
Não
importa. Sejam canções do AC/DC, do Bee Gees ou peças do Rachmaninoff, é fácil
ter fragmentos delas que se repetem incessantemente por algum período
determinado, mesmo que a música não seja do seu agrado. Essa repetição “chiclete”
é conhecida por earworm, termo
utilizado pela primeira vez em 1980, em tradução literal do alemão ohrwurm, como afirma o neurologista
Oliver Sacks, no livro Alucinações
Musicais. A repetição indica que a música entra e subverte parte do
cérebro, forçando-o a disparar a música de maneira repetitiva e autônoma.
De
acordo com o psicólogo e neurocientista canadense Daniel Levitin, da
Universidade McGill, em Quebec, no Canadá, os fragmentos – e não as músicas
inteiras – que ficam em nossas cabeças são simples, tanto melodicamente quanto
ritmicamente. Mas, em casos extremos, essas músicas chicletes podem ser ruins
para o dia a dia de alguns de nós. Algumas pessoas não conseguem trabalhar,
dormir ou sequer se concentrar, porque as músicas os impedem. Por isso,
precisam tomar ansiolíticos, que relaxam os circuitos neurais presos na
repetição.
Vale
ressaltar também que esse efeito chiclete é antigo. Cientistas acreditam que a
música é, de alguma maneira, uma adaptação evolucionária que ajudou os
ancestrais humanos. [Tava demorando para apelarem para a
teoria-explica-tudo...]
E
tem o fato de que ela induz sentimentos, também. Certas músicas são associadas
com a lembrança de alguém, ou uma emoção, ou até um estado de espírito. Basta
lembrar-se de casos de esportistas que escutam músicas animadas ou agitadas
minutos antes de suas competições. Quer fazer um teste? Tente levantar cedo e
escutar uma música bem animada. Sua disposição será diferente.
Nota:
Está mais do que provado que a música tem efeitos interessantes sobre o
cérebro. Por isso mesmo, o estilo musical deve ser alvo de escolha
consciente.[MB]
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