domingo, 22 de maio de 2016

Ellen White entra em lista de autores mais mencionados no Brasil

Nome da escritora Ellen White, além do livro A Única Esperança, de Alejandro Bullón, aparecem em importante pesquisa sobre leitura no País
Livro A Única Esperança, de Alejandro Bullón, figurou como destaque nas menções feitas pelos entrevistados da pesquisa do Instituto Pró-Livro.

A 4a edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada na quarta-feira, 18, apresentou um panorama sobre livros e leitores no País. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Pró-Livro e ouviu 5.012 pessoas de todo o Brasil entre os dias 23 de novembro e 14 de dezembro do ano passado. Foi elaborada uma lista dos 18 livros mais mencionados pelas pessoas, ou seja, os que elas já tinham lido ou estavam lendo no momento da pesquisa. Nessa lista, o livro mais lido foi a Bíblia e 18o foi a obra A Única Esperança, de autoria de Alejandro Bullón. Detalhe: em 2014, os adventistas distribuíram gratuitamente mais de 20 milhões de exemplares da obra em oito países sul-americanos, grande parte no Brasil.
Já na lista dos 15 autores mais citados, Ellen White, uma das fundadoras da Igreja Adventista e escritora com dezenas de obras publicadas no mundo inteiro, ficou no 10° lugar entre os mais mencionados pelas pessoas pesquisadas. Chama a atenção nessas duas listas o fato de a maioria dos autores e dos livros destacados pelas pessoas serem sobre temas religiosos ou de cunho espiritual.
Perfil do entrevistados
A Pesquisa constatou que 52% dos entrevistados são mulheres. Em relação ao local onde moram, a maioria do público ouvido (55%) vive em cidades com mais de 100 mil habitantes. No quesito formação escolar, 54% das pessoas possui nível médio. Nas respostas, apurou-se que a principal motivação para a leitura de um livro é o gosto pessoal, seguido pela necessidade de atualização cultural ou conhecimento geral. Percebeu-se, ainda, que o tema ou assunto do livro influencia mais a escolha de adultos e daqueles com escolaridade mais alta, o que atingiu 45% das menções entre os que têm ensino superior. Já a capa de um livro é o principal motivo de escolha na faixa etária entre 5 e 13 anos. Em relação àqueles que estão nos ciclos da escolarização básica (ensino fundamental e médio), as dicas dos professores são as que mais influenciam alunos com idades entre 5 e 10 anos.
A pesquisa conceitua o que é um leitor. Trata-se da pessoa que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses. Especificamente falando de leitores, verifica-se que a média de leitura é de 4,54 exemplares nos últimos três meses. Entre estudantes, essa média aumenta um pouco para 4,91 livros. Mas, quando soma-se toda a amostra da pesquisa, o índice é menor: 2,54 livros no trimestre. Entre os leitores, 48% afirmam receber livros como presentes da família.
Para o pastor Erton Köhler, presidente da Igreja Adventista em oito países sul-americanos, esses dados, principalmente a menção de A Única Esperança e da escritora Ellen White, reforçam a importância de ações como o Impacto Esperança. “É uma prova de que a semente está sendo plantada. O evangelho está sendo pregado por meio de projetos desse tipo”, comenta.
Em 2017, o livro missionário será uma versão adaptada da obra História da Redenção, justamente de Ellen White, agora presente na lista dos autores mais mencionados pelos brasileiros em 2015. [Equipe ASN, Felipe Lemos]





sábado, 21 de maio de 2016

Repreenderei o Devorador



Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Malaquias 3:11
Fidelidade não é medida apenas por palavras, mas principalmente por atos. A fidelidade, assim como a temperança, não abrange apenas um aspecto de nossa vida, mas toda ela. Quando somos fiéis a Deus devolvendo-lhe o dízimo e descansando no santo sábado, também conseguimos ser fiéis ao cônjuge, aos nossos compromissos e às pessoas que nos cercam.
Quantas vezes temos roubado alguns minutos de Deus fazendo tarefas após o horário do pôr do sol! Acabamos por nos atrasar para chegar em casa no horário, ou nos atrasamos ao arrumar alguma coisa em casa já em horas sabáticas.
Esta história conteceu na década de 70, na propriedade de meu pai, em São Borja, onde eu cuidava de 300 hectares de terra, e também de gado e ovelhas. Na lavoura, eram plantados trigo, milho, sorgo, arroz, linhaça e soja. Todos no tempo e na época devidos.
Em uma área de mais ou menos 18 hectares, plantei uma lavoura de soja, separada das demais, para mim. Era, mês de fevereiro, e a igreja de São Borja iria acampar em nossa propriedade. Nesse dia, o irmão Ilo Weber percebeu que a lavoura estava infestada de lagartas devoradoras. Como não era possível aplicar inseticida naquele dia, por estarem próximas as horas sabáticas, simplesmente disse a ele: “Deus proverá.” No culto do pôr do sol e no sábado, os irmãos presentes ao acampamento oraram pela lavoura.
Passou o sábado e, no domingo pela manhã, fomos com o irmão Ilo ver o que havia sobrado da lavoura. Vimos as lagartas todas esbranquiçadas e mortas, grudadas na parte inferior das folhas. Na época da colheita, como prova de gratidão, atendendo a solicitação do pastor Edson Pereira Gomes, tesoureiro do IACS na época, doamos ao educandário várias sacas de soja.
Realmente Deus operou um milagre na lavoura de soja. Louvado seja Seu nome! Vale a pena ser fiel.
Elmiro Oliveira Pereira

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Como o diabo ficou vermelho e ganhou chifres?


A conveniência de ser ridículo
[Meus comentários seguem entre colchetes e no fim do texto. – MB.] Se alguém te pedisse para imaginar o diabo, provavelmente viria à mente um demônio com um tridente nas mãos. No entanto, por centenas de anos, o diabo cristão não foi retratado pela arte religiosa e, quando finalmente surgiu, era azul e não tinha chifres ou cascos. A imagem mais familiar para nós surgiu pelas mãos de gerações de artistas e escritores que pegaram o pouco que é dito pela Bíblia sobre Satanás e o reinventaram ao longo do tempo. A Bíblia diz que Satanás era o maior adversário de Deus. Na Bíblia judaica, o diabo é apenas outro agente subordinado a Deus, um anjo do mal, uma alegoria [a Bíblia não trata Satanás como alegoria, mas como um ser real] que simbolizava a inclinação maligna dos homens e mulheres. Esse personagem foi desenvolvido pelos cristãos até transformá-lo em uma representação da maldade suprema. A doutrina cristã diz que Satanás assumiu a forma de uma serpente [na verdade, ele incorporou a serpente] e tentou Eva no Jardim do Éden, mas não há nenhuma menção ao diabo no livro do Gênesis [embora ele esteja lá o tempo todo, como o instigador do mal]. Foi só mais tarde que os cristãos interpretaram a serpente como uma encarnação de Satanás.

Também se acredita que Satanás foi expulso do Céu após desafiar a autoridade de Deus [isso está claro no Apocalipse e nas palavras de Jesus, que disse ter visto Satanás caindo do Céu]. Porém, na Bíblia, um personagem misterioso é expulso após rebelar-se contra Deus. A caracterização de Satanás como um anjo caído deriva dessa tradição [não se trata de tradição; é bíblico]. A imagem de um Satanás que governa o inferno e inflige tortura e castigo aos pecadores também não encontra correspondência no texto sagrado [isso é fato]. O livro das Revelações [Apocalipse] profetiza que Satanás será enviado ao inferno [lago de fogo], mas sem qualquer status especial e sofrendo as mesmas torturas que os demais pecadores.

Nos primeiros séculos do Cristianismo, não havia muita necessidade de representar o mal na arte religiosa. Os cristãos acreditavam que os deuses pagãos rivais, como o egípcio Bes e o grego Pan, eram demônios responsáveis por guerras, doenças e desastres naturais. Cem anos depois, quando o diabo apareceu na arte ocidental, algumas representações incorporaram os atributos físicos desses deuses, como o pêlo facial de Bes e as patas de cabra de Pan.

Na idade média, surgiu o retrato de Satanás mais reconhecível [obra dos artistas e não descrição bíblica]. Foi uma época de muito sofrimento, que ficou ainda pior com o surto de peste negra, a epidemia mais devastadora da história humana, com milhões de mortos na Europa. Como a Igreja [Católica] não podia proteger os fiéis da doença, as representações de Satanás centraram-se nos horrores do inferno, refletindo o ânimo do momento e lembrando por que não se devia pecar.

Há uma longa tradição de associar o diabo aos inimigos do Cristianismo dentro e fora da Igreja. Quando ela se dividiu durante a Reforma, católicos e protestantes se acusaram mutuamente de estarem sob a influência do diabo com propagandas jocosas e grotescas sobre essa corrupção.

No início do período moderno, pessoas eram acusadas de fazer pactos com o diabo e praticar bruxaria. Satanás era frequentemente representado como um sedutor e se achava que as mulheres eram especialmente vulneráveis a seus encantos. Imagens mostravam mulheres em atos sexuais com o diabo, por elas serem consideradas o sexo frágil e mais propensas a caírem em pecado por serem incapazes de dominar seus desejos carnais. Se Satanás conseguia corromper o corpo femino, era uma ameaça à segurança familiar, à santidade e até mesmo à fertilidade da comunidade.

Os escritores e pensadores iluministas reinterpretaram a história do diabo para que se ajustasse às preocupações políticas da época. John Milton descreveu um Lúcifer psicologicamente complexo no poema Paraíso Perdido, que conta a queda em degraça de Satanás. Enquanto os textos religiosos anteriores haviam examinado a motivação de Satanás para condená-lo, o Lúcifer de Milton é um personagem atraente e solidário que encarna os sentimentos de rebeldia do republicanismo do século 17.

Para alguns artistas românticos e iluministas, Satanás era um nobre rebelde que travava uma batalha contra a autoridade tirânica de Deus.

Quando a ciência conseguiu explicar a morte, as doenças e os desastres naturais, a figura do diabo ficou ameaçada. Havia lugar no mundo laico para Satanás? Foi quando um diabo urbano e sofisticado entrou em cena. Seguindo uma tradição de identificá-lo com inimigos políticos e religiosos, o diabo foi usado para ilustrar a oposição política por meio de caricaturas e sátiras. Além disso, Satanás encontrou seu lugar no mundo comercial, tornando-se sinônimo de excessos pecaminosos, aparecendo em propagandas para vender desde chocolate e champagne até carros de luxo.


Nota: O livro mais antigo do cânon bíblico é Jó, cuja autoria é atribuída ao mesmo autor de Gênesis: Moisés. Nesse livro, Lúcifer/Satanás aparece claramente e o conflito entre o bem e o mal é descortinado ao leitor. Como a Bíblia desmascara o anjo caído e revela seus propósitos e sua forma de agir, é evidente que ele e seus milhares de anjos do mal trataram de, ao longo da história, orquestrar calúnias cujo objetivo não é outro senão ridicularizar sua figura a fim de que ninguém creia em sua existência. É muito mais fácil agir quando as pessoas pensam que ele não existe. Melhor ainda: é muito conveniente para ele que as pessoas atribuam a Deus as ações que ele, o diabo, realiza. Quem já não ouviu coisas do tipo, depois de uma tragédia: “Por que Deus fez isso?” Ou: “Onde estava Deus?” Se o diabo não existe, como explicar a existência do mal? Deus criou o bem e o mal? Se o diabo não existe, como explicar a origem do conflito entre o bem e o mal? Não se esqueça de que o conflito cósmico teve início quando um anjo poderoso lançou dúvidas sobre o caráter de Deus. Portanto, é muito conveniente para esse anjo ser visto como uma figura mitológica ridícula, a fim de que Deus leve a culpa por tudo o que há de ruim no mundo. 
Michelson Borges, Jornalista Adventista