sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Liberdade para recomeçar



"Mesmo que a afirmação pareça estranha, em cada segundo de nossa vida estamos livres para jogar tudo para o alto e começar uma vida nova; mesmo assim, muita gente, em raras ocasiões, lança mão dessa liberdade, pois nem tem consciência dela". - Dr. Reinhard K. Sprenger.

Estamos ainda "engatinhando" em termos de 2011. A esta altura, quem sabe, muitos dos planos e metas que você traçou e os votos que tomou na passagem do ano já tenham ido para o espaço ou, caso prefira, caído por terra. 

Não entre em pânico! Não se desespere por isso! Não faça da sua vida um novo "muro das lamentações"! Aliás, já basta um - aquele lá em Jerusalém... A boa notícia é que hoje, agora, neste exato momento, nós podemos zerar aquele pequeno "marcador" da nossa vida e começar tudo de novo: Uma nova página e um novo capítulo em nossa vida, bem mais auspiciosos e encorajadores. 

É possível que ao lerem estas palavras alguns de vocês balancem a cabeça e digam em tom de dúvida: "É... bom demais para ser verdade!" Acontece que é bom demais e é a mais pura verdade!!! Abra a sua Bíblia, se não puder agora faço-o quando chegar em casa, no seguinte verso da Bíblia: Lamentações de Jeremias, capítulo 3, versos 22 e 23. 

Veja o que diz este texto fantástico: "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a Tua fidelidade". 

O que são essas "misericórdias do Senhor"? Nas palavras de William Secker, "As misericórdias são dádivas divinas que pagam antecipadamente nossas dívidas".

"O sentido bíblico da palavra misericórdia é fácil de ser captado. Em toda a história da humanidade, Deus manifesta sua candura e ternura para com a miséria humana", completa o pastor e escritor Naamã Mendes.(1)

Esta bondade e candura divinas estão disponíveis a todos os seres humanos; no entanto, lembra-nos aquele gigante da fé chamado A. W. Tozer, "Para recebermos a misericórdia, temos de saber primeiro que Deus é misericordioso. Não basta acreditarmos que certa vez Ele mostrou misericórdia a Noé, ou a Abraão ou a Davi e que nalgum dia distante mostrará mais uma vez a Sua misericórdia. Temos de crer que a misericórdia de Deus é livre e infinita; e, através de Jesus Cristo nosso Senhor, acha-se agora à nossa disposição, acessível a nós em nossa condição atual".(2)

Acima das definições, conceitos e comentários teológicos sobre a misericórdia - que são inúmeros e bonitos - o que nos importa saber é as misericórdias do Senhor "não têm fim; renovam-se cada manhã". Portanto, chega de lamentar o passado ou mesmo sofrer o presente! Lembre-se que o Senhor quer lhe dar hoje, agora, a oportunidade da renovação espiritual - um novo começo, um novo futuro, uma nova vida - em sua existência!

Como disse logo no início desta reflexão, não ceda à incredulidade um só momento! Não fique parado(a) entregue à indefinição ou divagações filosóficas! Afinal, quem está lhe assegurando esta verdade maravilhosa é Aquele que é fiel, cujas promessas são infalíveis, cuja Palavra jamais falha. Não é à toa que o profeta Jeremias ao expor esta mensagem apresenta em seguida, logo abaixo, a assinatura de quem é o seu Autor: "Grande é a Tua fidelidade". 

Neste sentido, aqui vai uma advertência oportuna do escritor A. W. Tozer: "É possível implorar por misericórdia durante toda uma vida de incredulidade, e chegarmos ao fim de nossos dias não tendo mais do que uma triste esperança de que nalgum lugar, em algum dia, iremos recebê-la. Isto é como morrer de fome do lado de fora do salão de um banquete a que tenhamos sido cordialmente convidados. Ou poderemos, se assim o quisermos, nos apropriarmos das misericórdias de Deus, pela fé, entrar no salão, e sentar-nos com as almas corajosas que não permitem que a indiferença ou a incredulidade as impeçam de participar da ceia de manjares para elas preparada".(3) 

E aí, o que você está esperando para deliciar-se com o banquete da salvação que o nosso Pai já preparou? Gosto de um pensamento que li faz alguns anos e que me veio à mente, agora, enquanto escrevia este texto. É de J. N. Darby em que ele, comentando o retorno do filho pródigo, afirma o seguinte: "Quando o filho pródigo sentiu fome, foi alimentar-se da comida dos porcos; quando estava morrendo de fome, voltou para a casa paterna". 

O Pai nunca mudou e jamais mudará! Seu amor por nós continua o mesmo: Forte e constante. Nós é que precisamos mudar. Temos que sair da posição de quem sofre e lamenta para a atitude de quem vive e se regozija. É justamente aí que o senso da nossa necessidade estabelece a diferença. - Elizeu C. Lira. 

Referências
1. - Naamã Mendes, Igreja: Lugar de Vida, pg. 39. 
2. - A. W. Tozer, Mais Perto de Deus, pg. 109.
3. - Idem, pg. 110. 

Quando Deus parece ausente


Há grande diferença entre o Deus que nós mesmos fabricamos, limitado às experiências passadas de crescimento, e a experiência atual de Deus, o Senhor Deus santo. 

Muitos de nós prezamos as recordações da bondade passada de Deus. Muitos de nós temos sentimentalizado a fé, dependendo da maneira em que o conhecemos em casa, em algum retiro, em alguma experiência de inspiração maravilhosa e amena ou em alguma época de necessidade na qual Ele interveio para ajudar-nos. Precisamos atualizar-nos com Ele. 

O sentimento da ausência de Deus pode simplesmente ser o outro lado de Deus exigindo atualização, vitalidade onde nos encontramos. Forçando-nos a soltar as cordas de segurança que nos prendem ao passado, Ele muitas vezes nos faz sentir como se não estivesse presente. 

Ele está - tenha certeza disso. Circunstâncias estranhas ou não familiares não O afastaram. Ele Se encontra conosco nelas e as usará para nosso crescimento e grandeza. 

O começo de algo mais
O sentimento da ausência de Deus muitas vezes ocorre quando estamos prestes a desejá-lo por quem Ele é e não apenas pelo que pode dar-nos.

É freqüente, por exemplo, a oração não passar de um jogo de "dá-me". Desejamos as bênçãos de Deus sem um relacionamento constante e transformador com Ele. Amorosamente, Ele se afasta. Retira o que pedimos até que desejemos mais o doador do que a dádiva. 

Deus permite o terrível sentimento de solidão em nosso coração até que possamos dizer: "Senhor, perdoa-me! Tenho Te tornado como um computador impessoal. Introduzo os dados de minha necessidade e espero que dês uma resposta na tela da minha vida, mas te desligo como desligo meu computador quando acho que já tenho o que preciso. Senhor, Tu és a resposta verdadeira de que preciso. Minha alma está vazia sem Ti. Vem, faze o Teu lar em mim".

Uma das maiores bênçãos que Deus pode outorgar é usar o sentimento de Sua ausência para fazer-nos desejá-lo mais do que tudo o que Ele possa dar-nos ou fazer por nós.

Uma oração apropriada
Annie Johnson Flint apresentou essa verdade de uma maneira linda, que expressa o anelo mais profundo do seu coração. Em época de enfermidade prolongada, com freqüência ela sentia a ausência de Deus até que percebeu que, mais do que a cura, necessitava dEle próprio. Uma cura mais profunda resultou em sua alma. 

Quando Deus parecer estar ausente, ouse fazer esta oração:

Não por paz, nem por poder.
Não pó alegria, nem por luz.
Não pela verdade, nem pelo conhecimento.
Não pela coragem para lutar.
Não pela força para realizar Teu serviço.
Não é por isso que minha oração será,
Não por dádivas ou graças
Mas por Ti, Senhor, justamente por Ti.
Faze-me sentir saudade de Tua presença
Acima de todo amigo terreno;
Faze-me ter sede de tua habitação em Mim,
Faze-me ter fome do Teu amor,
Até que em entrega completa e livre
Eu dê a minha vida a Ti.
Somente então em perfeição completa,
Podes dar-Te a mim. 

- Extraído de Lloyd John Ogilvie, Caindo na Grandeza, pgs. 72-79. 

Livro encontrado no lixo muda a vida de um jovem



 Vagner Carriel da Rosa (na foto ao lado, à esq., com o pastor José Carlos de Lima, diretor da Casa Publicadora Brasileira) nasceu na cidade de Sorocaba, no Estado de São Paulo. Quando ainda era criança, mudou-se com a família para a cidade de Guapiara, no interior de São Paulo. Com a posterior mudança para o município de Capela do Alto, também no interior, soube que havia uma igreja adventista do sétimo dia perto de sua casa, mas sempre se manteve a distância. Até que encontrou algo precioso numa sacola de lixo.

Já casado, Vagner trabalhava numa fábrica de brinquedos, acordava às 3h30 da manhã e precisava caminhar 12 km até o local, onde desempenhava a função de operador de forno. Certo dia, quando voltava para casa, algo lhe chamou a atenção num saco de lixo meio rasgado, à beira do caminho. Havia livros dentro do saco e um em especial o fez parar e se abaixar. Apesar de meio sujo e amassado, o livro tinha um título interessante: A Grande Esperança. Vagner limpou o impresso, guardou na mochila e levou para casa.

O jovem passou a estudar o livro e a compará-lo com sua Bíblia. De família evangélica, ele sempre teve interesse por assuntos religiosos, mas não imaginava a revolução que aquela publicação traria à sua vida. Entre outras coisas, ele descobriu a verdade do sábado e decidiu observar o sétimo dia. Nessa mesma época, os donos da empresa em que ele trabalhava decidiram promovê-lo a encarregado de turno, mas Vagner recusou a oferta, alegando que não poderia transgredir a lei de Deus. Resultado: não foi promovido e perdeu o emprego.

Vagner descobriu que um colega de trabalho era adventista e “se convidou” para conhecer a Igreja Adventista de Capela do Alto. Não deixou mais de frequentar a igreja, recebeu estudos bíblicos e, meses depois, foi batizado. Atualmente, ele trabalha na Casa Publicadora Brasileira (CPB), editora que produziu o livro que mudou sua vida.

No dia 22 de março, mais de 20 mil livros A Grande Esperança foram distribuídos pelos 540 funcionários da CPB, em três cidades próximas à editora. Uma delas é Capela do Alto e um desses livros alcançou Vagner de maneira providencial.

(Michelson Borges; publicado no Publishing Digest, v. 6, nº 8, agosto de 2012)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Que Fazer Com as Nossas Dúvidas



Dentro do meu planejamento e cronograma, quando você estiver lendo esta mensagem eu estarei tentando aproveitar os últimos dias das férias anuais. 

O tempo não pára e enquanto escrevo este texto e tentarei produzir mais outros sete, pelo menos, para cumprir o programa de uma nova mensagem a cada dia nesta seção, eu me deparo com algumas mensagens angustiantes de alguns amigos e/ou irmãos de fé (e de dúvidas) no Orkut. 

Algumas pessoas me dizem que a sua "luz está apagada", perderam a fé em Deus. Outras, afirmam que estão desanimados com a igreja que freqüentam, com a religião e com as pessoas e até com Deus. Outras, ainda, dizem que estão envoltas pelo nevoeiro das dúvidas.

Tenho procurado aqui, neste espaço virtual, me aproximar de vocês cada dia com uma mensagem de esperança e de renovação da fé - este é o grande objetivo desta seção e, por extensão, deste nosso site; mas, a pergunta que persiste, o que fazer quando estamos envoltos pelas dúvidas? 


Com a palavra, os gigantes da fé


Vou procurar, neste artigo de hoje, ajudar o querido leitor com a apresentação de pensamentos e considerações de grandes escritores e comentaristas do texto bíblico que, da mesma forma que nós, enfrentaram estas mesmas situações no passado.

Desta forma, ao nos depararmos com a maneira como eles encararam estas questões - como enfrentaram e saíram fortalecidos nestas pequenas ou grandes batalhas espirituais - nós teremos referenciais e, certamente, nos sentiremos mais animados a enfrentar as nossas atuais dificuldades. 

"João Batista tem dúvidas a respeito dele e manda emissários para obterem novas informações. Desconfiar do melhor amigo é doloroso. Mas Jesus aproveita essa dúvida e essas indagações e torna a religião uma coisa nova, vital. Diz aos mensageiros de João que voltem e digam a ele o que haviam visto e ouvido - "os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos". Talvez os enviados de João tivessem pedido as credenciais de Jesus: "Minhas credenciais", teria dito Jesus, "não são argumentos escritos: são estes homens curados". Suas credenciais estavam escritas na cura dos corpos e das almas dos homens". - E. Stanley Jones, Cristo e o Sofrimento Humano, pgs. 51-52. 

"Certo dia sobreveio dúvida mais profunda e, com ela, dor mais aguda. Sua própria mãe e irmãos quiseram levá-lo embora, pois pensavam que Ele tinha perdido a razão, que estava demente. Alguém pode suportar quase tudo, se houver simpatia e compreensão no lar. Quando, porém, o lar não nos compreende, olha-nos de soslaio, saúda-nos com frieza e desconfiança, ficamos realmente magoados". - E. Stanley Jones, Cristo e o Sofrimento Humano, pg. 52. 

"Pode a fé de um homem tornar-se tão forte que ele nunca mais duvide de nada? Digo que não. Aquele que tem a fé mais vigorosa há de passar por intervalos lamentáveis de desalento. Imagino terem sido raros os cristãos que, em um ou outro momento, não se afligiram com dúvidas terríveis quanto à sua inserção entre os amados do Senhor. Todos os filhos de Deus passarão por crises de incerteza, embora se mantenham firmes na fé a maior parte do tempo". - Charles H. Spurgeon, Liderança Espiritual Segundo Spurgeon, pg. 49.

"Como você, às vezes sou tentado ao desânimo. As pessoas me desapontam e impaciento-me com grupos e instituições. Mas percebo quando estou ficando desiludido e reconheço que é hora de orar, de voltar os olhos para o Senhor e não colocá-los no que penso das pessoas e suas reações". - Lloyd John Ogilvie, Caindo na Grandeza, pg. 19. 


O Salto da Fé

"Às vezes, imagino Jesus como um trapezista, saindo de um movimento de balanço, alcançando-me ansiosamente, chamando-me a deixar minha zona de conforto. Se der o salto com Ele, o Senhor vai me segurar ali adiante. Se permanecer onde estou, jamais poderei dizer honestamente: "Deus não atendeu minha oração para que tivesse uma vida melhor". - Laurie Beth Jones, Jesus Coach, pg. 136.

"Pouco depois que eu me converti, alguém escreveu numa das folhas avulsas da minha Bíblia a seguinte frase: "Quando tento, fracasso; quando confio, Deus age." Há uma teologia profunda nessa linha. A vida cristã não é uma seqüência de tentativas e fracassos, mas de confiança naquele que tudo pode". - Howard Hendricks, Aprenda a Mentorear, pg. 51.


"O coração crente confessa aquilo que Deus declara, sem maior necessidade de provas. Buscar provas é admitir dúvidas, e obter provas significa tornar supérflua a fé. Todo aquele que possui o dom da fé reconhecerá a sabedoria das ousadas palavras proferidas por um dos pais da Igreja primitiva: "Creio que Cristo morreu por mim, porque é algo inacreditável; creio que Ele ressuscitou dos mortos, porque isso é impossível"." - A. W. Tozer, Mais Perto de Deus, pg. 28.

"É natural a nossa insistência em ver o caminho que está à frente, mas isso se torna um verdadeiro empecilho ao nosso progresso espiritual. Deus tomou inteiramente a Si a responsabilidade pela nossa felicidade eterna e está pronto a tomar as rédeas de nossas vidas no momento em que nos voltarmos para Ele pela fé". - A. W. Tozer, Mais Perto de Deus, pg. 78. 

"Com a bondade de Deus a desejar o maior bem para nós, a sabedoria de Deus para planejá-lo, e o poder de Deus para realizá-lo, o que nos falta? Certamente, somos as mais favorecidas de todas as criaturas". - A. W. Tozer, Mais Perto de Deus, pg. 79. 


Alguns pensamentos para nossa reflexão: 

"Acredite em suas crenças e duvide de suas dúvidas; não cometa o erro de duvidar de suas crenças e de acreditar em suas dúvidas". - Charles F. Deems.

"Nunca duvide na escuridão do que Deus lhe disse à luz". - V. Raymond Edman.

"Aqueles que duvidam invertem a metáfora e insistem em que precisam de fé tão grande quanto uma montanha para mover uma semente de mostarda". - Webb B. Garrison.

"Beneficie-se com suas certezas, se você tiver alguma. Fique com suas dúvidas; eu já tenho dúvidas suficientes". - Johannes Von Goethe.

"A arte de duvidar é fácil, pois já nascemos com essa habilidade". - Martinho Lutero.

"Satanás adora pescar em águas turvas". - William S. Plumer.

Lembre-se: "Ter fé não é acreditar sem provas, mas, sim, confiar sem reservas!"

sábado, 25 de agosto de 2012

EXISTE VIDA APÓS A MORTE?


PR. ALEJANDRO BULLÓN


"Pr. Williams Costa Jr. - Pastor Bullón, por que existe a morte? Ela parece ser uma intrusa na vida da gente.
Pr. Alejandro Bullón - Na verdade ela é uma intrusa e traz muita dor às pessoas. Outro dia, um pai me dizia: "Pastor, eu estou desesperado. Meu filho de dezoito anos morreu em um acidente de trânsito. Alguns me dizem se ele foi bom, irá para o paraíso; se ele foi mau, irá para o inferno. Outros me dizem que ele vai reencarnar; já outros me dizem que ele vai ficar penando por aí. A alma dele, o espírito dele anda vagueando por aí. Eu não sei mais o que fazer." Esta é uma boa oportunidade para explicar o que a Bíblia diz, com relação à morte. Portanto, o que acontece com o ser humano quando morre? Para entender isto, temos que ir primeiro a Gênesis, para entender o que aconteceu, ou como foi que o homem surgiu, como ele apareceu. Aqui em Gênesis 2:7, diz assim: "Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente." Vamos imaginar: ali estava o boneco feito de pó, de barro, e Deus soprou nas narinas e, diz o texto bíblico, o homem passou a ser alma vivente. Isto quer dizer que, na linguagem bíblica, alma não é um espírito desencarnado, alma é um ser humano vivo. Adão e Eva quando começaram a viver, passaram a ser almas viventes. Assim, quando dizemos, no Estádio havia cem mil almas, não queremos dizer que havia cem mil espíritos desencarnados, mas sim que havia cem mil pessoas. Isto é básico para entender o assunto da morte. Agora, o que acontece quando o homem morre? Eclesiastes 12:7, diz: "E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.". Isto quer dizer que na hora da criação, Deus soprou nas narinas de um boneco de barro. Ora, um boneco de barro não é um ser humano vivo. Um boneco de barro não sente, não pensa, não chora, não sofre... você pode pisar, pode fazer o que quiser em um boneco de barro. Então, ele recebe o sopro de vida de Deus. Sopro, é sopro. Sopro não pensa, não sente, não chora, não tem fome, nada! Mas quando o sopro se juntou com o barro, aí então apareceu o homem, a alma vivente que sofre, que sonha, que chora, que ri, que faz tudo. Agora, quando o homem morre, acontece tudo ao contrário do que aconteceu na criação. O texto bíblico diz: "... o pó volta para a terra, e o espírito (o sopro) volta para Deus." Efetivamente, o seu avô ao morrer e o corpo dele ser enterrado, passados duzentos anos, ao se abrir o caixão, só vai encontrar pó. O pó volta para a terra de onde veio, e o sopro? Biblicamente, o sopro volta para Deus. Não fica um espírito vagueando.
Pr. Costa Jr. - Então, se o sopro volta para Deus, o que acontece com a pessoa que morreu?
Pr. Bullón - Ela acaba, deixa de existir. Isto está confirmado em Eclesiastes 9:5 que diz assim: "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol." E o versículo 10 acrescenta: "Tudo o que te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma."
Pr. Costa Júnior - A Bíblia é bastante clara ao dizer que quando a pessoa morre, ela se acaba. Mas, um telespectador nos fez a seguinte pergunta: "A minha tia morreu, e depois de alguns dias, ela apareceu em um Centro Espírita, falou com as pessoas e trouxe mensagens para a família. O que aconteceu neste caso, Pastor? Ela havia morrido, a Bíblia diz que tinha acabado, mas a pessoa garante que ela tinha voltado e se manifestado naquele lugar. Por que e como se explica isto?
Pr. Bullón - Eu vou ler um versículo da Bíblia para você, Apocalipse 12:7, diz assim: "Houve peleja no céu. Miguel (Jesus) e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão (Satanás) e seus anjos." "... Todavia, não prevaleceram nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos." Nesta batalha entre Cristo e o Diabo, lá nos céus, o Diabo levou a pior, como era de se esperar. E ele foi expulso dos céus e jogado à Terra com todos os seus anjos. E o Diabo usa armas como a sedução, o engano, o disfarce, a mentira, a fantasia para fazer você acreditar em algo que não existe. O que fazem o Diabo e os seus anjos, nos dias de hoje, depois que foram expulsos e jogados na Terra? O trabalho deles, além de criar dor, tristeza, tragédia e morte, é vestir-se de espíritos e aparecerem dizendo: "-Eu sou o espírito de seu pai." "-Eu sou o espírito de seu avô." Agora, biblicamente, quando o ser humano morre, o corpo vai para a terra. O sopro volta para Deus. E quem são estes espíritos que andam por aí? São espíritos de demônios que se disfarçam de seu avô, de sua tia, de quer que seja. Então, quem é que aparece numa sessão espírita? Não é o espírito do seu avô, porque este não existe! Quando seu avô morreu, o pó foi para a terra e o sopro voltou para Deus. Quem aparece nessa sessão espírita? Um espírito demoníaco, disfarçado do espírito de seu avô, porque ele quer que você acredite que, nesta vida, não acaba tudo, há outra vida, há um além, pois se você soubesse que nesta vida acabaria tudo, você até levaria a vida mais a sério. Mas, para que levar a sério esta vida aqui se tenho outras oportunidades, em outras vidas. Isto é uma teoria. Inclusive, esta teoria diabólica vem desde o Jardim do Éden. Lá Deus tinha dito ao homem: "Se tocares nesta árvore, certamente morrereis." Então, vem o Diabo e diz: "Não morrereis." Logo, a primeira teoria de que o homem não morre, de que vive outras vidas e que se reencarna, que a alma é ser vivente nasceu no Jardim do Éden com o Diabo. E ainda persiste. Agora, biblicamente não temos base para afirmar que existam espíritos vagueando por aí.
Pr. Costa Júnior - "A minha vida era tão boa e eu era feliz junto dele. De repente, a morte veio e me roubou aquela pessoa que eu carregava no coração." Pastor, existe esperança para uma pessoa que perde um ente querido de reencontrá-lo, e que esperança é essa? Porque, para muitas pessoas, quando a morte leva um ser querido, parece que a vida perde a razão de ser. E é comum ouvir o clamor das pessoas, dizendo: "Ai, quem dera que eu morresse, para ir junto!"
Pr. Bullón - Eu vou ler um texto para responder à sua pergunta: I Tessalonicenses 4:13: "Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem,..." A Bíblia chama a morte de dormir, um sono. Então, não queremos que vocês ignorem aos que dormem, aos que já morreram, "... para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança.". Há duas maneiras de se entristecer quando um ente querido morre: com esperança e sem esperança. Como se entristece aquele que não tem esperança? Ah, quando morre um ser querido, e ele não tem esperança e não conhece a Palavra de Deus, ele enlouquece, se desespera, quer se suicidar, quer se enterrar junto com o cadáver. A vida dele se acabou! Agora, como se entristece aquele que tem esperança? Chora, é claro que chora! Morreu o meu filho, e eu não vou chorar? Claro, tenho sentimentos. Só que eu tenho esperança, e qual é a esperança? Aqui está a esperança: "Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem."(I Tessalonicenses 4:14). "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor." (I Tessalonicenses 4:16 e 17). Portanto, se você perdeu um ente querido, e agora conhece a Palavra de Deus, sabe que não se separou deste ser querido por toda a eternidade. Quando Cristo voltar, e o arcanjo fizer soar a trombeta, seu filho querido ressuscitará e você poderá abraçá-lo e nunca mais a morte separará vocês dois!
Pr. Costa Júnior - Uma coisa que você ouve muito das pessoas é mais ou menos o seguinte: "Você se cuide na vida, e se você for bom, quando morrer vai para o céu. Agora, se for mau, quando morrer, você vai para o inferno." Pastor, de acordo com a Bíblia, quando as pessoas morrem vão para o céu ou para o inferno?
Pr. Bullón - Bem, existe o céu e o inferno, mas, quando as pessoas morrem não vão nem para o céu, nem para o inferno. A Bíblia é bem clara quando diz que quando a pessoa morre, o corpo volta para a terra e o sopro volta para Deus que o deu, até o dia da volta de Cristo. Quando Cristo voltar, aí sim, alguns ressuscitarão para a vida, outros ressuscitarão para a morte. Aqueles que viveram uma vida em comunhão com Deus, com toda a certeza, receberão a recompensa da vida eterna. E aqueles que nunca quiseram nada com Jesus nesta Terra, com certeza receberão a recompensa pelos pecados. A isto é o que a Bíblia chama de inferno. Quando Cristo voltar, este mundo será completamente destruído, o fogo queimará tudo e o pecado não se levantará pela segunda vez. Portanto, vai existir inferno e vai existir paraíso, somente quando Cristo voltar. Por enquanto, todos os mortos, maus e bons, o sopro voltou para Deus, e o corpo voltou para a terra e aí permanece.
Pr. Costa Júnior - O Senhor falou sobre ressurreição. Como o Senhor poderia explicar este fenômeno da ressurreição? Porque todos nós sabemos que quando a pessoa morre, ela se decompõe, ela se desfaz. Como isto vai acontecer?
Pr. Bullón - A ressurreição é um milagre. Eu não posso explicar como um cego de nascença foi tocado por Jesus seus olhos começaram a enxergar. Podemos chamar todos os oftalmologistas do mundo para que expliquem isto, porém, ninguém pode. Milagres não se explicam, são aceitos. Eu não posso explicar como a água era água, de repente, Jesus diz: "Enchei as vasilhas de água e servi" e a água transformou-se em vinho. Agora, chamem os químicos para explicar. Não há explicação. Eu não posso explicar como um leproso, com suas carnes se decompondo, caindo aos pedaços, podres, de repente se encontra com Cristo e o leproso ficou completamente curado. Quem pode explicar? Ninguém! Agora, como quer que lhe explique o que vai acontecer? É um mistério. Eu sei que ressuscitaremos porque a Bíblia diz que ressuscitaremos. Não sei se você lembra de Lázaro, quando morreu, as irmãs estavam chorando, tristes e Jesus disse: "Tenham paciência, aquele que morre em Mim, não está morto. Está dormindo. Quem crê no Filho, não morrerá." Porque : "Eu sou a ressurreição e a vida." (João 11:25). E Jesus ressuscitou Lázaro como um prenúncio, como um símbolo, só para demonstrar como será a ressurreição de todos os seres humanos, quando Ele voltar. Há um acontecimento interessante: na tumba de Lázaro, Jesus chorou porque Ele viu quanta dor e tristeza a morte traz aos seres humanos. De repente, neste momento, há alguém triste porque a filha morreu, um filho morreu, a esposa, o pai morreu. Como você disse, na introdução, às vezes, a morte foi de um jovem. Eu nunca poderia entender como um pai se sente quando um filho morre, porque meus quatro filhos estão vivos. E uma coisa que eu peço a Deus, em oração, é: "Senhor, nunca permita que eu tenha que enterrar um filho!" Porque um filho enterrar um pai, é normal. Eu já enterrei o meu pai. Porém, um pai enterrar um filho, isto vai contra tudo que é lógica. Isto é terrível, é doloroso. Mas, se alguém foi atingido pela morte e neste momento está triste, tenha confiança na promessa maravilhosa de Deus. No momento em que Jesus ressuscitou Lázaro, provou-nos, indiscutivelmente, que Ele vai ressuscitar seu filho também, quando Ele voltar. Portanto, você não precisa ficar desesperado. Triste, sim. Com saudade, sim. Mas com a esperança no coração de que a ressurreição é um fato contundente.
Pr. Costa Júnior - Pastor, alguns telespectadores nos perguntam: "O purgatório existe? O que a Bíblia fala sobre isto?
Pr. Bullón - Nada. Na Bíblia não existe a palavra purgatório. Não existe nenhuma base bíblica para este assunto. Talvez, a igreja decidiu que há purgatório. Tudo bem que a igreja tenha decidido. Mas a Bíblia nunca falou sobre purgatório.
Pr. Costa Júnior - E a morte? Ela vai existir para sempre ou existe algum plano para ela acabar? O que a Bíblia fala sobre o futuro em relação à morte?
Pr. Bullón - O apóstolo São Paulo quando escreveu aos Coríntios, ele fez um diálogo sobre a morte, e disse: "Onde está, ó morte, a tua vitória?"(I Coríntios 15:55). Onde está, ó morte, o teu triunfo? Porque agora você chegou ao fim. Uma das coisas mais lindas que eu quero que aconteça quando Cristo voltar a esta Terra, é o fim da morte. A estocada final do ser humano sobre a morte, será dada com a volta de Cristo. Muito embora, quando Jesus ressuscitou da tumba, ao terceiro dia, Ele já provou que a morte já não tinha mais o que fazer na vida dos Seus filhos. Pode arrancar uma lágrima, pode criar saudade, sim, mas a gente tem que ter a certeza absoluta de que a história da morte segue paralela à história do pecado: a história do pecado terá um fim, e a história da morte terá um fim também.
Pr. Costa Júnior - Pastor Bullón, o que aconteceu, para podermos ter tanta certeza de que a morte vai acabar? Como é possível termos esta certeza de vida, vida abundante, vida plena, vida eterna?
Pr. Bullón - Eu acho que a grande certeza vem da ressurreição de Cristo, não da morte de Cristo. Na morte de Cristo, nós encontramos a certeza da salvação dos nossos pecados. Mas, na ressurreição de Cristo temos a certeza da vitória de Cristo sobre a morte. Quando Jesus morreu e foi enterrado, com certeza o Diabo deu uma gargalhada e pensou: "Eu o venci, eu o derrotei." Mas, ao terceiro dia a terra se abriu, aquela rocha que encerrava o corpo de Cristo, não foi capaz de segurar o Deus da vida! Nós temos um Deus de vida e não será um pobre diabo, com as coisas que ele inventa para fazer o ser humano sofrer, que vai segurar todo o poder Deus, quando voltar a esta Terra, para devolver a vida aos filhos que nos foram arrancados pela morte.
Pr. Costa Júnior - Esta é a palavra de esperança, que a mensagem da Palavra de Deus, através do seu servo Pastor Bullón traz para você. Eu não sei a sua situação, eu não sei se nesses dias, ou nesses meses, você perdeu alguém que lhe era muito querido e você não se conforma. Você sente tristeza, sente amargura, sente angústia, é um vazio, uma dor! Mas aí está a mensagem da Palavra de Deus : nós servimos a um Deus vivo e que permanece para sempre. Ele ressuscitou dos mortos, e com a Sua vida, Ele nos dá a certeza de vida plena, vida abundante, vida eterna. Que o Senhor Deus possa sustentar você na vida que você tem. E que você não perca a esperança porque "...Tragada foi a morte pela vitória." (I Coríntios 15:54). Porque a vitória de Jesus sobre a morte é a garantia da vida eterna.

ORAÇÃO

Ó Pai querido, eu te peço por estas pessoas que neste momento estão atribuladas e tristes, e com uma saudade terrível de um ser querido que perderam. É por estas pessoas que Te suplicamos, neste momento. Que Tua mão poderosa toque estas vidas, e que a mensagem de hoje gere esperança nestes corações, e a certeza absoluta de que, quando Cristo voltar, eles poderão reencontrar os amados arrancados pela morte. Mas, ressuscita-nos hoje, também, da morte espiritual pois estamos adormecidos, agonizando, às vezes, na vida espiritual. Sacode-nos, acorda-nos, desperta-nos, ressuscita-nos para uma vida de vitória em Ti. Em nome de Jesus, amém.

O Amor Verdadeiro é Firme



Alguns tipos de punições impostas pelas leis mosaicas sempre me intrigaram. Uma delas era a morte por apedrejamento em caso de adultério. Deus me parecia bastante radical nesse caso e em outros semelhantes. Onde estaria a graça e o perdão? Não costumamos dizer que a graça já existia no Antigo Testamento?

Um dia ouvi uma explicação a esse respeito que me pareceu fazer sentido. Um filho bastardo, nascido de uma relação adúltera era privado de participar de todas as cerimônias religiosas judaicas até a sua décima geração. Então Deus não queria ser cruel com essas crianças que seriam consideradas bastardas, sem identidade. Por isso, Ele decretou uma punição severa, não para que tivesse de ser aplicada, mas para desencorajar as pessoas de cometer adultério.

Imagine se essa punição fosse aplicada ao pé da letra ainda hoje! Talvez faltassem pedras para tantos casos. Claro que ninguém vai sair por aí apedrejando os adúlteros. Mas me atrevo a perguntar: a situação está melhor hoje? Quantos problemas graves, com consequências permanentes, poderiam ser evitados se as pessoas soubessem que a punição pela quebra da aliança de um casamento seria tão extrema?

A impunidade hoje tem sido a maior causa do aumento de tantos crimes no mundo e, também, de comportamentos irresponsáveis no meio cristão.

Nem sempre entendemos os propósitos de Deus. Mas em sua severidade Ele ainda é misericordioso e cheio de amor verdadeiro por seus filhos, não querendo que nenhum se perca.

O problema é que muitos daqueles que gostam de “chamar o pecado pelo nome” que se dizem paladinos da justiça, não conhecem o amor de Deus e são rápidos em julgar e disciplinar os faltosos, sem acrescentar a graça e a misericórdia divinas. Assim passam a ideia de um Deus vingativo e irado, que odeia o pecado (verdadeiro) e também o pecador (falso).

Pessoas que erram são vistas na igreja quase como os leprosos eram vistos pelos judeus. São imundos e ninguém deve se aproximar deles. Aqueles que antes eram seus amigos agora se afastam para “não se contaminar”.

No famoso caso da mulher flagrada em adultério, Jesus não a condenou ao apedrejamento, mas certamente não aprovou seu comportamento. Com sua graça maravilhosa a perdoou e ao mesmo tempo a repreendeu firmemente: “vai e não peques mais!”
Há o outro lado da moeda: a complacência com o erro.

Relatou-me um colega de ministério, já jubilado, que algum tempo atrás um membro influente de sua igreja estava traindo sua esposa, mas o fazia de modo sutil, sem “dar bandeira”. O pastor sabia da situação, mas não queria tratar do assunto por medo de magoar um membro tão ativo e querido por toda a igreja, além de um ser bom dizimista. “Devemos tratá-lo com misericórdia”, justificava-se o pastor com alguns líderes que também conheciam o problema.

Na verdade, era um precioso irmão, mas ao tomar essa atitude, o pastor não estava de forma alguma sendo misericordioso para com ele. Estava, sim, contribuindo para a sua perdição. Não precisava apedrejá-lo, expô-lo publicamente, mas, como seu pastor, era seu dever exortá-lo com amor e alertá-lo das terríveis consequências que poderiam ocorrer por causa de seu comportamento pecaminoso.

Estamos falando de adultério, um caso considerado grave pela comunidade cristã. Mas o que dizer de casos mais “simples” que, no entanto, podem resultar em consequências tão sérias quanto uma traição? Não me lembro de um único caso em que alguém foi disciplinado na igreja por espalhar boatos falsos ou falar mal de alguém.

O amor precisa ser firme em todos os casos de comportamento inadequado. Pais precisam ser firmes com os filhos. Não precisam espancá-los por causa de seus erros, mas precisam direcioná-los no caminho certo com firmeza.

Lembro-me de uma história que ouvi a respeito de uma forma de disciplina aplicada por um pai a seu filho adolescente. O jovem costumava ouvir música com volume muito alto em seu quarto. O pai pediu algumas vezes que ele moderasse o volume do som.

Certo dia, após algumas tentativas de diálogo sem resultado, o pai resolveu agir com firmeza. Bateu à porta do quarto, mas o filho ignorou.

No dia seguinte, pela manhã, o jovem já esperava chuvas e trovoadas e um duro sermão. Mas o pai parecia ter acordado de bom humor.
– Bom dia, filho. Dormiu bem? Espero que tenha um dia feliz na sua escola.

O moço ficou sem entender aquela estranha atitude do pai. Sempre levava uma tremenda repreensão por causa de suas desobediências. O que teria acontecido?

Na hora do almoço, quando voltou da escola, o pai o recebeu com o mesmo bom humor.
– Olá, filho, como foi seu dia hoje? Tudo bem na escola?

Ainda desconfiado, o filho cumprimentou-o com um sorriso amarelo. Subiu ao seu quarto, que ficava no piso superior, e quase teve um ataque. A porta de seu quarto havia sido retirada.

– Pai, o que aconteceu com a porta do meu quarto? – gritou lá de cima.
O pai subiu as escadas calmamente e explicou ao filho:
– Ter porta em seu quarto é um privilégio, não um direito seu. Como ontem você não abriu a porta para nos atender, decidimos que por algum tempo você não terá o privilégio de sua privacidade. Mas, tudo bem, amamos você do mesmo jeito.

Não houve brigas nem discussões e o recado foi bem entendido.

Às vezes, Deus nos corrige da mesma maneira. Em sua misericórdia nos disciplina, mas o faz com amor, pois quer o nosso bem.

“Deus ... é misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor” (Jl 2:13). “Repreendo e disciplino aqueles que eu amo”
(Ap 3:19).

Amor verdadeiro e disciplina com misericórdia se completam.

Wilson Almeida

Jesus e o Sábado


Muitos crêem que, quando Jesus veio à terra, tudo mudou:
a vontade de Deus,
o caráter de Deus,
e seu plano de Salvação.
Mas, se você leu a primeira parte deste livro, você já sabe que não mudou; que nosso Deus é imutável, seu caráter é perfeito, que seu plano é completo.
As mesmas oportunidades são dadas a todos os homens, não importa a época em que tenham nascido.
Veja o que Jesus disse:
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.”
S. Mateus 5:17-18
“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos do meu Pai e no seu amor permaneço.”
S. João 15:10

Jesus não só confirmou que seu Pai em nada muda, como também se esforçou em fazer a Sua vontade, guardando os Seus mandamentos.
Em sua exortações, tanto em referência ao presente como ao futuro (após a sua morte), Jesus apoiava a guarda do Sábado.
“ Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num Sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.”
Lucas 4:16
“Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é licito, nos sábados, fazer o bem.” Mateus 12:12
“Orai para que vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado”
Mat. 24:20 (Referindo-se à destruição de Jerusalém em 70 d. C)
Pense comigo:
Se Jesus tivesse qualquer intenção de modificar algum dos mandamentos, especialmente o que se refere ao Sábado, você acha mesmo que Ele daria tanta ênfase à sua guarda?
Se Jesus veio para ensinar o verdadeiro caráter de Deus, e estabelecer uma nova religião, não deveria Ele viver de acordo com seus “novos” ensinamentos?
Se nós nos chamamos de Cristãos, não deveríamos agir como Cristo agiu?
Então, saiba voce que Cristo não veio trazer nada de novo. O seu concerto com o homem é eterno.
Ele veio, isto sim, restaurar a compreensão daquilo que ele já havia ordenado.
O homem, através dos séculos, havia deturpado a sua santa Lei, acrescentando a ela regras e mais regras.
O que Jesus fez foi tirar da Lei todas as coisas colocadas pelo homem e mostrar como Deus queria as coisas.
Hoje, o Sábado não é diferente:
é o mesmo Sábado guardado por Jesus.
Seu mandamento é tão eterno como os outros mandamentos de Deus e Seu caráter.
Pág. 44
Repare que até nas profecias sobre a Nova Terra, o Sábado está presente como dia especial, como dia de honra dentre os outros da semana.
“Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda carne a adorar perante mim, diz o Senhor.”
Isaías 66:22-23


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A Família na Época Pós-Moderna




A pós-modernidade está firmada sobre o tripé: pluralização, privatização e secularização. A pluralização diz que há muitas ideias, muitos valores, muitas crenças. Não existe uma verdade absoluta, tudo é relativo. A privatização diz que nossas escolhas são soberanas e cada um tem sua própria verdade. A secularização, por sua vez, coloca Deus na lateral da vida e o reduz apenas aos recintos sagrados. A família está nesse fogo cruzado. Caminha nessa estrada juncada de perigos, ouvindo muitas vozes, tendo à sua frente muitas bifurcações morais. Que atitude tomar? Que escolhas fazer para não perder sua identidade? Quero sugerir algumas decisões:
Em primeiro lugar, coloque Deus acima das pessoas. No mundo temos Deus, pessoas e coisas. Vivemos numa sociedade que se esquece de Deus, ama as coisas e usa as pessoas. Devemos, porém, adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas. A família pós-moderna tem valorizado mais as coisas do que o relacionamento com Deus. Vivemos numa sociedade que valoriza mais o ter do que o ser. Uma sociedade que se prostra diante de Mamom e se esquece do Deus vivo.
Em segundo lugar, coloque seu cônjuge acima de seus filhos. O índice de divórcio cresce espantosamente no Brasil. Enquanto os véus das noivas ficam cada vez mais longos, os casamentos ficam cada vez mais curtos. Um dos grande erros que se comete é colocar os filhos acima do cônjuge. Muitos casais transferem o sentimento que devem dedicar ao cônjuge para os filhos e isso, fragiliza a relação conjugal e ainda afeta profundamente a vida emocional dos filhos. O maior presente que os pais podem dar aos filhos é amar seu cônjuge. Pais estruturados criam filhos saudáveis.
Em terceiro lugar, coloque seus filhos acima de seus amigos. Muitos pais vivem ocupados demais, correm demais e dedicam tempo demais aos amigos e quase nenhum tempo aos filhos. Alguns pais tentam compensar essa ausência com presentes. Mas, nossos filhos não precisam tanto de presentes, mas de presença. Nenhum sucesso profissional ou financeiro compensa o fracasso do relacionamento com os filhos. Nossos filhos são nosso maior tesouro. Eles são herança de Deus. Equivocam-se os pais que pensam que a melhor coisa que podem fazer pelos filhos é deixar-lhes uma rica herança financeira. Muitas vezes, as riquezas materiais têm sido motivo de contendas na hora da distribuição da herança. Nosso maior legado para os filhos é nosso exemplo, nossa amizade e nossa dedicação a eles, criando-os na disciplina e admoestação do Senhor.
Em quarto lugar, coloque os relacionamentos acima das coisas. Vivemos numa ciranda imensa, correndo atrás de coisas. Muitas pessoas acordam cedo e vão dormir tarde, comendo penosamente o pão de cada dia. Pensam que se tiverem mais coisas serão mais felizes. Sacrificam relacionamentos para granjearem coisas. Isso é uma grande tolice. Pessoas valem mais do que coisas. Relacionamentos são mais importantes do que riquezas materiais. É melhor ter uma casa pobre onde reina harmonia e paz do que viver num palacete onde predomina a intriga.
Em quinto lugar, coloque as coisas importantes acima das coisas urgentes. Há uma grande tensão entre o urgente e o importante. Nem tudo o que é urgente é importante. Não poucas vezes, sacrificamos no altar do urgente as coisas importantes. Nosso relacionamento com Deus, com a família e a com a igreja são coisas importantes. Relegar esses relacionamentos a um plano secundário para correr atrás de coisas passageiras é consumada tolice. A Bíblia nos ensina a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, sabendo que as demais coisas nos serão acrescentadas. Precisamos investir em nosso relacionamento com Deus e em nossos relacionamentos familiares, a fim de não naufragarmos nesse mar profundo da pós-modernidade!

Autor: Hernandes Dias Lopes

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sinais da Queda


A queda de uma igreja passa por cinco estágios nem sempre fáceis de perceber.

 Por Gordon MacDonald

Um pouco antes de terminar meus estudos em teologia, fui convidado para pastorear uma congregação no sul do Illinois, nos Estados Unidos. Aquele foi meu primeiro grande despertamento para as realidades da liderança pastoral – e uma experiência um tanto desconfortável. As habilidades ou dons que levaram a congregação a me convidar a ser seu líder espiritual foram, provavelmente, meu entusiasmo, minha pregação e minha aparente habilidade – mesmo sendo ainda jovem – em alcançar pessoas e fazê-las sentirem-se cuidadas.

O que não havia sido mencionado era o fato de aquela congregação estar desiludida devido a uma terrível divisão provocada pelo pastor anterior, que encorajou um grupo de cem pessoas a sair com ele para formar outra congregação. E bastaram apenas alguns meses para que eu percebesse que entendia muito pouco sobre liderar uma organização com aquele tamanho e complexidade, e ainda por cima, tão ferida. Com meus 27 anos, eu estava completamente perdido. Passara meus anos no seminário pensando que tudo que alguém precisava para liderar era uma mensagem carismática e uma visão encorajadora, e tudo o mais na vida da igreja seria perfeito. Ninguém havia me falado sobre grupos a serem dirigidos, equipes esperando resultados e congregações precisando ser curadas. Há quem tenha bom conhecimento de como conduzir uma comunidade cristã. Eu não tinha.

Foi naqueles dias de angústia que fui apresentado ao meu primeiro livro de liderança organizacional, The Effective Executive (“O executivo eficiente”), de Peter Drucker. Ali, percebi como as pessoas estão dispostas a alcançar objetivos que não podem ser atingidos. Aquele livro, provavelmente, me livrou de um nocaute no primeiro round em minha vida como um pastor. Desde aquela época, mais de quarenta anos atrás, incontáveis outros autores tentaram aprimorar os insights de Drucker. E nenhum deve ter tido mais sucesso nessa tarefa quanto Jim Collins. Não sei se ele tinha pessoas como eu em sua mente quando ele escreveu seus livros, mas muitos de nós, engajados ou não no trabalho pastoral, aprendemos muito com ele.

Recentemente, Collins e seu grupo de pesquisadores escreveram uma obra menor, com o nome How the Mighty Falls (ainda sem titulo em português), que segundo ele começou como um artigo e terminou como um livro. Collins afirma que foi inspirado em uma conversa durante um seminário, no qual alguns poucos líderes de setores tão diversos como o militar e o de empreendimentos sociais reuniram-se para explorar temas de interesse comum a todos.  O tema era a grandeza da América e os riscos desse gigantismo. O receio geral era de que o sucesso encobrisse o perigo e os alertas do declínio. Saímos de lá pensando em como seria possível perceber que uma organização aparentemente saudável enfrentava sérios problemas.

Parece ser cada vez mais real o fato de que grande parte dos líderes desconhece o problema vivido na sua organização. Em seu livro, Collins identifica cinco estágios no processo de derrapagem de uma instituição. O primeiro é a autoconfiança como fruto do sucesso. “Prestamos um desserviço a nós mesmos quando estudamos apenas sobre o sucesso”, afirma Collins. Uma pesquisa e análise acerca de empreendimentos, até mesmo na literaturas de liderança eclesiástica, mostra que poucos livros investigam as raízes do fracasso. Parece que existe no segmento cristão a presunção de que o sucesso é inevitável, razão pela qual não se torna necessário considerar as possíveis consequências de uma queda.

A confiança exagerada em si mesmos, nos sistemas que criam ou na própria capacidade para resolver tudo faz com que os líderes não enxerguem seus pontos de fraqueza. Subestimar os problemas e superestimar a própria capacidade de lidar com eles é autoconfiança em excesso. A ganância e a busca desenfreada por mais é outra das principais situações que derrubam um grupo ou organização. Geralmente, quando se entra nesse processo descontrolado, abandonam-se os princípios sobre os quais a entidade foi constituída.

A busca pelo crescimento exagerado é o segundo estágio que antecede a derrocada, seja de uma organização secular ou de um ministério cristão. Muitos líderes tornam-se cegos pelo êxtase do expansionismo. Constantemente surge uma necessidade em tais líderes de mostrarem-se capazes, e eles não conhecem outra forma de fazer isso que não seja tornando seus empreendimentos maiores, independente das consequências. É a incessante idéia de que tudo tem que crescer e crescer. Todavia, impressiona o fato de que acobrança de Jesus aos seus discípulos estivesse relacionada à necessidade de fazer novos discípulos, e não de construir grandes organizações. Ele parecia saber que discípulos bem treinados em cada cidade e povoado dariam conta de conduzir o movimento cristão de forma saudável. Talvez Jesus temesse exatamente o que está acontecendo hoje: a sistematização do movimento cristão, sua centralização e expansão tão somente para causar uma impressão.

O terceiro estágio de declínio identificado por Collins é desencadeado quando líderes e organizações ignoram ou minimizam informações críticas, ou se recusam a escutar aquilo que não lhes interessa. A negação dos riscos é um perigo iminente – e riscos não levados a sério são justamente aqueles que, posteriormente, causam grandes estragos na organização. É preocupante, para Collins, quando organizações que baseiam suas decisões em informações inadequadas.

Em meu ministério de liderança, cedo aprendi a temer conselhos que começam com expressões como “Estão dizendo” ou “O pessoal está sentindo”. Prefiro valorizar dados precisos, vindas de pessoas confiáveis, sábias, que se engajam na tarefa de liderar a comunidade com sensatez. Isso nos possibilitou caminhar ao lado de gente que jamais imaginávamos que caminharia conosco. Nada me foi mais valioso do que receber, delas, informações que me ajudaram a conduzir minha congregação.

O estágio quarto começa, escreve Jim Collins, “quando uma organização reage a um problema usando artifícios que não são os melhores". Ele dá como exemplo uma grande aposta em um produto não consolidado, o lançamento de uma imagem nova no mercado, a contratação de consultores que prometem sucesso ou a busca de um novo herói – como o político que vai salvar a pátria ou o executivo que em três meses vai tirar a empresa do buraco. Eu me lembro de épocas nas quais eu estava desesperado por vitórias que fariam com que minha igreja deixasse de caminhar na direção em que estava caminhando – para o abismo.

Ao invés de examinar o que nossa congregação fazia nas práticas essenciais de serviço ao povo, centrada no serviço a Cristo, fui tentado a me concentrar em questões secundárias: cultos esporádicos de avivamento, programações especiais, qualificação de nossa equipe de funcionários. Hoje eu vejo o que tentei fazer: promover salvação de vidas através de publicidade, uma grande apresentação o um excelente programa. Graças a Deus, aprendi – assim como aqueles ao meu redor – que artifícios assim não funcionam. O que funciona é investir em pessoas, discipulá-las, conduzi-las a Jesus e adorá-lo em espírito e em verdade, fazendo com que as coisas estejam em seu devido lugar.


Collins menciona ainda o estágio cinco da decadência, que é o da rendição. Se as coisas saem do eixo organizações como igrejas tendem a perder a fé e o espírito. Penso que o templo em Jerusalém deve ter ficado dessa forma quando Jesus se retirou de lá e disse que não voltaria àquele lugar. Ele estava antecipando o dia, que estava por vir, quando não restaria pedra sobre pedra ali. Não muito tempo atrás, eu estava em frente ao templo de uma igreja no País de Gales. Na porta, estava a seguinte placa: "Vende-se". Uma outra placa indicava que aquele prédio havia sido construído no período do grande avivamento britânico, no século 18. Agora, o prédio estava escondido entre a vegetação, completamente abandonado.

Quando começa a morte de uma organização? Quem perdeu os sinais que indicam vida? Quem abandonou os princípios essenciais? Quem não entendeu as informações? Quem está correndo, completamente perdido no meio da multidão, sem saber pra onde ir? Essas são boas perguntas. Se ignoradas, a igreja cairá.

Autor: Gordon MacDonald

domingo, 19 de agosto de 2012

CNBB enfatiza “santidade” do domingo



No penúltimo dia da Semana Nacional da Família, sexta, 17, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou um texto redigido a partir das Catequeses preparatórias ao 7º Encontro Mundial das Famílias. A mensagem trata da família e a festa e aborda a importância da festividade no ambiente familiar, para união e celebração entre seus membros. O objetivo do texto é ser mais um instrumento de reflexão, sobre a família, entre as comunidades da Igreja.

O ser humano moderno criou o tempo livre e perdeu o sentido da festa. É necessário recuperar o sentido da festa, e de modo particular do domingo, como “um tempo para ser humano”, aliás, “um tempo para a família”. Voltar a encontrar o centro da festa é decisivo também para humanizar o trabalho, para lhe atribuir um significado que não o reduza a ser uma resposta às necessidades, mas que o abra ao relacionamento e à partilha: com a comunidade, com o próximo e com Deus.

Atualmente, a festa como “tempo livre” é vivida no contexto do “fim de semana”. Em vez do descanso e da santificação privilegia-se a diversão, a fuga das cidades, e isto influi sobre a família, principalmente se tem filhos adolescentes e jovens. Os membros da família têm dificuldade de encontrar um momento de relacionamento familiar. O domingo perde a sua dimensão de dia do Senhor e é vivido mais como um tempo “individual” do que como um espaço “comum”.

O tempo livre no domingo torna-se com frequência um dia “móvel” e corre o risco de não ser mais um dia “fixo”, dificultando o encontro familiar. As pessoas não descansam somente para voltar ao trabalho, mas para fazer festa. É mais oportuno do que nunca que as famílias voltem a descobrir a festa como lugar do encontro com Deus e da proximidade recíproca, criando a atmosfera familiar, sobretudo quando os filhos são pequenos. As realidades vividas nos primeiros anos na família de origem permanece inscrita para sempre na memória do ser humano. Também os gestos da fé, no dia do domingo e nas festividades anuais, marcam a vida da família, sobretudo no encontro com o mistério santo de Deus e contribui para reforçar os relacionamentos familiares. [...]

dies Domini (dia de Deus) deve se tornar, inclusive, um dies hominis (dia do homem). Se a família se aproximar deste modo da festa, poderá vivê-la como o “dia do Senhor”.

Para experimentar a “presença” do Senhor ressuscitado, a família é exortada aos domingos em especial a deixar-se iluminar pela Eucaristia. A missa torna-se a celebração central, viva e pulsante do dia do Senhor, da sua presença de Ressuscitado aqui e agora. A eucaristia concede-nos a graça de celebrarmos o mistério santo de que vem ao nosso encontro. No domingo, a família encontra o sentido e a razão da semana que se inicia. [...]

Desde crianças, os filhos têm o direito de serem educados para a escuta da palavra, para descobrir o domingo como “dia do Senhor“. A memória do Crucificado Ressuscitado marca a diferença do domingo em relação ao tempo livre: se não nos encontrarmos com Ele, a festa não se realiza, a comunhão é apenas um sentimento e a caridade se reduz a um gesto de solidariedade, que não constrói a comunidade cristã e não educa para a missão. A eucaristia do domingo enquanto nos introduz no coração de Deus, faz a família, e a família, na comunidade cristã, faz de um certo modo a Eucaristia. [...]

(Rádio Vaticano)

Nota: Praticamente todos os argumentos para a guarda do domingo são válidos – fortalecimento das famílias, recuperação da Terra, cura do consumismo, etc. –, o que está errado é o dia escolhido para isso. O verdadeiro dia de repouso, dia da família, memorial da criação foi escolhido por Deus e é o sétimo dia da semana, o santo sábado. E o sábado é santo porque Deus descansou nesse dia (deu exemplo), abençoando-o e santificando-o (Gn 2:2, 3). Jesus também guardou o sábado (Lc 4:16), no que foi seguido por Sua mãe e Seus discípulos, incluindo o apóstolo Paulo. Domingo é um dia comum de trabalho e atividades seculares; é o primeiro dia da semana e, de forma alguma, foi separado para comemorar a ressurreição. Deus não mudaria Seus mandamentos escritos em pedra, vigorantes desde sempre e para sempre (o sábado será guardado inclusive na Nova Terra – Is 66:22, 23). O problema é que aqueles que escolherem ser fieis à Palavra de Deus em detrimento de tradições humanas serão vistos como inimigos da maioria, “fundamentalistas” que não querem salvar a Terra e promover os valores da família. A confusão será estabelecida e essa minoria será cada vez mais hostilizada por sua fidelidade à Lei de Deus.[MB]

sábado, 18 de agosto de 2012

A Pérola de Grande Valor



Tendo sido descobertas há aproximadamente 5 mil anos, próximo ao Golfo Pérsico, no Mar Vermelho e no Oceano Índico, há 25 séculos as pérolas já eram utilizadas em países do Oriente para pagamento de impostos. Têm sido empregadas, desde então, como ornamento e material precioso.


JÓIAS QUE NASCEM NO MAR
Ao saírem para comprar uma lembrança para suas esposas ou namoradas, políticos e homens de negócios que visitam o Japão surpreendem-se ao verificar que um colar de 40 cm, com pérolas de apenas 7 mm de diâmetro e da qualidade mais modesta, não custa menos de cerca de US$ 1.500, mesmo naquele país, onde começaram a ser cultivadas, e que ainda é responsável  por aproximadamente 80% da produção mundial. Sua história e produção artificial apresentam dados realmente surpreendentes.

No final do século XIX, o japonês Kokitchi Mikimoto deu início a um processo que até então só era cumprido pela Natureza e pelo "acaso", ao introduzir um pedacinho de mexilhão em uma ostra que, para se defender do corpo estranho, recobriu-o com finas camadas de nácar, até formar uma pérola.

Após demoradas e pacientes tentativas, em julho de 1.893 Mikimoto conseguiu a primeira safra de "pérolas cultivadas" da história, que mais tarde foram aperfeiçoadas até tornarem-se esféricas e produzidas em massa. Foram comercializadas a partir de 1.921, dando origem a uma das atividades comerciais mais prósperas e curiosas: a cultura de pérolas.

Ao contrário de outras gemas, que devem ser lapidadas para que finalmente mostrem seu encanto, as pérolas não são fabricadas, mas nascem belas, ao surgir do interior das ostras que habitam as águas do mar.

A FORMAÇÃO DAS PÉROLAS
A pérola natural começa a se formar quando um grão de areia ou um parasita penetra em uma ostra perlífera, inflamando sua carne sensível. A ostra, por não conseguir expulsar o corpo estranho, combate a inflamação cobrindo-a com camadas de nácar, uma substância dura e lisa, que é depositada ano após ano sobre o corpo intruso.

As ostras segregam cerca de três ou quatro camadas diárias de nácar, levando mais de dois anos para terminar uma pérola, que é, assim, formada por cerca de mil películas concêntricas com alguns milésimos de milímetro de espessura.

Estas gemas marinhas são compostas quase totalmente de carbonato de cálcio e podem ser naturais, quando a matéria inflamante penetra acidentalmente na ostra, ou cultivadas, quando o material é introduzido pelo homem  e o processo é concluído pela natureza.

Entre as dezenas de espécies de ostras que vivem nos mares, somente algumas são perlíferas. As ostras cultivadas são mantidas em viveiros até atingir sua fase adulta, embora possam viver até 12 anos, a partir dos dois é o melhor momento para a formação das pérolas.

PÉROLAS FAMOSAS
Uma das pérolas naturais mais famosas do mundo, e para alguns também a mais bela, é a Peregrina, pescada no século XVI, nas águas que separam as ilhas venezuelanas de Cubahua e Margarita, região que abrigava a maior ostraria do mundo, hoje esgotada.

Ela foi levada para a Espanha, onde se converteu em uma das jóias prediletas das rainhas espanholas. Seu paradeiro tornou-se desconhecido por muito tempo e, segundo a lenda, ela teria sido amaldiçoada e quem a possuísse estaria condenado a morrer de forma dolorosa. Entretanto, a maldição parece não ter atingido a atriz Elizabeth Taylor, que a recebeu de presente de casamento de Richard Burton.

A maior do mundo é a Pérola de Lao-Tsé ou Pérola de Alá, que pesa 6,37 kg e mede 24 cm de comprimento por 14 cm de diâmetro, tendo sido encontrada em uma ostra gigante nas Filipinas, em 1.934. Foi avaliada, no século XX, entre US$ 40 e 42 milhões pelo Gem Laboratory, de San Francisco, Califórnia, EUA.

O mais alto preço pago por uma pérola foi de aproximadamente US$ 850 mil. Trata-se da pérola oval La Régente, que fez parte das jóias da coroa francesa e foi vendida na Christie"s de Genebra, Suíça, em 1.988.

Não existem duas pérolas idênticas, e seu valor é estabelecido de acordo com cinco características básicas: tamanho, brilho, forma, cor e perfeição. Nem todas as pérolas têm a cor branca habitual, também existem as de tons rosa, branco-rosado, dourado, verde, azul e negro-fosco, resultante da refração da luz nas películas de nácar e da reação química gerada pelas quantidades microscópicas dos diferentes pigmentos existentes em suas camadas. As raraspérolas negras são as mais procuradas em todo o mundo. São oriundas da Austrália e da Polinésia.

A PÉROLA DE GRANDE PREÇO
As bênçãos da graça remidora, nosso Salvador as compara a uma preciosa pérola: "O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e tendo achado uma Pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou" (Mateus 13:45-46). Pode-se supor que o negociante era um hábil conhecedor de pérolas e que se propunha comprar só as mais raras.

O negociante da parábola representa uma classe que anela sinceramente a verdade. Em todas as nações, ao longo da história, têm havido homens e mulheres autênticos, sedentos e que buscam na literatura, na ciência e na religião aquilo que poderiam receber como o tesouro da alma. Com veemência, anseiam algo espiritual, enobrecedor.

PÉROLA DE GRANDE VALOR, em Quem "estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da Ciência, é Cristo. Tudo que pode satisfazer às necessidades e anelos da alma humana, para este e para o mundo vindouro, é encontrado nEle. Nosso Redentor é a Pérola tão preciosa, em comparação com a qual tudo pode ser reputado como perda."

O tamanho, o brilho, a forma, a cor e a perfeição da pérola são os elementos de sua avaliação. A perfeição do caráter e a plenitude do amor divino de Jesus constituem Sua preciosidade. O negociante de pérolas deve ter experimentado uma satisfação indescritível ao adquirir essa PÉROLA inigualável! Aquele que encontra em Cristo a resposta a todos os anseios de sua alma, que acha nEle a razão da existência, logra o maior tesouro da vida.

"VENDEU TUDO E A COMPROU"
"Ah! Todos vós, os que tende sede, vinde às águas, e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai" (Isaías 55:1). A salvação é um dom gratuito, contudo deve ser vendida e comprada, sem ouro e sem prata, pois ela pertence a Deus.

A paz com Cristo custa tudo o que o homem tem, porém, vale infinitamente mais (Romanos 5:10-11). O preço é a entrega voluntária e sem reserva da vida a Cristo como sua propriedade adquirida. Quando assim nos rendemos inteiramente a Ele, Cristo Se entrega a nós com todos os tesouros do Céu.ADQUIRIMOS A PÉROLA DE GRANDE PREÇO!


Pastor Vagner Alves Ferreira
Jubilado - Associação Norte Paranaense/IASD