa característica é sua grande capacidade de confiar em si mesmo, seus talentos e sua perícia para realizar as coisas. Essa confiança própria pode se transformar em sua maior fraqueza quando tenta se mover no reino espiritual.
Temos sido preparados para ser agentes de soluções de problemas. Mas, como Moisés, se nosso entusiasmo e paixão não forem utilizados pelo poder do Espírito Santo, falharemos completamente. Pedro teve que aprender muito bem essa lição. Seu entusiasmo resultou em muitos problemas. Mas Deus foi paciente com ele, do mesmo modo como é paciente com cada um de nós, hoje.
Às vezes, Ele precisa nos enviar para o deserto por um momento a fim de nos moldar de tal forma que seja permitido Cristo reinar supremo em nossa vida. Antes que você tome uma decisão para agir, procure a presença de Jesus intensamente até que saiba que Deus está por trás da ação. Busque conselho com pessoas experientes. Você talvez possa economizar uma viagem ao deserto e, assim, evitar muitos percalços e atrasos na concretização dos planos de Deus para a sua vida.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Israel e a nova guerra mundial



Ao convocar 75 mil reservistas para as fileiras, o governo de Israel deixou claro que prepara nova invasão terrestre da Faixa de Gaza, como passo prévio a uma aventura maior, contra o Irã. Desta vez, no entanto, há sinais de que a violência encontrará a resistência dos países árabes vizinhos. A visita do primeiro ministro do Egito, Hisham Kandil, a Gaza e a clara advertência do novo presidente, Mosri, de que os egípcios não deixarão os palestinos sós deveriam conter os alucinados direitistas de Tel-Aviv, mas não parece que isso ocorra. Ao contrário, há todas as indicações de que se encontram dispostos a ir ao tudo, ou nada.

Ocorre que as coisas mudaram nos países árabes. Os aliados de Israel haviam visto, na primavera árabe, uma democratização à americana, que laicizaria as sociedades muçulmanas e as levaria à absorção pela civilização do consumo. Se assim fosse – era a ilusão de Israel –, os palestinos seriam compelidos a aceitar, resignados, o fim de sua luta pela sobrevivência como nação. Rapidamente as coisas se mostraram como são.

Os árabes não saíram às ruas para contestar o Islã, mas com o propósito de recuperar os princípios de solidariedade do Corão e contestar o alinhamento de seus governos aos interesses de Washington. Não é por outra razão que os radicais de Al Qaeda contribuíram para o levante contra Kadafi.

O Egito, sob Mubarak, sempre foi fiel aos Estados Unidos em sua política regional, e aliado confesso de Israel. Com Mosri, a situação mudou. O novo presidente egípcio tem mantido consultas sucessivas com outros chefes de Estado e de governo árabes e reuniu, no Cairo, o presidente da Turquia, Recep Erdogan, o emir de Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, e outros dirigentes políticos da região, para discutir o problema da Palestina. O emir de Catar visitou recentemente a Faixa de Gaza e doou 254 milhões de dólares para a reconstrução de seus hospitais.

A atitude mais clara do Cairo foi a de enviar a Gaza seu primeiro ministro Hisham Kandil, sexta-feira passada. Israel prometeu que suspenderia seus ataques aéreos contra a área durante as três horas da visita do dirigente egípcio – mas antes que Kandil deixasse a cidade pelo passo de Rafa, reiniciaram-se os bombardeios. Os judeus usam mísseis ar-terra, como o que matou o primeiro ministro do Hamas. E também aviões não tripulados, os criminosos drones. Dezenas de crianças estão gravemente feridas e, entre outras vítimas infantis, morreu um menino de apenas onze meses.

Se Israel, além de arrasar Gaza, como é o confessado propósito de seus extremistas, atacar o Irã, será quase impossível evitar uma terceira guerra mundial. O momento, sendo de recessão econômica global, é propício ao desvario dos conflitos armados. Como registra a História, nada melhor para o capitalismo do que um grande conflito, do qual ele sempre emerge fortalecido. Mas não parece que, desta vez, os vencedores venham a ser os mesmos.

(Viomundo, Mauro Santaiana)

Nota: Não quero entrar aqui no assunto das motivações por trás desses conflitos israelenses-palestinos. Isso é um vespeiro daqueles. Quero apenas destacar a fragilidade e a gravidade da situação presente. Uma guerra envolvendo vários países (produtores de petróleo, diga-se) num momento de crise econômica mundial levaria o mundo a uma situação realmente caótica. Nada mais profético...[MB]

domingo, 18 de novembro de 2012

A partícula sem Deus

O mundo científico ficou agitado na primeira semana de julho. O Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN) anunciou, no dia 4, de manhã, em Genebra, a descoberta de uma partícula totalmente nova que pode ser o famoso bóson de Higgs, entidade subatômica cuja procura já dura quase 50 anos e que também ficou conhecido como Partícula de Deus. A nova partícula apresenta, em primeira análise, características de massa e comportamento previstas para o bóson de Higgs pelo chamado Modelo-Padrão, a "tabela periódica" da física das partículas. 
A matéria sobre o bóson, publicada por um site brasileiro de divulgação científica, termina assim: "Sejamos gratos aos cientistas que descobriram mais uma parte misteriosa da natureza sem a qual nada do que conhecemos hoje existiria, nem sequer nós mesmos." Assim, atribuem a criação do Universo a uma partícula, não ao Criador de todas as partículas. O site agradece aos cientistas e à partícula, apenas. Por isso, o certo seria chamá-la, do ponto de vista dessas pessoas, de Partícula Sem Deus. 
A importância do bóson de Higgs, segundo os físicos, está em sua capacidade de conferir massa às demais partículas. É mais ou menos como uma pessoa que nada em uma piscina e sai dela molhada. As partículas, ao atravessar o "mar de bósons de Higgs", saem dele com massa. Como isso acontece? Aí você terá que perguntar a um físico... De qualquer forma, a despeito das interpretações filosóficas, as pesquisas realizadas no LHC (Grande Colisor de Hádrons) têm sido muito importantes para entender o mundo das partículas subatômicas. 
press release sobre a descoberta procura arrefecer um pouco os ânimos. Diz o texto: "O próximo passo será determinar a natureza precisa da partícula e seu significado para nosso entendimento do Universo. [...] Toda a matéria que podemos ver parece não ser mais de 4% do total. Uma versão mais exótica da partícula de Higgs pode ser uma ponte para entender os 96% do Universo que permanecem obscuros." 
Podemos ver apenas 4% da matéria do Universo. 96% dele permanecem como um mistério para os cientistas. Isso nos dá uma ideia do quão pouco conhecemos sobre o Universo e a realidade que nos rodeia e deveria inspirar muita humildade aos cientistas. 
A descoberta do bóson tem 4,9 sigmas de significância. Esses "sigmas" medem a probabilidade dos resultados obtidos. O valor de 4,9 sigmas representa uma chance menor que um em um milhão de que os resultados sejam mera coincidência. Por isso, os cientistas consideram esse número como uma confirmação da descoberta. 
Curiosamente, as chances de que o Universo (com suas leis e constantes finamente ajustadas) tenha "surgido" por acaso e de que a vida tenha "aparecido" a partir de matéria inorgânica são ainda menores do que um em um milhão. Mas os cientistas darwinistas encaram essa improbabilidade como fato! 
Resumo da ópera: é muitíssimo improvável que o Universo tenha surgido por acaso e conhecemos muitíssimo pouco desse Universo (4%). Logo, não deveríamos excluir a possibilidade de design inteligente na criação do cosmos. Se os números e as evidências factuais não nos falam contrariamente a essa conclusão, o naturalismo se trata unicamente de uma filosofia adotada por qualquer outro motivo que não o que seria oferecido pela ciência experimental. 
Entender as partículas - e tudo o que nos rodeia - é uma aventura e tanto do conhecimento e é algo que deve sempre ser estimulado e promovido. Mas por que negar, baseado em opiniões e vontades, a existência do Criador das partículas e do Universo? 

sábado, 17 de novembro de 2012

Sábado de quem?



Se o homem vai viver eternamente sem pecado após a restauração da Terra, e se o Sábado foi feito antes de haver pecado no mundo, evidente que após a extinção do pecado, o homem continuará santificando o Dia do Senhor: o Sábado.
“O fato de que o Sábado será ainda celebrado na Nova Terra como um dia de culto (Isaías 66: 23) é uma clara indicação de que Deus jamais intencionou ter sua observância transferida para outro dia.” – SDBC vol. 7 pág. 981.
“O tempo que a Terra gasta em seu movimento de oeste para leste, descrevendo uma elipse alongada em torno do Sol, forma o ano. O espaço de tempo necessário para uma revolução completa da Lua em volta da Terra forma o mês. O período que a Terra leva para completar o movimento de rotação em redor de seu próprio eixo forma o dia. Com efeito, o ano, o mês e o dia estão associados, como unidade de tempo, aos fenômenos astronômicos. A semana, entretanto, constitui um ciclo independente, de origem divina, sem qualquer relação com as lunações ou movimento de translação e rotação da Terra.” – Revista Adventista, 9/78, pág. 8.
Texto: Lourenço Gonzales – www.ados.com.br
  • O Sábado foi criado por Deus para marcar perpetuamente o período da semana. Ao final de cada seis dias – virá o sétimo que é o Sábado. – Então, qual é o dia do aniversário da criação? – O Sábado!
  • “O Sábado é uma lembrança semanal de que o Deus Todo Poderoso tudo fez e de tudo cuidou em Sua criação, para provar que foi, é e será fiel.”
OBSERVAÇÃO – O Sábado era, e é tão bom, que o Criador o separou como dia santificado.
As nações se originaram em Adão. Por conseguinte, o Sábado foi feito para todos os homens, de todas as nações.
SÁBADO: DO HOMEM, DO JUDEU OU DE DEUS? 
Agora, vamos ter uma boa conversa, profunda e íntima. Você que me acompanhou até aqui, certamente deve compreender que meu desejo é revelar verdades eternas e tentar esclarecer dúvidas que talvez divagam em muitas mentes.
Assim que, neste sentimento, vou tentar responder as muitas indagações que se fazem e que, de certa forma, incomoda muitos corações. Por exemplo: Por que criou Deus o Sábado? Qual a finalidade do Sábado? Perdeu-se no tempo, ao longo dos milênios intermináveis, o Sábado da criação? Tinha tempo de duração o Sábado? Que Deus, pois, nos dê Sua Graça e o entendimento. Aleluia!
Saiba que, como você, irmão, tomei uma decisão definitiva em minha vida: ir à Nova Jerusalém, abraçar afetuosamente o Salvador Jesus, beijar-Lhe a régia fronte ferida. Sim, após minha conversão, dediquei-me com afinco a encontrar respostas às dezenas de declarações negativas que ouvi com relação à Lei de Deus e ao Sábado. O que estudei, compreendi e vivo, eu lhe passo agora.
“O SÁBADO É DO JUDEU”
Afirmações como esta são comumente proferidas por pessoas bondosas e sinceras, mas que desconhecem completamente o assunto. Dizem porque ouviram. Mas, não conferiram. E nós temos que conferir tudo com a Bíblia, não é? A princípio posso garantir que é muito frágil essa afirmação, pois que, dentro da premissa, é ou não é, a verdade é que o Sábado não é do judeu nem do gentio, é de Deus, que o criou.
“O SÁBADO FOI FEITO PARA OS JUDEUS”
Esta expressão, também largamente usada pelos irmãos evangélicos em geral, é outra afirmação precipitada e sem nenhuma base escriturística. Por quê? – Ouça, irmão: Você sabe de onde provém os judeus? Sabe por acaso como surgiram? Quando apareceram na Terra? Se a pessoa não possui resposta para estas perguntas, nunca deve dizer que o Sábado foi feito para os judeus.
Sim, afirmo com convicção, porque o Sábado foi feito na semana da criação e somente havia duas pessoas presentes – Adão e Eva –, e eles não eram judeus, eram filhos de Deus dos quais descendemos. Deste casal, que nasceu adulto, surgiu o povo de Deus do início, e saiba, amado, não eram judeus, e sim hebreus. Aqui a prova: “E lhes dirás: O Senhor, o Deus dos hebreus…” Êxodo 7: 16; 9: 13.
O judeu só veio a existir no cenário mundial, dois mil anos depois de ter Deus criado o Sábado. Portanto, o Sábado foi tornado conhecido no Éden, ao homem. Daí, mais esta afirmação deixa de ter conteúdo e cai por terra, não é?
“O SÁBADO FOI DADO AOS JUDEUS”
Esta expressão também é outro equívoco doutrinário, sem respaldo bíblico ou teológico. Efetivamente o Sábado foi proclamado no Monte Sinai, a uma multidão judia. Mas, concluir que nós, os gentios, não estamos obrigados a observá-lo, não está correto. Sabe por quê?
Medite nisto:
“Quando os três discípulos Pedro, Tiago e João – todos judeus, estavam com Cristo no Monte da Transfiguração, veio uma voz do Céu, dizendo: ‘… Este é o Meu Filho amado; a Ele ouvi’ (Luc. 9: 35). Devemos então compreender daí que esta ordem do Pai de ‘ouvir’ a Cristo devesse ser obedecida unicamente por aqueles três discípulos, ou, quando muito, unicamente pela raça judia, da qual faziam parte? Isto, porém, seria tão razoável como a conclusão acerca do mandamento do Sábado.” – Francis D. Nichol, Objeções Refutadas, pág. 23.
Como se vê, tanto no Monte Sinai, quanto no Monte da Transfiguração, Deus está diante de pessoas judias. No Sinai, ao dar a Lei, o monte incandesceu; na transfiguração, os três discípulos viram Jesus, Moisés e Elias rebrilharem como o Sol. Num e noutro caso, os circunstantes eram todos judeus.
“…o simples fato de que o auditório se compusesse de judeus, não justifica a conclusão de que a ordem só a esses se destinasse. Basear uma objeção a um mandamento bíblico no fato de que ele tem ligações positivas com os judeus, levar-nos-á às mais estranhas conclusões. Toda a Bíblia foi escrita por judeus, e a maior parte se dirige especialmente aos judeus. Todos os profetas foram judeus, e o próprio Cristo ‘… tomou a descendência de Abraão’ (Heb. 2: 16) e andou na Terra como judeu. E Ele também declarou: ‘… a salvação vem dos judeus’ (João 4: 22). Devemos então concluir que… os profetas bíblicos, os apóstolos, o Salvador e a salvação devessem ser limitados aos judeus?” – Idem, pág. 24.
– Evidentemente que não. Porém, se usarmos o silogismo de que o Sábado se refere aos judeus, nós os gentios, não temos obrigação de observá-lo, – da mesma maneira – , a Bíblia é dos judeus, nada temos com ela. Como ficaremos?
Caro irmão, leia a clareza deste verso:
Marcos 2: 27 – “… O Sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do Sábado.”
Esta expressão Neo-Testamentária encerra estas verdades:
Primeira – O Sábado foi feito por causa do homem (e não do judeu), e Jesus tem absoluta certeza nesta afirmação, porque, ao ser criado o Sábado, não existia o judeu.
Segunda – O valor do Sábado é aqui realçado e confirmado. Sim, porque se não existisse o homem Deus não precisaria criar o Sábado. Sendo, porém, criado o homem, o Sábado passou a ser de vital utilidade. É Deus quem diz. Eu creio, e você?
Isso quer dizer que o homem e o Sábado estão unidos. Intimamente ligados. E o propósito divino é que o Sábado seja um dia deleitoso para o homem (Isaías 58: 13-14). Se Deus assim deseja, aceitemos. Este é o imperativo divino:
Eclesiastes 12: 13 – “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem.”
Novamente, e com absoluta clareza é realçada a expressão homem e não judeu. Isto é evidente de que o Sábado foi criado por Deus para o homem.
“O SÁBADO É SINAL PERPÉTUO PARA OS JUDEUS”
Esta expressão também perde sua razão, e agora alcança real significado e responsabilidade para todos os cristãos, porque, diante do que apresenta a Bíblia, o Sábado não é sinal para os judeus e sim para os homens, e isso confirmado pela Bíblia, consubstanciado pelo próprio Senhor Jesus.
Portanto, meu amado, reconsidere o assunto e nunca esqueça: Deus empenhou a palavra para dar poder a quem desejar obedecê-Lo. Sabe, irmão, o propósito divino ao criar o Sábado e torná-lo santo, não se limitava apenas aos judeus. O povo de Israel deveria fazer resplandecer a luz de sua religião para as nações vizinhas. Aceitando a adoração do Deus verdadeiro, essas nações com prazer observariam as leis divinas como Israel.
Números 15:16 – “ A mesma lei e o mesmo rito haverá para vós, como para o estrangeiro que morará convosco.”
Isto inclui, sem dúvida, o Sábado. E a confirmação vem dos primórdios do Velho Testamento.
Observe:
Números 9:14 – “… Um mesmo estatuto haverá para vós, assim para o estrangeiro como para o natural da terra.”
No próprio quarto mandamento do Decálogo, a observância do Sábado atinge “… o forasteiro das tuas portas para dentro.” (Êxodo 20: 10). Posteriormente Deus promete ao estrangeiro que O aceita como Deus verdadeiro, e que prazerosamente observe o Sábado como o “santo dia do Senhor”, as mesmas bênçãos prometidas a Israel: Eis a promessa:
Isaías 56: 6-7
“E aos estrangeiros que se chegam ao Senhor, para O servirem, e para amarem o Nome do Senhor, sendo deste modo Seus servos, sim, todos os que guardam o Sábado, não o profanando, e abraçam a Minha aliança, também os levarei ao Meu santo monte, e os alegrarei na Minha casa de oração. Os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no Meu altar, porque a Minha casa será chamada casa de oração para TODOS os povos.”

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ABRAÇO QUE FAZ MILAGRES



Tempos atrás, certo pastor me relatou que alguns jovens, líderes em sua igreja, resolveram descobrir como era uma balada. Decidiram que seria apenas um vez, “pura curiosidade”. Sabendo que estavam “pisando no tomate”, tomaram todas as precauções para não serem pilhados no ato. Só que o mesmo inimigo que incita a fazer alguma coisa errada, sempre dá um jeito para que o “baú da felicidade instantânea” seja logo aberto e as coisas venham à luz.

Pois foi o que aconteceu. Não muito tempo depois, “por acaso”, o escorregão daqueles moços chegou sorrateiramente aos ouvidos de um membro influente da comissão da igreja. O tema foi levantado na reunião seguinte e o pastor foi surpreendido, pois nada fora tratado com ele antes.

Logo, as sugestões de disciplina começaram a pipocar: “Acho que seis meses de gancho estaria de bom tamanho”, recomendou um diácono. “É pouco” interveio um ancião. “ Tem que ser no mínimo um ano, ou logo vamos ter outros baladeiros na igreja”. Uma voz grave soou lá da última cadeira: “Irmãos, diante da vergonha a que todos nós fomos expostos com essa atitude dos rapazes, não vejo outra saída a não ser a exclusão imediata de todos eles. Temos que chamar o pecado pelo nome!” – determinou o primeiro ancião.

O pastor escutou em silêncio cada um das sugestões. Então, todos os olhares se voltaram para ele.

– Tenho uma pergunta bem simples para os irmãos – disse o pastor com muita sutileza. – Acaso alguém, dos que aqui estão, já falou com esses jovens?
– Acho que não, mas nem seria preciso – respondeu meio irritado um dos anciãos. – Eles sabem muito bem o que fizeram.
– Bem, se é assim... – o pastor fez uma pausa. –  Mas... talvez... imagino que os irmãos ao menos dedicaram algum tempo para orar em favor desses jovens... não foi?

– !!!
Silêncio absoluto.

– Então – disse o pastor com firmeza – não estamos em condições de aplicar qualquer disciplina a esses jovens, pois não cumprimos nosso dever como líderes espirituais nem aplicamos a eles o método bíblico para tratar com um irmão faltoso. Se dermos disciplina para eles, teremos todos que sofrer disciplina também por não cumprir nosso dever. Façamos o seguinte: vou primeiro visitar esses jovens, depois trarei novamente o assunto para a comissão.

Ao encontrar-se com cada um dos jovens, o pastor mostrou-lhes, de modo muito amoroso, que eles haviam cometido um deslize, indo a um lugar impróprio para jovens cristãos e, além disso, eles representavam toda a igreja como líderes. O pastor os convidou a se arrependerem e confessar seus erros diante de Deus. Assim, ele orou com cada um em particular, terminando a visita com oração e um forte abraço:

– Querido, você é muito importante para a igreja, para mim e para Deus. Jamais se sinta rejeitado por seus irmãos.

O resultado foi surpreendente, conforme relatou o pastor mais tarde. Esses jovens não apenas se arrependeram e confessaram suas faltas, mas compreenderam sua responsabilidade como filhos especiais de Deus. Também sentiram que eram amados por seu pastor e pela igreja (bem, nem todos os membros, mas não precisariam ficar sabendo do que aconteceu na comissão).

Esses moços continuam ativos e comprometidos com os princípios cristãos. O pastor nem precisou aplicar disciplina a eles, pois o assunto não se tornou público.

Não desejo questionar a necessidade de disciplina na igreja. Ela é útil, muitas vezes. Mas em determinadas casos, ao invés de resgatar, ela afasta as pessoas, pois não é aplicada com o devido amor.

A propósito, a palavra “amor” tem sido desgastada no meio cristão. Ela é muito usada e pouco “praticada”. Somos muito apressados em “defender” a verdade e os princípios, mas muito lentos em aplicar o amor aos que estão mais carentes desse sentimento.

Quando Jesus andou por esse mundo, espalhou amor e não condenação. “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele” (João 3:17). Poucas vezes Jesus empregou palavras severas. E quando o fez foi para repreender os religiosos de seu tempo, os quais não tinham a menor consideração pelas pessoas.

Numa das últimas reflexões que preparei para esta coluna, falei que o amor precisa ser firme. E não retiro uma palavra daquele texto. No entanto, precisamos ter discernimento correto para saber quando agir com firmeza e quando tratar as pessoas com longanimidade. Um abraço, uma palavra de ânimo e estímulo podem trazer de volta alguém que esteja se afastando dos caminhos do Senhor.

Ah, como o abraço fraterno e sincero faz milagres! Muita gente na igreja precisa desse abraço, acompanhado de palavras reconfortantes.
Um dos pedidos que minha esposa e eu temos feito a Deus, cada vez que saímos para a igreja, é que Ele nos mostre alguém que esteja precisando desse abraço fraterno. Temos colhido frutos maravilhosos para o Senhor através dessa atitude. Não é raro alguém nos agradecer, dizendo que estava se sentido desanimado. O abraço e as palavras de conforto mudaram seu dia.

Estava conversando sobre isso com um amigo dias atrás e ele me disse:
– Ora, a gente abraça todo mundo na igreja!
– Sim – concordei – mas não estou falando desse tipo de abraço costumeiro. Há um jeito especial de abraço que atinge diretamente o coração.

Está lançada a campanha do abraço. Antes de apontar o dedo para alguém, estenda-lhe os braços e verá os milagres que esse abraço fraterno e amoroso pode fazer na vida dos seus irmãos.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Como você viveria seu último dia?



 Se você fosse avisado de que teria apenas mais um dia de vida sobre a terra, como você viveria esse dia? Faria as coisas de forma diferente, ou continuaria do mesmo modo? Trataria sua família e outras pessoas de forma mais carinhosa? Dedicaria mais tempo para Deus?

Já parou pra pensar que nossa vida vai acontecendo e muitas vezes nem nos damos conta de que estamos apenas existindo em vez de vivermos plenamente? Valorizamos demais o trabalho, judiamos de nossa saúde e, não raro, deixamos as coisas espirituais para segundo plano...

Viver assim é um risco enorme, pois não temos certeza de quando será nosso último dia. Ninguém sabe se terá tempo de consertar as coisas antes de “partir”. Se não colocarmos a Deus em primeiro lugar agora, talvez não consigamos mudar as coisas depois.

A maioria das pessoas enfermas que recebem a notícia de que terão apenas mais alguns dias ou horas de vida, procuram a todo custo se reconciliar com Deus e com as pessoas. Mas em vez de deixar isso para o último momento, não seria mais inteligente viver de maneira sábia por toda a vida?

Perdemos muito quando nos afastamos de Deus. A princípio, a falsa sensação de liberdade nos ilude com uma vida centrada no prazer passageiro. Mas com o tempo, vamos percebendo que o pecado é como a areia movediça – quanto mais transitamos por ele, mais nos afundamos!

A Palavra de Deus está repleta de convites. Um dos mais veementes é o que encontramos em Isaías 55:6-7:

“Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iniquo, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Is 55:6-7).

Pra Deus não interessa o que você tenha feito de sua vida no passado, Ele quer transformar o seu presente! Não interessa por onde você tenha andado, desde que a partir de agora você ande com Deus!

A maneira mais sábia de se viver é experimentar cada dia como se ele fosse o último! Isso significa dedicar o tempo necessário para Deus, amar incondicionalmente as pessoas ao nosso redor, valorizar os familiares, demonstrar gratidão, fazer o bem e estar com a consciência tranquila!

Você não gostaria de viver assim a partir de hoje?

Permita que Deus seja a sua prioridade nº 1 e todas as outras coisas serão ajustadas em seu devido lugar...

domingo, 11 de novembro de 2012

Seja Racional



Cristo muitas vezes perguntou para diferentes pessoas: “Como interpretas?” (Lucas 10:26), referindo-Se ao texto encontrado nas Escrituras. Esta simples pergunta leva a algumas conclusões:
1. Jesus apreciava que as pessoas lessem as Escrituras. Ele até dava por garantido que as pessoas estavam lendo e ouvindo o texto sagrado.
2. Jesus Se importava em como as pessoas estavam entendendo a Palavra de Deus.
3. Jesus sabia que se não interpretarmos corretamente, poderemos estar errando seriamente, com muitas consequências desastrosas.
I. SEJA RACIONAL - ISA 1:18 (Uso da razão)
Deus nos desafia a usar a razão: ”Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor...” E Paulo disse que o nosso culto é racional. E para isso, a nossa mente deve estar renovada (Rm 12:1,2).
Ser racional é depender da razão. Você age, mas está sendo controlado pela razão, você está sendo controlado pelas suas faculdades intelectuais. E é correto agir assim, porque foi para isso que Deus nos deu a razão, que os animais não possuem. Ele nos deu a razão para que possa ser usada corretamente.
Temos que usar a razão na interpretação da Palavra de Deus. Muitas vezes, quando questionado, Cristo estimulava os Seus interlocutores com a pergunta: “Como você interpreta?”
Há muitas passagens da Bíblia que testam a nossa capacidade de raciocinar:
1. Mat 5:29-30: "Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno."
Como deveríamos entender estas palavras? Superficialmente parece um mandamento assustador: arrancar um olho transgressor, cortar uma mão ou um pé infrator (Mt 18:8-9). Alguns cristãos, cujo zelo excedia grandemente a sua sabedoria, tomaram as palavras de Jesus ao pé da letra e se mutilaram. Talvez o mais conhecido exemplo seja o do mestre Orígenes de Alexandria, do terceiro século. Ele foi aos extremos do ascetismo, renunciando a propriedades, alimentos e até mesmo sono e, numa interpretação muito literal desta passagem e de Mateus 19:12, cortou os punhos e tornou-se um eunuco. Algum tempo depois, em 325 d.C., o Concílio de Nicéia acertadamente proibiu esta prática bárbara.
Nos dias de hoje, no Oriente Médio... Existem pessoas que levaram esse texto ao pé da letra, interpretando literalmente o que Cristo falou para ser entendido espiritualmente. O que significam as palavras de Jesus? Que a mão que cometeu o mal deve ser arrancada? Claro que não.
“Como interpretas?” perguntava Jesus aos Seus interlocutores.  
A resposta é a seguinte: Cristo estava falando da vontade, que se encontra no coração: Se a tua vontade é praticar o mal, corta a vontade e submete a tua vida ao domínio da razão. Seja racional e radical com referência ao pecado!
Portanto, a mutilação literal se refere à mortificação espiritual: Cristo fala da entrega da vontade própria, fala da crucifixão do eu. Ele disse: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me." (Lc 9:23). Pela mutilação física de cortar a mão direita ou arrancar o olho direito Cristo queria dizer: Corta a vontade pecaminosa. A santificação virá como um dom do Espírito Santo.
2. Mar 16:17-18: "17  Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; 18  pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados."  
Neste mês de junho [2012], saiu a notícia bombástica de um pastor pentecostal, da cidade de Matoaka, no estado de Virginia Ocidental [EUA], que costumava carregar cobras venenosas durante os serviços religiosos, morreu após uma picada de cascavel. Mack Wolford, que acabava de completar 44 anos, foi morto por uma cobra que ele tinha possuído por anos, relata o Washington Post. Ele foi mordido durante um culto ao ar livre em um parque estadual.
O pastor Wolford foi mordido na coxa quando ele se sentou ao lado da cascavel durante o culto. Ele foi levado para casa de um parente para se recuperar, porque se negava a ir procurar ajuda da medicina, e, mais tarde, foi levado às pressas para um hospital local onde foi declarado morto. Wolford acreditava que a Bíblia exige que os cristãos tem que lidar com cobras venenosas para testar sua fé em Deus, e permanecer firme em sua crença de que eles não serão picados, ou serão curados se forem atacados. Tragicamente, em 1983, o pai de Wolford morreu, também, depois de ser mordido por uma cobra em outro culto.
Entretanto, essas e outras 93 mortes já registradas nesses cultos fanáticos, poderiam ter sido evitadas se as vítimas tivessem dado atenção ao que Paulo escreveu em 1 Cor 10:9: "Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes."
Você deve ter acompanhado a notícia na televisão.  Se desejar ver a notícia completa, veja o vídeo neste link:
O que significam essas palavras? Jesus Cristo já havia passado por uma circunstância semelhante. O Diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: ‘Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.’” Como Jesus Cristo interpretou as palavras do salmista [Sl 91:11-12], que o Diabo citou? “Respondeu-lhe Jesus: ‘Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus’.” (Mt 4:6-7). Ele deixou que a Escritura interpretasse a Escritura.
"Pegar em serpentes" não significa que os crentes devem estar pegando ousadamente em cobras, em víboras peçonhentas, desafiando a Deus e tentando-O para livrá-los do veneno das cobras. O próprio repórter disse, analisando o caso: "Todo esse comportamento pode ser motivado por uma fé emotiva, quando a convicção na Bíblia não é acompanhada pelo aspecto racional." É uma leitura distorcida da Bíblia.
Paulo é o exemplo mais claro, para entendermos o texto de Mar 16:17-18: Ele foi livrado de um naufrágio, e, no escuro da noite, já a salvo na ilha de Malta, foi mordido por uma serpente.
Vamos ler o relato em Atos 28: 3-6: “Tendo Paulo ajuntado e atirado à fogueira um feixe de gravetos, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se-lhe à mão. Quando os bárbaros viram a víbora pendente da mão dele, disseram uns aos outros: "Certamente, este homem é assassino, porque, salvo do mar, a Justiça não o deixa viver." Porém ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal nenhum; mas eles esperavam que ele viesse a inchar ou a cair morto de repente. Mas, depois de muito esperar, vendo que nenhum mal lhe sucedia, mudando de parecer, diziam ser ele um deus.” Portanto, o texto de Marcos está falando de acidentes, não de provocação, nem de poderes extraordinários, não sancionados por Deus.
3. Oseias 3:1. O texto não é dos mais difíceis. O caso é que é extraordinário. Esse texto é um exemplo trágico de como a Bíblia pode ser mal interpretada. Um "pastor" de nome Justino de Oliveira, um pedreiro de 50 anos, que mora na cidade de Serra, na Grande Vitória, foi envolvido em alguns casos extraconjugais, e foi na Bíblia que ele encontrou a autorização para adulterar. E desafiou, dizendo: "Eu gostaria de que alguém me provasse pela Bíblia "aonde" (sic) foi proibido um homem ter mais do que uma mulher." O pretenso pastor dirige uma igreja de umas 12 pessoas e foi na convivência com os fiéis que ele se envolveu mais uma vez em um caso de adultério.  
Aconteceu depois que uma senhora casada de sua igreja, que tem 4 filhos, disse que sonhou que teria filhos com o pastor, uma revelação: "Deus me levou a fazer isso! Não teve para onde eu correr!" disse ela. O marido também conversou com o pastor e aceitou, dizendo: "Eu pensei comigo: "Se fosse da vontade de Deus, seria feito!" " Então, foi um repórter na casa do pastor, e ele explicou que rogou a Deus pela Sua misericórdia, porque aquilo seria muito difícil para ele, um homem casado e tomar a mulher de um outro homem, e ter filhos com ela.
A explicação, ele a encontrou em Oseias 3:1. O texto diz: "Disse-me o Senhor: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel..." O pastor diante do repórter leu o texto e, chegando na palavra        "adúltera", ele a leu como "adultera", sem acento agudo. Então, o texto estaria dando ordem ao pastor: "Vai, ama uma mulher, amada de seu amigo e adultera..." Mas, qual não foi a surpresa do pastor, quando o repórter chamou a sua atenção dizendo que a palavra "adúltera" tinha um acento agudo, indicando outra coisa muito diferente. Esse foi um adultério sancionado pela ignorância de um falso pastor, que pretendia entender e interpretar bem a Bíblia; ele pregou esse texto para a sua congregação e vejam no que deu a sua interpretação, fruto de falta de preparo e pouco estudo.
Seja racional, meu prezado amigo, para não entrar em graves problemas! Veja a história extraordinária no Youtube, nesse link, com o título de "Pastor Fanfarrão." Você vai ficar impressionado:
II. SEJA ESPIRITUAL – GÁL 6:1 (Sois espirituais?)
1. O que é ser espiritual? Disse o apóstolo Paulo: em 1Cor 2:13: "Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais."  
Ser espiritual é depender do Espírito Santo. Você age, mas você está sendo controlado pelo Espírito de Deus, você está sendo dominado pelas coisas que não pertencem ao homem, mas pertencem às coisas de Deus. Você pode discernir as coisas corretamente, porque você discerne as coisas espirituais com as coisas espirituais.
2. A Bíblia fala de pessoas que eram espirituais, mas não racionais.
Lemos em Mar 2:5-7: "Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados. Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e arrazoavam em seu coração: Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?"
Os escribas aqui foram espirituais, porque de fato, só Deus pode perdoar pecados, e eles estavam buscando a glória de Deus, aparentemente, neste momento. Isto é ser espiritual. Mas eles não foram racionais, embora o texto diga que eles "arrazoavam em seu coração", misturando raciocínio correto com preconceito; e quando isso acontece, o raciocínio pode ser anulado. Portanto, se os escribas tivessem sido racionais verdadeiramente, eles veriam pela lógica, que se Jesus pode levantar um coxo, Ele é mais do que um mero homem. E, ainda em pleno raciocínio,  eles haveriam de descobrir que Jesus era Deus. Portanto, sendo espirituais, mas não racionais, eles se tornaram fanáticos e deixaram de ser espirituais. Voltaram à estaca zero, por não serem racionais.
Portanto, seja espiritual. Mas também seja racional.  
3. A Bíblia fala de pessoas que eram racionais, mas não espirituais. João 3:4: "Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?" Nicodemos foi racional. Era a lógica contra a verdade espiritual de Jesus. Ele disse: "Como pode um homem sendo velho voltar ao ventre de sua mãe, e nascer de novo?" É claro que ele tinha razão: uma pessoa não pode voltar ao ventre de sua mãe e nascer de novo. E ponto final. Ele estava sendo racional.
Mas faltava alguma coisa: faltava ele ser espiritual. Há pessoas que são racionais, mas não espirituais. E Jesus Cristo, sem dizer que ele estava errado, estimulou-o a ser espiritual na interpretação das palavras do Mestre: v. 6: "O que é nascido da carne, é carne; o que é nascido do Espírito é espírito." Ou seja: "Nicodemos, você está sendo racional demais. Você também precisa ser espiritual. Seja racional, mas também espiritual. Interprete as coisas espirituais em forma espiritual." Então, ele entendeu a mensagem de Cristo, e se tornou um de Seus valorosos discípulos.
4. Você vai encontrar pessoas racionais, mas não espirituais. Pode haver uma pessoa muito racional que diga: “Eu não posso guardar o sábado, porque eu tenho que sustentar a minha família, e se eu pedir o sábado livre, o patrão vai me despedir. E eu estou praticando o bem, quando eu trabalho para sustentar os meus filhos.” Ele está sendo muito lógico, muito racional, mas nada espiritual, porque deixou a Deus fora da vida dele.
Como devemos guardar o sábado? Quando chega o sábado, e alguém o visita em sua casa e começa a falar alguma coisa que não tem nada a ver com Deus, o que você faz? Seja espiritual: fale algo que seja de proveito espiritual. Encontre um assunto para glorificar a Deus, e ajudar as pessoas a ver a Deus nas Suas obras. Nada de futebol, nem que seja o Brasil que está jogando. Nada de escola e nada de trabalhos. Nada de televisão.
Quando erramos na observância do sábado, é porque não estamos sendo espirituais. Estamos dando lugar ao nosso próprio eu, à nossa própria vontade e deixamos Deus fora de nossa vida, naquele momento e naquele dia.
O sábado é um teste para que nós tenhamos um culto racional e busquemos a Deus em primeiro lugar em todas as horas desse dia santo. O sábado é um convite de Deus para que sejamos espirituais nas 24 horas do único dia santo que Deus estabeleceu.
Afinal, qual é a principal regra para a observância do sábado? É a seguinte: “Isto é espiritual, ou não?” Simples assim. Se não for espiritual, desista. Qualquer coisa que não for espiritual, deve ser evitada. O sábado é um teste que identifica as pessoas como sendo espirituais, ou apenas racionais.
3. SEJA EMOCIONAL – Rom 12:15 (Alegria e choro)
Disse Paulo: "Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram." Aqui está a exortação do apóstolo. Temos que ser emocionais também, além de sermos espirituais.
Note o sentimento de Jesus, em duas palavras: “Jesus chorou.” (João 11:35).Este é o versículo mais curto do Evangelho. Seja racional, seja espiritual, mas seja também emocional. Este é o equilíbrio que temos que manter na vida cristã.
A razão é importante. Mas a emoção também tem o seu lugar. Às vezes, ficamos emocionados em certas circunstâncias, como Jesus que chorou naquele dia.
1. Jesus chorou diante de Jerusalém, quando estava entrando nela em meio às aclamações do povo, junto aos discípulos, quando disse: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados..." (Mat 23:37). Era um momento de emoção profunda.
2. Jesus chorou diante do Getsêmani, e disse aos discípulos: "A minha alma está profundamente triste até a morte!" (Mat 26:38). Era mais uma expressão de Sua emoção, porque se avizinhava o momento mais dramático, mais terrível de Sua vida.
3. E agora, Jesus chorou diante da sepultura de Lázaro. Mas Jesus não chorou por causa de Lázaro que morrera, porque estava para ressuscitá-lo. Não chorou pelas suas irmãs, porque logo seriam consoladas com a ressurreição do morto. Ele chorou por muitas pessoas que estavam ali e se perderiam pela sua incredulidade. Chorou pelos milhões que no futuro haveriam de rejeitá-lO, e também se perderiam. Chorou pelos terríveis resultados do pecado. 
Mas mesmo nesses momentos de muita emoção, Cristo não permitiu que as Suas emoções e o sentimentalismo O dominassem, naquele momento trágico da morte de Lázaro. Ele chorou, mas de repente, a Sua razão tomou o controle e Ele mandou que tirassem a pedra. Assim, também, nós não devemos permitir que as nossas emoções nos dominem. Temos que ser emocionais, mas também racionais e, acima de tudo, devemos ser espirituais.
Naquele momento Cristo demonstrou o que é ser equilibrado: Ele foi emocional porque chorou; foi espiritual, porque orou a Deus dando-Lhe graças; e foi racional quando ordenou: "Tirai a pedra!"
CONCLUSÃO
 Portanto, sejamos racionais, sejamos espirituais, e às vezes sejamos emocionais. De que modo? Em santidade. Paulo nos diz em 1Tes 5:23:"O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." A santificação deve ser completa. O corpo se refere evidentemente ao nosso físico, que deve ser santificado, controlado pela razão. A alma se refere à nossa parte emotiva e intelectual da mente. O espírito se refere à nossa faculdade de nos comunicarmos com Deus, através do Espírito Santo. Nosso corpo, nossas emoções e nossa razão, juntamente com a nossa vida espiritual devem ser santos. 
Temos que ser equilibrados, usando todas as faculdades que possuímos, a todo o instante. Dependendo das circunstâncias nós agiremos de um modo ou de outro, usando a nossa razão para comandar a nossa vida emocional e espiritual.
Assim é que vamos nos preparando para a vinda de Cristo: as nossas faculdades físicas, mentais e espirituais devem ser mantidas na sua integridade, em santificação, sob o poder de Deus e através do Espírito Santo.
Portanto, precisamos de mais sabedoria, a fim de sabermos como agir em todas as variadas e difíceis circunstâncias de nossa vida. A sabedoria nos permite usar as nossas faculdades de modo proveitoso e santo. Para isto, devemos pedir de Deus: "Se... algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando." (Tia 1:5-6). 

Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia