domingo, 30 de setembro de 2012

Convocado Para Uma Poderosa Missão Secreta

"Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechando a porta, orarás a teu Pai ... que vê em secreto" (Mateus 6:6). 


A raça humana foi criada para ter comunhão com Deus. Deus fez as pessoas à Sua própria imagem e semelhança para que pudessem entendê-lo e ter prazer em Sua companhia, participassem da Sua vontade e se regozijassem em Sua glória.

Por ser Deus onipresente, as pessoas poderiam ter a alegria de uma comunhão ininterrupta com Ele em meio a qualquer trabalho que tivessem de executar. Mas, infelizmente, o pecado afastou-nos de Deus e roubou-nos essa comunhão original. 

Como nada além de uma comunhão absoluta com Deus pode satisfazer a Deus e ao homem, Cristo veio para restaurar essa comunhão. Veio restituir a Deus a Sua criatura perdida, e dar a essa criatura tudo o que ela tinha ao ser criada. 

Essa comunhão com Deus pode ser nossa durante o dia todo, sejam quais forem as condições ou circunstâncias que nos rodeiem. Mas o prazer dessa comunhão depende da realidade do relacionamento no recinto secreto.

O poder de manter uma comunhão Jubilosa e íntima com Deus durante o dia todo dependerá inteiramente da intensidade com que procurarmos assegurá-la durante a hora da oração em secreto. A única coisa Importante na Vigília Matutina ou na Hora Silenciosa é a comunhão com Deus.

Nosso Senhor ensina que o segredo da oração privada é: "Fecha a porta, ora a teu Pai, que vê em secreto". Mais importante é você se certificar de que lá, em secreto, você tem a presença e a atenção do Pai. Saiba que Ele o vê e o ouve.

Mais importante do que todos os pedidos, por mais urgentes que estes sejam; mais importante do que todo o fervor e empenho em orar corretamente, é a certeza vivificante de que o Pai o vê, de que agora você O encontrou, e de que você está desfrutando um diálogo face a face com Ele.

Cristão, você se expõe a um grande perigo no seu recinto fechado. Explico: Você está em perigo de substituir a vivificante comunhão com Deus por oração e estudo bíblico. Você está em perigo de perder a oportunidade de lhe dar seu amor, seu coração e sua vida, e dele receber o amor, o Espírito e a vida.

As suas necessidades e a maneira de expressá-las - o desejo de orar humilde, fervorosa e confiantemente - podem se apossar de você de tal maneira que a luz da presença de Deus e a alegria do Seu amor não possam penetrar-lhe o coração.

O estudo bíblico pode interessar-lhe tanto e despertar-lhe os sentimentos religiosos de tal forma que - sim - a própria Palavra de Deus pode tomar-se um substituto do próprio Deus. Esse seria o maior obstáculo à comunhão, pois manteria a alma ocupada em vez de levá-la ao próprio Deus.

Nesse caso, enfrentaríamos um dia de trabalho sem o poder de uma comunhão permanente em virtude de não havermos recebido as bênçãos nas nossas devoções matinais.

Que diferença haveria na vida de muitos se, na oração, subordinassem tudo a um único ponto: Quero andar com Deus o dia todo, pois é na hora devocional matutina que meu Pai entra num acordo definitivo comigo e eu com Ele para que assim seja.

Que força seria transmitida pela conscientização de que Deus toma conta de mim; de que Ele próprio estará comigo; de que durante o dia todo farei a sua vontade pelo seu poder, e de que estou pronto(a) para tudo que possa acontecer! Sim, que grandiosidade permearia a vida, se a oração secreta não fosse apenas o pedido de um novo sentido de conforto, luz ou poder, mas a dádiva da vida para um dia na segurança e proteção de um Deus poderoso e fiel! 

"Orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará". Quando a secreta comunhão com o Pai é mantida em espírito e em verdade, a vida pública perante os outros apresentará sua própria recompensa. O Pai que vê em secreto toma conta e recompensa publicamente. Afastamento das outras pessoas, quando a sós com Deus - é este o único modo, o modo infalível de conviver com as pessoas no poder da bênção de Deus. - Extraído e adaptado de "A Vida Interior", de Andrew Murray.

sábado, 29 de setembro de 2012

Cineasta adventista fala sobre o sábado para Oprah Winfrey



Cineasta adventista dá testemunho da observância do sábado como dia de repouso e adoração a Deus.
Vídeo original em http://www.asabbathblog.com/ – http://www.youtube.com/asabbathblog/



O povo do sábado


Igreja Adventista torna-se o maior grupo guardador do sábado no mundo

A população judaica no mundo cresceu 2 por cento desde 1970, e atualmente é de cerca de 13 milhões de pessoas, segundo o relatório sócio-demográfico elaborado pelo Instituto de Planejamento do Povo Judaico, vinculado à Agência Judaica (no mesmo período, a população mundial cresceu 70 por cento). “Depois do Holocausto, no qual um terço dos judeus morreu, a população judaica no mundo era de 11 milhões. Para chegar a 12 milhões se passaram 13 anos, e outros 46 anos para atingir 13 milhões”, contabiliza o Professor Sérgio Della Pérgola, da Universidade Hebraica de Jerusalém e que dirigiu a pesquisa. Como a Igreja Adventista do Sétimo Dia ultrapassou recentemente a marca dos 14 milhões de membros no mundo, os adventistas se tornaram, pela primeira vez na História, o maior grupo defensor e guardador do sábado no planeta.

Num momento em que a onda anticriacionista se agiganta na mídia e nos meios acadêmicos (basta fazer um levantamento da quantidade de matérias veiculadas pela imprensa no ano passado contra a idéia de um Criador), isso é significativo. O criacionismo e o sábado bíblico fazem parte da terceira mensagem angélica de Apocalipse 14. E Ellen White prediz que nos últimos dias “o sábado será a pedra de toque da lealdade; pois é o ponto da verdade especialmente controvertido. Quando sobrevier aos homens a prova final, traçar-se-á a linha divisória entre os que servem a Deus e os que não O servem. Ao passo que a observância do sábado falso em conformidade com a lei do Estado, contrária ao quarto mandamento, será uma declaração de fidelidade ao poder que se acha em oposição a Deus, é a guarda do verdadeiro sábado, em obediência à lei divina, uma prova de lealdade para com o Criador”. – O Grande Conflito, pág. 605.

Atualmente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é tida como a maior defensora do criacionismo bíblico. Por isso já foi até acusada de “fundamentalista” por revistas seculares. Essa polarização – de um lado os defensores do sábado e da Criação e de outro os que sustentam o darwinismo (e há muitos cristãos entre eles) acima de qualquer outra visão sobre as origens – possivelmente ajudará a conduzir à controvérsia da qual fala a escritora.

Judeus e adventistas em números
- Em 1900 havia 10,5 milhões de judeus no mundo e apenas alguns milhares de adventistas.
- Hoje há 13 milhões de judeus e 14 milhões de adventistas no planeta.
- No Brasil, são 110 mil judeus e quase 1,5 milhão de adventistas.
- Nos Estados Unidos e em Israel se concentram as maiores populações de judeus (5,7 milhões e 5,1 milhões, respectivamente, o que representa 80 por cento do judaísmo mundial); o Brasil possui a maior quantidade de adventistas do mundo, seguido dos Estados Unidos.
(Dados da Federação Israelita Brasileira, Confederação Israelita do Brasil e Divisão Sul-Americana da IASD) 

Michelson Borges

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Internet em excesso atrofia o cérebro



A internet e os games estão formando uma geração de crianças com dificuldade para pensar por si próprias. Quem diz isso é a farmacologista e baronesa britânica Susan Greenfield, 61[...]. Susan reconhece que a tecnologia tem efeitos positivos. Mas afirma que ela pode, também, causar atrofia cerebral em crianças que dedicam tempo demais a jogos e redes sociais. Suzan [...] costuma citar dois estudos em defesa das suas ideias. O primeiro, divulgado na publicação científica PLOS One, leva a assinatura de diversos cientistas chineses. Eles acompanharam 18 adolescentes viciados em internet. Examinando seus cérebros, notaram uma série de alterações morfológicas proporcionais ao tempo em que estiveram mergulhados no mundo virtual.

Outro estudo, liderado nos Estados Unidos pela cientista cognitiva Daphne Bavelier, foi publicado na revista Neuron. Seu foco são as mudanças comportamentais trazidas pela contínua exposição à tecnologia. A conclusão é que os videogames e a internet produzem alterações complexas no comportamento das pessoas, e não é fácil determinar o que é bom e o que é ruim nelas. Mas Daphne deixa claro que as mudanças existem e ficam gravadas no cérebro.

Outros cientistas destacam a incerteza apontada nessas pesquisas e criticam o fato de Suzan falar sobre o assunto sem realizar estudos aprofundados sobre ele. Um dos críticos é o britânico Ben Goldacre. Em seu blog, ele aponta que Suzan prefere falar à imprensa e ao parlamento britânico – onde ela ocupa uma cadeira na Câmara dos Lordes – em vez de escrever artigos científicos que seriam revisados e criticados por outros estudiosos.

Suzan respondeu a ele numa entrevista à revista New Scientist dizendo que os cientistas que negam os danos cerebrais causados pelo excesso de exposição à internet são como aqueles que “negavam os malefícios do fumo 20 anos atrás”. Para ela, se formos esperar pelas evidências científicas, será tarde demais para fazer alguma coisa de modo a evitar esses supostos efeitos nocivos.

E a solução, é claro, não é banir a tecnologia, como declarou Suzan à New Scientist: “Só restringir o acesso das crianças à internet não ajuda muito. Em vez disso, eu perguntaria: ‘O que podemos oferecer às crianças que seja ainda mais atraente e recompensador? Devemos planejar um ambiente 3D para elas em vez de colocá-las em frente a um que seja bidimensional.”

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ele Veio Morar Conosco

"Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)" (Mateus 1:20-23)

As implicações no nome Emanuel tanto nos confortam quanto nos incomodam. Confortam, porque Ele veio compartilhar os perigos e as lutas de nossa vida. Ele deseja chorar conosco e enxugar nossas lágrimas. E, o que nos parece mais estranho, Jesus Cristo, o Filho de Deus, deseja estar conosco em nossas risadas e, até mesmo, ser a fonte delas. Quer dar-nos a alegria que raramente sentimos.

Mas as implicações nos incomodam também. Uma coisa é dizer que Deus nos olha, à distância, e fala conosco (esperamos que Ele use o DDD). Mas, saber que Ele está bem aqui, isso coloca-nos em uma situação completamente diferente frente a Ele, que deixa de ser o observador calmo e benevolente que mora lá no Céu.

A caricatura de um velho com barba cessa de existir. A imagem de Deus passa a ser a de Jesus, que chorou e riu, jejuou e foi a banquetes, e que, acima de tudo, estava na companhia de seus amados o tempo todo. Estava lá com eles, e está aqui conosco...

Ele está conosco na nossa rotina cotidiana. Enquanto limpamos a casa ou vamos a algum lugar na caminhonete... Muitas vezes, durante a mais rotineira de nossas tarefas Ele faz-nos saber que está conosco. Entendemos, então, que não podem existir momentos "comuns" para aqueles que vivem com Jesus. - Michael Card.

domingo, 23 de setembro de 2012

Política e religião: um “namoro” perigoso



Qual a situação, força de atuação e influência que a religião tem sobre a política hoje?

A força é muito grande, não tanto da religião institucionalizada, como foi no passado e será no futuro, mas da religião popular. Os políticos, sabedores da força que a religião exerce sobre nações religiosas como o Brasil e os Estados Unidos, por exemplo, enveredam por esses temas tentando conquistar votos e apoio. Às vezes, até misturam temas que não são necessariamente religiosos, como aborto e ensino do criacionismo. Essa confusão e esse enfoque religioso trazem de novo a sombra ameaçadora da união entre Igreja e Estado. Essa união nunca foi boa e nunca será.

Por que os políticos de hoje em dia têm utilizado tanto a religião para atingir as grandes massas?

Políticos utilizam qualquer fonte de mobilização que estiver ao alcance deles. Pode ser a religião ou mesmo a identificação de um inimigo comum. Joseph Goebbels fez isso com terrível maestria nos tempos do nazismo, colocando muita gente em seu país contra judeus, negros e outras etnias. Goebbels se aproveitou do antissemitismo secular na Alemanha, agravado pelo ódio que Lutero promoveu contra os judeus ao perceber que eles não se converteriam em massa ao cristianismo. No caso do Brasil, país de maioria católica, é bastante vantajoso para os políticos e candidatos atrair para a arena política temas que envolvem fé e ética religiosa. Vencerá aquele que conseguir se identificar mais fortemente com as crenças do povo. Por isso é tão comum ver candidatos comparecendo a missas e a cultos religiosos nesta época de campanha eleitoral. Isso não é bom, pois o foco da discussão acaba sendo desviado das questões mais importantes num Estado laico, como educação, saúde e liberdade.

É importante que os cristãos participem da política?

Os cristãos devem ser sal da terra e luz do mundo, e creio que esse imperativo passa pelo exercício da cidadania. Votar faz parte disso. E se temos que votar, que o façamos com consciência e esclarecimento. Para o verdadeiro cristão, a solução definitiva de todos os problemas da humanidade é a volta de Jesus. Assim, o ponto mais importante a ser considerado nas propostas dos candidatos políticos é a postura deles com relação à liberdade religiosa e de expressão. Isso porque enquanto desfrutarmos dessa liberdade poderemos pregar sobre a vinda de Cristo e sobre as verdades bíblicas, sem nos esquecermos de que, evidentemente, enquanto estivermos neste mundo, temas como saúde, educação e justiça social devem ser tratados com muita seriedade.

Por que os cristãos devem participar da política?

Porque eles, talvez mais do quaisquer outras pessoas, devem ajudar a promover a ética e a honestidade em todas as esferas da sociedade. E devem não apenas fazer isso votando nos melhores candidatos possíveis, mas também cobrando deles depois de eleitos. Os profetas bíblicos anunciavam as verdades divinas, mas também denunciavam corajosamente os desmandos das autoridades, especialmente quando elas falhavam com os pobres e menos favorecidos. Isso deixava Deus triste, irado e inconformado, e deve nos entristecer e inconformar também.

Deixar de participar das decisões políticas não seria uma espécie de omissão ou conformismo?

Sem dúvida. E é bom lembrar que podemos pecar por ação e omissão. Como disse Edmund Burke: “Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados.” O temor que muitos cristãos têm de se envolver com questões políticas possivelmente seja herança dos anabatistas, que dividiam a realidade em “coisas sagradas” e “coisas profanas”. Tudo que dizia respeito à política se encaixava no segundo caso.

Como explicar o poder que a política teve, através da igreja, para implantar movimentos tanto para o bem, como para o mal? Alguns exemplos: Inquisição, nazismo, fascismo, ditadura militar, etc.

Foi bom você ter dito “igreja” em lugar de “cristianismo”. Muita gente confunde as duas coisas. O verdadeiro cristianismo nunca assassinou ninguém. Nunca utilizou a violência e nunca fez concessões a poderes políticos para se favorecer disso. Pelo contrário, os verdadeiros cristãos sempre foram perseguidos e incompreendidos, pois entendem que o reino que almejam não é deste mundo e que devem prestar obediência e submissão, sobretudo a Deus. Igrejas sedentas de poder humano é que firmaram alianças espúrias que acabaram trazendo perseguição e morte a muitas pessoas. Com o poder estatal nas mãos, a igreja medieval condenou muitas pessoas à fogueira. E, quando se aliou a regimes como o fascismo, ela fez vistas grossas à crueldade e à injustiça. Claro que não devemos nos esquecer de que regimes ateus, como o da ex-União Soviética, levaram à morte muito mais pessoas do que a Inquisição e as Cruzadas juntas. Isso é mais uma prova de que o Estado deve ser laico (nem religioso, nem ateu); e que deve manter as liberdades de culto e de expressão, para que a democracia seja garantida.

(Entrevista concedida pelo jornalista Michelson Borges à rádio Novo Tempo)

Quão bom é Deus?



Seria o Deus do Antigo Testamento carrasco e sedento por sangue?

“Ouviste o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque Ele faz nascer o Seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt 5:43, 44).

“Quando o Senhor, teu Deus, te introduzir na terra a qual passas a possuir, e tiver lançado muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderesosas do que tu; e o Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás piedade delas” (Dt 7:1-3).

Amor e destruição. Duas palavras que sumarizam os textos acima. O mais intrigante é que essas duas passagens descrevem o mesmo Deus. Alguns cristãos, no passado e atualmente, numa tentativa quase desesperada para solucionar essa gritante contradição, sugeriram que o Deus do Antigo Testamento é diferente dAquele que encontramos nas páginas do Novo Testamento. Enquanto o primeiro é caracterizado como violento, sanguinário e mau, o segundo é apresentado como amoroso, perdoador e bondoso.

Mas não são apenas determinados cristãos que veem o Deus de Israel como um Deus mau. Em anos mais recentes, alguns ateus têm se valido de certas partes das Escrituras hebraicas para reprovar o caráter de Deus, como é apresentado ali. Veja, por exemplo, o que o acadêmico de Oxford, Richard Dawkins, escreveu a respeito de Yahweh:

“O Deus do Velho Testamento é provavelmente o mais desagradável dos seres em toda a ficção. O ciúme e o orgulho do mesmo o leva a um mimado e imperdoável controle dos mais fracos com evidente sede de sangue e desejo de limpeza racial. Um machista, homofóbico, infanticida, genocida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, caprichoso e malevolente fanfarrão.”[1]

Deus é tudo isso? Para Dawkins, sim! Ele seria capaz de adicionar uma passagem bíblica em cada uma dessas descrições. A pergunta que surge não é outra senão: Como entender essas passagens do Antigo Testamento que dão margem para interpretações como a do cientista de OxfordAbaixo, veremos dois exemplos de passagens relacionadas com a escravidão no território de Israel e a destruição dos cananeus.[2]

Leitura equivocada

Um erro grave cometido por Dawkins – e também por muitos cristãos atuais – é ler o Antigo Testamento como se ele tivesse sido escrito no século 21 e para nós, ocidentais. Ao lermos o texto bíblico, precisamos nos lembrar de que ele foi escrito no Oriente Médio, no 2º e 1º milênios antes de Cristo. Acredite, isso resolve muitos problemas! Em lugar de comparar leis e práticas de Levítico, Números e Deuteronômio com leis atuais, compare com os códigos de leis dos povos daquela região e época.

Ilustraremos isso com o caso da escravidão. Essa foi a primeira lei que Deus deu aos israelitas, quando eles saíram do Egito (cf. Êx 21:1-11). Na lei mosaica, sequestrar alguém para ser vendido como escravo era um crime punido com pena capital (Êx 21:16). Um escravo hebreu deveria trabalhar apenas seis anos para pagar sua dívida, sendo liberto no sétimo ano sem pagar nada (Êx 21:2). Além disso, ele deveria receber de seu proprietário alguns animais e alimentos para começar a vida novamente (Dt 15:13, 14).[3] Durante seu período de serviço, o(a) escravo(a) teria um dia de folga semanal, o sábado (Êx 20:10).

Notou alguma diferença entre a escravidão bíblica e aquela mantida em nosso país, há alguns séculos? A diferença também é significativa quando comparamos essas passagens bíblicas com o famoso Código de Hamurabi, rei de Babilônia, no 18º século a.C. Se algum escravo fugisse, ele deveria ser morto; enquanto que, em Israel, esse escravo deveria ser protegido (Dt 23:15, 16). Proteger um escravo fugitivo, em Babilônia, era uma grande ofensa, também punida com morte, como evidenciado nas leis 15-20 do referido código.[4]

Alguém pode questionar o motivo pelo qual Deus não aboliu a escravidão entre os israelitas. Lembre-se de que eles estavam inseridos numa cultura impregnada dessa prática. Mesmo que Deus a abolisse, isso não mudaria a forma como eles pensavam. A título de ilustração, imagine o árduo processo cultural para tornar a Arábia Saudita em uma democracia! Mesmo que essa mudança fosse feita, ainda levaria um bom tempo até que a mentalidade da nação fosse mudada. No entanto, a legislação israelita oferecia um tratamento muito mais humano para os escravos, colocando escravo e senhor em pé de igualdade (cf. Jó 31:13-15).    

Sedento por sangue?

Foi somente no século passado que a palavra “genocídio” foi criada pelo polonês Raphael Lemkin. Não existia uma palavra capaz de descrever o que Pol Pot fez no Camboja; Mao Tse-tung, na China; e Adolf Hitler, na Europa. Milhões de vidas foram exterminadas nesses e em outros genocídios.[5] Quando lemos textos como aquele de Deuteronômio, citado no início deste artigo, deveríamos colocar Deus nesse hall da fama sanguinário? Não. Há uma gigantesca diferença entre o que vemos no Antigo Testamento e aquilo que aconteceu no século 20.

Que motivos levaram Deus a punir as nações de Canaã? Abaixo veremos pelo menos quatro:

Sacrifícios humanos. A adoração entre os povos de Canaã não era tão inocente como alguns podem pensar. O culto ao deus Moloque, por exemplo, envolvia sacrifícios de crianças. Vestígios arqueológicos desse tipo de prática foram encontrados em Hazor, bem no centro de Canaã.[6] Alguns textos bíblicos sugerem que Salomão e Manassés podem ter participado desse tipo de prática (cf. 1Rs 11:7; 2Cr 33:5, 6). Em Levítico 20:1-3, Deus deixou clara Sua reação diante desse tipo de prática: pena de morte.

Homossexualidade. Aparentemente, a prática do homossexualismo não era condenada entre os povos do antigo Oriente Médio. Não dispomos de informações diretas da prática entre os cananeus, mas, no entanto, passagens como Levítico 18:3, 24-30, com sua condenação generalizada das práticas sexuais dos cananeus e dos egípcios, podem implicar que os habitantes de Canaã toleravam a prática do homossexualismo. Uma ideia mais clara pode ser obtida da história de Sodoma, em Gênesis 19.[7]

Incesto. Nos contos religiosos dos cananeus, Ba’al, uma divindade bem conhecida nas páginas do Antigo Testamento, mantinha relações sexuais com sua mãe, Asherah, sua irmã, Anat, e sua filha, Pidray, que também era sua esposa![8] Como uma doença degenerativa que se alastra aos poucos pelo corpo, o mesmo se dava com a prática do incesto naquela época. No Egito, por volta do 14º século a.C., se alguém tivesse um sonho incestuoso com sua mãe ou irmã, era sinal de bom presságio.[9]  

Bestialismo ou Zoofilia. Note a lei 199 de um código Hitita, povo que residia ao norte de Canaã, na atual região da Turquia: “Se um homem tem intercurso sexual com um porco ou cachorro, ele deverá ser morto. Se tiver intercurso com um cavalo ou mula, não há punição.”[10] Mas ainda existia espaço para mais bestialismo em Canaã. No texto “O ciclo de Ba’al”, essa divindade mantinha relações sexuais com uma vaca, e ela deu à luz um filho fruto dessa relação.[11] 

Por que Deus mandou que os israelitas destruíssem os cananeus?  Porque Eleodeia o pecado! Tal palavra soa estranha aos nossos ouvidos. Nossa visão quase romântica de Deus deixou espaço apenas para o amor e se esqueceu quase completamente de Sua justiça e santidade. Um leitor atual pode achar Elias severo demais matando 450 profetas de Ba’al (cf. 1Rs 18:40), ou Deus agindo com muita violência enviando pragas contra o Egito (cf. Êx 7-12). A verdade é que um Deus santo não pode suportar a maldade por muito tempo. De acordo com o profeta Habacuque, Ele não é capaz de olhar para o mal (cf. Hc 1:13).  Quem sabe nós consideremos essas e outras passagens agressivas demais porque ainda não descobrimos quão cruel e horrível é o mal.

Mas é necessário um equilibrio aqui. Apresentar somente a justiça e a santidade de Deus pode nos levar para uma compreensão quase tirana de Sua pessoa. É necessário vermos também os esforços dEle em favor dos cananeus. Deus enviou José para o Egito com o objetivo de salvar toda aquela região da fome que durou sete anos (cf. Gn 45:4-8). Além disso, os israelitas permaneceram no Egito por 400 anos com o objetivo de dar oportunidade para os cananeus se arrependerem de suas iniquidades (heb.‘awon) (cf. Gn 15:16). Após saírem do país dos faráos e passarem 40 anos no deserto, até mesmo uma prostituta, Raabe, sabia o que Deus havia feito e o que Ele faria em Jericó e em todo o território de Canaã (cf. Js 2:9-13). Os cananeus sabiam que o juízo de Deus estava às portas. Note que Raabe foi poupada dessa destruição. Ela estava disposta a ser regenerada dessa cultura, assim como Deus estava disposto a salvar aqueles que demonstrassem profunda tristeza e mudança diante dos seus maus atos.

É possível ver aqui um traço do caráter de Deus revelado mais explicitamente no Novo Testamento. Em 2 Pedro 3:9, o apóstolo nos lembra de que o Senhor “não retarda a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é longânimo para convosco não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”. Assim como ocorreu com os cananitas, as oportunidades de arrependimento e salvação para um mundo cada vez mais contrário aos preceitos divinos estão chegando ao fim. Deus é amor, mas também precisa ser justo com Seus filhos. Amor e destruição? Não. Amor e justiça.

Quão bom é Deus? Ele mesmo respondeu, dizendo: “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até a terceira e quarta geração” (Êx 34:6, 7).

(Luiz Gustavo Assis é pastor adventista em Porto Alegre, RS)

Referências:

1. Richard Dawkins, Deus, um Delírio (São Paulo: Cia. das Letras, 2007), p. 31. Sam Harris também fez severas críticas ao Antigo Testamento em sua obra Carta a uma Nação Cristã (São Paulo: Cia. Das Letras, 2007).
2. Diversos materiais têm sido publicados sobre esses dois tópicos, entre eles: Paul Copan, Is God a Moral Monster? Making Sense the Old Testament God (Baker, 2011); Clay Jones, Killing the Canaanites: A Response to the New Atheism’ “Divine Genocide” Claims, disponível emhttp://www.equip.org/articles/killing-the-canaanites (acessado em 9/3/11); Stanley Gundry (ed.), Deus Mandou Matar? Quatro pontos de vista sobre o genocídio cananeu (São Paulo: Vida Nova, 2006); Roy Gane, “Israelite Genocide and Islamic Jihad”, Spectrum 34:3 (2006), p. 61-65.
3. Gary Rendsburg, The Fate of Slaves in Ancient IsraelDisponível em:http://www.forward.com/articles/2888/ (acessado em 9/3/11).
4. Eugene E. Carpenter, Deuteronomy, em Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary, ed. John Walton  (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2009), p. 1:496.
5. O matemático judeu David Berlinski cita duas páginas de estatísticas de massacres cometidos no ultimo século, em sua obra The Devil Delusion:Atheism and Its Scientific Pretensions (New York: Basic Books, 2009), p. 22-24.
6. E. E. Carpenter, Human Sacrifice, em The International Bible Encyclopedia, ed. Geoffrey W. Bromley (Grand Rapids: Eerdmans, 1988), p. 4:259. Para mais informações sobre os cultos a Moloque, ver George Heider, Moloch, em The Anchor Bible Dictionary, ed. David Noel Freedman (Doubleday, 1992), p. 4:895-898.
7. Gordon J. Wenham, The Old Testament Attitude to Homosexuality, Expository Times 102 (1991), p. 361.
8. William F. Albright, Yahweh and the Gods of Canaan: A Historical Analysis of Two Contrasting Faiths (Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1968), p. 126.
9. Lise Manniche, Sexual Life in Ancient Egypt (London: Routledge, 1987), p. 100.
10. Harry A. Hoffner Jr., “Incest, Sodomy and Bestiality in the Ancient Near East”, in Orient and Occident: Essays Presented to Cyrus H. Gordon on the Occasion of His Sixty-fifth Birthday, ed. Harry A. Hoffner, Jr. (Neukirchen Vluyn, Germany: Neukirchener Verlag, 1973), p. 82.
11. Hoffner, Jr., p. 82.

sábado, 22 de setembro de 2012

O Quarto Mandamento



A prática do descanso semanal cria uma nova condição para a qualidade de vida e ajuda o profissional a recompor-se e buscar mais harmonia no retorno ao trabalho.
Dados recentes do IBGE revelam que a expectativa de vida do brasileiro é de quase 73 anos. Porém, estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revela que há um contingente de 32 milhões de brasileiros que vivem acima disso. Isso denota que as pessoas estão vivendo mais e é evidente que terão de trabalhar mais anos para se sustentar.
Imaginemos uma pessoa que trabalha de 10 a 12 horas por dia – sete dias por semana, possivelmente ela terá um prazo de longevidade menor e mesmo se atingir uma vida mais longa, certamente sofrerá as conseqüências por viver uma vida desregrada e frenética.
É importante as pessoas atingirem a longevidade com saúde plena e uma qualidade de vida satisfatória, ou seja, alcançar uma idade elevada desfrutando de saúde e bem-estar. Mas para isso ocorrer é preciso atentar para uma regra fundamental sintetizada numa frase que fiz há poucos anos e que foi contemplada em um concurso de Natal de um shopping, onde ganhei um lindo carro zero km. O tema era: “Espero que o ano novo…” Daí eu completei: “…não seja uma corrida, mas sim uma viagem que deve ser desfrutada a cada passo”.
O carro ficou um mês exposto no saguão principal do shopping e posteriormente quando fui retirá-lo e fazer algumas fotos para publicidade, alguém me confidenciou que os jurados estavam tão extenuados e estressados com a correria do dia-a-dia e de fim de ano – que a minha frase, entre milhares, veio ao encontro de suas necessidades.
Habitualmente, as pessoas reclamam que não tem tempo para nada e que estão demasiadamente estressadas com as pressões diárias que enfrentam tão frequentemente.
Se as pessoas em geral tivessem mantido a prática do descanso sabático, será que hoje poderiam estar livres desse estado de exaustão coletiva? Certamente que sim. Se se “desligassem” do mundo por um dia a cada sete, o descanso que conseguiriam se revelaria terapêutico o suficiente para se prolongar pelo resto da semana.
Houve um período em que trabalhei, no interior do estado de São Paulo, realizando auditoria financeira para uma determinada organização. Comumente viajava aos domingos a fim de fazer meu trabalho de revisão e objetivando atender um número de mais ou menos dez unidades, em média, a cada viagem programada.
Certa vez, cumprindo meu itinerário, quando cheguei à cidade onde atenderia, numa só unidade (regional), algumas unidades das cidades adjacentes, estacionei em frente ao local exatamente às 8:45h, como planejado. Calculara o tempo exato. Até aí tudo bem. Havia apenas um problema: não havia ninguém. Não porque eu estivesse adiantado, mas porque tinha ido para o local errado, ou seja, o lugar não pertencia a mesma organização da qual eu prestava meus serviços.
Segundo informações estava distante do lugar, e restava pouco tempo para encontrar o local exato, tendo em vista que havia me comprometido com duas das pessoas que estavam me aguardando atendê-las e dispensá-las até às 10:00h, pois deveriam retornar ainda na parte da manhã para suas cidades por causa de outros compromissos.
Finalmente, encontrei o local exato. Entretanto cheguei vinte minutos atrasado, é claro. Senti-me desconfortável e meu trabalho não se desenrolou exatamente como eu esperava.
Não havia deixado uma margem de tempo que fosse o suficiente para atender possíveis contingências e paguei por isso.
Em relação ao trabalho podemos dizer que o descanso é uma margem que aumenta a eficiência no trabalho e é um fato bem conhecido que tem sido demonstrado estatisticamente. Se as horas e dias de trabalho são aumentados indevidamente, a produção na realidade cai. Recessos, intervalos, dia semanal sem trabalho, feriados, são medidas designadas para aumentar a produção, mantendo-a no máximo de eficiência por um longo período de tempo.
Aquele que nos criou sabe que mesmo nosso desejo sincero de fazer o melhor pode levar-nos à intemperança e ao excesso. Consequentemente, Ele nos deu o quarto preceito do Decálogo como um mandamento de misericórdia. “Seis dias trabalharás”, diz Ele, “mas no sétimo dia não farás nenhum trabalho.” Êxodo 20: 9-10.
“Seis dias trabalharás”, diz o quarto mandamento. Esse é o tempo que lhe foi concedido. Trabalhe, lute e dê o melhor de si durante esse tempo. Mas tudo isso tem um limite – o sábado. Nesse dia, você deve descansar.
O sábado atua em relação à fadiga, cansaço e ansiedade. Ele provê uma terapia de significado através do descanso que traz. Não apenas os músculos cansados são refrigerados, mas também a mente cansada e o mundo cansado recebem o descanso. O dia de descanso estende um convite a encontrarmos o repouso necessário a fim de obtermos maior qualidade de vida e bem-estar.
Objetivando ilustrar este conceito podemos observar que como parte do processo de escrita, ao terminar de escrever um livro, é recomendável e necessário colocar o manuscrito de “molho”, a “repousar”, umas horas, de preferência três ou quatro dias, para que depois a própria pessoa que escreveu poder ler quase com os olhos de um leitor normal que desconhecia o texto. Esta medida é válida para observar se conseguiu manter o foco sobre o tema do livro, se organizou a estrutura do livro de forma concatenada e sentir se desenvolveu completamente o tema. Lê-lo logo a seguir a escrevê-lo é má prática, pois não se guarda a distância suficiente e não se consegue detectar os vícios de português e os pontos menos claros.
Este método ajuda o escritor a retomar a sua obra com maior potencial de análise, proporcionando olhos mais críticos e assim poder melhorá-la, caso necessário, justamente porque rompeu com uma contínua atividade que vinha desenvolvendo e caso não fizesse esta “ponte” não lograria maior êxito.
Embora muita gente se espante por se perder uma parte substancial do tempo de escrita com a revisão, o tempo que se gasta nessa tarefa raramente é demasiado. E é um tempo que não se pode gastar exatamente quando e como se quer.
Se com um texto ou um livro, é importante reservar um espaço de tempo para que haja uma adequada reparação, imagine com nossas vidas. Portanto, minha sugestão é: faça uma pausa, proponha-se uma autocrítica e uma auto-análise, avaliando o seu estilo de vida e como tem se dedicado ao trabalho. Pare e avalie a fim de colocar as coisas nos eixos.
“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.” Êxodo 20:8-11.
*Alcides Ferri  Palestrante Comportamental/Motivacional – realizando palestras, in company, na área de Treinamento e Desenvolvimento, objetivando inspirar e persuadir as pessoas a se engajarem na busca constante de seu autodesenvolvimento, visando à superação das lacunas e carências existentes em suas competências a fim de atingirem sustentabilidade na carreira.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Uma Canção Para os Que Amam


"O meu amado fala e me diz:

Levanta-te, querida minha, formosa minha,
E vem.
Porque eis que passou o inverno,
Cessou a chuva e se foi;
Aparecem as flores na terra,
Chegou o tempo de cantarem as aves,
E a voz da rola ouve-se em nossa terra.
A figueira começou a dar seus figos,
E as vides em flor exalam o seu aroma;
Levanta-te, querida minha, formosa minha,
E vem" (Cantares 2:10-13).

Você já se perguntou por que a Primavera sempre foi considerada a estação do amor e o cenário da literatura romântica, em todas as épocas da História? Deve ser porque a Primavera reflete a experiência dos jovens apaixonados. Tudo é renovado: novas vidas abundam sobre a terra, a felicidade e as cores triunfam sobre o acinzentado monótono do Inverno.

Não importa em qual estação do ano um casal se apaixone, para eles sempre é Primavera, porque suas vidas estão renovadas, com uma nova perspectiva. O que era preto e branco passa a ser colorido, o que estava escuro fica claro ...

Um amor novo traz uma vida nova. Tanto os apaixonados quanto as árvores, que no Inverno estavam sem graça e estéreis, na Primavera atingem seu apogeu e tornam-se belos.

Um indício evidente do verdadeiro amor é o desejo de se comunicar, a vontade de descobrir tudo sobre aquela pessoa que se ama tanto. Nenhum detalhe é insignificante demais para ser contado. Cada mudança de humor e sentimento é importante. E o motivo de alguém se preocupar com os detalhes e sentimentos é o fato de se importar tanto com o ser amado. - S. Craig Glickman, A Song for Lovers.

Apaixonados Por Jesus

Como cordeiro [Ele] é levado ao matadouro e como ovelha muda diante dos Seus tosquiadores, não abre a boca, não reclama, não exige direitos, não pensa em justiça. 

Apenas morre, morre lentamente consumido pelas chamas de um amor misterioso, incompreensível, infinito. 

Não, eu nunca terei palavras para agradecer o que Ele fez por mim. Eu nunca poderei entender a plenitude de Seu amor por mim. Mas, ao levantar os olhos para a montanha solitária e ver pendurado na cruz um Deus de amor, meu coração se enternece e exclamo como a garota do colégio: 

"Como teria coragem de não amar alguém que me ama tanto?" - Alejandro Bullón, Conhecer Jesus É Tudo. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Jesus tinha esposa ou a mídia é casamenteira?



Jesus teria sido casado? Essa pergunta varreu as redes de comunicação nas últimas horas devido a um fragmento antigo que parece desmentir a assertiva de que Jesus era solteiro. Tive acesso a uma cópia prévia do artigo da professora de Havard, Karen L. King (com contribuições de AnneMarie Luijendijk), que será lançado em Janeiro de 2013 naHarvard Theological Review. Nele a autora, de fato, apresenta um fragmento de papiro escrito em Copta e datado do 4º século d.C., e que traz um diálogo entre Jesus e Seus discípulos, no qual o Mestre usa a expressão “minha esposa”. Alguns noticiários (felizmente não todos) divulgaram de modo sensacionalista que teríamos aqui o primeiro indício de que, contrariando a posição oficial do cristianismo, Jesus teria, sim, Se casado com Maria Madalena. Será isso verdade? Vamos primeiramente ver o que diz o fragmento que mede 4 cm x 8 cm – algo pouco maior que um cartão de visitas.

No anverso, temos oito linhas incompletas com traços ilegíveis de uma nona linha e outras seis linhas podem ser lidas no verso. É importante, contudo, dizer que nem a autora nem eu somos especialistas em papirologia ou em língua copta, portanto, as conclusões tanto da Dra. Karen quanto as minhas são sugeridas após a avaliação técnica de outros expertos no assunto. Diz o texto:

Anverso:

1. “não [para] mim. Minha mãe me deu a vi[da...”
2. os discípulos disseram a Jesus: “[
3. negar. Maria é digna de... [alguns sugerem que o correto seria: “Maria não é digna de...]”
4. ...” Jesus disse a eles: “Minha esposa... [
5. ...ela  será capaz de se tornar um discípulo... [
6. Deixe os iníquos incharem... [
7. Quanto a mim, eu moro com ela de modo que... [
8. uma imagem [

Verso:

1. minha mã[e
2. três [
3. ... [
4. Diante do qual ...
5. traços de tinta ilegíveis
6. traços de tinta ilegíveis

Observações de papirólogos e linguistas

Como o papiro pertence à coleção particular de um anônimo, é difícil avaliar completamente sua procedência ou sua autenticidade. Contudo, muitos elementos apontam para a possibilidade maior de ser um texto verdadeiro, produzido na Síria ou mais provavelmente no Egito e datado do 4º século d.C. Não sabemos como o papiro chegou às mãos do colecionador nem em que condições foi adquirido.

Essas conclusões preliminares foram assinadas pelos Drs. Roger Bagnall, papirólogo e diretor do Instituto para Estudo do Mundo Antigo de Nova Iorque, e AnneMarie Luijendijk, da universidade de Princeton. Pelo menos dois outros especialistas, no entanto, colocaram em dúvida a autenticidade do papiro, baseados principalmente em algumas dificuldades gramaticais que foram posteriormente bem respondidas. Portanto, temos uma chance muito grande de estar diante de um documento autêntico. Novas pesquisas laboratoriais envolvendo a tinta do manuscrito poderão lançar maior luz sobre essas questões.

Observações da Dra. King

Não sabemos o gênero desse documento, nem quem o escreveu. Colocou-se o nome “Evangelho da Esposa de Jesus” (com a sigla em inglês GosJesWife) por mera identificação provisória sem a pretensão de que seja realmente um evangelho apócrifo ou que o título represente mesmo o cerne de seu conteúdo.

Pela análise textual, é mais provável que a Maria mencionada no texto seja Maria Madalena e não Maria mãe de Jesus, cuja referência aparece na primeira linha. Mas, a despeito disso, o fragmento não é, definitivamente, uma “prova” ou argumentação séria de que Jesus de Nazaré fosse casado. O papiro foi escrito muito tempo depois dos dias de Cristo, e mesmo que seja a tradução de um original que dataria do segundo século, ainda assim estamos tratando de uma fonte muito tardia que nada teria a ver com o real fundador do cristianismo.

Esse seria o mais antigo fragmento de manuscrito a mencionar que Jesus teria uma esposa e seu original deve datar da segunda metade 2º século d.C. (posterior ao ano 150), o que mostra que o assunto já estava em discussão naquele tempo. As razões da polêmica podem ser as mesmas que envolveram a questão do celibato e do domínio sobre as paixões carnais que começaram a ser debatidas com força no segundo século d.C., conforme vemos nos escritos de Clemente de Alexandria e outros.

Existem paralelos importantes entre esse texto e outros documentos como os evangelhos canônicos e o evangelho de Tomé. No entanto, trata-se de um fragmento inteiramente inédito, com um conteúdo ainda desconhecido e não inteiramente concordante com os outros textos até agora descobertos.


Minhas observações

Em primeiro lugar, achei tremendamente lúcidas as posições da Dra. Karen. Minha única nota de ceticismo fica por conta da afirmação taxativa da autora de que esse é o texto mais antigo a mencionar que Jesus teria uma esposa. As razões do receio nesse ponto são simples: primeiramente temos de acentuar que o texto encontrado data do 4º século d.C. É, portanto, conjectural a afirmação de que se trata de uma tradução de outro texto grego original mais antigo e que esse dataria do segundo século. Não há evidências adicionais para afirmar ou desmentir essa tese; é uma possibilidade, não certeza absoluta. Segundo: ainda que esse texto provenha do grupo de textos apócrifos surgido no 2º século, ele não pode ser considerado o mais antigo apenas por mencionar explicitamente a expressão “minha esposa”. Afinal, outros textos, como “o evangelho de Felipe”, ainda que de modo indireto, dão a entender que teria havido alguma relação marital entre Jesus e Maria, e não temos meios de saber qual seria mais antigo. Fora isso, concordo com as demais análises da Dra. King.

Mas é importante dizer que não há nada nessa descoberta ou nesse estudo que ameace a ortodoxia cristã. Muito menos que se trate de algo jamais conhecido pelos teólogos cristãos. Na verdade, o que temos é o eco de um grupo de cristãos dissidentes (a maioria da cidade de Alexandria, no Egito) que criaram um movimento chamado gnosticismo. A maioria dos especialistas acredita que esse movimento surgiu no fim do primeiro século, início do segundo. Alguns poucos autores, no entanto, estão começando a sugerir que raízes gnósticas já poderiam ser vistas nos dias de Paulo! Seja como for, era um movimento marginal e não a voz tradicional da Igreja Cristã primitiva.

Mas o que eles ensinavam? Sua doutrina é muito complexa para ser explicada em poucas palavras e eles eram multifacetados em muitos segmentos, cada um dizendo uma coisa diferente da outra. Contudo, em termos gerais, podemos dizer que eles foram muito influenciados pela filosofia helênica que dominou a cidade de Alexandria e tentaram moldar o cristianismo com base nessa filosofia. Aqui é importante esclarecer que a filosofia helênica tinha importantes diferenças em relação àquela outra filosofia grega que surgiu no 6º século a.C., com os pré-socráticos, e terminou com os tratados de Aristóteles. É claro que uma deu origem à outra e há muitas continuidades entre ambas, mas nessa nova fase havia exagerada mistura de filosofia com mitologia e misticismo religioso.

Os gnósticos eram cristãos que a princípio queriam tornar o cristianismo mais aceitável a seus compatriotas alexandrinos, especialmente os líderes e intelectuais do povo. Seu grande problema, porém, era que o cristianismo original, aquele pregado por Jesus e pelos apóstolos, chegava a ser patético diante dos olhos do mundo grego de Alexandria. Ideias como encarnação, ressurreição, morte expiatória numa cruz, etc. não tinham boa receptividade entre os pagãos. Eram rejeitadas antes mesmo de se iniciar um diálogo. Então o jeito foi adaptar o cristianismo para torná-lo mais aceitável e menos preconcebido. Em outras palavras, o que fizeram foi modificar a figura do Jesus histórico (isto é, aquele que realmente existiu e foi descrito nos primeiros evangelhos) criando um Cristo gnóstico, mais elegante e aceitável ao povo grego.

Esse novo Cristo, por exemplo, à semelhança de Sócrates e Platão, só ensinava por meio de diálogos. Era místico e não sentia dor, nem sofrimento de espécie alguma. Ele também trazia um ensino ou conhecimento secreto que somente pessoas iniciadas poderiam conhecer. Daí o nome “gnósticos”, que vem da palavra grega gnôsis, isto é, conhecimento. Com isso, dava-se um “jeitinho alexandrino” de explicar os ensinos menos aceitáveis de Jesus. Eles diziam que aqueles eram ensinamentos pueris dados para a multidão ignorante, mas o verdadeiro ensino fora dado, de modo secreto, apenas para os iniciados. Negou-se também a morte de Jesus na cruz, afirmando que quem teria morrido, na verdade, havia sido o homem Jesus, pois o espírito do Cristo teria voltado para o Pai, no pleroma superior, onde viveriam os espíritos mais elevados.

Foi nessa “onda” que surgiu também a necessidade de se criar uma esposa para Jesus de Nazaré, a fim de fazer jus às ideias de que espíritos evoluídos estavam sempre em pares (casais) e nunca sozinhos. O Cristo ou o Logos, que seria o espírito que teria dominado a mente do homem Jesus, também teria uma consorte, uma deusa chamada Sofia!

E assim vai a criatividade dos gnósticos, produzindo evangelhos tardios escritos mais de cem anos depois da morte de Cristo e que hoje chamados de evangelhos apócrifos. Como acentuou a própria Dra. King, esses textos não têm nada a ver com o Jesus histórico, isto é, aquele que viveu no início do primeiro século e fundou o cristianismo. Seu retrato, mais fiel está nos Evangelhos canônicos e nos demais livros do Novo Testamento que não se preocuparam em maquiar Sua imagem para troná-Lo mais aceitável ao judaísmo e/ou às exigências do mundo exterior.

Uma nota final: é tremendamente exagerada e anacrônica a leitura que alguns autores fazem dos evangelhos gnósticos afirmando que eles já discutiam, na antiguidade, o papel da mulher na religião e na sociedade. Nada seria menos verdadeiro. Tenho em minha casa o texto de todos os evangelhos apócrifos, e cruzando os dados desse fragmento com o que dizem outros textos, como o Evangelho de Tomé, por exemplo, o que percebo é que o contexto era a “posição de Maria Madalena entre os discípulos” e não a posição da mulher “em geral” entre a sociedade. Os gnósticos nem pensaram nisso.

Ademais, embora houvesse tradições judaicas que encorajassem o celibato, o casamento era visto como uma possibilidade igualmente abençoada (1 Qsa 1:4-10; Josefo, Antiguidades 18.1.5.21; Philo, Hipotética 11.14-). Além disso, em 1 Coríntios 7:9; 9:5 e em 1 Timóteo 3:2, Paulo defende o direito apostólico de ser casado e menciona os líderes da Igreja (Pedro, os apóstolos e os irmãos do Senhor) como casados. Ora, se Jesus fosse casado, a Igreja não teria motivos para esconder isso. Até o Apocalipse fala do casamento entre Cristo e sua Igreja, uma imagem proscrita, caso tentassem esconder um pretenso enlace entre Jesus e Madalena. Portanto, o completo silêncio da igreja primitiva sobre esse assunto nos leva a crer não que estavam escondendo uma verdade sobre o estado civil de Jesus, mas que Ele não era de fato casado. Por outro lado, a multiplicação de textos na segunda metade do segundo século sugerindo uma união marital com Maria Madalena só pode ser uma adaptação ou criação literária tardia que nada tem a ver com a verdadeiro Jesus de Nazaré.

(Rodrigo Silva é professor no Unasp, apresentador do programa Evidências, doutor em teologia, especialista em arqueologia bíblica e doutorando em arqueologia pela USP)

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sexo oral causa mais câncer de garganta que cigarro e bebida


O tabaco, substância presente no cigarro, e o consumo de bebidas alcoólicas sempre foram apontados como um dos principais fatores para desenvolvimento de câncer na região da garganta. Pois agora cientistas afirmam que o sexo oral ocupa o topo da lista entre os comportamentos de risco.

Pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, descobriu que o vírus HPV atualmente é a principal causa da doença em pessoas com menos de 50 anos. O papiloma vírus humano pode provocar lesões de pele ou em mucosas. Existem mais de 200 variações com menores e maiores graus de perigo. Um deles é o causador de verrugas no colo do útero, consideradas lesões pré-cancerosas.
Homens com mais de 50 anos costumavam ser as principais vítimas do câncer de garganta. Principalmente aqueles com histórico de fumo e consumo de bebida alcoólica. Mas o problema tem crescido em faixas etárias mais baixas, e dobrou nos últimos 20 anos nos Estados Unidos em homens com menos de 50 anos devido ao vírus.
Outros países como Inglaterra e Suécia também identificaram aumento da doença devido ao HPV. Na Suécia, apenas 25% dos casos tinham relação com o vírus na década de 1970 e, agora, o índice chega a 90%, de acordo com uma das pesquisadoras, a professora Maura Gillison.
Segundo ela, alguém infectado com o tipo de vírus associado ao câncer de garganta tem 14 vezes mais chances de desenvolver a doença. "O fator de risco aumenta de acordo com o número de parceiros sexuais e especialmente com aqueles com quem se praticou sexo oral", afirmou a pesquisadora.
Os resultados do levantamento vão ao encontro de outros já feitos sobre o mesmo tema, como o realizado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Realizado no ano passado, o estudo apontou que pessoas que tiveram mais do que seis parceiros com quem praticaram sexo oral tinham nove vezes mais chances de desenvolver câncer de garganta. Nos que já haviam tido algum tipo de infecção provocada pelo HPV, o risco subia para 32 vezes.
Os médicos que realizaram o levantamento sugeriram que homens também sejam vacinados contra o vírus, como é recomendado para as mulheres. Em países como Inglaterra, meninas de 12 e 13 anos recebem a vacina contra HPV e, segundo dados, previne até 90% dos casos de infecções.
No Brasil, há dois tipos de vacinas disponíveis, contra os tipos mais comuns de câncer do colo do útero, mas o governo alerta que não há evidência suficiente da eficácia da vacina, o que só poderá ser observado depois de décadas de acompanhamento. O governo também recomenda a prática de sexo seguro como a melhor maneira de se prevenir.
Fonte: Terra

domingo, 16 de setembro de 2012

Energia para cada dia (#rpsp)



 
Como fortalecer a fé? Como crescer espiritualmente? Como conhecer a vontade de Deus? A resposta para essas e outras perguntas está em duas palavras: reavivamento e reforma. Reavivamento tem que ver com a busca do Espírito Santo e a consagração. Reforma tem que ver com mudança de atos e hábitos. Um dos projetos para promover o reavivamento e a reforma se chama “Reavivados por Sua Palavra”, identificado no Twitter pela hashtag #rpsp. A propósito, as interações na rede social já atingiram o primeiro lugar nos Trend Topics Brasil, considerado o medidor oficial dos assuntos mais populares entre os tuiteiros brasileiros.

A sigla “rpsp” me lembra de outra sigla: “rpm”. #rpsp é um grande projeto da Igreja Adventista do Sétimo Dia para incentivar a leitura da Bíblia todos os dias. Por sua vez, “rpm” é uma designação técnica para indicar o número de voltas que o virabrequim do motor dá em um minuto. “De modo geral, para máquinas rotativas de qualquer natureza (elétrica, hidráulica, mecânica, térmica, etc.), geradoras ou motoras (sob a ótica da conversão ‘de/para–mecânica’), fala-se em ‘rotações por minuto’ para se referir à velocidade angular do eixo principal da máquina” (fonte: Wikipédia).

A essa altura, você deve estar pensando o que as duas siglas teriam em comum? Bem, acho que muito. Um motor não pode dar nenhuma volta se não tiver combustível. O melhor carro não poderá se locomover se não tiver combustível e/ou bateria. Da mesma forma, não é possível ser fiel sem estar com o combustível da fé e/ou a “bateria espiritual” carregada.

Aí é que entra o #rpsp. Reavivados por Sua Palavra é a mobilização da igreja para ler um capítulo da Bíblia todos os dias. Por quê? Porque, conforme é dito no livro Educação (p. 126), “a energia criadora que trouxe à existência os mundos está na Palavra de Deus. Esta palavra comunica poder, gera vida. [...] Transforma a natureza, cria de novo a alma à imagem de Deus”.

Por isso, quero pontuar algumas coisas que considero importantes nesse projeto:

1. Menos é mais. Eu já lia a Bíblia todos os dias seguindo o plano do “Ano Bíblico” (três capítulos por dia para ler toda a Bíblia em um ano). Se você tem esse hábito, continue. Por outro lado, creio que é melhor ler menos capítulos e prestar mais atenção ao texto do que ler três ou mais capítulos apressadamente. Quando lê menos, você tem mais tempo para prestar atenção em detalhes como, por exemplo: “O que Deus falou”, “O que Deus ordenou”, “O que Deus está falando para você, especificamente”, etc.

A própria escritora Ellen White (autora do livro citado anteriormente), que escreveu muito sobre a importância de ler a Bíblia, declarou: “No estudo diário, o método de estudar versículo por versículo é muitas vezes o mais eficaz. Tome o estudante um versículo e concentre o espírito em descobrir o pensamento que Deus ali pôs para ele, e então se demore nesse pensamento até que se torne seu também” (Educação, p. 188).

2. Partilhar. Além de ler a Bíblia todos os dias, decida partilhar a Palavra de Deus. Uma forma de fazer isso é por meio de redes sociais como Facebook e Twitter. No caso desta última, utilize sempre a hashtag #rpsp.

Quem compartilha é mais beneficiado do que aquele que apenas recebe a mensagem. Para mim, essa tem sido a realidade. Cada vez que leio um capítulo, procuro prestar atenção em todos os versos e oro a Deus: “Senhor, fale comigo através deste capítulo e me mostre textos que serão um auxílio e uma bênção para outras pessoas também.” Deus sempre tem me mostrado.

 
Me lembro de um capítulo da Bíblia que li, cujo conteúdo tratava de lepra e mofo. A princípio não consegui ver nenhuma “lição” espiritual. Como fiz o compromisso de compartilhar as bênçãos nas redes sociais, eu li novamente e pedi que Deus me mostrasse algo a mais além de informação histórica. E Ele me mostrou. Comecei a ver várias lições, entre elas: (a) “a lepra moderna se chama pecado e tem corroído a vida de muitas pessoas”; (b) “se Deus Se importava com pequenas coisas, como o mofo de uma casa, Ele certamente se importará com as coisas grandes em minha vida”.

3. Compromisso. Faça um compromisso com Deus de ler e partilhar a Palavra. Se você fizer isso não cairá tão facilmente na tentação de desistir. Afinal, cada manhã terá o compromisso de postar os textos que mais lhe impressionaram. Eu afirmo que você vai crescer espiritualmente se comprometendo a ler a Bíblia todos os dias e compartilhá-la com outras pessoas. 

4. Integração. Ler um capítulo da Bíblia todos os dias seguindo a orientação de leitura do projeto Reavivados por Sua Palavra é simplesmente motivador por causa do senso de integração, ou seja, de saber que não estou lendo a Bíblia sozinho. Pertenço a um enorme grupo em todo o globo que está lendo o mesmo capítulo e ouvindo a voz de Deus com os mesmos textos.

Fico empolgado quando entro no Twitter e vejo muitas pessoas comentando sobre o mesmo assunto que li nas primeiras horas do dia. A unidade e o senso de pertencer a um grande grupo nos anima a continuar a caminhada.

5. Conexão. Quero aproveitar para convidar você a fazer uma conexão da Bíblia com a Lição da Escola Sabatina. Como funciona isso? Assim que você ler a Bíblia, estude a Lição. Você pode baixar o aplicativo ou ler o guia de estudos por meio do site da Casa Publicadora Brasileira (www.cpb.com.br ). Mas o melhor é que você assine a Lição (no mesmo site) e a estude diariamente.

Além de estudar a Lição, aproveite para compartilhá-la também. Pode ser uma frase, um verso ou algo que lhe causou impacto. A hastag oficial para a divulgação da lição no Twitter é #les (que significa “lição da escola sabatina”).

Essa conexão é muito importante, já que o objetivo da Lição é levar o leitor a um profundo conhecimento da Bíblia, por meio de temas que também são estudados concomitantemente em todas as igrejas adventistas no mundo.

E aí, meu amigo, o que achou da proposta? Vamos participar? Levante-se mais cedo a cada manhã. Firme um compromisso com Deus e não passe nenhum dia sem meditar na Bíblia e ser reavivado por Sua Palavra.

(Evandro Fávero é líder de Ministério Pessoal e Escola Sabatina na União Sul-Brasileira da IASD)