Em uma parábola, pode-se dar nomes aos personagens. Não há uma regra literária que proíba ou mesmo condene o uso de nomes próprios em uma parábola, sendo que o objetivo desta é apenas ensinar uma lição moral e não servir de doutrina.
O fato de Jesus ter dado nome aos personagens não indica que ambos existiram e que o relato seja literal. “Sendo uma alegoria, os personagens não podem ser reais, por isso cremos, que nem o rico nem lázaro existiram. Se a declaração fosse real, nela haveria idéias pagãs, conceitos de tradição talmúdica e metáforas judaicas” . – Pedro Apolinário, Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, [Instituto Adventista de Ensino, agosto de 1985. 2a Edição Ampliada], pág. 219.
Jesus contou esta história após uma seqüência de parábolas; por que este único relato não o seria? Com base nas melhores regras de interpretação do texto, se no mesmo bloco de assunto ( – Lucas 15 a 17:10 – perícope) há uma séria de parábolas, é claro que a do rico e Lázaro também o é!
O prezado amigo disse que “neste aspecto os Adventistas, ao contrário do que foi dito, não estão bem assessorados… quem compartilha com esta idéia são as Testemunhas de Jeová que nem na divindade de Cristo acreditam”. Com todo o respeito, está equivocado.
Comentaristas não adventistas (conquanto sejam imortalistas) crêem que este relato de Lucas 16:19-31 é uma parábola, entre eles: Hastings, Rand, Smith, Davis, Angus, entre muitos. Vamos a algumas citações:
“A narrativa por certo não foi engendrada por Jesus para a circunstância que a motivou. Isto porque há casos análogas e paralelos na literatura rabínica, e o Prof. Gressman os identifica como de origem egípcia, representados principalmente pelo conto SI-USIRE, o qual relata, com o realismo de quem conhece os segredos do além, como um mendigo de Mênfis, queimado sem honras, foi visto vestido de linho real no reino de Osíris, enquanto um homem rico que recebera suntuoso sepultamento na terra fora conduzido ao Hades.”– William Manson, The Gospel of Luke, The Moffatt New Testament Commentary (Harper and Brothers), pág. 190.
“Não há, na parábola, o propósito de dar informações acerca do mundo invisível. Nela é mantida a idéia geral de que a glória e a miséria depois da morte são determinadas pela conduta do homem antes da morte; mas os pormenores da história são extraídos das crenças judaicas relacionadas com a situação de almas no Sheol, e devem ser entendidas de conformidade com essas crenças. As condições dos corpos dos personagens são atribuídas a almas a fim de nos permitir compreender o enredo da narrativa.” – Rev. Alfred Plummer, Critical and Exegetical Commentary on the Gospel According St. Luke – New York – Scribners – 1920, pág. 393.
“Não há evidência clara de que os judeus nos dias de Jesus cressem num estado intermediário, e é inseguro ver nesta expressão [seio de Abraão] uma referência a tal crença.” – Sailer Mathews, art. “Seio de Abraão”, Dictionary of the Bible, James Hastings, pág. 6.
Smith, em seu conhecido dicionário bíblico, conclui: “É impossível firmar a prova de uma importante doutrina teológica numa passagem que reconhecidamente é abundante em metáforas judaicas.” – Dr. William Smith, Dictionary of the Bible, vol. 2, pág. 1038.
Edershein, em seu livro Life and Times of Jesus the Messiah, afirma categoricamente que a doutrina da vida além da morte não pode ser extraída desta parábola.
Diz um outro autor evangélico:
“Coisas omitidas da narrativa: o sangue que faz remissão, a graça que perdoa os arrependidos e a fé que descansa numa obra expiatória.” – S. E. Mc Nair. Guia do Pregador, vol. 1, pág. 36
O estudioso Charles L. Lewis, (evangélico) pondera:
“Não se admite, como pretendem muitos, que o seio de Abraão seja uma expressão figurativa da mais elevada felicidade celestial, pois o próprio Abraão em pessoa aparece na cena. Se, pois, ele próprio se acha presente numa cena literal, é incorreto usar seu seio, ao mesmo tempo, em sentido figurativo. Se seu seio é figurado, então o próprio Abraão também o é, e também a narrativa inteira” – Charles B. Ives, The Bible Doctrine of the Soul, 1877, págs. 54 e 55.
“Jesus serve-Se da concepção e crença comuns de Seu povo, a respeito de um estado intermediário entre a morte e a ressurreição final, para, num diálogo sublime e simbólico mantido no mundo invisível entre Abraão e o rico…” – Sátilas Amaral Camargo, Ensinos de Jesus Através de Suas Parábolas, pág. 165.
Conforme exposto pelo Professor Pedro Apolinário, “Bloomfield declarou com segurança: ‘Os melhores co¬mentadores, tanto antigos, como modernos, com razão consideram-na uma parábola’”.
Como pôde ver, não estamos mal assessorados… O relato de Lucas 16, quando examinado pormenorizadamente, evidencia claramente que o mesmo deve se tratar de uma parábola; caso fosse literal, muitos absurdos (um “espírito” sente sede, proximidade entre o Céu e o inferno a ponto de os mortos poderem conversar, Abraão seria o intercessor ao invés de Jesus, Deus não está presente no Céu, etc) teriam de ser aceitos como doutrina.
Analisando a parábola
É oportuno deter-nos em alguns aspectos da narração de Jesus a fim de que compreendamos se a mesma era literal ou seria apenas uma ilustração. O objetivo de Cristo certamente não era dar um estudo sobre a morte, pois Ele acreditava ser esta um “sono” (cf. João 11:11-14). Se o Senhor tivesse o propósito de falar acerca do mundo dos mortos teríamos de aceitar que:
Verso 23: o inferno está tão próximo do paraíso que de lá os ímpios podem enxergar os justos, inclusive conversar com eles;
Verso 24: um espírito bebe água, possui dentes e língua. Na verdade, isto mais parece um corpo humano do que um “espírito” (não poderia ser um corpo espiritual, pois a ressurreição ainda não ocorreu – cf. Verso 31);
Versos 24 e 27: Abraão é o intercessor entre Deus e os homens, ao invés do Senhor Jesus (ler 1 Timóteo 2:5);
Verso 25: Lázaro foi salvo por ser pobre, ou seja, pelas suas obras (ver Efésios 2:8 e 9);
Há na história contada por Jesus outros aspectos que nos levam a crer que a mesma não era literal: (1) por que a presença de Deus não foi notada no Céu, sendo que Ele está lá? (2) Se o “seio de Abraão” é o lugar para onde vão os salvos por ocasião da morte, para onde foram aqueles que morreram antes de Abraão sendo que ele morreu uns dois mil anos antes de Jesus ter vindo? (antes de Abraão morrer, muitos já não existiam…).
Sendo assim, é impossível crer na existência de um inferno com base na parábola do Rico e Lázaro.
Cristo apenas usou uma crença popular da época a fim de ensinar aos seus ouvintes que uma pessoa não irá para o Céu por ser rica, pois os fariseus achavam que aqueles que eram prósperos eram abençoados por Deus e os pobres, amaldiçoados (leia João 9:1-3).
Jesus inverteu os papeís para mostrar que a riqueza não é uma prova de que Deus está no comando da vida de alguém ou indicação de que esta pessoa será salva. E que a pobreza não determina a perdição.
E, a principal lição do Senhor está no final da parábola: “Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.” Lucas 16:31. Se a pessoa não ouvir e crer na mensagem de Moisés e dos profetas (em todo o Antigo Testamento), não será convencida de que precisa ser salva mesmo que ressuscite uma pessoa dos mortos.
Extrair da parábola algo além do que ela quer ensinar é desconsiderar o contexto bíblico e a opinião majoritária (não que isso seja fundamento para uma verdade) de que Lucas 16:19-31 não é uma prova de que existe um “inferno”. É apenas um relato parabólico.
Veja mais essa explicação!
A PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO
Lucas 16:19-31
LITERALMENTE
FALANDO:
Por suas
atitudes, quem merece de fato, o Céu? – O Rico ou Lázaro?
Manda a
sinceridade que o todo desta
parábola seja interpretado literalmente,
já que parte assim é feita, para
financiar a fugaz doutrina da imortalidade
da alma.
“E com muitas
parábolas tais lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender. E sem
parábolas nunca lhes falava; porém tudo declarava em particular aos Seus
discípulos.” Marcos 4:33 e 34.
Vamos, com a
ajuda do Espírito Santo, desvendar a parábola do Rico e Lázaro. Como ponto de
partida, descubramos pelo dicionário qual o significado da palavra parábola.
Diz o Pequeno Dicionário da Língua
Portuguesa que é uma “narração alegórica”. Isto é: Parábola é uma alegoria
e, segundo o mesmo dicionário, alegoria é: “Exposição de um pensamento sob
forma figurada; ficção que representa um objeto para dar idéia de outro;
continuação de metáforas que significam uma coisa nas palavras e outra no
sentido.”
A palavra grega
traduzida por “parábola” significa: “comparação”, “tipo”, “figura”. Isto é:
Uma linguagem em códigos.
Mal comparando,
e com a devida anuência do irmão, digo: Uma estória engendrada, um conto, que esconde e acoberta uma verdade
importante (Eze. 17:2; 24:3). A parábola, pois, tem o objetivo de transmitir
uma verdade; mas ela mesma não é esta verdade. Ouça o testemunho de Jesus e do
evangelista Mateus:
“Por isso lhes falo por parábolas;
porque eles vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se
cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis mas não compreendereis.
E vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está
endurecido. E ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam os seus
ouvidos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e compreendam
com o coração, e se convertam, e Eu os cure.” – Mateus 13: 13-15.
“Tudo isso
disse Jesus por parábolas à multidão. E
nada lhes falava sem parábolas, para que se cumprisse o que fora dito pelo
profeta que disse: Abrirei em parábolas
a Minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.” –
Mateus 13: 34-35.
Compor
parábolas era o método particular que Jesus usava para o ensino. Ao expor
através destas ilustrações a verdade que queria apresentar, Ele o fazia por um
motivo todo especial; e a respeito, diz-nos Ellen G. White, abalizada
escritora:
“Entre as multidões que O rodeavam, havia sacerdotes e rabinos,
escribas e anciãos, herodianos e maiorais, amantes do mundo, beatos, ambiciosos
que desejavam, antes de tudo, achar alguma acusação contra Ele. Espias
seguiam-Lhes os passos, dia a dia, para apanhá-Lo nalguma palavra que Lhe
causasse a condenação, e fizesse silenciar para sempre aquele que parecia
atrair a Si o mundo todo.
“O Salvador compreendia o caráter desses homens e apresentava a
verdade de maneira tal, que nada podiam achar que lhes desse ensejo de levar
seu caso perante o Sinédrio. Em parábolas, Ele censurava a hipocrisia e o
procedimento ímpio daqueles que ocupavam altas posições. E, em linguagem figurada, vestia a verdade de tão penetrante caráter,
que, se as mesmas fossem apresentadas como acusações diretas, não dariam
ouvidos às Suas palavras e teriam dado fim rápido ao Seu ministério.” – Parábolas de Jesus, pág. 22.
Está claro
então que havia um motivo especial para o Mestre falar em parábolas, sobretudo
para que se cumprisse também a profecia messiânica que diz: “Abrirei em
parábolas a Minha boca...” Salmo 78:2.
Há uma corrente
de leitores da Bíblia que afirma com veemência ser a narrativa de Jesus sobre o
Rico e Lázaro não uma parábola, e sim uma doutrina real. Ao agirem assim, além
de contradizê-la, chocam-se com uma barreira evangélica, formada pelos mais
respeitáveis teólogos dos mais variados ramos protestantes, que concordam ser
este conto puramente parabólico. Portanto, é preciso ficar sacramentado, sem
nenhuma sombra de dúvidas, que a narração é uma parábola: A parábola do Rico e Lázaro.
Por
conseguinte, a doutrina da imortalidade da alma e do galardão após a morte,
extraída, como fazem, dessa parábola, é acima de tudo inconveniente, pois
sabido é, e aceito pelos mais eminentes exegetas, que não se pode firmar doutrina sobre parábolas, pois ela é uma ficção, uma
alegoria, uma metáfora.
O Doutor Joseph
Angus, teólogo evangélico (da Igreja Batista), em sua obra História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 181
aconselha-nos judiciosamente a respeito das parábolas. Diz ele:
“Converter delicados pormenores em grandes verdades escriturísticas é obscurecer o grande desígnio
do todo. E assim trazemos um significado
para a parábola em vez de extrair dela o significado. Isso é um hábito que
nos pode levar aos enganos mais sérios.” – Grifos meus.
Particularmente,
não acho existir “engano mais sério”, do que esconder-se o verdadeiro sentido
parabólico desta estória, para apresentar a doutrina da imortalidade da alma, a
doutrina do Céu e inferno, ou seja: O Céu para o bom, e o inferno para o mau,
imediatamente após a morte. Ouça, ainda, E.G. White:
“Nesta parábola Cristo se acerca do povo em seu próprio terreno.
A doutrina de um estado consciente de existência entre a morte e a ressurreição
era mantida por muitos dos que ouviam as palavras de Cristo. O Salvador lhes
conhecia as idéias e compôs Sua parábola de modo a inculcar verdades
importantes em lugar dessas opiniões pré-concebidas.” – Parábolas de Jesus, pág. 263.
Em síntese,
prezado irmão, estamos diante de uma estória contada por Jesus, que, se
estudarmos diligentemente (cavando fundo), notaremos a beleza da verdade que o
Salvador queria ensinar. Antes de começarmos a estudar a parábola, deixe-me
dizer-lhe o que falou um eminente teólogo:
“É regra aceita em teologia que as doutrinas
não devem ser baseadas sobre parábolas.” – F.D. Nichol, Answers to Objections, nota ao pé, pág.
567 – citado em Subtilezas do Erro.
Pois bem,
façamos de conta que estes teólogos, pesquisadores e escritores estejam
errados, e chegamos à incongruência de considerar essa parábola literalmente,
como a aceitam muitos sinceros cristãos. Então vamos considerá-la assim, toda
literalmente, certo? Coloquemos, portanto, em pauta, o Rico da parábola.
• Nem a Bíblia
nem Jesus disseram que o rico era mau. Dizem apenas que era rico. E ser Rico
não é característica do desagrado de Deus; pelo contrário, a riqueza do cristão
é sinal de bênçãos do Céu.
• Abraão foi
chamado “amigo de Deus” e os cristãos sabem do cuidado do Senhor sobre ele e
sua família, e, no entanto, lemos em Gênesis 13:2: “Era Abraão muito rico em
gado, em prata e em ouro.”
• Jó, o
habitante da terra de Uz, homem sincero, reto e temente a Deus, foi também
amado por Ele e lemos em seu livro, capítulo 1 versículos de 1 a 3: “...e era o
seu gado 7.000 ovelhas, 3.000 camelos e 500 juntas de bois e 500 jumentas, era
também muitíssima a gente a seu serviço, de maneira que este homem era maior que todos os do Oriente”. Aí
está o homem mais rico do Oriente e também um grande amigo de Deus, e por Ele
lembrado e amado.
• Salomão, José
de Arimatéia, Nicodemos, este, afirmam, era tão rico, que sua fortuna daria
para sustentar a nação judaica por 10 anos, e no entanto não foi repelido por
Jesus; pelo contrário, o Mestre amou-o profundamente.
Então, caro
irmão, depreendemos daí que não é nenhum pecado ser rico. E a Bíblia informa
simplesmente, nesta parábola: “Havia um homem rico... e ele morreu...” (Luc.
16:22). E isso não é, nunca foi, jamais será pecado tão grave que o possa
lançar ao inferno. Vê, se formos tratar esta parábola literalmente, pergunto: O
que é errado? O que fez o Rico para se perder e ser lançado no inferno?
Não esqueça,
Jesus apresentou simplesmente um homem Rico. Não disse que ele era transgressor
da Lei de Deus, nem mau, nem avarento. Nem que tenha adquirido sua riqueza com
fraude, injustiça ou roubo. Apenas um homem rico. Coloquemos em pauta, agora, o
mendigo Lázaro.
• Nem a Bíblia,
nem Jesus, mencionam que ele tenha sido um crente bom e fiel, e muito menos
cumpridor da Lei de Deus. Diz, simplesmente: Era um mendigo.
• Ouça irmão, e
não se escandalize: Mendicância é prova
do desfavor de Deus (perdão Senhor!). Não precisa desencostar-se da
cadeira, nem engolir seco, estamos considerando literalmente a parábola, e é
isso o que diz a Bíblia, e aqui está Davi para provar; diz ele: “Fui moço, e
agora sou velho; mas nunca vi desamparado
o justo, nem a sua descendência mendigar o pão.” Sal. 37:25.
(Por
conseguinte, literalmente falando, o
nosso bom mendigo parabólico, coitado, não era justo, muito menos descendente de algum justo. Ademais, a Bíblia
silencia quanto ao fato de que pelo menos ele tenha feito algo de bom, para
merecer o Céu).
Por isso,
irmão, aceitar essa parábola literalmente, como se quer admitir, forçoso será
crer que o mendigo foi salvo pelos “méritos
da pobreza”, o que contraria frontalmente o plano de salvação, pois é
notório que o homem só será salvo mediante sua fé na aceitação de Jesus Cristo
como seu Salvador.
A Bíblia não
ensina, em nenhum lugar, que por ser pobre ou ter sofrido muitas agruras,
padecido muitas dores, alguém ganhe por isso o Céu por recompensa. Tal não é
bíblico! O que as Escrituras mencionam a respeito é que os pobres sempre
teremos conosco (Mat. 26:11), e que temos o dever de ampará-los, mas também
eles deverão fazer sua decisão ao lado de Cristo, se é que desejam habitar o
Céu um dia. (Sabe, eu já fui tão pobre, meu pai morreu deixando minha mãezinha
com 4 filhos. Minha irmã era a mais velha e contava 10 anos. Morei em morro e
favela. Carrego com orgulho uma marca de fome em meu braço esquerdo. Com ela
irei para o Céu, mas... só porque eu também fiz minha decisão por Cristo.)
Literalmente
falando, a benemerência deste Rico parabólico assumiu proporções maiores,
porque Lázaro não era um mendigo somente, era um farrapo de gente, com o corpo
todo carcomido por uma doença terrível, possivelmente a lepra.
Sabe você como
era que um leproso deveria andar quando não estava enclausurado? Sua obrigação,
por Lei, era passar ao largo e gritar: “Sou leproso”, “estou imundo”,
“afastem-se”. (Lev. 13:44-46). Isto quando não eram apedrejados. Coitados!
Pobres criaturas!
Agora meu irmão,
imagine o seguinte:
– Você acorda
de manhã, e junto com seus filhos se prepara para sair, quando, ao abrir o
portão, depara com esse pobre “trapo” de gente, caindo aos pedaços, e os seus
cães lambendo aquelas feridas em carne viva, devorada pela lepra. Diga
sinceramente, qual seria sua reação? Daria a ele comida, mesmo sendo migalhas
(migalhas de rico é fartura) de sua mesa ou chamaria a Polícia ou a Saúde
Pública?
– Sim, qual
seria sua atitude ao encontrar, na porta de sua casa um leproso, em avançado
grau de enfermidade?
Sua reação, meu
amado, é uma incógnita, mas a do Rico da parábola, não. Permitiu-lhe comer
migalhas e não o expulsou de sua porta; e, do relato, imaginamos haver durado
dias essa beneficência. Portanto, esse Rico parabólico não é um homem mau, mas
bom, de coração inclinado a apiedar-se dos desvalidos da sorte, não acha?
Agora lhe
pergunto sinceramente: Considerando as virtudes de ambos, (certamente
baseando-se no literal, que é o que estamos fazendo com toda a parábola), quem
merece o Céu? Sim, argumentando literalmente, se Lázaro por ser mendigo foi
para o Céu, o Rico não pode deixar de ir também, porque não é pecado ser rico,
e, esse da parábola, demonstrou genuína humanidade, não expulsou o mendigo de
sua porta, não chamou a Polícia nem a Saúde Pública, e ainda permitiu-lhe
alimentar-se do pão de sua mesa.
Isto bastaria
para derrubar a tese de que essa parábola tem que ser aceita literalmente para
fundamentar a doutrina da imortalidade da alma e do galardão imediato após a
morte; mas, não paremos aqui.
Continuemos
considerando-a literalmente, e segure-se firme, para que a terra não fuja de
debaixo dos seus pés, porque diz o relato fictício que Lázaro morreu, e foi
para o “seio de Abraão”. Lucas 16:23.
Então, ensina
esta parábola, se tomada ao pé da letra (literalmente), que o homem, sendo
pobre, mendigo, desvalido, ao morrer, tem como prêmio, ou recompensa, o Céu
(seio de Abraão). Então, façamos as seguintes perguntas:
• Você não acha
que o seio de Abraão seja muito pequeno, porque no máximo este patriarca devia
ter de altura, 2,30 m?
• E os pobres e
mendigos que morreram antes de Abraão, para que seio foram?
• Caberá no
seio de Abraão todos os pobres do mundo quando morrerem, pois é sabido que a
maior parte da população mundial, que já se aproxima dos 5 bilhões, são pobres?
• Bem, se
apenas por ser mendigo alguém tem direito ao Céu, o crente então jamais poderá
ficar fora dele, e que seio é esse para caber tanta gente? Abel, que viveu
antes de Abraão, para que seio foi?
• Agora, pasme
o irmão. Para onde fugir, diante desta pergunta: E Abraão, chamado o amigo de
Deus, homem justo e bom, o pai da fé, morreu, e para onde foi? Para o seu
próprio seio?
Percebeu?
Como se pode
notar, uma parábola jamais poderá ser interpretada literalmente, porque, se
assim for, teremos de admitir que Abraão tem um seio descomunal para acolher
tanta gente. Os que aceitam essa parábola literalmente, terão de crer nesse
absurdo, ou então aceitá-la no que lhes satisfaz, o que é uma grande
desonestidade para com a Palavra de Deus.
Pois bem,
continuemos considerando a parábola literalmente, e como tal, em seguida, temos
na narrativa de Jesus que admitir seja a fronteira
entre o Céu e o inferno tão próxima uma da outra que permite conversação,
diálogo entre as pessoas que gozam as delícias do paraíso com as do suplício
eterno.
Se a parábola
ensina assim (como querem os imortalistas), que os eleitos de Deus
personificados pelo mendigo conversam com os ímpios no inferno, personificados
pelo Rico; imaginemos por exemplo, que você, irmão, esteja no Céu, gozando a
bem-aventurança, contemplando a face gloriosa do Salvador, usufruindo da
calmaria celestial, passeando por entre aquele belo jardim, sentindo o frescor
e perfume das flores, quando, de repente, você ouve gemidos, e estes aumentam
gradativamente. Então, você contempla seu parente no inferno, o fogo inclemente
devorando-o; dores, gritos horripilantes, tormento indizível. Medite: Como você
se sentiria no Céu, vendo do lado de lá, ali bem pertinho, um seu querido neste
estado? Afinal, o Céu e o inferno estão
separados por uma “parede-de-meia”? Ora irmão, é inadmissível; é
insuportável crer numa coisa dessa! Mas é o que se terá de admitir ao aceitar
que esta parábola foi um conto real, uma doutrina de Jesus.
Não terminemos
aqui! Ainda deve nos impressionar o fato de que, ao se basear nessa parábola
para afirmar que a alma é imortal, e se, de crente, vai para o Céu após a
morte, volto a perguntar: Que almas eram essas? Sabe por quê?
• Tinham dedos
(Luc. 16:24).
• Tinham
línguas (Luc. 16:24).
• Tinham olhos
(Luc. 16:23).
• Tinham sede
(Luc. 16:24).
• Falavam e
ouviam (Luc. 16:27-31).
Ora, se essas
almas tinham dedos, é lógico que deveriam ter braços. Se tinham línguas,
forçoso é crer que tinham boca, se possuíam olhos, era preciso terem rostos.
– Meu irmão, um
rosto precisa de um pescoço, o pescoço precisa de um tronco, um tronco precisa
de membros, braços, pernas, pés, etc. E, se falavam e ouviam, certamente tinham
sentimento, e esse era traduzido pela sede, e tudo isso porque o cérebro
funcionava.
Então, por
favor, que “almas” eram essas que têm
um corpo completo, com cabeça, tronco e membros? Ou não eram almas? E agora
amado, para onde ir?
Bem, ainda
assim, os que preconceituosamente crêem na imortalidade inerente da alma, e do
galardão imediato após a morte, asseveram que essa parábola é uma doutrina
porque as “almas” estavam conscientes
através do diálogo que mantiveram. Mas, desculpe-me, isto é um equívoco, porque
o diálogo havido não foi entre as “almas”
que se imaginam, pois segundo a narrativa os personagens eram pessoas reais com
corpo e tudo.
Quer ver algo
mais estranho e inquietante? Releia a parábola e considere também que nela não
aparecem o Senhor Jesus, nem Deus, nem anjos. Ora, que Céu é esse que não se
encontra o Criador? Nem o Seu trono? Despido de toda a beleza de que é
provido!!
Finalizando,
para os que aceitam essa parábola literalmente e sobre ela fundamentam a
doutrina mencionada, não poderão, então, fugir da aceitação de outras parábolas
similares relatadas pela mesma Bíblia, no campo literal.
Há, por
exemplo, no livro de Juízes 9:7-15, a parábola de Jotão. Lemos ali que as
árvores falavam, e que levantaram reis sobre elas, certamente outras árvores.
Você crê que as árvores falavam? Eram conscientes? Certamente que não. Temos
absoluta certeza. Mas é uma parábola. Então, aceita-se uma e outra não? Como é
isso?
Observe esta
outra parábola bíblica:
II Reis 14:9
“Porém Jeoás,
rei de Israel, enviou a Amazias, rei de Judá, dizendo: O cardo que está no
Líbano enviou ao cedro que está no Líbano, dizendo: Dá tua filha por mulher ao
meu filho; mas os animais do campo que estavam no Líbano, passaram e pisaram o
cardo.”
Então, que lhe
parece? Cardo e cedro são árvores. Árvores de lei e estão falando. E que
casamento de filhos de árvores é esse? Querido irmão, são parábolas, e
parábolas são metáforas, ficção, estória, não podem ser entendidas
literalmente. Jamais.
Tudo aí é
figurado. É uma ilustração. Nada mais que dois reis: O de Judá (Amazias), e o
de Israel (Jeoás); são personificados pelas árvores. Jeoás compôs a parábola
para Amazias. Este não a atendeu (II Reis 14:11), e por isso, o povo do “cardo”
(Amazias) foi ferido pelos “animais do campo” (exército do “cedro” – Jeoás).
Na parábola da
ovelha perdida, a ovelha é um animal, mas representa o pecador (Lucas 15). Não
há o que negar, parábola é um ilustrativo para extrair-se uma verdade. Na
parábola do semeador, a semente é o evangelho. A vinha do Senhor é a casa de
Israel. Isaías 5:1-7.
Nenhuma das
quarenta e quatro parábolas proferidas por Jesus podem ser aceitas
literalmente, porque parábola é uma ilustração para clarear o ensino.
Chegamos então
à conclusão de que é um equívoco considerar parábolas pelo lado literal e
aplicá-las para sedimentar doutrina bíblica. Fica, por conseguinte, claro, que
Jesus não ensinou o que se prega hoje em dia, baseando-se nesta parábola.
Finalmente,
afirmo, essa parábola não foi mencionada por Jesus como uma doutrina. Digo-lhe
no Senhor. A única coisa de escatológica e doutrinária, em toda a narração, só
é o verso 31, que é o final da estória e que trata da ressurreição, nada mais.
O que, afinal,
desejava ensinar o Senhor? É o assunto que estudaremos a seguir, com toda a
sinceridade de uma meiga criança.
Fizemos o
estudo literal dessa parábola, apenas para demonstrar a que absurdos
chegaríamos caso a aceitássemos como uma doutrina e não uma estória, ficção,
como realmente é, uma vez que ela tem sido usada literalmente para abonar a
doutrina da imortalidade da alma.
O Rico da
parábola era uma “símile” dos judeus,
a quem Deus fez os depositários dos oráculos divinos. Deveriam por isso ser a
luz das nações. Os reis da terra deveriam caminhar vendo a glória de Deus sobre
eles. Isaías 60:3.
O mendigo
parabólico também era uma “símile” (analogia – semelhança) dos gentios, que
eram, coitados, considerados como cães, imundos e indignos do favor do Céu,
pelos judeus.
Destacamos
ainda, da lavra desta célebre escritora evangélica, Ellen G. White, este outro
pensamento:
“O Senhor fizera dos judeus depositários da verdade sagrada.
Nomeou-os mordomos de Sua graça. Deu-lhes todas as vantagens temporais e
espirituais, encarregou-os de partilhar estas bênçãos. Uma instrução especial
fora-lhes dada concernente ao tratamento de irmãos empobrecidos, dos estrangeiros
dentro de suas portas e dos pobres entre estes. Não deveriam procurar ganhar
tudo para o proveito próprio, antes deveriam lembrar-se dos necessitados e
repartir com eles. E Deus prometeu abençoá-los de acordo com as obras de amor e
misericórdia. Como o rico, porém, não estendiam a mão auxiliadora para aliviar
as necessidades temporais e espirituais da humanidade sofredora. (Permitia-lhe
comer das migalhas. Mas ele poderia fazer muito por ele e não o fez). Cheios de orgulho, consideravam-se o povo
escolhido e favorecido de Deus; contudo não serviam nem adoravam a Deus.
Depositavam confiança na circunstância de serem filhos de Abraão. ‘Somos
descendência de Abraão’ (João 8:33), diziam, com altivez. Ao chegar a
crise, foi revelado que se tinham divorciado de Deus, e confiado em Abraão como
se fosse Deus.” – Parábolas de Jesus,
págs. 267/268, grifos meus.
Assim que,
foram os judeus comparados ao homem Rico da parábola, porque tinham as riquezas
do evangelho; no entanto, não cumpriram a vontade de Deus a seu respeito, que
era de ser a luz dos gentios. No campo religioso, os pobres gentios pegavam
mesmo, apenas as migalhas.
No pátio do
Templo de Jerusalém havia uma linha demarcatória que, se os gentios dali
passassem, eram mortos no ato, isso porque eram considerados indignos de
cultuar a Jeová neste santuário. (Leia-a à página 379).
Entretanto,
encontramos nas Escrituras belos exemplos de verdadeira fé entre os gentios,
como é o caso do centurião romano de Cafarnaum pedindo a Jesus que curasse seu
criado, conforme se lê em Mateus 8:5-13. Nesta experiência o centurião
expressou exatamente o que os judeus pensavam dos gentios:
“No sou digno
de que entreis em minha casa...” (verso 8).
No entanto, o
centurião demonstrou grande fé quando disse: “Diga somente uma palavra e meu
criado sarará...” (verso 8). Jesus curou o servo daquele gentio e publicamente
elogiou sua fé com estas palavras: “...Nem mesmo em Israel encontrei tanta
fé...” (verso 10), assegurando que muitos gentios assentar-se-ão à mesa com
Abraão (Veja Gálatas 3:27-29; Romanos 10:12). Anote agora, este outro belo
exemplo de sublime e sincera fé:
“E, partindo
Jesus dali, foi para as bandas de Tiro e Sidom. E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas
cercanias, clamou dizendo: Senhor, filho de Davi, tem misericórdia de mim, que
minha filha está miseravelmente endemoninhada. Mas Ele não lhe respondeu
palavra. E os discípulos, chegando ao pé dEle, rogaram-lhe dizendo: Despede-a,
que vem gritando atrás de nós. E Ele respondendo disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
Então chegou ela e adorou-O dizendo: Senhor, socorre-me. Ele porém, respondendo
disse: Não é bom pegar no pão dos filhos
e deitá-lo aos cachorrinhos. E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem
da mesa dos seus senhores. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher,
grande é a tua fé: Seja isto feito para contigo como tu desejas. E desde aquela
hora a sua filha ficou sã.” – Mateus 15:21-28.
Jesus não
possuía o preconceito dos judeus com relação aos gentios. Ele apenas procedeu
assim para que fosse revelada, publicamente, a fé daquela mulher gentílica,
naquEle que veio para o Seu próprio povo, e este não O aceitou.
Aqui estão,
amados, dois exemplos de grande fé, revelada por aqueles que eram literalmente
considerados como “cães”, indignos dos favores e bênçãos divinos, por serem
gentios. No entanto, mereceu do Mestre elogios tais, por uma fé que não havia
encontrado em Seu próprio povo.
Por favor,
observe a preferência de Jesus pelos FILHOS.
Quem são eles?
Mateus 10:5-6
“Jesus enviou
estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem
entrareis em cidade de samaritanos; mas
ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel.”
Eram, portanto,
os filhos, a casa de Israel, nação
judaica, aquele povo tão amado por Deus, nação diferenciada entre todas com
bênçãos inefáveis; e agora, para sedimentar, provar o cuidado, amor,
preferência de Deus por ela, o próprio Jesus vem, e envia discípulos a lhes
pregar as boas-novas do Reino.
Por
conseguinte, queria Jesus ensinar, na parábola do Rico e Lázaro, que os judeus
(Rico) banqueteavam-se na mesa da
verdade, enquanto os gentios (Lázaro),
coitados, eram os cachorrinhos que procuravam a todo custo apanhar migalhas do evangelho. E parabéns para
eles, passaram das migalhas para as gemas puras e cristalinas do santo
evangelho do Senhor.
Os ricos vestiam-se de linho branco. O
branco significa paz, pureza, e era isso que Deus lhes desejava, caso ouvissem,
e fossem fiéis ao legado divino. Os gentios eram o Lázaro tão repelente quanto o leproso. Eram os leprosos
espirituais. Não tinham direito, como pensavam os judeus, às bênçãos e favores
de Deus. Mas, irmão, a mesa da verdade,
da qual se orgulhavam os judeus, tornou-se em laço para eles.
Romanos 11:9
“E Davi diz:
Torne-se-lhes sua mesa em laço, e em armadilha, e em tropeço, por sua
retribuição.”
E, na verdade,
esse foi o quinhão de um povo recalcitrante, endurecido por tanta desobediência
e rebelião. Embora representassem a preferência nacional de Deus, os judeus
rejeitaram e mataram o Senhor do evangelho, por isso foram “quebrados” e outros
“galhos” foram “enxertados” na Oliveira – nós, os gentios – representados na
parábola, por Lázaro, o mendigo. Romanos 11:17-21.
A maior prova
de que o Rico (nação judaica)
recebeu “seus bens em sua vida”, como informa a parábola, foi o fato de ter
sido chamada para ser o sacerdócio real de Deus na Terra, nação santa,
peculiar. Sobre ela dispensou o Senhor, por séculos, bênçãos sem medidas, deu-lhes
uma terra onde mana leite e mel e por fim deu-lhes o próprio Messias. E qual
foi a reação do Rico (judeus)?: “...Veio para o que era Seu, e os Seus não O
receberam...” João 1:11.
Os judeus,
portanto, rejeitaram o Messias (o Rico
morre). Esta rejeição consolidou-se com o apedrejamento de Estêvão, o
primeiro mártir (Atos 7:54-60), quando então os filhinhos ou o Rico da parábola, perderam
definitivamente a preferência divina, bem como o direito à salvação como um
povo, embora individualmente tenham direito a ela.
Após o
apedrejamento de Estêvão, ocorreu uma grande perseguição aos cristãos (Atos
8:1). Esta perseguição, conquanto não pareça, constituiu-se em uma milagrosa
operação celestial, pois o evangelho foi anunciado poderosamente aos gentios
(Lázaro), para que eles também participassem do banquete da salvação. Agora,
não comeriam mais migalhas da mesa de seu Senhor, mas fariam parte inconteste
da mesa da verdade. Veja que maravilhoso:
“Mas Paulo e
Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se pregasse primeiro
a Palavra de Deus; mas visto como a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida
eterna, eis que nos voltamos para os gentios; porque o Senhor assim no-lo
mandou: Eu te pus para luz dos gentios, para que sejas de salvação até os confins
da Terra. E os gentios ouvindo isso, alegraram-se, e glorificavam a Palavra do
Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna. E a
Palavra do Senhor se divulgava por toda aquela província.” Atos 13: 46-49.
“Ouviram os
apóstolos e os irmãos que estavam na Judéia, que também os gentios tinham
recebido a Palavra de Deus.” Atos 11:1.
Perceba o
quadro atual:
O RICO EM TORMENTO
(judeus)
Perderam a
hegemonia nacional, conforme a Parábola. Perderam o privilégio de ser o povo
escolhido de Deus (Deut. 7:6). Perderam o majestoso templo, a nação, e
dispersos foram por todo o mundo. Muito embora Deus os ame a todos, e,
individualmente tenham direito à salvação, desde que aceitem a Jesus Cristo
como Salvador pessoal.
LÁZARO CONSOLADO
no seio de Abraão
(gentios)
Possuem a
verdade, exercem fé, crêem, vivem e pregam o evangelho, esperam a volta de
Jesus e transformaram-se na geração eleita de Deus, ouça:
“Mas vós sois a
geração eleita, o sacerdócio real, a
nação santa, o povo adquirido, para
que anuncieis as virtudes daquEle que vos chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz; vós que em outro tempo
não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado
misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia.” I Pedro 2:9-10.
ABRAÃO
Entrou nessa
parábola, porque é considerado o pai da fé, segundo a Bíblia. E todos os que se
salvarem, o serão pela fé em Cristo, e nunca por obras ou méritos próprios; e
serão chamados filhos de Abraão pela fé. Gálatas 3: 9.
O SEIO DE ABRAÃO
Quer dizer, simplesmente:
Privilégios e favores. Ó gentios! Como Deus nos ama!
Para finalizar,
tenhamos em mente este pensamento:
“Na parábola do Rico e Lázaro, Cristo mostra que nesta vida os
homens decidem seu destino eterno. Durante o tempo da Graça de Deus, esta é
oferecida a toda alma. Mas, se os homens desperdiçam as oportunidades na
satisfação própria, segregam-se da vida eterna. Não lhes será concedida nova
oportunidade. Por sua própria escolha cavaram entre eles e Deus um abismo
intransponível.” – Parábolas de
Jesus, pág. 260. E.G.
White. Grifos meus.
Meus queridos
irmãos, está claro que, nesta parábola, Jesus continua apresentando a lição
iniciada com a parábola do mordomo infiel de Lucas 16:1-12, e a tônica de Seu
ensino é que o “destino eterno” de uma pessoa é determinado pelo uso que ela
faz das oportunidades que se apresentam HOJE.
Assim, pois,
sem sombras de dúvidas, a parábola do Rico e Lázaro foi apresentada por Jesus
para esclarecer definitivamente que o destino do homem – rico ou pobre é
decidido aqui nesta vida, “pelo uso feito dos privilégios e oportunidades”
conferidos por Deus.
Finalmente,
quem quiser aceitar esta parábola como a doutrina
de que o homem recebe a recompensa imediatamente após a morte, ou na morte,
contradiz frontalmente a Bíblia.
Leia, como
complemento: Mateus 16:27; 25:31-41. I Coríntios 15:51-55. I Tessalonicenses
4:16-17. Apocalipse 22:12, etc.
Tenho ânsias de
explodir em brados de aleluias ao Senhor, pois que Ele é bom, e nos dá
sabedoria para andarmos na luz. – Aleluia! Glória a Deus!