terça-feira, 8 de novembro de 2011

Igreja evangélica nos EUA cultua deusa pagã Ísis


Uma igreja luterana da Califórnia está sendo duramente criticada depois de organizar uma conferência que irá apresentar “meditações dirigidas”, uma prática associada à Nova Era . O maior problema para os cristãos é saber que isso será dirigido por uma “sacerdotisa” da deusa da fertilidade egípcia Ísis.
A Conferência Anual de Fé e Feminismo será realizada pela quinta vez entre os dias 11 e 13 de novembro. A responsável pelo evento, Igreja Luterana Ebenézer, da cidade de São Francisco, carrega um curioso apelido: herchurch [igreja dela]. O motivo é que ela expressa a identidade feminina de deus, a deusa-mãe.
Loreon Vigne, autointitulada alta-sacerdotisa do Oásis de Isis, um templo pagão fundado por ela 1978 na cidade de Geyserville, Califórnia.
Em entrevista recente, Vigne explica sua fé assim: “Para mim, Isis é a Mãe Natureza, que abrange tudo com suas asas. É uma deusa alada, que abrange todos os outros deuses, de todas as culturas do mundo”.
Falando sobre sua participação num evento realizado em uma igreja cristã, ela ressalta: “A meditação dirigida é aquele momento em que todos os participantes fecham os olhos e você os conduz em uma jornada espiritual. Já levei pessoas a rever suas vidas passadas no Egito, cultura que dominava todos os segredos. Seu principal conceito era conheça a si mesmo, seu coração, sua alma e seu propósito divino”. Ela defende um sistema de crenças baseado no conceito egípcio de equilíbrio, formado por 42 leis ou 42 ideais. “É como se fossem os 10 Mandamentos, mas com um conceito mais positivo. “Não matarás”, por exemplo, é substituído por “Considere todas as vidas como sagradas”.
Vigne planeja levar outras sacerdotisas à conferência para ajudá-la a fazer as invocações, cânticos e meditações. Segundo o site do Oásis de Ísis, além de louvar a antiga deusa pagã, a equipe também faz massagens terapêuticas, leituras de tarô e astrologia.
Vigne explica que hoje há milhares de seguidores de Isis em todo o mundo. “Acredito que as pessoas se cansem dessas igrejas normais, que estabelecem um tipo de religião organizada. Eu sempre brinco que a minha religião é desorganizada”.
Contudo, o evento da igreja luterana não agradou a muitos membros da denominação. O pastor Dan Skogen, de Marion, Iowa, é um dos mais indignados com essa invocação de divindades pagãs em um templo cristão.
“Não se pode inventar esse tipo de coisa!”, protestou ele, que se descreve como um luterano cansado de ver a “constante zombaria contra a Palavra de Deus” por parte da Igreja Evangélica Luterana da América (ELCA), que hoje reúne perto de 4,2 milhões de membros, em 10 mil igrejas.
Skogen não aceita o fato de que a liderança da ELCA “aceita e promove a falsa ideia de que a salvação é assegurada a essas pessoas que não têm fé em Cristo. É aceitável que eles tragam adoradores de Isis para uma conferência. É um grande afastamento do ensinamento da igreja cristã. Deus deixou claro em Êxodo 20:3: ‘Não terás outros deuses diante de mim’. Mesmo assim, essa igreja traz seguidores de outros deuses para falar e ensinar do púlpito!”
Outra palestrante do evento é Megan Rohrer, primeira pastora luterana assumidamente transgênero. “Acredito que o mundo está muito mais interessado na conexão entre as religiões do que na exclusividade”, afirma Rohrer. “Não é algo assim tão incomum. O cristianismo foi fundado durante um período que viu o nascimento de muitas coisas”.
Embora admita que seja normal a preocupação de alguns com essa mistura de paganismo e cristianismo, ela afirma: “Os cristãos que reclamam disso provavelmente não sabem o que é o paganismo. Qualquer coisa que seja diferente do que sua igreja ensine é contra os caminhos de Deus. Isso é algo muito limitado”, acrescenta.
Não é a primeira vez que essa igreja luterana de São Francisco, é criticada por divulgar ensinamentos que contrariam a teologia cristã.
No site da igreja é possível ler: “Somos uma comunidade diversificada, alicerçada na tradição cristã, com o propósito de recriar a imagem do divino como mulher. Nossas orações e nossa liturgia feminista remontam à tradição de invocar nomes como Mãe, Shaddai, Sophia, Ventre, Geradora, Aquela Que É. Isso só é possível por nossa uma visão renovada da natureza do Evangelho, guiados pela elevada sabedoria de Jesus”.
A pastora Rohrer afirma que sua igreja está “criando uma economia caridosa para um mundo onde a identidade de todos possa ser sustentada em sua integridade, oferecendo espaços de atuação para todos os seres humanos”.

Nota: Essa ação de sincretismo religioso, promovida por essas congregações luteranas, pode até chocar alguns em uma primeira leitura, mas estão dentro de um contexto que já se desenvolve há mais tempo. Não é tão recente a conversação de igrejas cristãs tradicionais com outros credos e, além dessa conversação, a fusão de pensamentos a caminho de uma adoração única.
Biblicamente, é possível perceber que Deus sempre orientou Seu povo (inicialmente Israel em termos políticos e depois Israel espiritual que envolve todo aquele que aceita a salvação através de Jesus Cristo) a não estabelecer um sincretismo com outras crenças, especialmente politeístas. O motivo é lógico e simples: Deus é único e merecedor exclusivo da adoração por parte dos seres que Ele criou.
A idolatria, tão condenada na Bíblia e especificada na síntese dos dez mandamentos escritos pelo dedo do próprio Deus, recrudesce gradualmente e deve comprometer a verdadeira adoração da qual falam, entre outros livros, o próprio Apocalipse (a revelação dos tempos finais dada através de visões ao profeta João). E não fico admirado de ver que, mesmo entre igrejas consideradas de orientação cristã, essa distorção comece a se tornar mais visível e concreta. O objetivo final não é o de se manter naquilo que a Bíblia já determinou há milhares de anos e que sempre norteou a caminhada do povo de Deus. A intenção com ações como essa é a de criar um culto popular capaz de agradar aos gostos e vontades das pessoas e não necessariamente apresentar a elas princípios imutáveis preconizados pelo próprio Deus e que não se alteram justamente porque o caráter de Deus não se altera.
A busca por popularidade e fama no segmento religioso é o que caracteriza esse sincretismo religioso descompromissado com a lei divina e aliado do secularismo idólatra, pagão e desvirtuador do próprio conceito de Deus. Caminho aberto para que outras conexões do gênero se consolidem e desfigurem o cristianismo a ponto de não ser mais possível encontrar a Cristo e Seus ensinos em determinadas igrejas.

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