ESTUDOS SOBRE O SÁBADO



“Depois de repousar no sétimo dia, Deus o santificou, ou o pôs à parte, como dia de repouso para o homem. Seguindo o exemplo do Criador, o homem deveria repousar neste santo dia, a fim de que, ao olhar para o céu e para a Terra, pudesse refletir na grande obra da criação de Deus.” – Patriarcas e Profetas, pág. 47.
A natureza testifica de uma inteligência, de uma presença, de uma energia ativa, que opera em suas leis e por meio das mesmas leis.

O ciclo semanal

Semelhante ao sábado, a semana originou-se na criação, e foi preservada e trazida até nós através da história bíblica. O próprio Deus mediu a primeira semana como um modelo para as semanas sucessivas até o final do tempo. Como todas as outras, era composta de sete dias literais. Seis dias foram empregados na obra da criação; no sétimo dia Deus repousou, e então o abençoou e o separou como dia de descanso para o homem.

Na lei dada no Sinai, Deus reconheceu a semana, e os fatos sobre os quais ela se baseava. Depois de dar o mandamento: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”, e especificar o que deve ser feito nos seis dias e o que não deve ser feito no sétimo, Ele declara a razão para assim observar a semana, apontando para o Seu próprio exemplo: “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a Terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou” (Êxodo 20:8-11). Esta razão parece bela e impõe-se quando compreendemos serem literais os dias da criação. Os seis primeiros dias de cada semana são dados aos homens para o trabalho, porque Deus empregou o mesmo período da primeira semana na obra da criação. No sétimo dia o homem deve abster-se do trabalho, em comemoração ao repouso do Criador.
Dias literais – Mas a admissão de que os acontecimentos da primeira semana exigiram milhares de milhares de anos, fere diretamente a base do quarto mandamento. Representa o Criador ordenando que os homens observem a semana de dias literais em comemoração de períodos vastos, indefinidos. Isto não está conforme o Seu método de tratar com Suas criaturas. Torna indefinido e obscuro o que Ele fizera muito claro. É a incredulidade em sua forma mais traiçoeira, e portanto mais perigosa; seu verdadeiro caráter se acha tão disfarçado que é tal opinião mantida e ensinada por muitos que professam crer na Bíblia.

“Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da Sua boca.” “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Salmo 33:6 e 9). A Bíblia não admite longas eras em que a Terra vagarosamente evoluiu do caos. De cada dia consecutivo da criação, o registro sagrado declara que consistiu de tarde e manhã, como todos os outros dias que vieram logo em seguida. No final de cada dia, viu-se o resultado da obra do Criador. No final do relato da primeira semana, é feita a seguinte declaração: “Estas são as origens do céu e da Terra, quando foram criados” (Gênesis 2:4). Mas isto não dá a entender que os dias da criação não eram dias literais. Cada dia foi chamado uma origem ou geração, porque nele Deus gerou, ou produziu alguma nova porção de Sua obra.1

Há um esforço constante, feito com o fim de explicar a obra da criação, como resultado de causas naturais; e o raciocínio humano é aceito mesmo pelos cristãos professos, em oposição aos claros fatos das Escrituras Sagradas.

“As coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus; porém, as reveladas são para nós e para nossos filhos para sempre” (Deuteronômio 29:29). Deus jamais revelou precisamente ao homem como Ele realizou a obra da criação; a ciência humana não pode pesquisar os segredos do Altíssimo. Seu poder criador é tão incompreensível como a Sua existência.
Deus permitiu que uma inundação de luz fosse derramada sobre o mundo, tanto nas ciências como nas artes; mas quando professos cientistas tratam estes assuntos de um ponto de vista meramente humano, chegarão certamente a conclusões errôneas.2

Muitos ensinam que a matéria possui força vital: que certas propriedades são comunicadas à matéria, e que então fica ela a agir por meio de sua própria energia inerente; e que as operações da natureza são dirigidas de acordo com leis fixas, nas quais o próprio Deus não pode interferir. Isto é ciência falsa, e não é apoiado pela Palavra de Deus. A natureza é serva de seu Criador. Deus não anula Suas leis, nem age contrariamente a elas; mas está continuamente a empregá-las como Seus instrumentos. A natureza testifica de uma inteligência, de uma presença, de uma energia ativa, que opera em suas leis e por meio das mesmas leis. Há na natureza a operação contínua do Pai e do Filho. Cristo diz: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também” (João 5:17).3

Quanto ao que respeita a este mundo, a obra de Deus, da criação, está completa; pois as obras estavam “acabadas desde a fundação do mundo” (Hebreus 4:3). Mas a Sua energia ainda é exercida ao sustentar os objetivos de Sua criação. Não é porque o mecanismo, que uma vez fora posto em movimento, continue a agir por sua própria energia inerente que o pulso bate, que respiração se segue a respiração; mas cada respiração, cada pulsar do coração é uma prova daquele cuidado que tudo penetra, por parte dAquele em quem “vivemos, e nos movemos, e existimos” (Atos 17:28). Não é por causa de um poder inerente que ano após ano a Terra produz seus dons, e continua seu movimento em redor do Sol. A mão de Deus guia os planetas, e os conserva em posição na sua marcha ordenada através dos céus.

Deus é o fundamento de todas as coisas. Toda verdadeira ciência está em harmonia com Suas obras; toda verdadeira educação conduz à obediência ao Seu governo. A ciência desvenda novas maravilhas à nossa vista; faz altos vôos, e explora novas profundidades; mas nada traz de suas pesquisas que esteja em conflito com a revelação divina. A ignorância pode procurar apoiar opiniões falsas a respeito de Deus apelando para a ciência; mas o livro da natureza e a Palavra escrita derramam luz um sobre o outro. Somos assim levados a adorar o Criador, e a depositar uma confiança inteligente em Sua Palavra. 4
Referências:
1. Patriarcas e Profetas, págs. 111 e 112.
2. Ibidem, pág. 113.
3. Ibidem, pág. 114.
4. Ibidem, págs. 115 e 116.

O princípio da felicidade


“No princípio, criou Deus os céus e a Terra” (Gênesis 1:1).

por Ellen G. White
Quando a Terra saiu das mãos de seu Criador, era muito bela. Sua superfície era variada, contendo montanhas, colinas e planícies, entrecortadas por majestosos rios e formosos lagos; as colinas e montanhas, entretanto, não eram abruptas e escabrosas, tendo em grande quantidade tremendos despenhadeiros e medonhos abismos como hoje elas são; as arestas agudas e ásperas do rochoso arcabouço da terra estavam sepultadas por sob o solo fértil, que por toda parte produzia um pujante crescimento de vegetação. Não havia asquerosos pântanos nem áridos desertos. Graciosos arbustos e delicadas flores saudavam a vista aonde quer que esta se volvesse. As elevações estavam coroadas de árvores mais majestosas do que qualquer que hoje exista. O ar, livre de qualquer poluição, era puro e saudável. Toda a paisagem excedia em beleza os terrenos ornamentados do mais refinado palácio. Os anjos olhavam este cenário com deleite, e alegravam-se com as maravilhosas obras de Deus.
Deus criou o homem à Sua própria imagem. Não há aqui mistério. Não há lugar para a suposição de que o homem evoluiu, por meio de demoradas fases de desenvolvimento, das formas inferiores da vida animal ou vegetal. Tal ensino rebaixa a grande obra do Criador ao nível das concepções estreitas e terrenas do homem. Os homens são tão persistentes em excluir a Deus da soberania do Universo, que rebaixam o ser humano, despojando-o da dignidade de sua origem. Aquele que estabeleceu os mundos estelares nos altos céus, e com delicada perícia coloriu as flores do campo, Aquele que encheu a Terra e os céus com as maravilhas de Seu poder, vindo a coroar Sua obra gloriosa a fim de pôr em seu meio alguém para ser o governador da linda Terra, não deixou de criar um ser digno das mãos que lhe deram vida.
A genealogia de nossa raça, conforme é dada pela inspiração, remonta sua origem não a uma linhagem de micróbios, moluscos e quadrúpedes a se desenvolverem, mas ao grande Criador. Embora tenha sido formado do pó, Adão era filho “de Deus” (Lucas 3:38).
O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter. Cristo somente é a “expressa imagem” do Pai (Hebreus 1:3); mas o homem foi formado à semelhança de Deus. Sua natureza estava em harmonia com a vontade de Deus. A mente era capaz de compreender as coisas divinas. As afeições eram puras; os apetites e paixões estavam sob o controle da razão. Ele era santo e feliz, tendo a imagem de Deus, e estando em perfeita obediência à Sua vontade.
Ao sair das mãos do Criador, o homem era de elevada estatura e perfeita simetria. O rosto trazia a rubra coloração da saúde, e resplendia com a luz da vida e com alegria.1
O próprio Deus deu a Adão uma companheira. Proveu-lhe uma “adjutora” – auxiliadora – a qual estava em condições de ser sua companheira, e que poderia identificar-se completamente com ele, em amor e simpatia. Eva foi criada de uma costela tirada do lado de Adão, significando que não deveria dominá-lo, como a cabeça, nem ser pisada por ele como se fosse inferior, mas estar a seu lado como igual, e ser amada e protegida por ele.2
O grande Jeová lançou os fundamentos da Terra; ornamentou o mundo inteiro com rara beleza, e encheu-o de coisas úteis ao homem; criou todas as maravilhas da Terra e do mar. Em seis dias a grande obra da Criação estava acabada. E Deus “descansou no sétimo dia de toda Sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a Sua obra, que Deus criara e fizera” (Gênesis 2:2 e 3). Deus olhou com satisfação para a obra de Suas mãos. Tudo era perfeito, digno de seu Autor divino; e Ele descansou, não como alguém que estivesse cansado, mas satisfeito com os frutos de Sua sabedoria e bondade, e com as manifestações de Sua glória.
Depois de repousar no sétimo dia, Deus o santificou, ou o pôs à parte, como dia de repouso para o homem. Seguindo o exemplo do Criador, o homem deveria repousar neste santo dia, a fim de que, ao olhar para o céu e para a Terra, pudesse refletir na grande obra da criação de Deus; e para que, ao contemplar as provas da sabedoria e bondade de Deus, seu coração pudesse encher-se de amor e reverência para com o Criador.
Memorial – No Éden, Deus estabeleceu o memorial de Sua obra da criação, colocando a Sua bênção sobre o sétimo dia. O sábado foi confiado a Adão, pai e representante de toda a família humana. Sua observância deveria ser um ato de grato reconhecimento, por parte de todos os que morassem sobre a Terra, de que Deus era seu Criador e legítimo Soberano; de que eles eram a obra de Suas mãos, e súditos de Sua autoridade. Assim, a instituição era inteiramente comemorativa, e foi dada a toda a humanidade. Nada havia nela prefigurativo, ou de aplicação restrita a qualquer povo.
Deus viu a necessidade de o homem ter um dia de repouso, mesmo no Paraíso. Ele precisava pôr de lado seus próprios interesses e ocupações durante um dia dos sete, para que pudesse de maneira mais ampla contemplar as obras de Deus, e meditar em Seu poder e bondade.
Necessitava de um sábado para, de maneira mais vívida, o fazer lembrar de Deus, e para despertar-lhe gratidão, visto que tudo quanto desfrutava e possuía viera das bondosas mãos do Criador.
Era o propósito de Deus que o sábado encaminhasse a mente dos homens à contemplação de Suas obras criadas. A natureza fala aos sentidos, declarando que há um Deus vivo, Criador e supremo Governador de tudo. “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite” (Salmo 19:1 e 2). A beleza que reveste a Terra é um sinal do amor de Deus. Podemos vê-Lo nas colinas eternas, nas árvores altaneiras, no botão que se entreabre, e nas delicadas flores. Tudo nos fala de Deus. O sábado, apontando sempre para Aquele que tudo fez, ordena aos homens abrirem o grande livro da natureza, e rastrear ali a sabedoria, o poder e o amor do Criador.3
Referências:
1. Patriarcas e Profetas, págs. 44 e 45.
2. Ibidem, pág. 46.
3. Ibidem, págs. 47 e 48.
Ellen G. White, autora mundialmente conhecida, escreveu dezenas de obras sobre religião, saúde e educação.  

O estresse e o descanso semanal

O estresse foi chamado de “mal do século” pela Organização das Nações Unidas (ONU), em seu relatório geral de 1992. E esse nome continua sendo apropriado para o século vinte e um, pois vivemos numa época de mudanças cada vez mais profundas e freqüentes.
Vladimir Bernik, médico psiquiatra e coordenador da Clínica de Estresse de São Paulo, revela: “Diversos pesquisadores notaram que a mudança é um dos mais efetivos agentes estressores. Assim, qualquer mudança em nossa vida tem o potencial de causar estresse, tanto as boas quanto as más.” Segundo ele, o estresse ocorre “de forma variável, dependendo da intensidade do evento da mudança, que pode ir desde a morte do cônjuge – o índice máximo na escala de estresse – até pequenas infrações de trânsito ou mesmo a saída para as tão merecidas férias”.

Conseqüências – Esse mal moderno, de acordo com Marilda Novaes Lipp, psicóloga especializada em estresse, pela PUC de Campinas, pode causar envelhecimento precoce, obesidade, anemia e baixa imunidade. Num espectro mais amplo, os sinais físicos mais comuns são: aumento da freqüência cardíaca, tensão muscular, palidez, alteração do sono, alterações digestivas, alteração da função sexual, dermatoses, mudança de peso, quadros alérgicos, baixa resistência a infecções e queda de cabelo. Sinais psicológicos: depressão, sensação de incompetência, desmotivação, tendência a se sentir perseguido, tendência para o autoritarismo, isolamento e introspecção, queda da capacidade de concentração, etc.
Por tudo isso, não é exagero chamar o estresse de “assassino silencioso”. Mas o médico e psicólogo Gary Calhoun afirma que o estresse é o “tempero da vida”. Estaria ele equivocado? Não. Na verdade, o estresse não é um mal em si. E alguns até sugerem: “Sinta-se exigido e agitado, mas não esmagado.” Quando, porém, as pessoas têm dificuldade para se adaptar a novas circunstâncias, o estresse torna-se negativo. Seja como for, todos nós enfrentamos diariamente as pressões da vida, tanto no ambiente familiar quanto no trabalho.

Existe saída – Quando os tentáculos do estresse nos envolvem, experimentamos uma sensação de incapacidade. Ficamos paralisados. As coisas não andam. Nossos projetos e metas nos esmagam. Passamos a fazer parte da multidão dos que choram, quando deveríamos estar vendendo lenços... Em situações dessa natureza, desejamos um período de folga, uma trégua. Procuramos, ansiosamente, uma válvula de escape. Mas nem sempre somos bem-sucedidos, pois levamos todas as pressões psicológicas para nossos supostos momentos de trégua.
Como somos estúpidos! Toda semana temos um dia de folga, mas não sabemos aproveitá-lo para descarregar as pressões que nos esmagam. Além de levarmos os problemas para esse espaço de tempo, não descansamos coisa nenhuma. E assim, nesse ritmo “fórmula um” da vida moderna, criamos outras situações de tensão e ansiedade. Parece que somos movidos a adrenalina. Que sufoco!
Pensemos, porém, na solução. O ciclo semanal, de acordo com os estudiosos, é uma das coisas mais preciosas que temos ao nosso alcance. Após seis dias de trabalho, temos um dia para relaxamento, descontração, prazer e alegria. Nossa máquina mental e física, exausta e aos pedaços, clama por uma adequada reparação. Mas, quase sempre, nos iludimos com paliativos, pois nos estressamos exatamente com aquilo que deveria ser o nosso lazer, nosso meio de escape e nossa restauração.

Recuperando a máquina – A totalidade do ser humano é expressa na dimensão corpo/ alma/espírito. Quando qualquer uma dessas partes é prejudicada, as demais sofrem. Por isso, o processo de recuperação deve contemplar a totalidade do ser.
Na Criação, Deus estabeleceu o ciclo semanal para que o homem pudesse reabastecer-se de novas energias. O Criador da máquina sabia o que estava fazendo. À semelhança de um fabricante de carros, conhecia e conhece os limites do ser que havia criado. Por isso, Ele separou um dia em que pudéssemos jogar para escanteio todas as nossas preocupações e ansiedades. E Deus não somente separou um dia de trégua, mas nos deixou conselhos que os psicólogos não podem contestar, e que valem para todos os dias e momentos. Dois exemplos apenas: “O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos” (Provérbios 17:22). “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mateus 6:34).
Na linha do tempo, há um imprescindível ciclo de sete dias. E no final de cada ciclo, uma pausa milagrosa, uma pausa que refresca e restaura.
O assunto desta revista fala sobre essa pausa de que todos nós necessitamos: um dia sem estresse!
Continue lendo. Você e sua família merecem uma vida melhor. Com qualidade total.

por Rubens S. Lessa

O "dia do Senhor"
"Achei-me em espírito, no dia do SENHOR, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta." (Apocalipse 1:10)
"εγενομην εν πνευματι εν τη kυριακη ημερα και ηκουσα οπισω μου φωνην μεγαλην ως σαλπιγγος" (Apocalipse 1:10)

A expressão "dia do Senhor" é traduzida de "kυριακη ημερα", conforme o original grego. "Kυριακη" (kuriakos) significa "que pertence ao SENHOR", "concernente ao SENHOR", e, "ημερα" (hemera) significa "dia"; "dia natural". A expressão "kυριακη ημερα" (kuriakos hemera) é utilizada apenas uma vez na Bíblia e exatamente em Apocalipse 1:10.

Algumas traduções bíblicas trocam a expressão "dia do Senhor" por "domingo", fazendo com que muitas pessoas se confundam e acreditem que o "primeiro dia da semana" foi mencionado por João durante a redação do livro de Apocalipse.

A palavra "domingo" não aparece em nenhum momento nos livros originais que compõem a Bíblia, este vocábulo é inteiramente desconhecido nas Escrituras. Então, por que traduzir Apocalipse 1:10, colocando-se a palavra "domingo" como correspondente a "kuriakos hemera"?
A ORIGEM DA PALAVRA "DOMINGO"
Os dias da semana são denominados, pela Bíblia, de acordo com a cronologia registrada em Gênesis capítulo 1, e assim são conhecidos:
  • Primeiro Dia - Segundo Dia - Terceiro Dia - Quarto Dia - Quinto Dia - Sexto Dia - Sétimo Dia.
Deus chama o sétimo dia, também, de "sabbath" (sábado). Os demais não recebem denominação particular e são conhecidos ao longo das Escrituras Sagradas unicamente pela ordem numérica originada na criação. Com o surgimento da idolatria, o homem atribuiu nomes de astros e de deuses aos dias da semana. A Igreja de Roma com o intuito de combater essa "nomenclatura semanal" pagã utilizou o latim litúrgico ou eclesiástico, e, os dias da semana passaram a ser conhecidos, também, como:
  • Prima Feria - Secunda Feria - Tertia Feria - Quarta Feria - Quinta Feria - Sexta Feria - Sabbatum.
Posteriormente, essa igreja, substituiu "prima feria" (que refere-se ao primeiro dia da semana) por "dominicus dies", e, em seguida o intitulou como "dies Dominica" que significa "dia do Senhor", mesmo não havendo apoio ou autorização bíblica para tal designação.

Diversas línguas originárias do latim e, influenciadas pelo latim eclesiástico, tiveram a expressão "dominicus dies" como referência ao "primeiro dia da semana". Foi o caso da língua portuguesa que possui a palavra "domingo" derivada de "dominicus". Assim, a Igreja de Roma disseminou também por este meio, a crença (contrária aos ensinos da Bíblia) de que o domingo, primeiro dia da semana, é o "dia do Senhor".
O "DIA DO SENHOR" NA BÍBLIA
A expressão "dia do Senhor" surgi 27 vezes em toda a Bíblia (na versão Almeida Revista e Atualizada) e, distribuída em 25 versos. Com exceção de 2 versos, nos demais a expressão "dia do Senhor" está relacionada com o dia do: "ajuste de contas", "juízo final", "julgamento", "da volta de Jesus", ou seja, o dia na qual Deus executará Sua justiça de forma plena e definitiva. Os 23 versos que apresentam a expressão "dia do Senhor" com os significados mencionados são:
Isaías 2:12 - Isaías 13:6 - Isaías 13:9 - Jeremias 46:10 - Ezequiel 13:5 - Ezequiel 30:3 - Joel 1:15 - Joel 2:1 - Joel 2:11 - Joel 2:31 - Joel 3:14 - Amós 5:18 - Amós 5:20 - Obadias 1:15 - Sofonias 1:7 - Sofonias 1:14 - Zacarias 14:1 - Malaquias 4:5 - Atos 2:20 - I Coríntios 5:5 - I Tessalonicenses 5:2 - II Tessalonicenses 2:2 - II Pedro 3:10.
Nesses 23 versos a expressão "dia do Senhor" ocorre 25 vezes. E, as duas ocasiões em que ela não está relacionada com o "dia do ajuste de contas futuro", ou, com o "dia do juízo de Deus" são:
Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs." (Isaías 58:13)

"Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta." (Apocalipse 1:10)
Das 27 vezes em que a expressão "dia do Senhor" é mencionada, somente em Isaías 58:13 e Apocalipse 1:10, ela tem o significado diferente da grande maioria citada acima. E, uma delas está relacionada com o sábado do sétimo dia, chamado de "dia do Senhor" e, pronunciada diretamente por Deus.

A partir dessas informações pode-se concluir que: Ou João estava se referindo ao dia do juízo de Deus, o que seria pouco provável pela exegese do capítulo; ou referia-se ao sábado do sétimo dia, em uma alusão direta à citação do próprio Deus como está registrada em Isaías 58:13. E, esta última opção apresenta mais coerência, pois, na ocasião em que João escrevia o capítulo 1 de Apocalipse, ele se achava (em visão) no santuário celestial de Deus e, não é feita nenhuma relação da palavra dia com o "dia do juízo" ou "dia do julgamento" do SENHOR.

Independente dessas duas opções, é fato consumado que: João, definitivamente, não estava se referindo ao "primeiro dia da semana" (domingo) quando escreveu a passagem registrada em Apocalipse 1:10. A afirmação que o "dia do Senhor" nessa passagem se refira indiscutivelmente ao "domingo" é baseada em presunção e a Bíblia condena-a completamente. Peter Heylin, escritor eclesiástico da Igreja da Inglaterra, declara:
"Tomai o que quiserdes, ou os pais [da igreja] ou os modernos, e não encontraremos nenhum 'dia do Senhor'a instituído por mandamento apostólico: nenhum 'sabbath' [dia de repouso] por eles firmados sobre o 'primeiro dia da semana'. Vemos assim sobre que bases se assenta o 'dia do Senhor': primeiro sobre o costumeb e a consagração voluntária desse dia para reuniões religiosas; tal costume continuou favorecido pela autoridade da igreja de Deusc, que tacitamente o aprovava; e finalmente foi confirmado e ratificado pelos príncipes cristãos em todos os seus impérios. E como dia de descanso dos trabalhos e abstenção dos negócios, recebeu sua maior força dos magistrados civis enquanto detinham o poder, e a seguir dos cânones, decretos de concílios, decretos dos papas, ordens de prelados de categoria quando a direção dos negócios eclesiásticos lhes era exclusivamente confiada.

Estou certo de que assim não foi com o antigo sábado, o qual nem teve origem no costume - e o povo não se adiantara a ponto de dar um dia a Deus - nem exigiu qualquer favorecimento ou autoridade dos reis de Israel para ser confirmado ou ratificado. O Senhor falou que Ele queria ter um dia em sete, exatamente o sétimo dia da criação do mundo, para ser dia de repouso para todo Seu povo, e este nada mais tinha a fazer senão de boa vontade submeter-se à Sua vontade e obedecer-lhe.

Assim, porém, não ocorreu no caso em tela. O 'dia do Senhor' não tem nenhuma ordem para que deva ser santificado; mas foi evidentemente deixado ao povo de Deus determinar este ou outro dia qualquer, para uso notório. E assim foi adotado por eles, e tornado um dia de reunião da congregação para práticas religiosas; contudo, por trezentos anos não houve lei alguma que o impusesse aos crentes e tampouco se exigia a cessação do trabalho ou de negócios seculares nesse dia."
O Sábado no Novo Testamento
Muitos cristãos ignoram o quarto mandamento argumentando que: (1) ele não é reafirmado no Novo Testamento e foi anulado; (2) é uma instituição judaica; (3) Cristo e os Seus discípulos não observaram o sábado. A alegação de que o Novo Testamento não ordena a observância do quarto mandamento da Lei de Deus é desproporcionada de fundamento bíblico, além de demonstrar desobediência deliberada após Cristo e Seus discípulos ensinarem tanto em palavras quanto em atitudes o dever do cristão com relação ao sábado instituído pelo SENHOR.

A Bíblia revela no Velho e Novo Testamento e, sem margens para dúvidas, que o quarto mandamento está em vigência e possui caráter moral* e imutável, sendo dever de todos obedecê-lo.1

Cristo, se referindo a destruição de Jerusalém que ocorreria aproximadamente a 40 anos após a Sua ressurreição, alertou os Seus seguidores dizendo:
"Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado." (Mateus 24:20)
Por que Jesus Cristo chamaria atenção para o sábado em meio a um acontecimento futuro se o mandamento referente a essa observância sabática seria anulado na cruz do Calvário?

Quarenta anos depois da ressurreição de Jesus, o sábado foi tão sagrado como nos dias em que Ele proferiu as palavras de Mateus 24:20 no monte das Oliveiras. E continua sagrado e vigente nos dias de hoje. Cristo não insinuou nenhuma mudança na santidade do dia de descanso como se supõem ter ocorrido no dia da ressurreição. Ele conviveu com Seus discípulos ainda por 40 dias logo após a Sua ressurreição, antes de subir ao Céu e, nada foi ensinado sobre a anulação do sábado no sétimo dia ou a sua transferência para o primeiro dia da semana (domingo). Não há relato no Novo Testamento sobre tais mudanças.

O tumulto, a excitação, o temor, e a viagem de fuga previsto para ocorrer na destruição de Jerusalém não seriam apropriados para o dia de sábado; por isso os cristãos deveriam orar para que pudessem guardar o sábado como Deus desejava. E a preocupação de Cristo com a temporada fria e chuvosa do inverno era motivada pela difícil viagem; seria problemático achar alojamento e comida, e as possibilidades de caírem enfermos seriam maiores. Ademais, durante a estação chuvosa, seria difícil cruzar o rio Jordão. Em relação ao sábado, Jesus ainda fez a seguinte declaração:
"O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado." (Marcos 2:27)
Dentro do contexto de Marcos 2:23-28 verifica-se claramente que Jesus se referia ao sábado no sétimo dia instituído na criação. E o verso em questão pode ser melhor compreendido utilizando a expressão: "pelo bem do" no lugar de "por causa do". Em Marcos 2:28, Ele arremata Seu ensinamento dizendo: "assim o Filho do Homem, até do sábado é Senhor" (cf João 1:1-3). Cristo desvencilhou o sábado das excessivas e errantes regras e tradições impostas pelos fariseus, revelou-Se como autor e Senhor do sábado, e, como tal, demonstrou o que é lícito ou não realizar neste dia.

Os inumeráveis requisitos dos rabinos para a observância do sábado se baseavam no conceito de que, à vista de Deus, o sábado era mais importante do que o próprio homem. De acordo com o raciocínio desses cegos expositores da lei divina, o homem foi feito para o sábado. Os rabinos conduziam-se mecanicamente durante o sábado fundamentados em absurdas, severas e insensatas regras destituídas de qualquer sentido, e isso ocasionou inúmeros atritos com os ensinos de Jesus.2

Deus não criou o homem no sexto dia porque precisava que alguém guardasse o sábado que seria instituído no sétimo dia. Mas o onisciente Criador sabia que o homem, a criatura de Suas mãos, precisaria de um dia especial para o seu crescimento moral e espiritual; que ele necessitaria de um tempo no qual os seus interesses e afãs diários fossem sobrepujados e subordinados por uma comunhão mais reservada e dedicada ao Criador. E o sétimo dia da semana foi criado por Deus para suprir essa necessidade. O sábado foi designado para o bem-estar da humanidade.

Alguns na ânsia de se livrar a todo custo do sábado, alegam que em Marcos 2:27, Cristo referia-se apenas aos judeus. A Bíblia, no entanto, pulveriza esse argumento, pois nesse verso é utilizado a palavra "homem" que é traduzida do grego "anthropos" (ανθρωπος) e seu sentido abrange a: homens, mulheres e crianças, ou seja, inclui todos os indivíduos humanos. Em Marcos 6:44 temos outro exemplo do vocábulo "anthropos" sendo utilizado com o mesmo significado. Não obstante, se deve ressaltar que o sábado foi originado na semana da criação, muito tempo antes da existência dos judeus.

Comparando os versos de Isaías 56:2 e Marcos 2:27 nota-se que ambos comunicam o mesmo ensinamento sobre a observância sabática, pois declaram que o sábado foi instituído para todos os povos, sem distinção (cf Isaías 56:7-8). E Cristo nos orienta a respeitar e obedecer o Seu santo dia, seguindo o Seu exemplo (Lucas 4:16 e 31; Lucas 6:6 cf Isaías 42:21).

Guardar o sábado não consiste essencialmente em abster-se de certos afazeres do cotidiano. Agir dessa maneira é perder completamente o verdadeiro propósitos da observância sabática e ir rumo a uma justificativa baseada em obras. Abstemo-nos de certas tarefas, de certos temas em nossos pensamentos e em nossas conversas, não porque ao fazer isso pensemos que estamos ganhando o favor de Deus, mas, a fim de que possamos dedicar nosso tempo, nossas energias e nossas faculdades mentais em atividades que aumentarão nosso entendimento em Deus, e deste modo, o nosso fortalecimento em Seu caráter.

Assim, a nossa capacidade para cooperar e servir ao Senhor e ao próximo será mais eficientemente desenvolvida. A observância do sábado que consiste unicamente no aspecto de não fazer certas coisas, de maneira alguma é a observância sabática que Deus deseja de nós. Porém, quando entendemos verdadeiramente seu significado e agimos como Cristo ensinou e demonstrou, receberemos as bênçãos reservadas e destinadas nesse dia (Isaías 58:13-14).
REUNIÕES SABÁTICAS NO NOVO TESTAMENTO3
O Novo Testamento não autoriza o homem a anular a observância sabática, pelo contrário, ele descreve 90 reuniões religiosas no sábado como o quarto mandamento orienta. Ei-las:
  • "Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi Ele ensinar na sinagoga." (Marcos 1:21 cf Lucas 4:31-37)
Local e Data: Cafarnaum - 28 d.C.
Número de Reuniões: 01
Histórico: Cristo ensinava a Palavra de Deus aos sábado e realizava nesse mesmo dia a cura dos enfermos. É descrito que Ele despendia o Seu tempo durante as horas sabáticas, de forma preponderante, auxiliando o homem nas questões espirituais e físicas.
  • "Sucedeu que, em outro sábado, entrou Ele na sinagoga e ensinava. Ora, achava-se ali um homem cuja mão direita estava ressequida. Os escribas e os fariseus observavam-nO, procurando ver se Ele faria uma cura no sábado, a fim de acharem de que O acusar." (Lucas 6:6-7 cf Mateus 12:9-14; Marcos 3:1-6)
Local e Data: Cafarnaum - 28 d.C.
Número de Reuniões: 01
Histórico: Cristo novamente, no sábado, ensinando as Escrituras e proporcionando, também, a cura física ao homem. Além de ensinar e demonstrar o poder de Deus no dia de sábado, Ele esclarece ao povo o que é lícito se fazer nesse dia, irritando os fariseus.
  • "Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o Seu costume, e levantou-Se para ler. Então, lhe deram o livro do profeta Isaías..." (Lucas 4:16-17)
Local e Data: Nazaré - 28 d.C.
Número de Reuniões: 01
Histórico: Cristo novamente foi à casa de culto. Diz o texto que fez "segundo o Seu costume". Quer dizer que sempre ia ao culto aos sábados. Dentro do templo Ele leu e expôs a Palavra de Deus. Não foi com o objetivo de agradar os judeus, pelo contrário, os desagradou bastante a ponto de ser expulso da sinagoga e da cidade. Quiseram atirá-Lo ao precipício.
  • "Era o dia da preparação, e começava o sábado. As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento." (Lucas 23:54-56)
Local e Data: Jerusalém - 31 d.C.
Número de Reuniões: 01
Histórico: O "dia da preparação" que a Bíblia se refere é a sexta-feira, e, segundo seu relato, naquele momento, ocorria o pôr-do-sol e iniciava o sábado. As santas mulheres seguidoras de Cristo, inclusive Sua mãe, respeitosamente guardaram o sábado "segundo o mandamento". E nada é dito quanto a mudança ou ab-rogação do dia de descanso. Não há a menor alusão de que o sábado semanal fora abolido com a morte de Cristo.
  • "Ao saírem eles, rogaram-lhes que, no sábado seguinte, lhes falassem estas mesmas palavras. Despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, e estes, falando-lhes, os persuadiam a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus." (Atos 13:42-44)
Local e Data: Antioquia - 45 d.C.
Número de Reuniões: 02
Histórico: Enquanto Barnabé e Paulo se retiravam da sinagoga, eram seguidos por muitos de seus ouvintes judeus e gentios. A pregação do Evangelho de Cristo fora levada a vários lugares, não se fazia em segredo ou a uns poucos. Numerosas multidões ouviam a Palavra de Deus e cidades inteiras eram instruídas e admoestadas. O contraste entre "quase toda a cidade" e "os judeus" (Atos 13:45) demonstra que havia muitos gentios entre a multidão. E é evidente que a sinagoga judia onde se celebrou a reunião no "sábado anterior" (verso 42), não podia conter, por questões de espaço, à multidão reunida no "sábado seguinte" (verso 44). Isso obrigou aos ouvintes que ficassem muito próximos uns dos outros às janelas e às porta da sinagoga, ao ar livre, enquanto os apóstolos falavam adentro. Nesse relato não se menciona qualquer mudança quanto ao dia de repouso instituído por Deus em Sua lei. Essas duas reuniões sabáticas ocorreram 14 anos após a ressurreição de Cristo e seria uma ótima oportunidade para Paulo mencionar que o sábado do Senhor instituído no sétimo dia fora abolido ou mudado para outro dia da semana.
  • "E dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias. No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido." (Atos 16:12-13)
Local e Data: Filipos - 53 d.C.
Número de Reuniões: 01
Histórico: Paulo, Silas, Timóteo e Lucas estavam numa cidade desconhecida, de um país desconhecido por eles. Tinham estado ali alguns dias, mas quando chegou o sábado desejaram um lugar ideal para realizar o culto a Deus. Saíram da cidade, pois nela não havia sinagoga, então procuraram algum lugar onde pudessem estudar a Palavra de Deus, orar e pregar a graça concedida ao pecador. Apesar de não haver sinagoga em Filipos, eles foram informados da existência de um lugar na orla do rio onde podiam realizar sua reunião sabática; e os discípulos de Cristo foram ao encontro desse local.
  • "Tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio." (Atos 17:1-3)
Local e Data: Tessalônica - 53 d.C.
Número de Reuniões: 03
Histórico: Tessalônica, um ativo centro de compras, que atraiu um número significativo de judeus. Estes desfrutavam de liberdade religiosa e puderam construir seu próprio lugar de culto. Durante os intervalos entre os sábados, o apóstolo Paulo trabalhava em seu ofício, que era fazer tendas (Atos 18:3; cf I Tessalonicenses 2:9; II Tessalonicenses 3:6-9). O fato dele pregar três sábados consecutivos mostra o respeito que tinha para com o dia do SENHOR e as responsabilidades como ministro do Evangelho. Ele transmitia os ensinos de Cristo não "em palavras somente, mas também em poder, guiado pelo Espírito Santo e movido de santa convicção" (I Tessalonicenses 1:2-5). E como resultado, não se salvaram somente judeus e prosélitos, mas muitos gentios rejeitaram seus ídolos e passaram a seguir e servir a Deus (I Tessalonicenses 1:8-10). Fundamentado nesse relato já se passaram 22 anos após a morte, ressurreição e ascensão de Cristo e, não há registro de que os apóstolos guardaram o primeiro dia da semana (domingo), ou que o sábado no sétimo dia fora extinto.
  • "Depois disto, deixando Paulo Atenas, partiu para Corinto. Lá, encontrou certo judeu chamado Áqüila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma. Paulo aproximou-se deles. E, posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com eles e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas. E todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos... E ali permaneceu um ano e seis meses, ensinando entre eles a Palavra de Deus." (Atos 18:1-4; Atos 18:11)
Local e Data: Corinto - 54 d.C.
Número de Reuniões: 78
Histórico: Primeiramente as seguintes informações devem ser consideradas: (1) Em Atos 18:4 é dito que Paulo pregava "todos os sábados" a "judeus e gregos", (2) Atos 18:11 diz que ele "ali permaneceu um ano e seis meses". Nesse período de tempo transcorreram 78 sábados, e em todos, Paulo reservou-se exclusivamente para ensinar o Evangelho de Cristo. Paulo observava o sábado conforme o quarto mandamento da Lei de Deus estabelece. Ele trabalhava em fazer tendas e no sábado ausentava-se de tais atividades, cumpria o mandamento que lhe ordena trabalhar seis dias; seguindo assim o exemplo de Cristo (Lucas 4:16 e 31; Lucas 6:6). Com base nas informações de Atos 18:1-4 e 11, já se passaram 24 anos desde a ressurreição de Jesus, e nada referente a mudança do dia de sábado ou mesmo a abolição da observância sabática da Lei de Deus foi ensinada. Não existe nenhum verso bíblico que demonstre Cristo e Seus discípulos contrariando o quarto mandamento dessa lei, ou, ensinando que os gentios estão livres para transgredi-lo.

1. Por exemplo: Gênesis 2:1-3; Eclesiastes 12:13; Salmos 119:34 e 44 cf Hebreus 10:16-17; Salmos 119:142; Isaías 24:4-6; Isaías 56:1-7; Isaías 58:13-14; Isaías 66:22-23; Mateus 5:17-22 cf Mateus 24:35; Mateus 19:16-22; Lucas 4:16 e 31; Lucas 16:17; Lucas 23:56; I João 5:1-4.
2. Por exemplo: Marcos 2:24; Marcos 3:2; João 5:16-17; Mateus 15:1-9 cf Marcos 7:1-13.
3. Baseado em: CHRISTIANINI, A. B. (1981). Subtilezas do Erro, 2.ª ed., p. 187-188.