segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Não há outro Deus como este - Parte 1

 

O sonho do rei babilônico Nabucodonosor sobre uma grande estátua representando os impérios que dominariam esse mundo, elevou sobremaneira o orgulho do monarca, especialmente porque a Babilônia fora representada pela cabeça de ouro.

A exaltação do rei chegou a tal ponto que ele mandou construir uma estátua, igual a que havia visto no sonho, só que feita inteira de ouro, querendo demonstrar assim, que o seu reino jamais deixaria de existir. Foi ainda mais além: convocou todos os líderes do império para a consagração daquela imagem, exigindo em seguida que todos os que estavam presentes ali se prostrassem e adorassem a imagem.

Essa história está relatada no capítulo três de Daniel. Ali encontramos o relato de que "todos os povos" presentes naquela cerimônia "se prostraram e adoraram a imagem de ouro" (v. 7), com exceção dos três amigos de Daniel – Sadraque, Mesaque e Abede-Nego – os quais foram chamados imediatamente à presença do rei por sua insubordinação.

"É verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vós não servis a meus deuses, nem adorais a imagem de ouro que levantei?" (verso 14), perguntou o monarca, o qual sem vacilar foi logo decretando: "Agora, pois, estai dispostos e... prostrai-vos e adorai a imagem que fiz; porém, se não a adorardes, sereis, no mesmo instante, lançados na fornalha ardente. E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos?" (v. 15).

Digno de elogio é a resposta daqueles três hebreus: "Ó Nabucodonosor, quanto a isso não necessitamos de te responder. Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste" (Dn 3:16-18).

"Então, Nabucodonosor se encheu de fúria" e "ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que se costumava. Ordenou aos homens mais poderosos do seu exército que atassem a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os lançassem na fornalha de fogo ardente" (v. 19 e 20). As ordens foram prontamente cumpridas pelos oficiais, e então, dois fatos ocorreram em seguida:

1- "As chamas do fogo mataram os homens que lançaram de cima para dentro a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego" (v. 23).
2- "O rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa ... e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e, o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses" (v. 24 e 25).

Depois que os três hebreus saíram da fornalha, vários líderes e conselheiros do rei "viram que o fogo não teve poder algum sobre os corpos destes homens; nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem os seus mantos se mudaram nem o cheiro de fogo passara sobre eles" (v.27).

Aquele rei pagão não se conteve diante de tal milagre e disse: "Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer outro deus, senão ao seu Deus. Portanto, faço um decreto pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas em monturo; porque não há outro deus que possa livrar como este" (v. 28 e 29).

Não há outro Deus como este - Parte 2

Paralelo entre Daniel 3 e os Eventos Finais

1) Ao construir aquela imagem de ouro, Nabucodonosor estabeleceu a união entre a política e a religião. A política foi representada pelo metal escolhido, o ouro (símbolo da Babilônia). A religião pagã estava representada nas medidas da estátua – 60 côvados de altura e 6 côvados de largura. Como afirmou o teólogo Edwin Thiele: "Os números seis, sessenta, seiscentos e seus múltiplos eram preeminentes na antiga Babilônia... Sessenta era o número usado como símbolo do supremo deus no panteon... Seis era o número mais baixo usado para um deus, enquanto que seiscentos compreendia a totalidade dos deuses ou espíritos do mundo inferior e superior, o Igigi e o Anuaki. O número seis e seus múltiplos tornaram-se por causa disto preeminentes na ciência e na astrologia babilônica e dali se transportaram até os nossos dias. Desta maneira havia sessenta segundos em um minuto e sessenta minutos em uma hora, com doze horas no dia e doze meses no ano. O círculo da terra e do sol foi dividido em trezentos e sessenta graus". Apocalipse – Esboço de Estudos, p.149. Da mesma forma, o Apocalipse revela que ocorrerá uma união entre política e religião nos eventos finais do mundo: "E lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome" (Ap. 13:15-17).

2) Aqueles três hebreus que se recusaram adorar a imagem de ouro receberam a pena de morte e foram lançados na fornalha de fogo. Assim também, nos eventos finais, aqueles que não adorarem a imagem da besta (união político-religiosa que estabelecerá o Decreto Dominical) serão presos e muitos condenados à morte (Ap. 14:15). A questão da fornalha de fogo tem um paralelo especial nos eventos finais: "No dia da Sua vinda, a última grande trombeta é ouvida, e há um terrível estremecimento da Terra e do Céu. A Terra inteira, das mais elevadas montanhas às mais profundas minas, ouvirá. Tudo será atravessado pelo fogo... Todos os justos são poupados das chamas. Podem caminhar através do fogo, como Sadraque, Mesaque e Abede-Nego caminharam no meio da fornalha sete vezes mais aquecida do que era normalmente". Olhando para o Alto, p. 255 (Meditações Matinais, 1983).

3) A resposta daqueles três jovens ao monarca pagão, e o que aconteceu em seguida dentro da fornalha revelam o segredo para aqueles que desejam alcançar a vitória na crise final: eles conheciam intimamente o Deus que serviam! "Se o nosso Deus... quer livrar-nos, ele nos livrará" (Onipotente). "Se não... [mesmo assim] não serviremos a teus deuses" (Onisciente – sabe o que é melhor para cada um). "Eu, porém, vejo quatro homens soltos... e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses" (Onipresente – mesmo nos momentos de crise).

Finalmente, naquele grande dia da Volta de Cristo muitos poderão dizer como fez Nabucodonosor: "Não há outro Deus que possa livrar como esse"!!

Um comentário:

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