sexta-feira, 29 de março de 2013

EXPIAÇÃO NA CRUZ




Pr. Albino Marks

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados”. – Cl.1:13 e 14.

INTRODUÇÃO – A morte de Jesus foi tão impressionante aos olhos dos que ali se encontravam em torno da cruz, que um rude comandante da guarda romana declarou com voz embargada, comovida, com estranho sentimento de emoção e com uma convicção inexplicável: “Verdadeiramente este homem era o filho de Deus”. – Marc. 15:39 – TEB.

Este informante, sem nenhuma ligação com Jesus, deixou um testemunho eloqüente sobre a morte do Homem. Havia acompanhado a morte de muitos criminosos e bandidos, mas ali estava alguém que fez uma diferença imensa: Este Homem era o filho de Deus. A morte de Jesus atraiu aquele que ali se encontrava para executar a sentença de morte contra Ele. Ele viu na morte do Homem, o Dom da Vida.

Milhões, ao longo dos séculos foram atraídos pelo Homem que morreu com dignidade, nobreza e serenidade, que morreu como o justo.

Este Homem, em Sua morte, atraiu-me como o imã ao ferro e não posso imaginar-me viver sem a presença constante deste Homem, que é em primeiro plano, o Deus Eterno Criador – Jesus.

Ele morreu a minha segunda morte com dignidade,. nobreza e serenidade, para que eu possa ter o privilégio de morrer a minha primeira morte com dignidade, nobreza e serenidade. Não preciso temer esta morte, apesar de eu amar a vida, porque a minha segunda morte, que Ele já morreu em meu lugar, é a garantia de vida eterna após a minha primeira morte. Em face desta verdade, a minha primeira morte é apenas um sono de um momento, penhor de minha segunda morte que já aconteceu quando Ele morreu com dignidade, nobreza e serenidade em  meu lugar. 

Que maravilhoso Salvador! Que maravilhoso Deus-Homem! Que grandeza de vida! Que grandeza de morte! Louvado seja Deus, por Salvador tão maravilho!

PENSE – “Apesar disso, Ele colocou sobre Si mesmo as nossas dores, Ele mesmo carregou nosso sofrimento. E nós ficamos pensando que Ele estava sendo castigado por Deus por causa de Seus próprios pecados! A verdade, porém, é esta: Ele foi ferido por causa de nossos pecados; seu corpo foi maltratado por causa de nossas desobediências. Ele foi castigado para nós termos paz; Ele foi chicoteado – e nós fomos curados!”  - Is. 53:4 e 5 – BV.

DESAFIO – “E Eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim”. – João 12:32 – ARC.

ANGÚSTIA: CAMINMHANDO PARA O GETSÊMANI – “Disse-lhes então: ‘A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal.  Fiquem aqui e vigiem comigo’”. – Mat. 26:38 – NVI.

O que Jesus estava dizendo quando declarou: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal?”  Quando Lázaro morreu, Jesus disse para Seus discípulos: ”Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou até lá  para acordá-lo”. – João 11:11 – NVI. A morte que acometeu Lázaro é a morte comum a todos os seres humanos e a Escritura Sagrada a descreve como um sono.

Jesus não morreu a morte do sono, mas morreu a morte da condenação em conseqüência do pecado; Ele morreu a morte eterna. “Felizes e santos os que participam da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre  eles… Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte”.  – Apoc. 20:6 e14 – NVI. Jesus estava sob o peso da agonia de alma em face desta morte.

Outro motivo da grande tristeza de Jesus, era a opressão pela dor de alma sob a avaliação do homem perdido em conseqüência do pecado e não compreendendo o amoroso convite do Deus da eterna graça e do perdão ilimitado. O sofrimento era lá no íntimo. A dor que faz sofrer o nosso íntimo, nunca transparece com toda a sua agonia em nosso semblante.

Mesmo os discípulos foram incapazes de captar toda a intensidade da agonia de alma que dominava Jesus ao aproximar-se o grande momento do sacrifício. Em verdade era impossível para os discípulos compreender o que se passava no íntimo de Jesus, pois até aquele momento não entendiam a sua morte-sacrifício. A morte de vitória sobre o diabo e sobre a segunda morte. Eles esperavam que fosse o libertador do jugo romano. Com a visão tão distorcida o melhor que podiam fazer era dormir.

PENSE – “Não mais se ouviria na cidade a graça que traz salvação. Essa era a causa da intensa tristeza do Salvador. … As ternas lágrimas que Ele derramou sobre Jerusalém foram as últimas lágrimas do amor rejeitado, … A vibrante multidão não podia compreender a causa da tristeza do Salvador. Não sabiam que as iniqüidades de Israel estavam trazendo sobre ela  suas calamidades finais”.  – MM. 2002, pág. 254.

DESAFIO – “Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar aflito e angustiado”. – Mc. 14:34 – NVI.

O CÁLICE: SUBMISSÃO VOLUNTÁRIA – Jesus estava caminhando em direção à Sua morte substituta, Sua morte sacrifício. Ele passaria pela morte da condenação eterna, mas também, pela vitória sobre a morte, iluminaria o mundo com a mais brilhante esperança.

A justiça da lei requeria a morte do culpado. Jesus morreu em lugar do culpado, tendo em Si, executada a justiça da lei e por esse ato, engrandeceu, magnificou e glorificou a lei. Jesus não veio para abolir ou mudar a justiça da lei, mas veio para confirmar esta justiça e engrandecê-la. Se Jesus mudasse um i ou um ponto da lei, a acusação de Satanás seria justificada. Deus é injusto, a lei é injusta, é defeituosa e precisa ser mudada.

Não era possível evitar a morte substituta de Cristo, não era possível passar o cálice, porque não era possível anular ou mudar a lei moral. O único meio e o único caminho para vindicar o justo e amoroso caráter de Deus, e para salvar o homem por graça imerecida era a morte requerida pela lei moral. Morreu o inocente para oferecer graça, perdão e justificação para o culpado. Incomensurável, inesgotável e incompreensível revelação de amor! O amor por graça proveu a justificação e a salvação do culpado e a justiça da lei moral foi executada e a sua eternidade confirmada.

Sobre a cruz do Calvário a graça e a verdade se encontraram, a justiça e a reconciliação se beijaram. A graça em favor do pecador é obtida no encontro de Jesus com a sentença de morte da lei. A justiça da lei e a paz da reconciliação se beijaram, porque pela graça o pecador é  colocado em harmonia com Deus e em harmonia com a Sua lei.

PENSE – O diabo empenhou-se com todas as forças e artimanhas para induzir Jesus a pecar: “Voltando, Jesus tornou a procurar o Seu retiro, caindo prostrado, vencido pelo horror de uma grande treva. A humanidade do Filho de Deus tremia naquela probante hora. Não orava agora pelos discípulos, para que a fé deles não desfalecesse, mas por Sua própria alma assediada de tentação e angústia. O tremendo momento chegara – aquele momento que decidiria o destino do mundo. Na balança oscilava a sorte da humanidade…”. - DTN. pág. 690. 

DESAFIO – “Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram”. Salmo 85:10 – ARA.

TREVAS: ENTREGUE AO INIMIGO –  “Os próprios demônios, em forma humana, achavam-se na turba, e que se poderia esperar, senão a resposta: ‘Seja crucificado?’… Desfalecido de fadiga e coberto de ferimentos, Jesus foi levado, sendo açoitado à vista da multidão… Satanás dirigia  a cruel massa nos maus tratos ao Salvador. Era seu desígnio provocá-Lo, se possível, à represália, ou levá-Lo a realizar um milagre para Se libertar, frustrando assim o plano da salvação. Uma mancha sobre  Sua vida humana, uma falha de Sua humildade para resistir à terrível prova, e o Cordeiro de Deus teria sido uma oferta imperfeita, um fracasso para a redenção do homem… Grande foi a ira de Satanás, ao ver que todos os maus tratos infligidos ao Salvador não Lhe forçaram os lábios a soltar uma só queixa. Embora houvesse tomado sobre Si a natureza humana,  era sustido por uma força divina, e não Se apartou num só ponto da vontade do Pai… Aos que padeciam morte de cruz, era permitido ministrar uma poção entorpecente, para amortecer a sensação de dor. Essa foi oferecida a Jesus; mas havendo-a provado, recusou-a. Não aceitaria nada que Lhe obscurecesse a mente. Sua fé devia ater-se firmemente a Deus. Essa era Sua única força. Obscurecer a mente era favorecer vantagem a Satanás… Satanás torturava com cruéis tentações o coração de Jesus… Hostes de anjos maus se achavam reunidas em torno daquele lugar. Houvesse sido possível, e o príncipe das trevas, com seu exército de apóstatas, teria mantido para sempre fechado o túmulo que guardava o Filho de Deus”. - DTN. págs. 733, 734, 735, 746, 753 e 779. 

PENSE – “Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai”. – João 10:17 e 18 – NVI.

DESAFIO – “Porque Deus tanto amou o mudo que  deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. – João 3:16 – NVI.

O GRITO: EXPLORANDO O MISTÉRIO – O momento decisivo chegou. Declara o profeta Isaías: “Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele”. – Is. 59:2 – NVI.

Esse momento chegou para Jesus, quando o cordeiro que o tipificava, devia ser imolado em favor dos pecadores. Mas ali estava“o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”  O fardo de todos os pecados de todos os pecadores estava depositado sobre Ele. Os pecados ocultaram a face amorosa do Pai e Ele brada:“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”  O cordeiro daquela tarde não foi morto, porque o Cordeiro de Deus estava sendo colocado sobre o altar do sacrifício para  proceder a expiação por todos os pecados. “Mas agora ele apareceu uma vez por todas no fim  dos tempos, para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo”. – Heb. 9:26 – NVI. 

Nesse momento decisivo houve uma “ruptura dos poderes divinos”,mas foi nesse momento “que  Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os seus pecados”, – II Cor. 5:19 – NVI., porque estes foram depositados sobre Cristo que pagou o preço de resgate.

“Por que tuas roupas estão vermelhas, como as de quem pisa uvas no lagar? Sozinho pisei uvas no lagar; das nações ninguém esteve comigo. Eu as pisoteei na minha ira e as pisei na minha indignação; o sangue delas respingou na minha roupa, e eu manchei toda a minha veste. Pois o dia da vingança estava no meu coração, e chegou o ano da redenção”.  – Is. 63:2-4 – NVI.  

Era o dia da vingança e da vitória sobre o inimigo e o dia da redenção.

PENSE – “Em meio da horrível escuridão, aparentemente abandonado por Deus, sorvera Cristo as derradeiras fezes da taça da miséria humana. Durante aquelas horas pavorosas, apoiara-Se às provas  que anteriormente lhe haviam sido dadas quanto à aceitação de Seu Pai. Estava familiarizado com o caráter de Deus; compreendia-Lhe a justiça, a misericórdia e o grande amor. Descansava, pela fé nAquele a quem Se deleitara sempre em obedecer” – DTN. pág. 756. 

DESAFIO – “Deus é a fonte da vida; e quando alguém escolhe o serviço do pecado, separa-se de Deus, desligando-se assim da vida. Ele está ‘separado da vida de Deus’” – DTN. pág. 764.

ESTÁ CONSUMADO: DA MORTE PARA A VIDA – A morte de Jesus  ocorreu como determinado pelo eterno conselho da Trindade, quando o plano da salvação foi estabelecido, e Jesus teve a absoluta certeza de que tudo estava concluído, sem adiantamento e sem tardança.

Jesus morreu no exato momento em que o sacrifício da tarde estava começando a ser preparado: ”Ao irromper dos lábios de Cristo o grande brado: ‘Está consumado’, oficiavam os sacerdotes no templo. Era a hora do sacrifício da tarde. O cordeiro, que representava Cristo, fora levado para ser morto. Trajando o significativo e belo vestuário, estava o sacerdote com o cutelo erguido, qual Abraão quando prestes a matar o filho. Vivamente interessado, o povo acompanhava a cena. Mas eis que a terra treme e vacila; pois o próprio Senhor se aproxima. Com ruído rompe-se de alto a baixo o véu interior do templo, rasgado por mão invisível, expondo aos olhares da multidão um lugar dantes pleno da presença divina… Tudo é terror e confusão. O sacerdote está para matar a vítima; mas o cutelo cai-lhe da mão paralisada, e o cordeiro escapa. O tipo encontrara o antítipo por ocasião da morte do Filho de Deus. Foi feito o grande sacrifício. Acha-se aberto o caminho para o santíssimo. Um novo, vivo caminho está para todos preparado.  Não mais necessita a pecadora,  aflita humanidade esperar a chegada do sumo sacerdote. Daí em diante, devia o Salvador oficiar como   Sacerdote e Advogado no Céu dos Céus”.  – DTN. págs. 756 e 757.   

Jesus, o Deus eterno, onipotente, onipresente, onisciente, desceu a este mundo para assumir a natureza humana e viver como humano. Antes de retornar para o Pai, depois da missão cumprida, declara que viveu exatamente como estava escrito nas Escrituras, para que tudo o que foi escrito, recebesse a confirmação de ser verdade e inquestionável.

PENSE – Para os discípulos no caminho de Emaús, no entardecer do dia de Sua ressurreição, Jesus declarou: “Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’”. – Luc. 24: 44 – NVI.

DESAFIO – “Jesus, porém, ordenou a Pedro: ‘Guarde a espada! Acaso não haverei de beber o cálice que o Pai me deu?’”  - João 18:11 – NVI.

ESTUDO ADICIONAL – Morrendo a segunda morte, por que Jesus não foi aniquilado, mas ressuscitou triunfante sobre esta morte? Quando o homem pecou e entrou em desarmonia com Deus, a sentença da morte eterna caiu sobre ele. O diabo e o pecado exigiam a vida do homem. Como a vida está no sangue, unicamente o sangue e a vida de um substituto inocente poderiam livrar o homem. Este inocente teria que enfrentar o diabo e o pecado, obtendo a vitória, não pecando.  O único com estas qualificações somente poderia ser o próprio Criador. 

Para Seus discípulos, Jesus declarou: “Já não lhes falarei muito, pois o príncipe deste mundo está vindo. Ele não tem nenhum direito sobre mim”. – João 14:30 – NVI.

Nem o diabo nem o pecado tiveram poder sobre a vida de Cristo, porque Ele viveu sem pecar. Venceu o diabo e o pecado, portanto, venceu a segunda morte. Como vitorioso, Ele não podia ser aniquilado, mas aniquilou o diabo e a morte  Esta vitória de Jesus sobre o diabo e a segunda morte, livra à todos que aceitam a Sua morte sacrifício, do poder do diabo e do poder da segunda morte. 

Ele morreu a segunda morte, que elimina totalmente o pecado  e pecadores, incluindo o autor do pecado e seus aceclas. “Pois certamente vem o dia, ardente como uma fornalha. Todos os arrogantes e todos os malfeitores serão como palha,… Não sobrará raiz ou galho algum”. – Mal. 4:1 – NVI.

A tristeza até a morte, pesando sobre Jesus, nada tinha a ver com culpas que O pudessem atormentar. A visão do mundo envolvido pelo pecado e os homens em revolta contra o seu amoroso Criador, rejeitando a oferta de Sua graça redentora, era a causa dessa tristeza tão profunda. A que assemelhar a tristeza de Deus? Encontraríamos algum parâmetro humano?

PENSE – “Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre, e pelas suas feridas fomos curados”. – Is. 53:5 – NVI.

DESAFIO – “Assim como houve muitos que ficaram pasmados diante dele; sua aparência estava tão desfigurada, que ele se tornou irreconhecível como homem; não parecia um ser humano”.– Is. 52:14 – NVI.

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