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domingo, 22 de maio de 2016
Ellen White entra em lista de autores mais mencionados no Brasil
Nome da escritora Ellen White, além do livro A Única Esperança, de Alejandro Bullón, aparecem em importante pesquisa sobre leitura no País
sábado, 21 de maio de 2016
Repreenderei o Devorador
Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Malaquias 3:11
Fidelidade não é medida apenas por palavras, mas principalmente por atos. A fidelidade, assim como a temperança, não abrange apenas um aspecto de nossa vida, mas toda ela. Quando somos fiéis a Deus devolvendo-lhe o dízimo e descansando no santo sábado, também conseguimos ser fiéis ao cônjuge, aos nossos compromissos e às pessoas que nos cercam.
Quantas vezes temos roubado alguns minutos de Deus fazendo tarefas após o horário do pôr do sol! Acabamos por nos atrasar para chegar em casa no horário, ou nos atrasamos ao arrumar alguma coisa em casa já em horas sabáticas.
Esta história conteceu na década de 70, na propriedade de meu pai, em São Borja, onde eu cuidava de 300 hectares de terra, e também de gado e ovelhas. Na lavoura, eram plantados trigo, milho, sorgo, arroz, linhaça e soja. Todos no tempo e na época devidos.
Em uma área de mais ou menos 18 hectares, plantei uma lavoura de soja, separada das demais, para mim. Era, mês de fevereiro, e a igreja de São Borja iria acampar em nossa propriedade. Nesse dia, o irmão Ilo Weber percebeu que a lavoura estava infestada de lagartas devoradoras. Como não era possível aplicar inseticida naquele dia, por estarem próximas as horas sabáticas, simplesmente disse a ele: “Deus proverá.” No culto do pôr do sol e no sábado, os irmãos presentes ao acampamento oraram pela lavoura.
Passou o sábado e, no domingo pela manhã, fomos com o irmão Ilo ver o que havia sobrado da lavoura. Vimos as lagartas todas esbranquiçadas e mortas, grudadas na parte inferior das folhas. Na época da colheita, como prova de gratidão, atendendo a solicitação do pastor Edson Pereira Gomes, tesoureiro do IACS na época, doamos ao educandário várias sacas de soja.
Realmente Deus operou um milagre na lavoura de soja. Louvado seja Seu nome! Vale a pena ser fiel.
Elmiro Oliveira Pereira
sexta-feira, 20 de maio de 2016
Como o diabo ficou vermelho e ganhou chifres?
A conveniência de ser ridículo |
[Meus comentários seguem entre colchetes e no fim do texto. – MB.] Se alguém te pedisse para imaginar o diabo, provavelmente viria à mente um demônio com um tridente nas mãos. No entanto, por centenas de anos, o diabo cristão não foi retratado pela arte religiosa e, quando finalmente surgiu, era azul e não tinha chifres ou cascos. A imagem mais familiar para nós surgiu pelas mãos de gerações de artistas e escritores que pegaram o pouco que é dito pela Bíblia sobre Satanás e o reinventaram ao longo do tempo. A Bíblia diz que Satanás era o maior adversário de Deus. Na Bíblia judaica, o diabo é apenas outro agente subordinado a Deus, um anjo do mal, uma alegoria [a Bíblia não trata Satanás como alegoria, mas como um ser real] que simbolizava a inclinação maligna dos homens e mulheres. Esse personagem foi desenvolvido pelos cristãos até transformá-lo em uma representação da maldade suprema. A doutrina cristã diz que Satanás assumiu a forma de uma serpente [na verdade, ele incorporou a serpente] e tentou Eva no Jardim do Éden, mas não há nenhuma menção ao diabo no livro do Gênesis [embora ele esteja lá o tempo todo, como o instigador do mal]. Foi só mais tarde que os cristãos interpretaram a serpente como uma encarnação de Satanás.
Também se acredita que Satanás foi expulso do Céu após desafiar a autoridade de Deus [isso está claro no Apocalipse e nas palavras de Jesus, que disse ter visto Satanás caindo do Céu]. Porém, na Bíblia, um personagem misterioso é expulso após rebelar-se contra Deus. A caracterização de Satanás como um anjo caído deriva dessa tradição [não se trata de tradição; é bíblico]. A imagem de um Satanás que governa o inferno e inflige tortura e castigo aos pecadores também não encontra correspondência no texto sagrado [isso é fato]. O livro das Revelações [Apocalipse] profetiza que Satanás será enviado ao inferno [lago de fogo], mas sem qualquer status especial e sofrendo as mesmas torturas que os demais pecadores.
Nos primeiros séculos do Cristianismo, não havia muita necessidade de representar o mal na arte religiosa. Os cristãos acreditavam que os deuses pagãos rivais, como o egípcio Bes e o grego Pan, eram demônios responsáveis por guerras, doenças e desastres naturais. Cem anos depois, quando o diabo apareceu na arte ocidental, algumas representações incorporaram os atributos físicos desses deuses, como o pêlo facial de Bes e as patas de cabra de Pan.
Na idade média, surgiu o retrato de Satanás mais reconhecível [obra dos artistas e não descrição bíblica]. Foi uma época de muito sofrimento, que ficou ainda pior com o surto de peste negra, a epidemia mais devastadora da história humana, com milhões de mortos na Europa. Como a Igreja [Católica] não podia proteger os fiéis da doença, as representações de Satanás centraram-se nos horrores do inferno, refletindo o ânimo do momento e lembrando por que não se devia pecar.
Há uma longa tradição de associar o diabo aos inimigos do Cristianismo dentro e fora da Igreja. Quando ela se dividiu durante a Reforma, católicos e protestantes se acusaram mutuamente de estarem sob a influência do diabo com propagandas jocosas e grotescas sobre essa corrupção.
No início do período moderno, pessoas eram acusadas de fazer pactos com o diabo e praticar bruxaria. Satanás era frequentemente representado como um sedutor e se achava que as mulheres eram especialmente vulneráveis a seus encantos. Imagens mostravam mulheres em atos sexuais com o diabo, por elas serem consideradas o sexo frágil e mais propensas a caírem em pecado por serem incapazes de dominar seus desejos carnais. Se Satanás conseguia corromper o corpo femino, era uma ameaça à segurança familiar, à santidade e até mesmo à fertilidade da comunidade.
Os escritores e pensadores iluministas reinterpretaram a história do diabo para que se ajustasse às preocupações políticas da época. John Milton descreveu um Lúcifer psicologicamente complexo no poema Paraíso Perdido, que conta a queda em degraça de Satanás. Enquanto os textos religiosos anteriores haviam examinado a motivação de Satanás para condená-lo, o Lúcifer de Milton é um personagem atraente e solidário que encarna os sentimentos de rebeldia do republicanismo do século 17.
Para alguns artistas românticos e iluministas, Satanás era um nobre rebelde que travava uma batalha contra a autoridade tirânica de Deus.
Quando a ciência conseguiu explicar a morte, as doenças e os desastres naturais, a figura do diabo ficou ameaçada. Havia lugar no mundo laico para Satanás? Foi quando um diabo urbano e sofisticado entrou em cena. Seguindo uma tradição de identificá-lo com inimigos políticos e religiosos, o diabo foi usado para ilustrar a oposição política por meio de caricaturas e sátiras. Além disso, Satanás encontrou seu lugar no mundo comercial, tornando-se sinônimo de excessos pecaminosos, aparecendo em propagandas para vender desde chocolate e champagne até carros de luxo.
Nota: O livro mais antigo do cânon bíblico é Jó, cuja autoria é atribuída ao mesmo autor de Gênesis: Moisés. Nesse livro, Lúcifer/Satanás aparece claramente e o conflito entre o bem e o mal é descortinado ao leitor. Como a Bíblia desmascara o anjo caído e revela seus propósitos e sua forma de agir, é evidente que ele e seus milhares de anjos do mal trataram de, ao longo da história, orquestrar calúnias cujo objetivo não é outro senão ridicularizar sua figura a fim de que ninguém creia em sua existência. É muito mais fácil agir quando as pessoas pensam que ele não existe. Melhor ainda: é muito conveniente para ele que as pessoas atribuam a Deus as ações que ele, o diabo, realiza. Quem já não ouviu coisas do tipo, depois de uma tragédia: “Por que Deus fez isso?” Ou: “Onde estava Deus?” Se o diabo não existe, como explicar a existência do mal? Deus criou o bem e o mal? Se o diabo não existe, como explicar a origem do conflito entre o bem e o mal? Não se esqueça de que o conflito cósmico teve início quando um anjo poderoso lançou dúvidas sobre o caráter de Deus. Portanto, é muito conveniente para esse anjo ser visto como uma figura mitológica ridícula, a fim de que Deus leve a culpa por tudo o que há de ruim no mundo.
Michelson Borges, Jornalista Adventista
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