quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Especialistas discutem implicações de comer em demasia


Hábito de comer muito e em intervalos muito curtos está drenando a nossa fonte de energia vital, abrindo as portas para as enfermidades, dizem médicos palestrantes de congresso de saúde em SC.

Comer demais e em intervalos de tempo menores é uma das principais causas de doenças. O assunto foi discutido neste sábado em palestras realizadas no Encontro de Saúde da União Sul-Brasileira, que acontece até domingo em Governador Celso Ramos (SC).

"Nunca se comeu tanto ha história. O hábito de comer muito e em intervalos muito curtos está drenando a nossa fonte de energia vital, abrindo as portas para as enfermidades, para o envelhecimento precoce e a morte prematura", disse o médico Silmar Cristo, membro da Associação dos Profissionais de Saúde da universidade Harvard.

O coordenador de residência em Nefrologia da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Helnio Nogueira, também explanou sobre o assunto e ressaltou o fato de que indivíduos magros vivem, em média, de 3 a 4 anos mais. Ambos os conferencistas ressaltaram que, além do hábito de comer menos, mastigar bem os alimentos é outra ação essencial para se ter mais saúde.

Silmar Cristo, autor do livro "Segredos da Saúde, Inteligência e Longevidade" alertou para o fato de que o tempo de intervalo entre as refeições deve ser de, no mínimo, cinco horas.

Ele reforçou ainda que o hábito de ingerir grandes quantidades de alimentos à noite potencializa ainda mais os riscos de doenças. "Muitas pessoas, preparam o organismo para um banquete e não para o repouso. Temos que nos recondicionar. Durma em paz com o seu estômago. Quais são os efeitos? Aquele cansaço nas pernas e a sonolência desaparecem, sua mente se torna mais clara e seu raciocínio mais ágil", explica.

"Infelizmente muitos profissionais da saúde estão aconselhando a população a fazer as refeições de duas em duas horas ou de três em três horas. Isso tem se revelado uma verdadeira tragédia. Grande parte dos estudos usados para embasar essa prática tem problemas de metodologia, pois foram conduzidos para lidar com pessoas em situação de obesidade mórbida e não com base na população em geral", acrescenta.

Obesidade

A obesidade, considerada um problema de saúde pública, também foi analisada na manhã deste sábado no congresso de saúde por Helnio Nogueira.

Pesquisa divulgada em fevereiro de 2011 pela revista médica britânica The Lancet apontou que a obsidade dobrou no mundo nas últimas três décadas. Esse problema já afeta, conforme o levantamento, 500 milhões de adultos.

O estudo, conduzido por pesquisadores do Imperial College de Londres e do Instituto de Estudos da População/Saúde de Hamilton, no Canadá, examinou a evolução das taxas de sobrepreso entre 1980 e 2008. No topo do ranking dos países com os maiores índices de sobrepeso estão os Estados Unidos. O Japão é o menos afetado pela problemática do sobrepeso.

O Brasil já compete, na balança, com os Estados Unidos também quando o assunto é obesidade indantil, conforme apontado pelo estudo "Nutri-Brasil Infância" - do qual participaram pesquisadores de diversas universidades brasileiras, entre elas a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e um instituto privado de pesquisa - e por dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. No quesito obesidade, ainda estamos atrás dos Estamos Unidos. A porcentagem de crianças entre 2 e 5 anos de idade com peso acima de 15% do ideal, é de 6% no Brasil e de 10% nos Estados Unidos. Mas quando a equação leva em conta o índice de sobrepeso, os Estados Unidos ficam na poeira. O índice de crianças nesta faixa etária e com peso entre 10% e 15% acima do ideal chega a 22%. No caso do país do fast food é de 10%. Nesse aspecto, o Brasil já deixou de ser nação emergente, impondo-se na balança no cenário mundial.

Alimentos como batatas fritas, doces e sobremesas, refrigerantes, são ricos em calorias e impulsionam o ganho de peso.

Em contrapartida, Nogueira lembrou que a ciência ainda não conseguiu explicar de forma mais substancial porque alimentos saudáveis como nozes, verduras, frutas e iogurte, provocam o efeito contrário, ou seja, a redução de peso. (USB

Márcio Tonetti
Assessor de Imprensa

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