terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A Igreja Adventista e a Crise Mundial


A palavra crise tem sido usada mais frequentemente a partir de 1973, quando se abateu sobre o mundo a crise energética, tão decantada pelo problema do petróleo. É bem verdade que há jogo de interesses nesta crise energética, responsável pela crise do mundo, e que colocou o Brasil como um dos países assolados.


Embora haja a tendência de associar uma "crise na igreja" à   crise do mundo, a igreja nunca esteve nem está em crise.

Há entre nós, homens que formamos a comunidade da igreja, certa desorientação. Para a igreja, movimento por Deus abençoado, não há crise. Esta desorientação ocorre em razão da glorificação do homem pelo homem, quando em lugar de Cristo, se põe o homem, e em lugar dos conselhos inspirados e sábios de Ellen G. White, legados pelo Senhor à Sua igreja, se ouve a doutrina dos homens.

Há entre nós um sério problema de capacidade, de competência para nos desincumbirmos de nossas responsabilidades. Há centralismo, e demasiado personalismo. O mundo está em crise, o homem há muito tempo está em crise, mas nem por isso se pode afirmar que a igreja está passando por crise. Ela é de Deus. O desajustamento está no homem, na sede de poder, no desejo de supremacia, na perseguição do prestígio, na ostentação, no orgulho.

A palavra crise tornou-se a depositária de toda a nossa incompetência, do nosso fracasso pessoal. A igreja não fracassa, o homem sim!

A glorificação do homem pelo homem, decorrência do egoísmo e orgulho, levam-nos a tributar honras e glórias ao nosso próprio braço, quando do sucesso de algum empreendimento, da mesma forma que nos levam, não raro, a culpar a crise e a ratear entre os subalternos o empreendimento fracassado.

Assim, damos testemunho público de nossa falsa humildade, falta de fé, e falta de conhecimento das promessas de Deus.

Não precisamos recear a crise presente, nem a crise vindoura, "a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos  tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado".

Ellen G. White declara: "Ao recapitularmos a nossa história passada, havendo revisado cada passo de progresso até ao nosso nível atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Ao ver o que Deus tem obrado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado." TS, vol. 3, pág. 443.

O mundo  está em crise, afirmam os governantes perplexos, mas não devemos nos contagiar com a perplexidade deles. O procedimento de Deus com Seu povo deve ser recordado frequentemente. Por causa do homem  têm sido amiudadas as provas de Sua providência com Israel! Como Deus milagroso, o Senhor tem atuado em favor do Seu povo em todas as gerações.

"A história passada desta causa deve ser muitas vezes repetida ao povo, tanto aos velhos como aos moços. Necessitamos rememorar frequentemente a bondade do Senhor e louvá-Lo pelas Suas maravilhas." Idem, p. 31.

Tem sido intento de Satanás concentrar nossa atenção e preocupação na crise presente, desviando-nos da suprema esperança, que é o retorno de Jesus. É por este tão almejado fato que a igreja existe.

Ela não existe para acumular riquezas, para acrescentar bens móveis ou imóveis ao seu patrimônio, mas para a conquista de homens pelos quais Cristo veio à Terra dar a Sua vida. Para este fim foi por Deus estabelecida. Não há outro fim mais importante, e não é dependendo do braço do homem, não é dependendo de mentes sagazes, de negociantes astutos ou refinados financistas, que  chegará ao triunfo final, mas de homens consagrados, que tenham em alta conta o propósito sobrenatural da permanência da igreja na Terra.

Temos que olhar para além da crise do mundo. Na igreja, encontramos o refúgio, e podemos contemplar o desenrolar da história, na forma exata como Deus a revelou aos Seus servos os profetas.

"A misericórdia de Deus, Sua providência mantenedora, Seus inolvidáveis livramentos, devem ser rememorados, passo a passo. Ao recordar o passado, deve o povo de Deus ver que o Senhor  e s tá sempre repetindo Seu procedimento. Deve compreender as advertências feitas, e cuidar em não repetir os erros. Renunciando a toda confiança própria, devem confiar em que Ele os guardará de desonrar outra vez o Seu nome." — Idem, p. 190.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia, não teve seu início em 1844, mas diretamente nos tempos apostólicos. Não somos um povo à parte, isolado, sem conexão com a igreja de Deus no passado. Estamos inseparavelmente ligados à nobre linhagem de Seu povo, escolhido através de todos os séculos.

Somos restauradores e consumadores da proclamação do Evangelho Eterno. O mundo precisa ver a Igreja Adventista do Sétimo Dia nessa relação e dimensão.

Que venha a crise dos homens, que venha a crise dos governos, a crise do mundo, pois essas crises indicam que o triunfo final da igreja, do povo de Deus, está prestes a ser alcançado. "Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas." (Mt 24:33).

 

Autor: Luiz Eugênio da Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário