Quem
não gosta de ser logo notado pelo bom perfume que usa? Muitas pessoas têm sua
presença percebida, em qualquer lugar que chegam, apenas pela boa colônia que
utilizam. Mas, poucos sabem que compor uma fragrância é o mesmo que compor uma
música ou pintar uma tela. Assim como a música e a pintura, a fragrância tem
como ingredientes principais a harmonia, o sonho, a poesia, a inspiração e o
mistério.
Artigos de perfumaria podem ser classificados como extratos finos, tríplices e
duplos, extratos comuns, loções, águas-de-colônias, águas aromáticas, etc., e
podem ser de qualidade inferior ou superior. Criar a fragrância perfeita é uma
arte delicada. Além de combinar dezenas de matérias-primas, o perfumista
acrescenta uma dose de paixão, transformando o aroma num estado de espírito.
Perfumes estrangeiros lançados recentemente misturam romantismo, sofisticação,
sensualidade e jovialidade.
O
perfume é uma das criações mais antigas da história e certamente a mais
carregada de mistérios e mitologia. A palavra perfume é derivada do latim
“per fum”, que significa por meio da fumaça. A paixão pelos perfumes
alcançou seu auge nas cortes francesas do século XVIII, quando Luís XV decretou
que para cada dia da semana deveria haver uma fragrância diferente na
corte.
Essência ou Absoluto é a denominação para a concentração máxima, e a mais pura
matéria para a fabricação do perfume. Os principais métodos são: a
destilação, a pressão a frio, a maceração, e a enflorage. Os últimos três
consistem na maceração da matéria prima. As pétalas e as flores são amassadas
até obter-se o sumo, a essência do perfume. Foi isto que aconteceu com a “Rosa
de Sarom”: Cristo sofreu todos
os tipos de pressão, foi macerado, pisoteado, moído e crucificado pelas nossas
transgressões (Is 53:5). Jesus é o bom perfume de Deus que inebria o mundo de
amor, paz e alegria.
O
bom perfume de Cristo
“Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são
salvos como nos que se perdem. Para estes, cheiro de morte para morte; para com
aqueles, aroma de vida para vida” (2Co 2:15,16).
Paulo e seus colaboradores
constituíam o bom perfume de Cristo (v. 15) que Se manifestava por meio deles a
fragrância das coisas espirituais.
Nas
lojas de perfumaria – e também através de revendedores ambulantes – é bastante
comum o cliente só comprar um perfume após realizar a prova da fragrância, que
geralmente acontece através da fita olfativa [filete de papel embebido
com o perfume] ou por intermédio dos pequeninos frascos de vidro, comumente
chamados de amostra grátis. O fato é que o teste olfativo é a
oportunidade do cliente conhecer o produto contido no frasco em tamanho
original, a ser levado para casa, caso resolva efetuar a compra. Talvez seja por
esta causa que é dito que “todo cristão é uma amostra
grátis de Cristo.”
O
sábio Salomão já dizia: “Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o
amigo encontra doçura no conselho cordial” (Pv 27:9). Diante disso, é pertinente
a reflexão: Que perfume tenho exalado no meu dia a dia?
Urge levarmos o “bom perfume de Cristo”
para o trabalho, para a escola, à vizinhança, ao trânsito, ao ambiente dos
negócios e inclusive para o ambiente familiar.
Nunca
seria demais trazer à memória que Jesus é o Perfume de Deus – a Rosa de Sarom –
e nós somos uma “amostra grátis” de Cristo. A “embalagem” pode ser até atraente,
mas o que importa é o conteúdo.
Oremos, com fervor, para que o pecado não venha entupir o
vaporizador de nosso testemunho, impedindo que o perfume de Cristo se propague
nos ambientes que freqüentamos.
A
mosca no perfume
“Qual
a mosca morta faz o ungüento do perfumador [perfumista] exalar mau cheiro, assim
é para a sabedoria e a honra um pouco de estultícia” (Ec 10:1). “Se alguém
colocar moscas mortas num vidro de perfume, ele acabará cheirando mal! Assim, um
pequeno erro pode destruir muita sabedoria e honra” (Ec 10:1, A Bíblia
Viva). Ou seja, Salomão diz que um pequeno erro é como uma mosca morta que
estraga todo o trabalho do perfumista.
É
digno de nota que algo tão pequeno cai numa coisa bem maior, e acaba todo o
odor. É, na realidade, a decomposição da mosca que faz com que o perfume perca
todo o seu efeito. A idéia dominante é o poder das pequenas coisas que não
prestam. A palavra traduzida por estultícia é o termo hebraico seckel,
que significa tolice, futilidade, leviandade. O recipiente pode ser invadido
pelas moscas do materialismo, da promiscuidade, do vício secreto, do ódio, da
mentira, da hipocrisia, da idolatria, dos sentimentos de mágoa, etc.
Deus em Cristo, sempre nos conduz em triunfo
“Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio
de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento” (2Co 2:14).
“Graças sejam dadas a Deus, que, por Cristo, nos carrega sempre em seu triunfo
e, por nós, expande em toda a parte o perfume do seu conhecimento” (2Co 2:14,
Bíblia de Jerusalém). Na mente de Paulo, está aqui retratada a Festa do Triunfo,
na qual o general romano entrava em Roma, vitorioso, aclamado pelas multidões e
trazendo atrás de si os cativos capturados em batalha.
Na
Festa do Triunfo era comum o general vitorioso estar entre dois grupos de
escravos. Antes de sua caravana, ele era precedido por uma caravana de
escravos que aceitaram livremente o domínio desse novo general. Estes foram
alforriados, tornando-se, então, livres. Estas pessoas seguiam a pé na primeira
comitiva, à frente do general, carregando grinaldas de flores e vasilhas com
incenso aromático perfumado. Estes ex-escravos retornariam à sua antiga terra
como Embaixadores do Novo Governo, a fim de governá-la
sob as ordens do novo império.
Mas,
após a carruagem do general, vinha outra fila: Um segundo grupo de prisioneiros.
Esses eram prisioneiros rebeldes, impenitentes. Eles não aceitaram o
domínio do general, por isso, arrastavam grossas e pesadas correntes nos pés e
nas mãos. Esses eram prisioneiros que seriam mortos, juntos com o general
perdedor.
Quando
o cortejo, com o general vitorioso passava, as multidões soltavam brados de
vitória. Aquele incenso aromático e as flores perfumadas que eram carregados
pelo primeiro grupo iam extasiando o ambiente. Para o primeiro grupo de
ex-escravos, agora livres, aquele cheiro “era aroma de vida, para vida”. Mas,
para o segundo grupo, “aroma de morte, para morte”.
Paulo
está dizendo que os escravos conquistados por Cristo, o REI DOS REIS E SENHOR
DOS SENHORES (Ap 19:16), fazem parte do primeiro grupo. Eram oprimidos, agora
são livres. Agora estão em Cristo e são o bom perfume de Cristo, instrumentos
da manifestação da vitória de Deus, por meio de Cristo Jesus. Não somente o
perfume, mas, o bom perfume de Cristo. O bom perfume é caro, vale mais
que “ouro e prata”, o seu custo foi “o precioso sangue de Cristo” (1Pe 1:18,19),
porquanto é envolvente, inebriante, contagiante: perfuma sem fazer alarde! A
mesma missão de Cristo é agora a função dos novos
embaixadores.
O
ofício dos colaboradores de Cristo nunca pode ser o da neutralidade: “Porque nós
somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos, como nos
que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles,
aroma de vida para vida” (2Co 2:15,16). O mesmo Evangelho que salva, também
condena; o sol que amolece a cera, é o mesmo que endurece o barro; o mar que
salvou os judeus, condenou os egípcios.
A
NOVA VIDA SOB O DOMÍNIO DE CRISTO, TEM SEU ÚNICO CAMINHO POR CRISTO
O
nosso Salvador, “o Verbo de Deus”, é o nosso grande Comandante que veio ao
“solo” do inimigo [nosso planeta] e tomou os espólios – toda a raça humana
escravizada pelo poder do mal -, derrotando e, “despojando os principados e as
potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl
2:15). A cruz de Cristo retirou a “credencial” de Satanás, expondo-o ao desprezo
universal, ao ridículo, foi envergonhado, “pagou mico.” Não é sem razão que a
expressão preferida de Paulo é “em Cristo”, citada em suas cartas 164 vezes.
Paulo é um ardoroso defensor de que a vida cristã é absolutamente
Cristocêntrica.
“Graças, porém a Deus, que em Cristo, sempre nos conduz em triunfo.” O
verbo “conduzir” usado neste texto, na língua original (grego), está no
presente, mas não indica uma ação só de momento, porém, uma ação contínua. O
triunfo deve ser um estado permanente e contínuo na vida daqueles que, por Deus,
são conduzidos “em Cristo.” É triunfo, mesmo quando os nossos planos humanos são
frustrados: na alegria e na tristeza; na saúde e na doença; na prosperidade e na
pobreza; na aprovação e na rejeição (Fl 4:11-13). Oxalá, sejamos o bom perfume
de Cristo!
PASTOR
VAGNER ALVES FERREIRA