A palavra crise tem sido usada mais
frequentemente a partir de 1973, quando se abateu sobre o mundo a crise
energética, tão decantada pelo problema do petróleo. É bem verdade que há jogo
de interesses nesta crise energética, responsável pela crise do mundo, e que
colocou o Brasil como um dos países assolados.
Embora haja a tendência de associar
uma "crise na igreja" à crise do mundo, a igreja nunca esteve nem está em
crise.
Há entre nós, homens que formamos a
comunidade da igreja, certa desorientação. Para a igreja, movimento por Deus
abençoado, não há crise. Esta desorientação ocorre em razão da glorificação do
homem pelo homem, quando em lugar de Cristo, se põe o homem, e em lugar dos
conselhos inspirados e sábios de Ellen G. White, legados pelo Senhor à Sua
igreja, se ouve a doutrina dos homens.
Há entre nós um sério problema de
capacidade, de competência para nos desincumbirmos de nossas responsabilidades.
Há centralismo, e demasiado personalismo. O mundo está em crise, o homem há
muito tempo está em crise, mas nem por isso se pode afirmar que a igreja está
passando por crise. Ela é de Deus. O desajustamento está no homem, na sede de
poder, no desejo de supremacia, na perseguição do prestígio, na ostentação, no
orgulho.
A palavra crise tornou-se a
depositária de toda a nossa incompetência, do nosso fracasso pessoal. A igreja
não fracassa, o homem sim!
A glorificação do homem pelo homem,
decorrência do egoísmo e orgulho, levam-nos a tributar honras e glórias ao nosso
próprio braço, quando do sucesso de algum empreendimento, da mesma forma que nos
levam, não raro, a culpar a crise e a ratear entre os subalternos o
empreendimento fracassado.
Assim, damos testemunho público de
nossa falsa humildade, falta de fé, e falta de conhecimento das promessas de
Deus.
Não precisamos recear a crise
presente, nem a crise vindoura, "a menos que esqueçamos a maneira em que o
Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado".
Ellen G. White declara: "Ao
recapitularmos a nossa história passada, havendo revisado cada passo de
progresso até ao nosso nível atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Ao ver o que
Deus tem obrado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo.
Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que
o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado." TS, vol.
3, pág. 443.
O mundo está em crise, afirmam os
governantes perplexos, mas não devemos nos contagiar com a perplexidade deles. O
procedimento de Deus com Seu povo deve ser recordado frequentemente. Por causa
do homem têm sido amiudadas as provas de Sua providência com Israel! Como Deus
milagroso, o Senhor tem atuado em favor do Seu povo em todas as gerações.
"A história passada desta causa deve
ser muitas vezes repetida ao povo, tanto aos velhos como aos moços. Necessitamos
rememorar frequentemente a bondade do Senhor e louvá-Lo pelas Suas maravilhas."
Idem, p. 31.
Tem sido intento de Satanás
concentrar nossa atenção e preocupação na crise presente, desviando-nos da
suprema esperança, que é o retorno de Jesus. É por este tão almejado fato que a
igreja existe.
Ela não existe para acumular
riquezas, para acrescentar bens móveis ou imóveis ao seu patrimônio, mas para a
conquista de homens pelos quais Cristo veio à Terra dar a Sua vida. Para este
fim foi por Deus estabelecida. Não há outro fim mais importante, e não é
dependendo do braço do homem, não é dependendo de mentes sagazes, de negociantes
astutos ou refinados financistas, que chegará ao triunfo final, mas de homens
consagrados, que tenham em alta conta o propósito sobrenatural da permanência da
igreja na Terra.
Temos que olhar para além da crise do
mundo. Na igreja, encontramos o refúgio, e podemos contemplar o desenrolar da
história, na forma exata como Deus a revelou aos Seus servos os profetas.
"A misericórdia de Deus, Sua
providência mantenedora, Seus inolvidáveis livramentos, devem ser rememorados,
passo a passo. Ao recordar o passado, deve o povo de Deus ver que o Senhor e s
tá sempre repetindo Seu procedimento. Deve compreender as advertências feitas, e
cuidar em não repetir os erros. Renunciando a toda confiança própria, devem
confiar em que Ele os guardará de desonrar outra vez o Seu nome." — Idem, p.
190.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia,
não teve seu início em 1844, mas diretamente nos tempos apostólicos. Não somos
um povo à parte, isolado, sem conexão com a igreja de Deus no passado. Estamos
inseparavelmente ligados à nobre linhagem de Seu povo, escolhido através de
todos os séculos.
Somos restauradores e consumadores da
proclamação do Evangelho Eterno. O mundo precisa ver a Igreja Adventista do
Sétimo Dia nessa relação e dimensão.
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